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Com a histórica eleição do primeiro papa da América Latina, a Igreja Católica aposta na região com o maior número de fiéis para reafirmar a sua dimensão global e envia uma mensagem de esperança aos deserdados de todo o mundo, consideraram nesta quinta-feira vários especialistas. A chegada do argentino Jorge Bergoglio, que exercerá seu pontificado como Francisco, rompeu com 13 séculos de eurocentrismo, 35 anos depois do primeiro papa não italiano da era moderna, João Paulo II, a ocupar o Trono de Pedro.

O próprio Francisco, que não provém da Cúria romana, o governo central da Igreja, referiu-se a esse aspecto em sua primeira aparição no balcão da Basílica de São Pedro, dizendo com um inabitual senso de humor que os 115 cardeais que participaram do conclave haviam ido buscá-lo "quase no fim do mundo".

Esta "vitória do novo mundo" depois dos pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, "é uma mensagem de que o papado é realmente universal", explicou à AFP Marco Politi, vaticanista do jornal La Stampa.

Com 483 milhões dos 1,2 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo, a América Latina é o continente de mais forte presença de uma Igreja que perdeu influência nas sociedades ocidentais, cada vez mais individualistas e secularizadas.

Para o historiador católico Alberto Melloni, a chegada deste papa simples, austero e com experiência pastoral "permite ao Vaticano se libertar da obsessão em afirmar sua presença na sociedade europeia secularizada".

"Abre horizontes completamente diferentes", antepondo os valores católicos mais profundos e "pode ser uma força inspiradora para aqueles que perderam a fé", acrescentou em uma entrevista concedida à AFP.

A chegada do primeiro papa jesuíta, considerado ortodoxo não doutrinário e mais moderado no âmbito social, dá um sopro de ar fresco ao Vaticano, após os escândalos de pedofilia e abusos de poder que marcaram o último pontificado.

"Começamos este caminho juntos, bispos e povo", proclamou Francisco, que tem seu nome inspirado no santo dos pobres, São Francisco de Assis, anunciando assim desde a sua primeira aparição no balcão de São Pedro a sua intenção de iniciar uma nova era marcada por uma proximidade maior com os fiéis.

Francisco goza de grande prestígio entre os membros de sua diocese de Buenos Aires, que apreciam a sua disponibilidade e seus capacidade de se comunicar, assim como seu estilo de vida sem ostentação.

Para Politi, com sua simplicidade envia também "uma mensagem de esperança às massas deserdadas do Terceiro Mundo de que é um Papa que conhece de perto suas condições".

Inclusive os setores mais progressistas da Igreja receberam com otimismo o Papa eleito na véspera contra todas as previsões, enquanto os vaticanistas apostavam no italiano Angelo Scola e no brasileiro Odilo Scherer, considerado o candidato da Cúria.

O pontífice argentino "está consciente da crise da Igreja, da necessidade de uma reforma séria, a começar pela Cúria romana. Isso me deixa esperançoso", declarou Frei Betto, um dos expoentes da Teologia da Libertação, à qual Jorge Bergoglio sempre se opôs.

E o teólogo Hans Kung, que nas últimas semanas pediu que se aproveite a oportunidade de mudar oferecida pela renúncia de Bento XVI, considerou que o pontífice argentino "pode ajudar".

"Os problemas da Igreja, do celibato à crise de vocações, são problemas mundiais", declarou em uma entrevista concedida ao La Repubblica. "Esperamos que um papa extraeuropeu abra novas perspectivas".

O papa Francisco terá mais compromissos na Jornada Mundial da Juventude do que estava previsto para seu antecessor, o papa emérito Bento XVI. O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, levará ao Vaticano a proposta para que o argentino visite o Cristo Redentor e uma favela, a exemplo do que fez João Paulo II, que esteve no Morro do Vidigal, na zona sul, em 1980. Dom Orani tem uma pista de que seus convites serão aceitos: foi avisado de que o papa começará a ter aulas para aperfeiçoar o português.

"Evidentemente, com Bento XVI havia uma limitação por causa da idade, para não cansá-lo demais. Com o novo papa, poderemos ter outros compromissos que não estavam previstos. Um sonho que eu tinha era levar o papa ao Cristo Redentor e agora talvez possa se concretizar", afirmou dom Orani, em entrevista ao RJTV.

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A programação inicial previa a participação do papa na missa de acolhimento, em Copacabana, na quinta-feira, 25 de julho; na via sacra que será encenada também em Copacabana, no dia seguinte; na vigília, em Guaratiba, no sábado; e na missa de encerramento, no domingo, 28. O papa também receberá dois jovens de cada continente para um almoço, no Palácio São Joaquim, na Glória. Esses compromissos estão mantidos.

Dom Orani irá a Roma para acertar a agenda do papa. Possivelmente, o arcebispo vai propor que Francisco visite uma favela pacificada. "Começamos a conversar e a estudar e uma das hipóteses é essa, que ele visite uma área pacificada, por causa da questão da segurança", afirmou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Antonio Augusto Dias Duarte, vice-presidente do Comitê Organizador Local (COL).

Dom Antonio acredita que a inscrição de latino-americanos, principalmente argentinos, aumente com a escolha do papa Francisco, mas ainda não foi possível contabilizar se já houve crescimento no número de inscritos. Até agora, os argentinos representam o maior número de voluntários de outras nacionalidades - 695, entre 7.500 voluntários estrangeiros.

O COL terá reuniões com os ministérios da Defesa, Justiça e Secretaria Especial de Grandes Eventos para discutir como será a fiscalização nas fronteiras, por conta do possível aumento de peregrinos. "Tudo deve estar muito organizado, a questão dos aeroportos, estradas, zonas fronteiriças. Vamos expor essas dificuldades para esses órgãos", afirmou. O bispo auxiliar reforçou o apelo para que mais pessoas abram suas casas para receber peregrinos. Estão asseguradas até agora 250 mil vagas; a meta é chegar a um milhão.

"É um golpe muito forte, que emoção! Escutar essa multidão gritando: Viva o Papa!...Pobre homem!", disse nesta quinta-feira (14) María Elena Bergoglio, imaginando seu irmão mais velho, o novo pontífice, saudar na quarta-feira a multidão reunida na Praça São Pedro após sua eleição. Vestida de maneira sóbria, com um suéter verde escuro e seu cabelo grisalho preso, a mulher aceitou falar a dezenas de jornalistas que esperavam em frente a sua casa em Ituzaingó, um bairro de classe média da periferia oeste de Buenos Aires.

"Quando ouvi a notícia, chorei. Não consegui dizer nenhuma só palavra. Só tenho vontade de abraçá-lo", contou a senhora, "uma menina de 65 anos", 11 a menos do que o seu irmão. Esta diferença de idade faz com que "não possa falar de um irmão com quem brincava, mas sempre foi um parceiro muito presente além das distâncias", ressaltou. "Meus sentimentos não estão em ordem em minha mente, porque foi um baque muito forte, um fato histórico", repetiu.

María Elena afirmou que seu irmão "é muito hermético", mas que em sua primeira aparição pública, "a expressão de seu rosto mostrava plenitude". "Eu nunca pensei que seria Papa. Meu irmão cumpria as suas funções, com responsabilidades crescentes, mas eu nunca acreditei", confessou. Questionada sobre o tipo de papado que imagina, ela não soube responder, mas observou que "sabe qual é a sua inclinação: Trabalhar para os pobres, os mais marginalizados".

"Eu espero que tenha forças. Vamos orar para que o Espírito Santo o fortaleça", disse Maria Elena, que agradeceu "profundamente esse orgulho, mas esta é uma palavra muito vaidosa, que temos não só como uma família, mas como o povo argentino". O novo Papa é o mais velho de cinco filhos, três homens e duas mulheres, fora Maria Elena, os outros três, Alberto, Oscar e Regina Marta, já morreram.

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Os jornais de Roma, capital italiana, repercutiram positivamente a escolha do argentino Jorge Mario Bergoglio como novo papa. Francisco I, como decidiu ser chamado, iniciou o seu período a frente da Igreja Católica nesta quinta-feira (14). Ele foi eleito após dois dias de conclave no Vaticano.

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Durante este primeiro dia, Francisco primeiro realizou uma missa privada em Roma. Jorge Mario está hospedado na Casa Santa Marta, local que ficará até se mudar para o Palácio Apostólico.

O Papa Francisco é um verdadeiro portenho e, além de ouvir tango, gostava de dançar milonga com a namorada em sua juventude, segundo afirmou Jorge Mario Bergoglio em uma longa entrevista que deu aos jornalistas Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti, publicada no livro "O Jesuíta". "Gosto muito de tango. É algo que sai de dentro de mim", afirmou na ocasião.

Na entrevista, publicada em 2010, Bergoglio revelou um traço desconhecido de sua vida ao comentar seu gosto musical, e principalmente destacar a orquestra do argentino Juan D'Arienzo, conhecido como "El rey del compás", assim como Carlos Gardel, Julio Sosa e Astor Piazzola.

Como bom pastor, relacionou o mundo do tango com o religioso ao mencionar sua admiração pela cantora e atriz Ada Falcón, que abandonou as artes para virar freira. "Sabe dançar o tango?" - perguntou um dos entrevistadores. "Sim. Dançava quando jovem, apesar de preferir a milonga", respondeu, referindo-se a um gênero musical folclórico típico da Argentina e do Uruguai.

Os entrevistadores também se interessaram pela vida amorosa do então cardeal. "Teve namorada?"  "Sim. Fazíamos parte de um grupo de amigos com quem íamos dançar".

Segundo Bergoglio, o romance acabou quando ele descobriu sua vocação religiosa.

O papa Francisco deve de instalar rapidamente no apartamento pontifício no Vaticano, com poucas mudanças em relação à época de Bento XVI, anunciou nesta quinta-feira o Vaticano. Após a missa que vai presidir na Capela Sistina à tarde, o ex-cardeal Bergoglio deverá se mudar para o terceiro andar do Palácio Apostólico.

Os trabalhos de mudança podem começar desde já a fim de permitir que o Papa possa chegar o mais rápido possível a sua nova residência e deixar a suíte confortável da Casa Santa Marta. Serão trabalhos rápidos, assegurou o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, porque os apartamentos pontifícios estão em "bom estado". Eles já tinham sido reformados por Bento XVI no início de seu pontificado.

Será da janela de seu futuro gabinete que o novo pontífice, como todos os seus antecessores, recitará seu primeiro Angelus, a partir do meio-dia de domingo. Consultado sobre as normas de segurança em torno do Papa argentino, o porta-voz indicou que encarregará o serviço de segurança de "se adaptar ao estilo pastoral" do novo pontífice, como sempre ocorre.

O novo sumo pontífice, acrescentou o padre jesuíta, fala, além de sua língua maternal, espanhol, quatro outras línguas: francês, inglês, italiano e alemão.

Ele acrescentou que sabe ler e entender o português, dada a proximidade geográfica de seu país com o Brasil, e ressaltou que isso será necessário para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em julho no Rio.

O padre Lombardi declarou também que "não será surpresa de houver apenas manutenções de postos" na Cúria nos próximos dias. Essas manutenções, para alguns, devem ter curta duração, pelo tempo que o pontífice levará para pensar em seus novos colaboradores.

Ao final do pontificado de Bento XVI, em 28 de fevereiro, os chefes de dicastérios (ministérios) pararam de exercer suas funções, com seus serviços sendo administrados por seus secretários e, para o Secretariado de Estado, pelo substituto Giovanni Angelo Becciu.

O dalai-lama parabenizou nesta quinta-feira o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio por ter sido eleito papa no conclave encerrado ontem e elogiou a decisão dele de ser o primeiro pontífice a adotar o nome Francisco.

"Eu ofereço a você meus cumprimentos e meu sentimento de alegria por você ter sido eleito papa", disse o Nobel da Paz.

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"Embora eu não seja muito familiar aos santos católicos, eu tenho conhecimento sobre São Francisco, já visitei a cidade de Assis e participei de encontros ecumênicos por lá", completou.

A decisão de Bergoglio de tornar-se o primeiro papa a ser chamado de Francisco baseia-se no legado de São Francisco de Assis, fundador da ordem franciscana no século 13 e símbolo do ascetismo.

O líder budista tibetano, que fugiu para Índia depois de uma fracassada revolta no Tibete em 1959, expressou seu "sentimento de alegria" em carta enviada ao primeiro papa das Américas. Muitas potências ocidentais veem o dalai-lama, de 77 anos, como um líder espiritual dos tibetanos, assim com a Índia, mas a China o vê como um separatista perigoso. As informações são da Dow Jones.

A eleição do novo Papa Francisco quarta-feira à noite desencadeou uma avalanche de tweets "sobre o papado" no Twitter, que identificou "mais de sete milhões" de citações a uma taxa de "130.000 por minuto", anunciou nesta quinta-feira a rede social. "Durante todo o dia, mais de sete milhões de tweets sobre o papado foram identificados. Após o anúncio do (nome do) novo Papa pelo cardeal Jean-Louis Tauran, foram mais de 130 mil tweets por minuto", pode ser lido no blog (blog.twitter.com) da rede.

Na sequência, a conta oficial papal, @pontifex, fechada desde a renúncia de Bento XVI, foi reaberta. "Habemus Papam Franciscum", anunciou sobriamente em latim, literalmente, "Nós temos um papa, Francisco". Na tarde desta quinta-feira (14), o seu primeiro tweet foi retweetado mais de 80.000 vezes.

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Jorge Bergoglio, o papa Francisco, é lembrado como um menino travesso que corria incansável pelas escadas do centenário colégio da Misericórdia no bairro de Flores de Buenos Aires, onde começou a frequentar a escola e fez sua primeira comunhão, relata à AFP a irmã Martha Rabino, a cargo da instituição. "Era um diabo, um diabinho, muito travesso, como toda criança, que sabíamos que ia ser o Papa!", afirma entre risos e surpresa a irmã Martha, de 71 anos, que chorou emocionada quando ouviu que o novo padre da Igreja Católica era este homem "que compartilha com frequência o chá com leite com as irmãs do colégio". "Os santos são assim", afirma.

A religiosa surpreendeu na entrevista ao apontar que "foi catequista da presidente Cristina Kirchner como freira no Colégio da Misericórdia da cidade de La Plata (62 km ao sul), onde a presidente cursou sua escola primária e secundária". "Os dois têm uma personalidade muito forte e muito firme em suas convicções, mas fiquei muito contente quando li a carta enviada por Cristina. Ela anunciou que vai viajar para a coroação do Papa e certamente beijará seu anel, então terá que reconsiderar", disse sobre a fria relação entre Bergoglio e Cristina Kirchner.

Nesta paróquia do colégio da Misericórdia, a apenas duas quadras de sua casa natal, toda a família Bergoglio assistia à missa todos os domingos, e foi ali onde aos 9 anos Jorge fez sua primeira comunhão e onde muitos anos depois, já como sacerdote, celebrava uma missa em cada acontecimento importante da congregação, com a qual mantém um contato permanente. "Era uma família que vinha todos os domingos à missa. A mãe era muito cristã e piedosa, ele herdou muito dela", opina Martha.

Mas nessa casa religiosa viveram outras mulheres que marcaram sua infância e sua espiritualidade, como a irmã Rosa, sua primeira professora com quem teve contato até a morte desta, em 2012, aos 101 aos, e a irmã Dolores, que o ensinava o catecismo e por quem chorou em uma noite de oração contínua quando faleceu, há dois anos.

"Ele gostava de perguntar à irmã Rosa como era quando criança e a irmã, que era velhinha, mas muito lúcida, respondia 'você era um diabo, melhorou um pouco?', e ele caía na gargalhada", relata Martha.

Segundo a religiosa, a irmã Dolores Tortolo "foi outra das freiras que ele amou profundamente".

"Foi sua catequista quando ele tinha 8 anos, e ele nunca a esqueceu, a visitou até sua morte e, quando faleceu, passou a noite inteira em oração, negou-se a comer. Ele agradecia continuamente por esta catequese ensinada por Dolores", afirmou.

Bergoglio também é lembrado dando saltos nas escadas enquanto memorizava em voz alta a tabuada, histórias de sua infância que ele gostava de ouvir.

"A irmã Rosa contava a ele que se lembrava de quando ele aprendeu a tabuada na escada e então ia pulando os degraus de dois em dois e repetindo: dois, quatro seis, você era incansável'", afirma Martha, que ainda fala do "cardeal" e se corrige para dizer "o Papa".

Bergoglio mantém laços afetivos inquebráveis com Flores, seu bairro natal, onde viveu por toda a sua infância e onde teve a revelação de sua vocação religiosa na Basílica de São José de Flores, na qual celebrava uma missa a cada início de Semana Santa.

"Quando apresentou sua renúncia como cardeal ao completar 75 anos, Bento XVI não a aceitou, foi um visionário ao não aceitá-la. Bergoglio pensava em vir a Flores, me disse 'passarei meus últimos dias aqui'; mas Bento não deixou, possivelmente foi uma inspiração do Espírito Santo", afirma.

Na hora de defini-lo, Martha descreve Bergoglio como "um homem discreto, sereno, de grande espiritualidade, muito firme, mas acessível e simples, que sempre chegava no ônibus 132 e se negava a pegar um táxi", mesmo que estivesse doente.

O novo papa, o ex-cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, se chamará simplesmente "papa Francisco" e não Francisco I, informou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, na noite de quarta-feira. Primeiro papa latino-americano e jesuíta, o ex-arcebispo de Buenos Aires é também o primeiro papa a escolher o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.

O porta-voz do Vaticano, o também jesuíta padre Lombardi, ficou muito satisfeito nesta quarta-feira à noite com a escolha do nome de Francisco por se tratar de "uma grande testemunha do Evangelho". "Ele não escolheu o nome de Ignácio (como Ignácio de Loyola, fundador da ordem dos jesuítas), ele quer dizer com isso que nós estamos a serviço da igreja", completou Lombardi.

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É a primeira vez que um papa escolhe um nome inédito desde João Paulo I em 1978 (que havia escolhido esse nome em homenagem aos seus dois antecessores, João XXIII e Paulo VI).

Contudo, não é preciso acrescentar o número ordinal "primeiro". Ele será eventualmente chamado de Francisco I se um de seus sucessores decidir homenageá-lo escolhendo o mesmo nome.

A Catedral de Buenos Aires ficou cheia de paroquianos argentinos, entre surpresos e esperançosos, para celebrar a nomeação de Jorge Bergoglio, seu cardeal, como Papa Francisco I, nesta quarta-feira. "Estou muito contente, muito surpreso porque não esperava. Inclusive no momento que assistimos pela televisão a fumaça branca, pensamos no candidato brasileiro ou no italiano. Íamos com minha amiga ao cinema e, quando soubemos, viemos imediatamente para a Catedral para estar com os nossos", disse à AFP Mariano Solís, 33 anos, que chegou ao templo neoclássico em frente à histórica Praça de Maio.

Logo após sua chegada, Solís foi um dos muitos que participaram da reza de um rosário "em ação de graças por nosso papa Francisco I que há alguns instantes era nosso cardeal Bergoglio", comentou durante a comemoração dos fiéis que se abraçavam e choravam de emoção.

O anúncio feito em Roma foi recebido com uma prolongada ovação por cerca de 200 fiéis que estavam em uma missa na Catedral, enquanto centenas de pessoas e veículos de televisão começaram a se aproximar da igreja onde o novo pontífice costuma rezar missa como Primaz da Argentina.

A surpresa atingiu a própria Igreja Católica da Argentina, admitiu o responsável de imprensa do Arcebispado, Federico Wals.

"Bergoglio viajou tranquilo (ao Vaticano para participar do conclave de cardeais), com passagem de volta para meados da próxima semana", contou Wals na Catedral.

Wals admitiu que a nomeação não era esperada, a ponto de em Buenos Aires haver cartazes espalhados anunciando sua presença nas missas da Semana Santa, relembrou.

"Estou surpreso, não pensava que escolheriam Bergoglio, é o primeiro Papa latino-americano e isto será sumamente positivo para a região" disse à AFP Gastón Hall, um publicitário de 37 anos, que se definiu como católico praticante, ao entrar na igreja localizada em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.

Já Ana María Pérez Bodria, de 60 anos, primeira vice-presidente da Ação Católica afirmou, embora tivesse esperanças, recebeu a notícia com grande alegria.

"O cardeal é um missionário evangelizador e das ruas", considerou ela.

Claudio Bonani, um empresário brasileiro de 42 anos que também se aproximou da Catedral após o anúncio da eleição do primeiro papa não europeu em 1.272 anos, disse que não conhecia Bergoglio, mas confia que fará "um grande papado".

"É simples e tem grande compaixão com os mais necessitados", comentou o monsenhor Eduardo García, bispo auxiliar de Buenos Aires ao destacar que a escolha do novo papa era uma possibilidade".

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Nesta quarta-feira (13) foi definido o nome do novo Papa. Jorge Mario Bergoglio é argentino e tem 76 anos. Ele atuou com destaque como arcebispo de Buenos Aires e é o primeiro latino-americano a assumir o cargo máximo da Igreja Católica.

Logo após o anúncio, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, conversou com a imprensa sobre a escolha de Jorge Mario Bergoglio. Para Saburido, o papado do argentino será de transição.

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O legado do novo papa Jorge Bergoglio como cardeal inclui seus esforços para reparar a reputação de uma igreja que perdeu muitos seguidores por não desafiar abertamente a ditadura argentina entre 1976 e 1983. Na época, seu próprio histórico como líder da Companhia de Jesus na Argentina também foi manchado. Muitos argentinos ainda se ressentem da falha reconhecida pela Igreja Católica, que não enfrentou um regime ditatorial que estava sequestrando e matando milhares de pessoas com a justificativa de procurar eliminar os "elementos subversivos" da sociedade. Essa é uma das razões pela qual mais de dois terços dos argentinos dizem ser católicos, mas menos de 10% assistem regularmente à missa.

Sob a liderança de Bergoglio, os bispos argentinos fizeram um pedido de desculpas coletivo em outubro de 2012 para as falhas da Igreja em proteger seu rebanho. Mas a declaração culpou a violência da época em medida quase igual tanto para a junta militar quanto para seus inimigos. "Bergoglio tem sido muito criticado por causa das violações dos direitos humanos durante a ditadura, mas ele também sempre criticou as guerrilhas de esquerda, ele não se esqueceu desse lado", disse Sergio Rubin, seu biógrafo oficial. O próprio papel de Bergoglio na chamada Guerra Suja tem sido objeto de controvérsia.

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Pelo menos dois processos judiciais envolvem diretamente Bergoglio. Um deles examinou a tortura de dois sacerdotes jesuítas que foram sequestrados em 1976 das favelas onde defendiam a Teologia da Libertação. Um deles acusou Bergoglio de entregá-lo à junta militar.

Os dois padres foram libertados depois de Bergoglio, nos bastidores, promover uma ação extraordinária para salvá-los. Essa ação incluiu persuadir a família do ditador Jorge Videla e rezar missa aos doentes na casa do líder da junta militar, onde privadamente ele apelou por misericórdia. Sua intervenção provavelmente salvou as vidas dos sacerdotes, mas Bergoglio nunca compartilhou os detalhes dessa história até que Rubin o entrevistou, em 2010, para uma biografia.

Rubin disse que não enfrentar os ditadores foi simplesmente uma atitude pragmática em um momento no qual muitas pessoas estavam sendo mortas. Ele atribuiu a Bergoglio, mais tarde, a relutância em partilhar o seu lado da história como um reflexo de sua humildade.

Bergoglio também foi acusado de virar as costas para uma família que perdeu cinco parentes para o Estado de Terror, incluindo uma jovem grávida de cinco meses, antes que ela fosse sequestrada e eventualmente morta em 1977. O filho dessa mulher, que sobreviveu, foi dado a uma "importante" família.

Apesar das evidências escritas, indicando que ele soube que a criança havia sido dada, Bergoglio testemunhou em 2010 que não sabia sobre quaisquer bebês roubados até bem depois do fim da ditadura. As informações são da Associated Press.

Ao eleger o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio para liderar a Igreja, os cardeais fizeram uma escolha histórica: ele será o primeiro Papa latino-americano, continente mais católico do mundo, e que não sentia sua importância reconhecida. Quando apareceu diante de seus milhares de súditos, o novo papa, que escolheu o nome de Francisco para homenagear São Francisco de Assis, optou pela simplicidade. Ele pediu aos dezenas de milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro e aos outros milhões que assistiam pela televisão para que "rezassem por ele", e em seguida declarou a benção urbi et orbi.

Concorrente de Joseph Ratzinger no conclave de 2005, esse jesuíta de 76 anos não estava entre os favoritos dos apostadores por causa de sua idade já avançada. Ele é visto como um moderado, reformador no plano social, pragmático e caloroso.

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O colégio de 115 cardeais eleitores decidiu não acabar com a sequência de papas não-italianos, após 35 anos de pontificado polonês e depois alemão. Pela segunda vez consecutiva os cardiais escolherão um papa mais idoso. Joseph Ratzinger, a quem Francisco I homenageou, havia sido eleito aos 78 anos.

Esta eleição, porém, foi realizada num contexto totalmente novo: a renúncia de um papa há menos de um mês e pela primeira vez em 700 anos. Em outras palavras, Ratzinger abriu um precedente ao declarar que um papa pode abandonar o cargo de chefe da Igreja Católica por motivos de cansaço.

Para o vaticanista Bruno Bartoloni, o cardeal Bergoglio, que era favorito frente a Ratzinger no conclave de 2005, "é um homem concreto, pragmático, eficaz, que poderá fazer algo sólido, inclusive reformar a Cúria romana".

"No plano social, ele é provavelmente muito aberto, e sem dúvida conservador no que diz respeito às questões morais, como todos os cardeais escolhidos por João Paulo II e Bento XVI", continuou Bartoloni.

"Os cardeais escolheram o caminho mais seguro, não quiseram se lançar em uma aventura", opinou o vaticanista, explicando que, como no caso de Joseph Ratzinger em 2005, o cardeal Bergoglio era velho conhecido de todos no colégio sagrado.

O argentino assume as rédeas da Igreja num momento de turbulência em que a instituição está dividida, sofrendo na América Latina com a concorrência dos grupos pentecostais, além dos escândalos sexuais de pedofilia envolvendo padres.

A igreja também encontra dificuldade em transmitir sua mensagem no mundo moderno, e não é à toa que a "nova evangelização" foi citada pelo novo papa na sua primeira declaração pública.

"A igreja precisa se libertar dos obstáculos, das sujeiras, das gestões ruins, que ferem o objetivo principal que é de encontrar Deus", explicou à AFP o vaticanista do jornal l'Espresso, Sandro Magister.

"A Cúria confusa, desordenada, precisa ficar mais leve para trabalhar exclusivamente a serviço do papa, ao invés de dificultar sua comunicação com os bispos", disse o vaticanista.

Para Andrea Tornielli, vaticanista do jornal La Stampa, a linguagem precisa ser renovada e ser menos doutrinária. Um papa precisa "proclamar o Evangelho de maneira positiva, para que as pessoas se sintam amadas, e não julgadas".

Uma prioridade concreta e fundamental é a busca por soluções práticas para que o Evangelho possa ser divulgado sem a presença de padres e com reformas que permitam atrair os jovens à vocação religiosa no ocidente.

Outras reformas são pedidas, como o casamento de padres, mas é incerto que o novo papa esteja pronto para tamanho passo.

Se reformas não forem adotadas, a contestação, que já é forte em países como a Áustria, corre risco de se estender rapidamente, inclusive na América Latina.

O Papa argentino, Francisco I, primeiro pontífice latino-americano da história da Igreja Católica, iniciou seu pontificado nesta quarta-feira com um gesto inédito: pedindo a benção do mundo. "Começamos este caminho, bispos e povo, um caminho da Igreja de Roma, que é a que preside na caridade toda a Igreja. Oremos sempre uns pelos outros e todos pelo mundo para que haja uma grande fraternidade. Que este caminho da Igreja que hoje começamos e no qual me ajudará meu cardeal vigário, aqui presente, seja proveitoso para a evangelização".

"Peço a todos um favor. Em lugar deste bispo abençoar o povo, quero que a oração do povo peça a benção para seu bispo", disse Francisco I. "Rezem por mim e nos veremos em breve. Amanhã pedirei a proteção da Virgem para Roma. Boa noite para todos e que descansem", concluiu Jorge Mario Bergoglio.

Antes, o Papa havia pedido uma benção para seu antecessor, Bento XVI, que renunciou em fevereiro, algo que não ocorria há sete séculos. "Quero antes de tudo pedir uma oração para nosso Papa emérito Bento XVI. Oremos para que o Senhor o abençoe e a Virgem Maria o proteja".

A família de dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, um dos favoritos a ocupar o trono de Pedro, além de sacerdotes e fiéis da cidade paranaense de Toledo, onde ele nasceu, encontraram consolo na escolha de um Papa latino-americano, o argentino Jorge Mario Bergoglio, como novo chefe da Igreja Católica. "Surpreendente, não? Mas a boa notícia é que é latino-americano", declarou, assim que se refez do susto, o professor Flavio Scherer, irmão do arcebispo de 63 anos, um dos mais fortes candidatos ao pontificado.

"É uma coisa extraordinária, não há lugar para a decepção. A vitalidade da Igreja da América Latina foi considerada", disse Flavio em casa, momentos após o anúncio.

Toledo, um município agrícola de 120 mil habitantes, foi um dos que mais se surpreendeu com a decisão do conclave, em Roma.

Tudo estava pronto na cidade para a escolha de dom Odilo Scherer, cardeal à frente da maior diocese do Brasil, com 6 milhões de fiéis.

A eleição do papa Francisco I "é uma mensagem forte. Primeiro, é jesuíta, que por tradição não aceitam o serviço de cardeal, e além disso se manifestou como Francisco, o que evoca uma Igreja samaritana que vai ao encontro dos pobres", disse à imprensa Helio Bamberg, pároco de Toledo.

Primo de Odilo Scherer, o sacerdote Inácio Scherer, foi outro sacerdote da cidade a destacar a decisão de Bergoglio, de 76 anos, de adotar o nome de Francisco I.

"Ao se chamar desta forma, senti uma grande espiritualidade e as intenções do novo Papa de agir a favor dos pobres", afirmou durante entrevista coletiva em Toledo, ao lado de parentes do cardeal Scherer.

"Que seja argentino, latino-americano, já é uma grande coisa. Tenho certeza que as próximas décadas serão de mudanças, porque a escolha desse nome projeta um aspecto muito missionário", declarou.

Os fiéis de Toledo, no entanto, não ocultavam a decepção com o fato de o novo Papa não ser brasileiro.

"Só resta esperar que faça bem as coisas", afirmou um deles, que se identificou apenas como Laércio.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, reuniu-se nesta quarta-feira com representantes do Comando Militar do Leste e da 1ª Divisão de Exército na Escola Superior de Guerra, na Urca, zona sul do Rio, para discutir a atuação das Forças Armadas durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho, quando o papa virá ao Brasil. "Cerca de 8.500 pessoas ligadas às Forças Armadas estarão trabalhando no evento, e vão se somar às 4.000 ou 5.000 dos demais órgãos, como Polícia Federal, polícias do Estado e bombeiros", afirmou Amorim.

Para o ministro, o fato de o novo papa ter nascido em um país vizinho vai aumentar o número de visitantes para o evento (hoje estimado em 2,5 milhões de pessoas, segundo Amorim), mas isso não vai mudar significativamente o plano de segurança. "É previsível que o número de visitantes aumente, incluindo não só argentinos, mas outros sul-americanos que talvez não viessem se o papa tivesse outra nacionalidade. Mas nosso planejamento já cobre tudo que seria necessário", afirmou. O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio foi eleito o 266º papa da história da Igreja Católica no conclave encerrado nesta quarta-feira no Vaticano.

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A principal responsabilidade das Forças Armadas será durante os eventos em Guaratiba, na zona oeste (antes o papa estará em Copacabana, na zona sul). "Ali as Forças Armadas não apenas estarão presentes como vão coordenar as demais forças de segurança. Será uma responsabilidade primária, como na Rio+20", afirmou Amorim. Ele estima que a vigília e a missa promovidas em Guaratiba vão reunir 1,5 milhão de fiéis.

A escolha do argentino Jorge Mario Bergoglio como o primeiro papa jesuíta rompe com tabus históricos da Igreja, na opinião do padre José Oscar Beozzo, estudioso da história da Igreja Católica na América Latina. "Os superiores jesuítas sempre foram chamados de `Papa Negro', para contrapor ao `Papa Branco'. É uma ordem religiosa com profunda influência na Igreja, mas sempre houve um temor de ter um jesuíta, de ser ao mesmo tempo um `papa branco' e `papa negro'. Isso rompeu com uma tradição histórica, para o bem da Igreja".

Padre Beozzo disse ser muito significativa a escolha do nome Francisco I. "Tivemos um jesuíta que escolheu não o nome de Inácio, mas de Francisco. Acho que isso é muito significativo porque São Francisco é o santo mais querido dentro e fora da Igreja Católica". Beozzo acredita que a escolha também remete à postura que o novo papa deve adotar com relação aos muçulmanos. "Francisco esteve no coração de um conflito que hoje se repete, que é o conflito do que fazer frente ao Islamismo. Na época de Francisco, o Papa convocou a guerra contra o mundo islâmico, e Francisco tomou um barco e foi ver o sultão do Egito para falar de paz, de amizade. Até hoje os muçulmanos respeitam Francisco e os franciscanos. Acho que nesse momento isso é um recado muito importante".

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Para Beozzo, a escolha toca um tema fundamental na trajetória da igreja latino-americana, que é a opção pelos pobres. "Ele é visto como um irmão universal, também irmão dos pobres." São Francisco é também conhecido por seu amor à natureza, e Beozzo afirma que a escolha é também um compromisso com a preservação ambiental. O novo papa é visto como um homem simples, que cozinha a própria comida, anda de metrô e ônibus em Buenos Aires. "É uma pessoa que escolheu o nome de Francisco não por fantasia, mas acho que por uma opção de vida".

As monjas concepcionistas franciscanas da Ordem da Imaculada Conceição, que vivem em regime de clausura, no mosteiro de Santa Clara, em Sorocaba (SP), interromperam um retiro de quatro dias para saudar a escolha do Papa Francisco I, na tarde desta quarta-feira. Desde domingo, as 12 freiras estavam recolhidas em oração pelos destinos da Igreja Católica. De acordo com a irmã Maria Ângela de Jesus Hóstia, conselheira do mosteiro, assim que a chaminé do Vaticano expeliu a fumaça branca, o telefone reservado das monjas tocou. "Era a senha de que o novo papa tinha sido escolhido. A madre superiora permitiu que fizéssemos uma pausa no retiro para ligar a televisão", contou a monja.

Mesmo enclausuradas, com o mínimo de contato com o mundo exterior - elas só deixam o mosteiro para tratamento médico - as freiras podem ver canais religiosos na TV e se mantêm informadas sobre as questões da igreja. Desde domingo elas estavam em reclusão para orações, mas acompanhavam o dia a dia do Vaticano. No momento que o papa foi escolhido, a capela ficou vazia. As irmãs correram à frente da TV, que fica no espaço destinado à recreação das internas.

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Embora a torcida entre as freiras fosse por um papa brasileiro, a escolha do cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio foi recebida com alegria. "Ficamos alegres, porque é nosso vizinho e será um papa muito bom", disse a irmã. "Foi o escolhido de Deus." De acordo com as freiras, o retiro seria retomado no início da noite e vai prosseguir até domingo. "Vamos orar para que Deus ilumine o Papa Francisco 1º, para que conduza a Igreja sempre no melhor caminho", disse.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, saudou nesta quarta-feira a designação de Jorge Bergoglio como Papa Francisco I, e lhe desejou um "trabalho pastoral frutífero", ressaltou, em uma carta divulgada pelo governo.

"É nosso desejo que tenha, ao assumir a condução e guia da Igreja, um frutífero trabalho pastoral desempenhando tão grandes responsabilidades em prol da justiça, da igualdade, da fraternidade e da paz da Humanidade", indicou a breve carta de Kirchner, de religião católica, mas mantém uma fria relação com o cardeal primado de Argentina.

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