Tópicos | Conjunto Beira-mar

O Documenta UFPE deste mês entrevistou professores da Universidade, que são especialistas nas áreas de construção e na temática da habitação e moradia, para falarem sobre os prédios tipo caixão que, ultimamente, vêm sendo noticiados com frequência devido aos inúmeros problemas em suas estruturas.

Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados dois desabamentos de prédios-caixão na Região Metropolitana do Recife. O primeiro acidente ocorreu no dia 27 de abril no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, onde 6 moradores morreram nos escombros. Já o segundo, aconteceu em um dos blocos do Conjunto Beira-Mar, em Paulista, no dia 7 de julho. Ao todo, 14 pessoas morreram no desabamento.

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Através de seu site, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirmou que "eventos como este revelam um problema social duradouro" pois o relaxamento das normas de construção é um "descaso do poder público com a questão da habitação". Além disso, pontuou que a falta de políticas públicas afeta a "população que passa a buscar moradias inadequadas nos morros, em áreas alagadas e em ocupações de prédios condenados".

Para falar do assunto foram convidadas as professoras Iana Bernardino e Danielle Rocha, ambas do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE; e Romilde Almeida e José Inácio de Souza Leão, docentes do Departamento de Engenharia Civil da Universidade. Veja o vídeo:

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Na manhã desta sexta-feira (14), familiares, amigos e vizinhos das vítimas do desabamento de um dos prédios do conjunto Beira-Mar, no Janga, em Paulista, prestaram homenagens em frente ao local do incidente. Em seguida, uma missa de sétimo dia foi realizada próximo ao condomínio.

O desabamento de parte da estrutura, na última sexta (7), deixou 14 mortos e causou a interdição de 18 prédios do conjunto. A maioria dos imóveis já estava interditada pela Defesa Civil pelo alto risco, mas as unidades voltaram a ser ocupadas sem uma política de moradia para a retirada das famílias do local.

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Nesta manhã, dezenas de pessoas participaram das homenagens em uma roda de oração em frente ao bloco destruído. Uma cruz e um cartaz com a foto das vítimas foram fixados na entrada do conjunto. Em seguida, uma missa de sétimo dia foi ministrada pelo arcebispo emérito dom Fernando Saburido na capela de São Francisco.

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O Corpo de Bombeiros encontrou, na noite desta sexta-feira (7), o corpo de um adolescente de 16 anos e de duas crianças, sendo uma menina de 5 anos e um menino de 8, nos escombros do desabamento de parte de um prédio do Conjunto Beira-Mar, no bairro do Janga, município de Paulista, ocorrido ainda pela manhã. 

No momento, o número de vítimas fatais ultrapassa ao do desabamento de um edifício no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, ocorrido em abril desse ano. 

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Leia mais: Vídeo mostra momento em que prédio desaba em Paulista 

Vistorias da Defesa Civil 

Em coletiva no local do acidente, a secretária executiva de Defesa Civil do município de Paulista, Cíntia Silva, informou que as vistorias em prédios caixão (construção de baixa estatura, e com pouca estrutura de sustentação), vêm sendo realizadas desde maio desse ano. No entanto, os blocos do Conjunto Beira-Mar não haviam sido avaliados pelo órgão, já que ele havia sido condenado ainda em 2010. 

“A estrutura física completamente decadente, um prédio com mais de 30 anos de construído e sem nenhum tipo de reparo. Foi feito uma interdição em 2010, depois uma atualização em 2018, as famílias saíram, foram atendidas pela seguradora, só que às vezes a gente chegava nos prédios, a vigilância não tinha autorização para a gente entrar, então tinha toda uma burocracia para a gente poder fazer a vistoria”, informou a secretária. 

Silva afirmou que, na última quinta-feira (6), a seguradora responsável pelo prédio, a SulAmérica, havia realizado uma vistoria no imóvel. Ela declarou ainda que, com a condenação da estrutura de todo o prédio, ele deverá ser completamente demolido, após o resgate de todas as vítimas. “Enquanto a gente encontrar todas as vítimas, se amanhã a gente tiver condições, a gente faz uma vistoria geral pra analisar, mas possivelmente ele tá todo com a estrutura comprometida”, informou. 

A secretária também disse que a prefeitura se mobilizou para dar assistência aos sobreviventes. “A gente está com uma equipe de assistentes sociais e psicólogos, a gente atendeu o pessoal na igreja, aqui na outra rua, para fazer o cadastro e a triagem. Existem duas escolas que têm estrutura pra receber as famílias, mas a maioria das famílias está desalojada. Isso quer dizer, estão em casas de parentes”, declarou. A prefeitura da cidade disponibiliza os espaços das Escolas Paulo Freire e Edson Gomes. 

 

O desmoronamento de um prédio do Conjunto Beira-Mar, no bairro do Janga, em Paulista, na manhã desta sexta-feira (7), deixa mais duas vítimas fatais. O jovem de 18 anos que passou por um procedimento de reanimação cardiopulmonar, não resistiu e morreu quando já estava sendo atendido no Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista. Por meio de nota, o hospital informou que não houve sucesso no salvamento, configurando o quarto óbito do desastre no condomínio. 

A segunda morte confirmada foi de um adolescente de 15 anos, identificado pelo nome de Matheus. Ele estava em companhia de sua namorada, também de 15 anos, que foi retirada com vida dos escombros. 

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Adolescente resgatada 

A quarta vítima retirada com vida pelo Corpo dos Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) é uma adolescente identificada pelo nome de Evelyn, de 15 anos, que estava em companhia do namorado. Ela informou aos socorristas que estava em contato físico com Matheus quando estava presa, mas ele não respondia aos chamados dos bombeiros. 

O resgate da adolescente entra na lista como o quarto resgate com vida das vítimas do desabamento. Ela foi encaminhada para o HMA, para tratar o tornozelo fraturado, mas não corre riscos. 

No início da noite desta sexta (7), a paciente de 65 anos, que havia sido encaminhada para o HMA, foi transferida para o Real Hospital Português. 

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Prédio que desabou estava interditado, confirma prefeitura   

Beira-Mar: Seguradora negou indenização, diz advogada 

Trabalho do resgate 

Segundo o coronel Robson Roberto, a jovem Evelyn foi localizada por meio dos cães farejadores no local.  “As localizações num cenário como esse, a gente utiliza os cães, eles indicam a gente, e a gente começa uma busca naquele local dentro dos procedimentos de emergência para esse tipo de ocorrência. A gente tenta uma comunicação, ela [a vítima] foi responsiva nessa comunicação, e a partir daí a gente conseguiu avançar e progredir a ponto de resgatá-la”, explicou o coronel, em coletiva. 

O coronel ainda informou que um grupo do resgate atua em outra frente para resgatar mais uma vítima que já foi localizada, também por cães farejadores. Para o Corpo de Bombeiros, o trabalho não para até todos serem resgatados. “Nós trabalhamos com a hipótese de todos estarem com vida”, comentou. 

 

O prédio que desabou nesta sexta-feira (7) no Conjunto Beira-Mar, no Janga, bairro de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), estava interditado pela Defesa Civil. Segundo a advogada Janielly Nunes, representante legal dos proprietários dos apartamentos atingidos, o processo judicial que pede indenização pelos imóveis condenados existe desde 2009. 

A jurista afirma que o edifício foi interditado pela Defesa Civil, devido a problemas estruturais, como a exposição de vigas do imóvel, caso que gera risco de desabamento. “As ações foram ajuizadas, requerendo indenização pra recuperar os imóveis que têm vistas de construção, essas pessoas ainda não receberam, esses processos têm perícia feita, já dizendo que de fato existiam os vistos que agora foram constatados, inclusive com ameaça total de desmoronamento, agora também constatado, e a gente está pedindo nessa ação que eles recebam indenização pra resolver o problema da casa própria e resolver a vida definitivamente”, ela conta. 

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Equipes seguem nas buscas pelas vítimas. Foto: Luan Amaral/LeiaJá Imagens

Nunes explica que o pedido de indenização foi feito à seguradora do prédio, que é a SulAmérica. No entanto, a cobertura foi negada pela empresa ainda em 2009. “Existe inclusive uma negativa de cobertura juntada aos autos. O pedido de indenização é desde 2009, e a ação continua tramitando. Esse processo ainda não tem sentença, a gente tá aguardando o julgamento”, ela comenta. Será adicionado ao processo o fato do desmoronamento parcial do prédio, e a advogada acredita que a resposta pode mudar. 

Após a desocupação total do prédio, os moradores deveriam receber um auxílio de custo para pagar aluguel em outro local. O processo pedia ainda a disponibilidade de guarda e vigilância, por parte da seguradora, para impedir a ocupação indevida e a depredação do patrimônio privado. “Em outros momentos a gente soube que o vigilante teria saído, foi informado nos autos e pedido novamente”, explicou Janielly.

Os proprietários aguardam reavaliação do processo para que as indenizações sejam realizadas. 

 

Subiu para três o número de vítimas fatais do desabamento, nesta sexta-feira (7), de parte do bloco D7 do Conjunto Beira-Mar, no bairro do Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Segundo o coronel Robson Roberto, da equipe de resgate do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE), foram encontradas as seguintes vítimas fatais: um homem de aproximadamente 45 anos, uma adolescente de 12 e uma mulher de 43 anos

Além das vítimas resgatadas com vida e já encaminhadas para centros médicos da RMR (veja lista completa abaixo), uma pessoa de 18 anos foi encontrada em estado grave, passou por um procedimento de reanimação cardiopulmonar, e foi levada para o Hospital Miguel Arraes. 

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Equipes retiram uma vítima do local. Foto: Luan Amaral/LeiaJá Imagens

O coronel Roberto afirma que foram contabilizadas dez vítimas nos escombros, que devem ser retiradas no decorrer da operação. Dessas, uma garota de 15 anos foi localizada, “está em contato com a gente responsiva em procedimento de oxigenoterapia respondendo a todos os estímulos da corporação”, confirmou o coronel. Confira as últimas informações sobre os resgates abaixo.  

Total de Vítimas: 20 

Desaparecidos:  10 

▪︎ Sexo Masculino: 02 

▪︎ Sexo Feminino: 02 

▪︎ Crianças /adolescentes: 06 

Resgatados com Vida: 03 

▪︎ Sexo feminino - 65 anos - Socorrida pelo CBMPE para o Hospital Miguel Arraes; 

▪︎ Sexo feminino - 15 anos - Socorrida pelo Samu para o HR; 

▪︎ Sexo masculino - 18 anos - Socorrido para o HMA 

ÓBITOS: 03 

 ▪︎ Sexo masculino - 45 anos  

▪︎ Sexo Masculino - 12 anos 

▪︎ Sexo Feminino -  43 anos 

 Localizados com vida fora da Edificação: 04 

▪︎ Sexo masculino - 22 anos 

▪︎ Sexo masculino - 17 anos 

▪︎ Sexo masculino - 16 anos 

▪︎ Sexo masculino - 21 anos 

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