Tópicos | Copa do Mundo Rússia-2018

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira que conta com a colaboração da Fifa para assegurar que a Copa do Mundo de 2018 deixe um legado importante para os russos. O principal líder do país que abrigou o último Mundial se manifestou sobre o assunto durante um encontro com o presidente da entidade máxima do futebol, Gianni Infantino, em Moscou.

"Temos pela frente uma tarefa diferente, de tirar proveito de tudo o que foi feito para o Mundial, e usá-lo de maneira útil. E neste aspecto contamos com o seu apoio", disse Putin ao dirigente na reunião na capital russa.

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Um dos legados que a Copa trouxe para a Rússia no âmbito esportivo é o de que vários clubes do país passaram a registrar uma maior presença de público em seus jogos na temporada seguinte à maior competição do futebol.

Com novos estádios, as cidades de Volgogrado e Nijni Novgorod, duas sedes do Mundial, dobraram a média de espectadores por jogo. Porém, há casos negativos como os de Sochi e Kaliningrado, outros dois palcos do torneio do ano passado, que tiveram quedas de frequência de torcedores.

No início deste mês, Putin já havia condecorado Infantino com uma medalha pela sua contribuição para que a Rússia conseguisse organizar com sucesso o Mundial. E a Fifa assegurou que a competição está rendendo frutos importantes para a Rússia, onde a seleção nacional surpreendeu ao avançar às quartas de final depois de a sua seleção ter começado a sua campanha desacreditada.

"O legado até agora é muito positivo, com aumento significativo de presença de torcedores nos estádios e um maior interesse pelo futebol", ressaltou a entidade, por meio de um comunicado no qual também acrescentou que colabora com a Rússia na distribuição de dinheiro para um fundo criado para o legado da Copa.

Na pequena cidade de Sciez, nem o frio de 6 graus Celsius parece reduzir a euforia de cerca de 40 garotos reunidos para um treinamento semanal. Com uniformes e um gramado decente, todos escutam com atenção as recomendações do treinador.

"Estamos treinando técnica", comenta um dos garotos, mostrando como chuta com a parte interior do pé. São meninos de cinco a sete anos de idade. E são clubes como o de Sciez que começarão a receber os dividendo da conquista da seleção francesa na Copa do Mundo.

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Meio ano depois de levantar a taça mais cobiçada do mundo, a Federação Francesa de Futebol (FFF) começa a distribuir parte do prêmio de 32 milhões de euros (cerca de R$ 141 milhões) na Rússia para seu futebol amador e juvenil, considerado como o celeiro de um país que passou a se acostumar a estar na elite do futebol mundial.

Os franceses foram campeões do mundo em 1998, campeões europeus em 2000, finalistas na Copa do Mundo 2006, finalistas na Eurocopa de 2016 e, neste ano, bicampeões mundiais. À reportagem do Estado, a FFF ressaltou que esses resultados são frutos de um trabalho de base "constante e em dimensões nacionais".

Para 2019, a estratégia não muda e os dirigentes decidiram dividir em partes iguais o prêmio aos jogadores que conquistaram a Copa e os investimentos destinados a fortalecer os pequenos clubes amadores espalhados pelo interior do país.

Cerca de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 44 milhões) serão usados para adquirir material e uniformes a todos os clubes com mais de cem garotos licenciados. Alguns critérios, porém, precisam ser cumpridos: o clube precisa ter uma escola de futebol ou um time feminino.

Os 10 milhões de euros se somam ao orçamento que já estava previsto de 86 milhões de euros (algo em torno de R$ 380 milhões) para o desenvolvimento do futebol amador e juvenil pelo país. Um compromisso, porém, une todos os clubes: revelar novos craques e manter a federação informada sobre o surgimento de novos talentos, em todos os cantos do país.

A expectativa da FFF é de que a nova conquista tenha levado a uma alta no número de inscrições nas escolinhas. Em 1998, depois da conquista do primeiro Mundial, foram 240 mil novos registros de garotos que queriam jogar em clubes amadores. A Eurocopa de 2016, realizada na França, ainda gerou um novo fluxo de garotos, com um aumento de 15% em comparação ao ano anterior.

Antes do Mundial de 2018, já eram mais de 2,1 milhões de pessoas inscritas oficialmente e centenas de clubes de regiões afastadas da França que não tinham mais condições de atender ao volume de garotos e seus sonhos de serem os novos "Mbappés" ou "Griezmanns".

Os novos recursos, portanto, chegam em um momento ideal, inclusive para poder atender à nova demanda. Agora, alguns dos centros de treinamentos já começam a ter seus primeiros dados completos para 2019. Na região de Isere, o aumento de registros foi de 10%. Nas proximidades de Marselha, a alta chega a 41%.

"Vimos um aumento claro no número de garotos querendo jogar e iniciando treinamentos", diz Jason da Costa, um dos treinadores do Sciez, equipe que entra em campo toda de preto. A cada sábado, ele leva garotos de cinco a sete anos a jogar por toda a região, em uma espécie de torneio com pelo menos mais oito clubes locais. "O impacto é claro da Copa é claro", comemora. Hoje, são 220 filiados ao pequeno clube à beira do Lago Leman.

A FFF, além dos novos recursos, decidiu certificar mais 802 clubes de futebol para a temporada. Destes, 304 são dedicados exclusivamente aos mais jovens, enquanto outros 498 receberam o certificado de "Escola Feminina de Futebol".

Outra iniciativa dos franceses para não perder o momento de euforia é o de usar outros 30 milhões de euros dados pela Uefa ainda pela Eurocopa de 2016 para incrementar a infraestrutura desses pequenos clubes, considerados como peças centrais de uma verdadeira rede de olheiros cujo objetivo é de preparar a nova geração de craques.

Não falta tampouco dinheiro para a formação fora de campo. Três milhões de euros (cerca de R$ 13 milhões) foram reservados para treinar dirigentes locais sobre como administrar seus pequenos clubes no interior. Para completar, 50 mil bolsas foram criadas para treinar educadores esportivos em todo o país.

Entre os dirigentes da FFF, o orgulho de ser um dos novos celeiros da Europa não consegue ser disfarçado. Em Paris, todos têm os números de memória: depois de brasileiros e argentinos, a França é quem mais fornece hoje jogadores à elite do futebol mundial. Em 2018, 732 deles estavam atuando pelo mundo, dos quais 92 no competitivo futebol inglês.

Para 2019, já há quem estime que os franceses irão superar a Argentina, com 760 jogadores espalhados pelo mundo. O Brasil, porém, ainda lidera com 1,2 mil atletas no exterior.

Na Copa do Mundo na Rússia, um total de 50 jogadores nascidos e crescidos na França atuaram por diferentes seleções, incluindo Portugal, Senegal, Marrocos ou Tunísia. O número, dizem os orgulhosos franceses, é superior ao total de brasileiros na Copa de 2018.

Num sábado de fim de outono na Europa, o grupo de garotos de Sciez se despede de mais um dia de torneio. São filhos de franceses, árabes, espanhóis, portugueses e latino-americanos. Mas basta um deles puxar a Marselhesa para que todos os demais sigam o coro, como se estivessem entrando em campo vestidos de azul e, agora, com duas estrelas no peito.

Ginter e Boateng são alguns dos remanescentes da seleção da Alemanha que humilhou o Brasil na semifinal da Copa de 2014. Agora, eles voltarão a enfrentar o time brasileiro em Berlim, nesta terça-feira, às 15h45 (de Brasília), em amistoso de preparação para o Mundial de 2018. E os dois defensores admitem que ficaram "emocionados" diante do que viram nas arquibancadas do Mineirão, palco daquele confronto em Belo Horizonte.

"Durante o jogo, nós mesmos nos perguntávamos: é normal esse resultado?", disse Boateng. "Pensamos nisso. Mas tínhamos de ficar concentrados e jogar o jogo. Quando ele acabou, olhamos para a torcia e, não é que deu pena, mas ficamos emocionados", disse.

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"Estávamos super contentes de ir para a final da Copa. Mas deu para sentir empatia daquela torcida. Teria ocorrido o mesmo se fosse na Alemanha", afirmou o defensor.

Ginter também destacou que, em 2014, "não foi um jogo normal". O alemão também esteve na final da Olimpíada de 2016, no Rio, onde a seleção olímpica do Brasil levou a melhor sobre a Alemanha nos pênaltis, no Maracanã. "Vimos que era muita pressão sobre o time brasileiro. Para nós, era apenas uma Olimpíada. Mas para eles era um jogo especial. Acho que no amistoso vamos ter um pouco de sentimento do passado", disse.

Ginter sugere que há uma diferença de percepção sobre o que será o amistoso. "Para o Brasil, sempre falam do 7 a 1. Para nós, só estamos pensando na Copa", disse. "O 7 a 1 é um tema para os brasileiros. Não é grande coisa para nós. Mas temos que nos preparar para um Brasil muito motivado e muito forte", disse Boateng. Ambos destacam a melhoria do time brasileiro. "Hoje eles têm muitas opções", reforçou Ginter.

Depois de um primeiro tempo complicado, a seleção brasileira deslanchou na etapa final e venceu com a facilidade a Rússia por 3 a 0 nesta sexta-feira, em Moscou, no primeiro dos dois últimos amistosos antes de Tite definir o grupo de 23 jogadores que levará à Copa do Mundo. Com um futebol rápido e envolvente, desta vez a equipe não sentiu falta de Neymar, que se recupera da fratura sofrida no quinto metatarso do pé direito.

Na próxima terça-feira, a seleção enfrenta a Alemanha, em Berlim, encerrando o giro. A partida terá início às 15h45, horário de Brasília.

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Contra os russos, após a dificuldade inicial contra a linha defensiva de cinco jogadores, a seleção "quebrou" a marcação adversária com toque rápidos, talento individual e viradas de jogo, buscando encontrar espaços.

As experiências feitas por Tite deram certo, considerando-se o rendimento da etapa final. Willian fez grande partida, apesar de um erro na etapa final que quase resultou no gol da Rússia quando o jogo já estava 3 a 0. Douglas Costa soltou-se na etapa final, usando seu poder de drible para fazer excelentes jogadas. E Philippe Coutinho, jogando mais centralizado, mostrou que pode ser eficiente na tarefa de dar ritmo ao time.

O JOGO - O técnico da Rússia, Stanislav Cherchesov, colaborou com Tite. Montou sua equipe com a linha defensiva de cinco jogadores, dando oportunidade ao treinador brasileiro que testar a equipe contra esse tipo de formação. Os russos também procuraram povoar o meio de campo, com o objetivo de encurtar os espaços.

A consequência foi que o Brasil tocava bem a bola, mas tinha dificuldade para penetrar. Durante a primeira etapa, por várias vezes rondou a área, mas esbarrou na barreira formada pela defesa russa.

Sob temperatura de 0 grau C, os primeiros 20 minutos foram mornos. O Brasil chegava pouco e a Rússia estava mais preocupada em marcar. Ainda assim, a seleção teve boa chance aos 4 minutos, quando Gabriel Jesus recebeu lançamento longo de Daniel Alves, mas seu chute foi defendido pelo goleiro Akinfeev, e aos 7 minutos, quando o próprio lateral-direito arriscou de fora da área, mas errou o alvo por muito.

Douglas Costa, o substituto de Neymar, estava apagado pelo lado esquerdo. Philippe Coutinho, mais centralizado, tentava coordenar as jogadas, mas tinha dificuldade em função da falta de espaço. Willian até foi mais efetivo pela direita, sem brilho porém. Com isso, e com os laterais tinham dificuldade para ir ao fundo, Gabriel Jesus ficou isolado.

Com o passar do tempo, a Rússia, que marcava a saída de bola brasileira e dificultava a vida dos defensores de Tite, se soltou. Então, aproveitou os erros de passe do Brasil para criar três boas chances, a principal delas com Miranchuk, mas o russo chutou por cima.

Diante da forte marcação da Rússia, o Brasil, a rigor, só deu trabalho, pouco, a Akinfeev em chutes de fora da área. Mas nenhum deles obrigou o goleiro a fazer defesa difícil. Nem a inversão feita por Tite na parte final da etapa, trocando Willian e Douglas Costa de lado, deu resultado.

Mas o Brasil começou o segundo tempo fazendo uma jogada vista várias vezes desde que o treinador assumiu. Após uma roubada de bola, a seleção passou ao ataque rapidamente, Douglas Costa recebeu pela esquerda, fez boa jogada e inverteu para Willian, livre na área. Ele ajeitou com um toque sutil para Paulinho, que também chegava livre, mas o volante bateu em cima do goleiro. No rebote, Coutinho mandou por cima do travessão.

A seleção estava mais esperta, mais rápida. Atraia a Rússia, roubava a bola e saía em velocidade. Assim, quase marcou com Willian, num chute em que a bola foi desviada por um zagueiro e Akinfeev defendeu no susto.

A bola foi para escanteio e, na sequência da cobrança, o Brasil abriu o placar. Após cruzamento da direita, Thiago Silva subiu mais alto que a zaga e cabeceou. Akinfeev rebateu nos pés de Miranda, que só teve o trabalho de mandar para as redes.

Com mais disposição, movimentação e rapidez, o Brasil dominava completamente a partida. Aos 14 minutos, Paulinho perdeu gol incrível, pegando mal na pequena área e chutando em cima do goleiro, após grande jogada de Coutinho, que brilhou vários adversários. Aos 16, o segundo gol saiu. Paulinho foi puxado por Gorovin na área.

Pênalti que Coutinho cobrou no lado direito de Akinfeev, que pulou para o outro lado.

Paulinho faria o dele aos 20 minutos, sem precisar se esforçar muito. Willian fez grande jogada pelo lado direito da área e cruzou na cabeça do volante, que livre só escorou para o gol.

A Rússia já não tinha mais força para marcar, a seleção jogava fácil e acabou se acomodando. Isso permitiu aos russos ter duas chances, aos 23 com Dzagoev chutando para fora, e aos 31, quando Willian quis fazer graça dentro da área brasileira e tirar uma bola com classe, mas permitiu a Anton Miranchuk cabecear. Sorte dele que Thiago Silva salvou em cima da linha.

Tite passou a fazer substituições para testar jogadores. O ritmo caiu, mas ainda assim o domínio brasileiro permaneceu. Fred, Taison, Fagner, Geromel entraram, mas, com o jogo definido, não puderam ser testados para valer, assim como Renato Augusto e Roberto Firmino.

Tite já tem 16 jogadores garantidos para o Mundial. E, a considerar o segundo tempo do jogo contra a Rússia, Douglas Costa tem grande chance de ter garantido uma vaga.

FICHA TÉCNICA

RÚSSIA 0 X 3 BRASIL

RÚSSIA - Akinfeev; Kutepov, Granat e Kudryashov; Samedov (Smolnikov), Glushakov (Anton Miranchuk), Zobnin (Erokin), Golovin, Kombarov e Aleksei Miranchuk (Dzagoev); Smolov (Zabolotny). Técnico: Stanislav Cherchesov.

BRASIL - Alisson; Daniel Alves (Fagner), Thiago Silva, Miranda (Geromel) e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Renato Augusto) e Philippe Coutinho (Fred); Willian (Taison), Gabriel Jesus (Roberto Firmino) e Douglas Costa. Técnico: Tite.

GOLS - Miranda, aos 7, Philippe Coutinho (pênalti), aos 16, e Paulinho, aos 20 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Aleksei Kulbakov (BLR).

CARTÕES AMARELOS - Não houve.

PÚBLICO - Não disponível.

LOCAL - Estádio Luzhniki, em Moscou (RUS).

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