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Com a saída massiva de turistas e a interrupção da movimentação econômica por conta do novo coronavírus, proprietários de pousadas de Fernando de Noronha solicitaram a disponibilização de uma linha de crédito emergencial para evitar que os empreendimentos fechem as portas de vez. Funcionários foram postos em férias coletivas ou realizaram acordos para evitar a perda dos empregos.

Com o decreto que deu início a retirada de turistas e moradores irregulares da Ilha desde o dia 21 de março, a circulação de clientes também foi reduzida drasticamente. Além disso, as condições do cenário pandêmico resultaram em uma enxurrada de cancelamentos e devoluções de reservas. “A parte economia está zerada”, lamentou a secretária-executiva da Associação de Pousadeiros do arquipélago, Auxiliadora Costa.

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Com 126 pousadas registradas, ela reforça o pedido para que os proprietários consigam o empréstimo e que o prazo para o início do pagamento desse financiamento seja "o maior possível. Pois ainda não temos ideia de quando o Turismo vai reabrir", pontuou.

“A condição dos empresários daqui é totalmente diferente de qualquer lugar. Estamos ilhados, há 540 quilômetros do Estado que pertencemos; nossa internet é extremamente oscilante, então para nós acessarmos os bancos também é uma dificuldade, e a gente não tem como conseguir o empréstimo por meio dessa linha de crédito. Pra gente está sendo muito complicado”, descreveu a representante.

A secretária explica que enviou a solicitação nessa quarta-feira (15) para a Administração da Ilha, Governo de Pernambuco e Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). “Pra gente é extremamente difícil, porque nossos imóveis não são nossos. Nós temos um Termo de Concessão de Uso, então não temos como dar garantia e também não podemos estipular carência, pois não temos estimativa de abertura do aeroporto”, complementou.

Contudo, a secretária enxerga o lado positivo dos impactos do decreto e avalia que a diminuição de pessoas em Fernando de Noronha é diretamente proporcional a relação de consumo e abastecimento do local. “Isso pra gente foi muito bom, por que a nossa estrutura de Saúde é pequena, nós estamos dividindo os mercados por que aqui em Noronha é tudo muito complicado [...] então, quanto menos pessoas tiver na Ilha nesse momento, melhora pra comunidade”, finaliza.  

De acordo com a Administração do arquipélago, 24 casos já foram confirmados desde a primeira notificação e uma pessoa foi recuperada da infecção. Novos testes foram enviados para análise nessa quarta-feira (15). “A gente precisa de duas coisas urgentes: linha de crédito e teste de massa. Isso é pra ontem”, reforça Auxiliadora.

Para conscientizar os populares que ainda teimam em descumprir a determinação de isolamento social, um indiano adaptou uma moto de 100 cilindradas em um "coronamóvel" e percorre o sul do país alertando sobre os riscos da doença. Para reproduzir o vírus ampliado em um microscópio, Sudhakar Yadav utilizou fibra esverdeada e criou um veículo irreverente reforçando o pedido para que todos fiquem em casa.

"As pessoas não têm medo e ainda estão ... nas ruas, apesar do claro perigo", afirmou o indiano, de 67 anos, à AFP. Mesmo inserido no grupo de risco, Sudhakar ainda vaga com o "coronamóvel" pelas ruas de Hyderabad, no estado de Telangana.

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Contudo, garante que tem o propósito de alertar aos demais e evitar a proliferação na região. "Minha mensagem através da arte do carro é fazê-los entender que é perigoso estar nas ruas e o lugar mais seguro agora é o lar", reforçou.

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Apaixonado por arte e modificação de veículos, Sudakhar também adaptou seu nome para criar a oficina Sudha Car, na qual adapta o visual dos automóveis nos mais diversos objetos como cigarro, salto alto, e agora, na doença que se espalha rápido e já contaminou cerca de um milhão e meio de pessoas.

Ele explica que foi inspirado por policiais indianos que confeccionaram capacetes com a aparência parecida com a Covid-19. Com mais de 5.700 infectados, eles criaram moda no país e também caminham nas ruas da Índia de olho no cumprimento da quarentena.

O número de mortes pelo novo coronavírus dobrou em todo o mundo em uma semana, alertou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que teme uma "rápida escalada" da pandemia.

"O número de mortos dobrou amplamente na última semana (...) nos próximos dias, atingirá um milhão de casos confirmados e 50.000 mortes", disse o diretor geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma teleconferência.

"Entrando no quarto mês da pandemia, estou profundamente preocupado com a rápida escalada e a disseminação global de infecções", disse.

"Trata-se da primeira pandemia causada por um coronavírus e seu comportamento não é bem conhecido. Temos que estar em uníssono para combater esse vírus desconhecido e perigoso", alertou.

O novo coronavírus apareceu pela primeira vez em Wuhan, China, em 31 de dezembro do ano passado.

Desde então, já matou 43.000 pessoas em todo o mundo, 75% delas na Europa, e a pandemia agora ameaça os Estados Unidos.

"Nas últimas cinco semanas, vimos um crescimento quase exponencial no número de novos casos", disse o chefe da OMS.

Também existe uma preocupação crescente com a chegada do vírus aos países em desenvolvimento.

"Embora tenha havido um número relativamente fraco de casos registrados na África e na América Central e do Sul, estamos cientes de que a Covid-19 poderá ter sérias conseqüências sociais, econômicas e políticas para essas regiões", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Com relação às máscaras, o diretor da OMS disse que sua organização atualmente recomenda o uso para "pessoas doentes e aqueles que as curam".

"Ainda é um vírus muito recente e aprendemos todos os dias. À medida que a pandemia evolui, os testes evoluem, assim como nossos conselhos", afirmou.

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