Trafegar nas ruas do Recife, após o feriado da Semana Santa, se tornou um teste de paciência para motoristas e passageiros do transporte urbano. Os estragos causados pela chuva revelam falhas infraestruturais na capital pernambucana e, nesta quarta-feira (23), mais uma vez, quem precisou passar pela Zona Norte sofreu. Na Estrada do Arraial, no bairro do Parnamirim, uma cratera aberta de uma calçada a outra da via exigiu a interdição do local. Consequência: trânsito caótico.
Quem vinha da Avenida Rosa e Silva para seguir em direção à Casa Amarela e Casa Forte precisava desviar na Rua Cônego Barata, fazer o retorno para, da Rua Sebastião Alves, finalmente chegar à Estrada do Arraial. O motorista Gustavo Almeida afirmou que desde o início da Rosa e Silva, na altura do Clube Português, havia engarrafamento. “Lento, lento demais. Minha filha, inclusive, perdeu o curso por conta do trânsito”.
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O passageiro Edmilson José, que vinha do centro da cidade em um ônibus da linha Guabiraba/Derby, afirmou que apenas na Avenida Rosa e Silva, até o cruzamento interditado, o veículo já estava por cerca de 40 minutos. A parada de ônibus em frente ao Hospital Ulysses Pernambuco estava lotada. Segundo os usuários, a espera estava maior do que a de costume. O Grande Recife Consórcio de Transporte precisou alterar o itinerário de 18 linhas e, segundo a entidade, a mudança ocorrerá por quatro dias.
Explicações – A Prefeitura do Recife afirmou que o problema de afundamento de trecho da via aconteceu porque o sistema de drenagem é antigo, instalado na década de 60. Os problemas são recorrentes: um profissional presente à obra, que pediu para não ser identificado, afirmou ser a sexta vez que precisa ir até o local para realizar este tipo de intervenção.
Integrantes da Empresa de Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) estão monitorando o trabalho dos técnicos da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). O prazo para término da obra – orçada em R$ 80 mil - é o próximo domingo (27), com homens trabalhando durante as 24 horas do dia.
Lamentações – Durante o trecho interditado, do começo da Estrada do Arraial até o cruzamento com a Rua Sebastião Alves, é possível ver a indignação no rosto de pedestres e moradores que passam pelo local. Com ar de reprovação, as pessoas assistem à movimentação de tratores e caminhões com terra.
Funcionário de um posto de gasolina localizado no trecho interditado, Severino Alexandre da Silva não parecia acreditar numa solução definitiva. “Já é a quarta vez, este ano, que há problemas nesta tubulação, com cano estourado. Quem se prejudica é a gente”, disse ao garantir que a movimentação de clientes no posto ficou diretamente afetada pelo andamento da obra.