Tópicos | Crise da alta do combustível

Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) emitiu uma nota, nesta sexta-feira (25), pedindo para que o governador Paulo Câmara (PSB) pensasse “menos como arrecadador de impostos” e mais como gestor estadual. No texto, Silvio também reforça o pedido da deputada Priscila Krause (DEM) para que o governo reduza o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível que passou de 27% para 29%, desde janeiro de 2016. 

“O povo pernambucano lhe faz um apelo, pense menos como arrecadador de impostos e mais como chefe do Poder Executivo, a quem cabe as decisões em relação às políticas públicas e as iniciativas que tragam bem estar à população. Pernambuco precisa de um líder que enfrente os desafios”, declarou, afirmando que estava à disposição de Paulo para “ajudar no que for preciso”.

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Sob a ótica do parlamentar, “os governos estaduais não podem ficar alheios à crise de desabastecimento enfrentada pelo País neste momento”, por ser responsável pelo ICMS e, segundo ele, principalmente porque o “imposto estadual é cobrado a partir de uma média do preço praticado no varejo, que já traz embutido os custos de tributos cobrados pela União, como Cide, PIS e Cofins”.

“Aqui em Pernambuco, a alíquota do ICMS passou de 27% para 29% no fim de 2015, com apoio da Assembleia Legislativa, como parte de um pacote anticrise para ajudar o Estado a atravessar o cenário econômico adverso. No entanto, como diz o próprio Governo do Estado em sua propagando oficial, “Pernambuco atravessou a crise de pé”, o que discordo”, frisou no texto. 

“Tendo o Estado superado a crise, como diz o Governo, nada mais justo, portanto, que se devolva ao povo pernambucano a alíquota extra cobrada para enfrentar a crise. Sugiro até um avanço maior, que se reduza ainda mais o peso do tributo estadual com o deslocamento de sua base de cálculo do preço na bomba para o preço na refinaria ou na distribuidora, deduzindo assim os encargos federais”, completou Silvio Filho.

O líder da oposição ainda sugeriu que Paulo Câmara incentivasse o consumo de Etanol por meio de uma política tributária específica para o setor sucroalcooleiro. 

Veja a nota na íntegra:

Carta aberta ao governador Paulo Câmara

Os governos estaduais não podem ficar alheios à crise de desabastecimento enfrentada pelo País neste momento. Principalmente porque são responsáveis por quase um terço do preço dos combustíveis na bomba, uma vez que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) responde por 29% de cada litro que o consumidor coloca no tanque.

Mais perverso ainda é o fato de o imposto estadual ser cobrado a partir de uma média do preço praticado no varejo, que já traz embutido os custos de tributos cobrados pela União, como Cide, PIS e Cofins. Ou seja, os governos estaduais cobram, inclusive, imposto sobre o imposto cobrado pela União.

Aqui em Pernambuco, a alíquota do ICMS passou de 27% para 29% no fim de 2015, com apoio da Assembleia Legislativa, como parte de um pacote anticrise para ajudar o Estado a atravessar o cenário econômico adverso. No entanto, como diz o próprio Governo do Estado em sua propagando oficial, “Pernambuco atravessou a crise de pé”, o que discordo. Tendo o Estado superado a crise, como diz o Governo, nada mais justo, portanto, que se devolva ao povo pernambucano a alíquota extra cobrada para enfrentar a crise. Sugiro até um avanço maior, que se reduza ainda mais o peso do tributo estadual com o deslocamento de sua base de cálculo do preço na bomba para o preço na refinaria ou na distribuidora, deduzindo assim os encargos federais.

O Governo do Estado pode fazer ainda mais, governador, como por exemplo, incentivar o consumo de Etanol por meio de uma política tributária específica para o setor sucroalcooleiro. O incentivo fiscal ao segmento, como fazem alguns estados produtores, além de fortalecer uma atividade importante para a economia pernambucana, contribuiria como elemento regulador do mercado de combustíveis, uma vez que ao tornar o Etanol mais competitivo se daria outra opção aos consumidores, ajudando a combater os preços abusivos.

Por fim governador, o povo pernambucano lhe faz um apelo, pense menos como arrecadador de impostos e mais como chefe do Poder Executivo, a quem cabe as decisões em relação às políticas públicas e as iniciativas que tragam bem estar à população. Pernambuco precisa de um líder que enfrente os desafios. Como líder da Oposição, me coloco à disposição do governador Paulo Câmara para ajudar no que for preciso.

Silvio Costa Filho

Deputado Estadual e Líder da Oposição na Assembleia Legislativa de PE

Mesmo com a sinalização por parte dos caminhoneiros de manutenção dos protestos e bloqueios nas estradas, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse hoje (25) que o governo confia no cumprimento do acordo firmado ontem com as lideranças do movimento. "A nossa aposta é que o movimento vá sendo desmobilizado progressivamente. Não sei se terá normalidade total no final de semana. É impossível prever hoje com que tempo vamos ter plena normalidade", disse.

"Temos certeza de que eles irão cumprir o compromisso assumido conosco", destacou.

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O ministro participou nesta manhã do Seminário Internacional Governança, Avaliação de Políticas Públicas e Impacto Regulatório, no Palácio do Planalto.

"O comando das lideranças não é instantâneo, não é imediato. O governo confia que tudo aquilo que foi ajustado com os caminhoneiros seja cumprido de parte a parte. Nós cumprimos a nossa parte e eles cumprem a parte deles", acrescentou.

Questionado sobre a possibilidade de a greve ser patronal, o ministro respondeu que não pode fazer essa afirmação. "O certo é que nós temos caminhões parados que são das empresas transportadoras e dos transportadores autônomos. Não tem caminhão rodando, então tem caminhão parado tanto de um quanto de outro". 

O ministro também foi perguntado sobre o uso das Forças Armadas como forma de retomar o abastecimento de itens essenciais. Ele reforçou, entretanto, que o governo acredita no cumprimento do acordo. "Primeiro, nós vamos ver o cumprimento do acordo."

Ontem (24), os ministros Eliseu Padilha, Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram acordo fechado com entidades representantes dos caminhoneiros para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias, quando as partes voltarão a se reunir.

Hoje (25), no entanto, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda não registra desmobilização de pontos de manifestação de caminhoneiros nas rodovias do país.

Teto de gastos

Durante discurso no evento, o ministro ressaltou a importância do teto federal de gastos, que limita por 20 anos o crescimento das despesas: "Como todos sabemos, estamos diante de um enorme desafio que demanda essa concentração de esforços. Precisamos manter o processo de ajuste de contas públicas."

Padilha acrescentou que é necessário "seguir com a agenda de reformas estruturantes, não só hoje, como amanhã. Não só nesse governo como no próximo".

A secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, também destacou o estabelecimento do teto de gastos: "Nos trouxe um benefício claro que é o benefício que a sociedade colhe quando se alia à responsabilidade fiscal. Estamos convivendo com taxas de juros mais baixas e taxa de inflação mais baixa. Benefício que proporciona a redução da desigualdade, porque a inflação penaliza os mais pobres".

Ana Paula disse ainda que é necessária a boa comunicação do governo com a população para mostrar claramente as escolhas fiscais que estão sendo feitas.

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