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O fundador e presidente do Democracia Cristã, José Maria Eymael, disse nesta quarta-feira (30) que o gancho da sua campanha pelo Palácio do Planalto será a defesa dos “valores da família”. O conservador disputará o cargo no Executivo pela sexta vez, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O democrata cristão já havia se apresentado como alternativa desde 2020, mas a confirmação só veio agora. 

“Nossos valores são os valores da família, as necessidades da família”, afirmou. A declaração foi dada durante evento da legenda destinado às filiações. Segundo Eymael, a previsão é eleger mais de 90 congressistas em 2022. O partido não tem interesse em dialogar por uma terceira via unificada. Além disso, o presidente da legenda voltou a se queixar por não ser considerado nas pesquisas de intenção de voto para este ano. 

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Em janeiro, Eymael já havia sinalizado a confirmação da presença no pleito, através das redes sociais. 

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O democrata disse ainda que defenderá “alguns princípios”, como o emprego, a moradia e o desenvolvimento do país. Segundo ele, o desenvolvimento depende de uma reforma tributária “urgente”. Em setembro de 2021, reclamou nas redes sociais que não aparece nas pesquisas de intenção de voto. O político disse que o ex-presidente Lula (PT) vence todos os pré-candidatos nas pesquisas porque seu nome não está inserido nos levantamentos. “Vence todos os pré-candidatos a presidente! Mas não vence Eymael! Que não está nas pesquisas!”, disse. 

O político já foi deputado federal por São Paulo de 1986 a 1995. Disputou cinco campanhas presidenciais (1998, 2006, 2010, 2014 e 2018), mas jamais chegou ao Planalto.

Centro Democrático, Progressistas, Patriota, MDB, Livres, Democracia Cristã e Avante. O desgaste da representação político-partidária criou uma tendência na qual as siglas trocam nomes por "slogans" e ideologias por "marcas". O objetivo é se distanciar da palavra "partido" e apresentar palavras de ordem, que correspondam aos anseios da população.

Na avaliação do professor da Universidade de Salamanca (Espanha) Carlos Manhanelli, especialista em marketing político, trata-se de uma "renovação de marca". "O principal motivo dessas mudanças é escamotear o desgaste das siglas. No Brasil, os partidos perderam a ideologia há muito tempo. A mudança de denominação acompanha essa falta de ideologia. Vira apenas uma marca", afirmou.

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Muitas das novas siglas seguem a tendência de não apenas mudar o nome, mas tirar o "P", de partido, para se distanciar desse conceito. "O Avante, do PT do B, dá uma ideia de o País avançar, ir em frente. Palavras de ordem acabam tendo impacto na opinião pública. Não são novos nomes de partidos, são slogans", disse Manhanelli.

O PTN mudou para Podemos; o PT do B e o PSDC querem virar Avante e Democracia Cristã. O último a demonstrar a intenção de trocar de sigla foi o PMDB. Nesta semana, o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), disse que, para "ganhar as ruas", voltariam a usar o nome que levava na ditadura militar: Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Nem todos já apresentaram a mudança para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, se quiserem que as novas siglas apareçam nas urnas em 2018, devem oficializar o pedido até outubro. Segundo o TSE, foram 14 mudanças em nomes de partidos desde a Constituição de 1988.

A mera alteração de nome, porém, é vista com ceticismo pelo cientista político Adriano Oliveira, professor da Universidade Federal de Pernambuco. "Os partidos políticos e o Congresso têm baixíssima taxa de confiança perante à população, então, se você muda o nome, mas não muda a estrutura, isso não vai mudar a opinião dos eleitores sobre os partidos."

Para a cientista política Lara Mesquita, da Fundação Getulio Vargas (FGV), essas mudanças de nome são uma reação à crise de representatividade. Segundo ela, isso, contudo, não é necessariamente ruim. "Mudança pode ser positiva quando há uma mudança programática."

Herdeiros

Ela citou, porém, o PFL, que se tornou Democratas (DEM) em 2007, como exemplo negativo. "O PFL, quando muda para DEM, está claramente tentando rejuvenescer, eles mudam toda a ‘elite’. Elite entre aspas, porque acabam colocando na liderança os herdeiros dos antigos líderes."

O DEM é o partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e do prefeito de Salvador, ACM Neto. O primeiro é filho do ex-prefeito do Rio César Maia e o segundo, neto do ex-governador Antonio Carlos Magalhães.

Hoje, o DEM avalia uma nova troca de nome: Centro Democrático. Para o presidente do partido, José Agripino (RN), porém, este é o último item entre as prioridades da legenda. "É uma opção de cada um, de cada partido (mudar o nome), mas renovação se faz com exibição de ideias e protagonistas que praticam essas ideias, e nós queremos priorizar a gestão pública." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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