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O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), disse nesta quinta-feira (22) que não vai determinar a prisão de testemunhas “para chamar a atenção da mídia”. Ele respondeu a uma questão de ordem do deputado Duarte (PSB-MA), que cobrou a prisão em flagrante do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques por falso testemunho, na reunião da última terça-feira (20).

"O que percebemos aqui é que o depoente faltou com a verdade dezenas de vezes. Não pode um depoente vir a esta Casa, faltar com a verdade, sorrir e sair daqui achando que foi vitorioso. Quem mente, quem falta com a verdade em um depoimento comete um crime. Qualquer deputado e qualquer senador, diante de um flagrante, poderá dar de voz de prisão? Será a relatora? Será o presidente da CPMI?", questionou Duarte.

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Em resposta, Arthur Maia disse que cabe ao presidente da comissão avaliar se uma testemunha cometeu ou não crime durante o depoimento. Mas salientou que não pretende promover “espetáculo circense” nos trabalhos de investigação.

"Não é do meu feitio utilizar de espetáculo circense para chamar atenção. Não é da minha prática. Esta presidência não será o palco de um circo em momento nenhum. Não vou prender ninguém aqui para chamar a atenção da mídia. Se eu tiver o entendimento de que uma pessoa fez um falso testemunho, tomaremos as medidas necessárias. Quem determina a prisão em flagrante por falso testemunho é a presidência", esclareceu.

A CPMI ouve nesta quinta-feira testemunhas relacionadas à tentativa de atentado a bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022.

O presidente da CPMI anunciou nesta quinta um acordo de procedimentos que deve balizar as próximas reuniões do colegiado. A mudança no rito de depoimentos foi um pedido de parlamentares governistas e da oposição.

Segundo o acordo, cada convidado ou convocado a depor pode falar por 15 minutos no início e por 5 minutos no final da reunião. Após a apresentação inicial, cada senador e deputado inscrito terá 10 minutos para se manifestar. Durante esse tempo, o parlamentar faz as perguntas e ouve as respostas do depoente. Pela regra anterior, cada integrante da CPMI tinha 10 minutos para perguntas, e o depoente, igual prazo para resposta.

"A grande queixa dos parlamentares é de se proceder a uma inquirição. Fazer uma pergunta e ter direito a uma resposta para prosseguir com sua pergunta. Agora, o tempo do depoente conta no tempo do parlamentar, e o parlamentar tem o direito de interromper o depoente na hora que quiser. O tempo é do parlamentar", explicou Arthur Maia.

Após a apresentação inicial do depoente, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), é a primeira a fazer perguntas. Em seguida, falam os autores dos requerimentos de convite ou convocação e, por fim, os demais parlamentares. Pelo acordo, titulares e suplentes têm o mesmo tempo para se manifestar nas oitivas — respeitada a proporção de um suplente para cada grupo de quatro titulares inscritos.

O líder partidário ou o parlamentar indicado por ele pode se manifestar apenas duas vezes durante a reunião, por cinco minutos. Em uma vez, fala o representante da Liderança do Governo. Na outra, fala o indicado pela Oposição. O líder ou o representante deve ser membro titular ou suplente da comissão.

O acordo também prevê regras para a inscrição dos parlamentares. A lista será aberta às 8h30 do dia da reunião e encerrada uma hora após o início dos trabalhos. As inscrições não serão registradas por parlamentares integrantes da mesa, mas por servidores da comissão.

*Da Agência Senado

O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), deverá ser ouvido terça-feira (10), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Das convocações aprovadas nessa quinta-feira (5), durante a sessão administrativa, apenas essa foi agendada. O prefeito foi flagrado em vídeo oferecendo "oportunidades" de contratos com Cachoeira em troca de apoio na campanha de 2004.

Também foram convocados o ex-presidente da empreiteira Delta, Fernando Cavendish; o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot; o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo “Preto”, acusado por Pagot de tentar fazer caixa dois para o PSDB paulista com recursos do Dnit; o empresário paulista Adir Assad, que atua nos segmentos de construção civil e eventos, dono de empresas pelas quais teriam transitado recursos da Delta; a ex-mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andréa Aprigio; e os ex-sócios da Sigma Engenharia e Consultoria Ltda. José Augusto Quintela e Romeno Marcelino Machado.

A CPMI também aprovou a quebra dos sigilos de várias pessoas suspeitas de envolvimento com os negócios ilegais do contraventor. Os parlamentares pediram a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Jayme Rincón, tesoureiro da campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) 2010, que hoje é presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas (Agetop); e da ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro.

Também foi quebrado o sigilo telefônico e de mensagem por celular do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO); do governador de Goiás, Marconi Perillo; do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); do contraventor Carlinhos Cachoeira e de outras 14 pessoas.

Contas no exterior
A CPMI também irá solicitar ao Banco Central informações relativas à possível existência de movimentação financeira em contas no exterior de Perillo, Agnelo, da Delta Construções S.A (e filiais no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins) e da empresa Alberto e Pantoja, apontada como empresa de fachada do esquema de Cachoeira.

Será solicitada, ainda, a movimentação financeira do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), de Carlinhos Cachoeira, da ex-mulher dele, Andreia Aprigio, do ex-araponga de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, entre outras pessoas.

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a relação do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados aprovou, na manhã desta quinta-feira (5), que as testemunhas que apresentem habeas corpus continuem sendo liberadas. Foram 20 votos a favor da manutenção do rito e oito contra.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) discordou da decisão. "A testemunha não pode adivinhar todas as perguntas que serão feitas. Só poderá ficar em silêncio se conhecer o teor da pergunta", opinou. Ele também salientou que não haveria problema mudar o procedimento, porque isso já foi feito uma vez nesta CPMI. "O Cachoeira esteve aqui e a cada pergunta disse que ficaria calado. Depois disso, nós já mudamos o rito. Voltar ao que era no início não haveria problema", defendeu. O senador Pedro Taques (PDT/MT) reforçou que não seria possível anular o trabalho da CPMI, caso fosse aprovada a mudança do rito. "A nulidade não encontra respaldo na lei", frisou.

Já o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) explicou que uma nova mudança traria instabilidade para a CPMI. "Precisamos ter estabilidade. Não podemos a cada momento mudar o rito", destacou. O relator, deputado Odair Cunha (PT/MG), também apoiou a liberação dos depoentes "em razão da economia processual".

Nenhum dos depoimentos marcados para esta terça-feira (3) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira foi realizado. Os quatro depoentes não compareceram.

Inicialmente, a secretaria da CPMI havia informado que apenas Ana Cardozo de Lorenzo, sócia da empresa Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado, daria o depoimento. No entanto, ela não compareceu. De acordo com o presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o advogado da convocada encaminhou o pedido para o não comparecimento, mas o pedido foi indeferido por não apresentar motivações.  Ana Cardozo de Lorenzo foi contratada para trabalhar na campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo, em 2010, e teria recebido dois cheques, no valor R$ 56 mil, da empresa da Alberto & Pantoja, apontada como uma das empresas do grupo de Cachoeira.

Mais cedo, a CPMI já havia confirmado que outras três testemunhas não estariam presentes. Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de ser o responsável por escutas clandestinas que beneficiavam os negócios ilegais do contraventor, apresentou atestado médico, que informa que ele apresenta um quadro de "oscilação de pressão e tonturas sucessivas”, após ter sido submetido a um exame de cateterismo na semana passada.

As outras duas testemunhas nem chegaram a receber a notificação para depor. Os agentes da Polícia Legislativa não localizaram o ex-presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso. Em gravações da Polícia Federal, ele aparece garantindo o repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira. Segundo os policiais, a informação repassada na residência de Edivaldo é de que ele estaria em viagem. Os agentes também informaram que a empregada da casa informou ter sido orientada a não receber nem assinar qualquer documento.

A empresária Rosely Pantoja também não foi encontrada. Ela é sócia da Alberto & Pantoja, que seria uma das empresas de fachada de Cachoeira, segundo investigações da Polícia Federal. Segundo o relatório da Polícia Legislativa, o irmão de Rosely, Carlos Alberto Rodrigues da Silva, informou que não tem contato com ela há dois anos.

Na próxima quinta-feira (5), a CPMI se reunirá em sessão administrativa para apreciar requerimentos e, inclusive, votar a convocação de novos depoentes, como o ex-presidente da Delta Construções S.A., Fernando Cavendish, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e prefeito de Palmas Raul Filho (PT), flagrado em vídeo prometendo "oportunidades" ao grupo de Cachoeira, em troca de apoio a campanha de 2004. De acordo com o senador Vital do Rêgo, todas as testemunhas que não compareceram serão reconvocadas.

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