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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro de 2023, deputado Arthur Maia (foto) (União-BA), foi questionado - no início da sessão desta terça-feira (3) - por ter desmarcado o depoimento de Braga Netto previsto para esta quinta-feira (5). Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa do governo de Jair Bolsonaro, sendo candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.  

Sem responder o motivo da mudança, Arthur Maia decidiu - de última hora - colocar em votação a convocação de Sandro Augusto Sales Queiroz, então Comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O requerimento acabou derrotado por 14 votos contra 10. 

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A convocação desse representante da Força Nacional é uma demanda da oposição na CPMI, que defende a tese de que o Ministério da Justiça se omitiu no dia 8 de janeiro, quando houve atentados contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os deputados da base governista alegam que essa estratégia pretende desviar o foco das investigações.  

O deputado Duarte Junior (PSB-MA) questionou a convocação do policial militar Sandro argumentando que há provas de que ele não estava de plantão no dia 8 de janeiro, sendo selecionado apenas porque teria relações com políticos bolsonaristas.  

“Vossa Excelência fez um acordo em que os requerimentos só seriam pautados se houvesse acordo entre as partas; [para] esse requerimento não há acordo, há ampla divergência. E é um requerimento que está sendo convidado a comparecer quem lá não estava. E está claramente comprovado o seu pensamento e sua ideologia (do policial Sandro) e a tentativa de tirar a credibilidade dessa investigação”, defendeu Duarte.  

Provocação

O presidente da CPMI respondeu que está reagindo à provocação da base governista. “Eu não posso chegar aqui e ver alguns deputados do governo jogar pra cima de mim uma responsabilidade que eu não tenho. Então, eu não gostaria de estar colocando esse requerimento em votação, mas estou sendo obrigado a fazê-lo em defesa do meu nome e em defesa dessa CPMI”, disse Maia. Ele acrescentou que a votação é para “proteger o direito da minoria”, pois não poderia apenas votar depoimentos de interesse da maioria.  

A decisão de Maia foi comemorada pela oposição. O senador Esperidião Amim (PP-SC) disse que esse era o momento “mais eloquente dessa CPMI”. “O fato de ter um contingente (da Força Nacional) no pátio do Ministério da Justiça e Segurança Pública e ele não ser convidado a esclarecer é uma vergonha. Então, Vossa Excelência está nos poupando dessa vergonha”, argumentou Amim.  

Em requerimento enviado à CPMI em agosto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, alegou que só poderia utilizar a Força Nacional na Esplanada dos Ministérios com autorização do Governo do Distrito Federal (GDF), que não havia se manifestado até o momento da invasão.

Braga Netto

A decisão de pautar um requerimento de interesse da oposição ocorreu após o deputado Rogério Correia (PT-MG) perguntar ao presidente da CPMI porque ele desmarcou o depoimento de Braga Netto, uma vez o parlamentar acredita que há indícios da participação dele nos atos golpistas.  

No lugar do ex-ministro de Bolsonaro, Maia marcou a oitiva do subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal, Beroaldo José de Freitas Júnior, promovido por “atos de bravura” após tentar impedir a invasão das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.  

Maia disse que o tempo da CPMI é curto e que o depoimento de Netto seria uma “conveniência política” do deputado Rogério Correia. O presidente da CPMI marcou para esta quarta-feira (4) uma reunião com a comissão para tentar chegar a um acordo para finalizar a CPMI. O relatório final está marcado para ser apresentado no dia 17 de outubro.  

A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), em entrevista à TV Senado antes da sessão, defendeu o depoimento de Braga Netto e dos comandantes das três Forças Armadas do governo anterior. Ainda que não sejam realizados esses depoimentos, Eliziane garantiu que há elementos para finalizar o relatório da CPMI.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro foi suspensa, nesta terça-feira (26), após o deputado bolsonarista Abílio Brunini (PL-MT) interromper inúmeras vezes a fala da deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). O presidente da sessão, Arthur Maia (União-BA), chegou a acionar a Polícia Legislativa para a retirada do parlamentar.

“Tem gente que quer se promover as custas do bate-boca e da irritação. Tem gente que vem para a CPMI apenas para fazer o papel do palhaço”, criticou Maia na saída da sala.

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O bolsonarista começou a interromper Salabert após ela sugerir a prisão do general Augusto Heleno, que é ouvido pelos parlamentares, ao final da CPMI. Maia pediu respeito a deputada mineira, que estava com a palavra, mas Brunini desafiou: “pode chamar atenção”.

Depois, o presidente da Comissão ameaçou que solicitaria a expulsão do parlamentar caso ele continuasse tumultuando a sessão. Não intimidado, Brunini novamente o desafiou e disse: “pode providenciar”. No entanto, mesmo após a ordem de Maia, o deputado se recusou a sair do local.

“A orientação da mesa é que, em caso de recusa, o presidente suspenderá a sessão que não será reaberta até que obedecida a determinação”, pontuou Maia, ao acionar a Polícia Legislativa e afirmar que caso Brunini não se retirasse, ele não entraria no plenário.

Brunini permaneceu durante o intervalo na sala onde ocorre a reunião, recusando-se a sair. No entanto, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) revelou que o parlamentar da extrema direita, no fim do intervalo, não continuou enfrentando Maia e já se retirou da sessão.

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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), reagiu com indignação à concessão de habeas corpus para que Osmar Crivelatti, ex-coordenador administrativo da equipe de ajudantes de ordens do presidente Jair Bolsonaro, não comparecesse à CPMI nesta terça-feira (19).

É a segunda vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) concede habeas corpus que permite ao depoente não vir à comissão.

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O presidente da CPMI classificou os dois habeas corpus como tentativas de impedir os trabalhos do colegiado. “É preciso que haja uma definição efetiva se a CPI existe ou não.” Arthur Maia disse que a decisão judicial desrespeitou a comissão.

O presidente anunciou, no início da reunião, que vai conversar com os presidentes do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), sobre a possibilidade de entrar com uma ação no STF questionando a possibilidade de um ministro autorizar ou não uma convocação feita pela CPMI.

Ele também defendeu que as decisões individuais que impediram os depoimentos na CPMI, sejam levadas ao pleno do STF.

*Da Agência Câmara de Notícias

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, disse nesta quinta-feira (31), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que ‘seria mais duro’ nas suas ações diante dos golpistas que invadiram o Palácio do Planalto naquele dia.

No seu discurso inicial na CPMI, G. Dias considerou os atos como “agressões impensáveis à democracia” e um “ataque inédito e inimaginável”.

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"Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos e, também, da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis e militares de segurança pública, seria mais duro do que fui na repressão", disse.

"Faria diferente embora tenha plena certeza que envidei todos os esforços e ações que estavam ao meu alcance para mitigar danos. O mais importante: preservar vidas de cidadãos brasileiros sem derramamento de uma gota de sangue", afirmou.

Na ótica de G. Dias, “o consorcio de ações e inações das forças policiais levou aqueles eventos”. Segundo o ex-ministro, até poucas horas antes dos atos, a Polícia Militar do Distrito Federal considerou tranquilidade e calmaria no clima.

Veja o depoimento:

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O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasil-BA), recuou, nesta terça-feira (29), do ato que impôs sanção aos jornalistas que divulgarem informações confidencias vazadas pelos próprios membros do colegiado. Maia, contudo, não voltou atrás da decisão de proibir que profissionais da imprensa capturem "imagens de conteúdo privado de terceiros sem autorização".

"Eu não posso admitir que profissionais da imprensa, só porque têm diploma de profissional da imprensa, possam avançar sobre a privacidade alheia", disse Maia ao manter a proibição ao registro de imagens por fotojornalistas. "Não é admissível que alguém possa, se escutando no manto da liberdade de imprensa, querer devassar a privacidade alheia", prosseguiu.

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A nova regra baixada e mantida pelo presidente da CPMI tenta impedir a atuação da imprensa que, a partir de imagens, consegue expor conversas que parlamentares não querem tornar públicas. Em março, por exemplo, o Estadão revelou conversas da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

A parlamentar estava numa solenidade no Planalto quando recebeu mensagem do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, reclamando do que chama de "perigosas indicações" do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o Conselho de Administração (CA) da Petrobras.

A decisão de "regulamentar" a atuação da imprensa surge quatro dias após Maia expulsar do plenário da CPMI um fotojornalista que registrou conversas do senador Jorge Seif (PL-SC). O presidente da comissão ainda determinou a proibição da entrada do profissional no local em que são realizadas as sessões da comissão. O fotógrafo presta serviços para a Empresa Brasil de Comunicações (EBC).

Maia justificou o cerceamento às atividades dos jornalistas sob o argumento de que "a inviolabilidade do sigilo de dados constitui uma das expressões do direito de personalidade somente podendo ser quebrada mediante ordem judicial devidamente fundamentada". O presidente da CPMI ainda criou um credenciamento, sob sua supervisão, para os profissionais que não estiverem devidamente credenciados nos sistemas da Câmara e do Senado. No despacho, ele também cobra que os profissionais da imprensa ajam "com urbanidade e disciplina no desempenho de suas atividades".

"A atividade legislativa deve ser protegida enquanto manifestação máxima da democracia, perfectibilizada pela atuação dos representantes eleitos pelo povo e para o povo, de onde emana todo o Poder", prosseguiu Maia. "Eventuais abusos de direito devem ser objeto de pronta atuação dos agentes públicos destinada à correção das situações irregulares e restabelecimento da ordem e do respeito à Lei", argumentou.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante conversa com o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, teria feito um pedido: “Não condene o Exército”. A informação é da coluna do jornalista Robson Bonin. 

O encontro aconteceu na última quarta-feira (23), entre Maia, Múcio e o comandante do Exército, Tomás Paiva. Após a conversa, o parlamentar, à frente do colegiado da CPMI afirmou que as investigações serão continuadas “preservando, sobretudo, as instituições brasileiras”, focando apenas em identificar os culpados. 

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O tom do discurso foi entendido como uma forma de blindagem feita ao redor das forças armadas, após os envolvimentos de altos cargos do Exército em esquemas de desvio de dinheiro, peculato, além do aparelhamento das forças de segurança para colaborar com os atos golpistas que culminaram na invasão à Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. 

 

Uma discussão marcou o início da CPMI do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (24). Com os ânimos acalorados, os deputados Laura Carneiro (PSD-RJ) e Marco Feliciano (PL-SP) bateram boca.

Segundo registros do momento, Feliciano protestou contra o presidente da CPMI, Arthur Maia, por ter fechado o microfone durante um intervalo da sessão e Laura se colocou em defesa da postura de Maia. 

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Enquanto discutiam, a deputada disse para Feliciano que ele precisava aprender a respeitar mulheres e homens. Logo em seguida, ela bateu na mesa e disparou: "Quem conduz esta porcaria é ele [Arthur Maia]".

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Depois que os dois finalizaram a discussão, a sessão foi reiniciada para a oitiva do sargento Luís Marcos dos Reis, da equipe de Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Arthur Maia (União Brasi-BA), blindou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o general Mauro Lourena Cid e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira ao montar a pauta da próxima sessão deliberativa marcada para quinta-feira, 24.

Para não retirar completamente de votação as pautas apresentadas pela maioria governista, Maia pautou apenas os requerimentos da base do governo que pedem a quebra de sigilo bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

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Maia montou sozinho a pauta da próxima reunião deliberativa da CPMI diante da crise entre o governo e a oposição deflagrada na última da terça-feira, 22. Os dois lados se recusaram a firmar acordo sobre quais requerimentos deveriam ir a votação e a sessão acabou cancelada. De um lado, a base do governo cobrava a aprovação de quebras de sigilo de aliados de Bolsonaro e do próprio ex-presidente. No outro flanco, a oposição acusava os governistas de obstruírem as suas pautas e cobravam a votação de temas que desgastem o Palácio do Planalto.

A relatora Eliziane havia preparado uma lista de quatro requerimentos prioritários para serem aprovados. Os pedidos incluíam a quebra do sigilo telefônico do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; a produção de relatórios de inteligência financeira (RIFs) de Zambelli e do general Mauro Lourena Cid, assim como a quebra do sigilo bancário do militar e do sigilo telefônico da parlamentar.

Dentre as demandas, a única atendida foi a direcionada a Zambelli. Os demais aliados de Bolsonaro foram poupados, mesmo diante de revelações da própria CPMI que apontavam a participação deles em atos de contestação das instituições democráticas.

Maia também incluiu na pauta da próxima sessão deliberativa a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do hacker Walter Delgatti Netto, que acusou Bolsonaro de oferecer um indulto caso ele fosse preso numa suposta operação a pedido do PL para demonstrar que as urnas eletrônicas poderiam ser fraudadas. O pedido contra o hacker foi protocolado pela oposição.

Dentre as outras pautas listadas por Maia estão a quebra do sigilo do sargento Luis Marcos dos Reis. O Estadão revelou que o militar movimentou R$ 3,3 milhões nos anos em que trabalhou como auxiliar de Bolsonaro. Os valores foram repassados ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que teve um novo requerimento de convocação pautado pelo presidente da CPMI.

Na manhã desta quarta-feira, 23, Maia se reuniu com o comandante do Exército, Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio. Quando questionado, o parlamentar negou que os militares tenham pedido para retirar de pauta medidas direcionadas a oficiais de alta patente, como Mauro Lourena Cid e Paulo Sério Nogueira. "Em relação aos requerimentos, isso não muda absolutamente nada", garantiu Maia.

Cerco contra Bolsonaro

A base governista na CPMI passou a pressionar Maia para pautar as quebras de sigilo de Bolsonaro e Michelle, mas o presidente do colegiado tem se esquivado sob o argumento de que não há fatos que justifiquem esse tipo de medida. Ele ainda alega que se o grupo deseja investigar o caso do desvio de joias deveria aprovar a criação de uma nova CPI.

Os governistas querem aproveitar o cerco a Bolsonaro promovido pela Polícia Federal (PF) para obter informações sobre a sua movimentação financeira nos últimos anos. A convocação do ex-presidente é defendida por uma ala do governo, mas ainda encontra resistência interna.

Na outra ponta do embate, os oposicionistas têm acusado a relatora de obstruir as suas demandas. Outra queixa recorrente é de que o colegiado se desviou do objetivo inicial ao se debruçar sobre o esquema de desvios de joias por Bolsonaro e seus aliados. Parte das revelações sobre este caso surgiram como desdobramento de quebras de sigilo aprovadas pela comissão.

Diante das investidas de parte dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro para convocar militares, o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), se reuniu, nesta quarta-feira (22), com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio. Após o café da manhã de três horas no Quartel General da força terrestre, Maia blindou a corporação ao dizer que a CPMI precisa preservar as "instituições democráticas" e separar atitudes isoladas de "alguns militares" do comportamento de toda a corporação.

"Eu acho que é muito importante que a gente conclua os nossos trabalhos preservando, sobretudo, as instituições brasileiras", disse Maia. "Mostrando para todo o nosso País que o fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas que aconteceram e projetaram o 8 de janeiro, isso tem que ser separado, totalmente separado, das Forças Armadas brasileiras", completou.

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Maia disse que foi ele quem ligou para o comandante do Exército com o pedido de que se reunissem para discutir a situação dos militares na CPMI. Fato é que nas últimas semanas a corporação tem se movimentado nos bastidores para evitar desgastes à sua imagem diante das investidas da Polícia Federal (PF) e da CPMI contra oficiais de alta patente suspeitos de terem se envolvido com a organização dos atos golpistas de 8 de Janeiro e com o esquema de desvios de bens do acervo da Presidência para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Eu reputo o Exército brasileiro como uma instituição gloriosa, que tem um significado indispensável não só para o Brasil", disse Maia. Ele ainda afirmou que o ministro da Defesa é uma pessoa com quem tem se "aconselhado" para conduzir a CPMI de forma "ordeira".

O presidente da CPMI ainda repetiu o discurso da relatora Eliziane Gama (PSD-MA) em entrevista ao Estadão, na qual ela afirmou que constará em seu relatório a afirmação de que a tentativa de golpe de Estado no dia 8 de Janeiro fracassou por causa da atuação dos militares. "O papel das Forças Armadas foi fundamental para que preservamos a democracia no nosso país", disse Maia.

Quando questionado se o café da manhã no Quartel General do Exército serviu para o chefe da corporação fazer pedidos à CPMI, Maia negou que o comandante da força terrestre tenha feito pedidos para que se convoque ou deixe de convocar determinados militares. A relatora da CPMI quer aprovar a quebra de sigilo bancário do general de quatro estrelas Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, o que é visto com temeridade pelo Exército. "Em relação aos requerimentos, isso (café da manhã) não muda absolutamente nada", garantiu Maia.

O presidente da CPMI ainda taxou como um ponto fora da curva as denúncias de policiais militares de que o Exército teria impedido a remoção dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General em Brasília. Maia afirmou que no período da transição de governo havia militares que "queriam manifestar um sentimento contra a democracia", mas que eram opiniões de "pessoas físicas", não do Exército.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), acolheu questão de ordem dos senadores quanto a cobrança do fornecimento de todas as imagens do Ministério da Justiça e Segurança Pública na data da invasão das sedes dos três Poderes da República. Nessa segunda-feira (14), a Presidência da comissão encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um embargo de declaração, solicitando ao ministro Alexandre de Moraes que esclareça a sua decisão quanto a entrega das imagens do Palácio da Justiça ao colegiado.

— Não há dúvidas de que as fitas vieram para cá. (...) Mas nós sabemos que não existem apenas duas câmeras na entrada do Ministério da Justiça, quem já foi lá sabe que existem câmeras em todos os corredores, em todos os andares, etc. O pedido da CMPI foi muito além do que aquilo que foi enviado pelo Ministério da Justiça — disse Maia.

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O presidente ressaltou que tudo o que foi solicitado ao ministro Alexandre de Moraes até então foi encaminhado à CPMI, mas reconheceu que o ministro Flávio Dino “mandou [imagens] a menor”. As imagens chegaram ao colegiado na semana passada. 

— Vamos insistir e utilizar todos os meios legais para que mande todas as imagens. Mas não contem comigo para fazer algum tipo de bravata. Não farei isso. Temos o STF, que tem nos ajudado, temos a lei para nos ajudar. Lamento que essas imagens tenham chegado a menor, espero que o ministro Dino tome consciência do papel que ele representa como ministro — expôs Maia.

Geraldo Magela/Agência Senado

Questão de ordem

No início da reunião da CPMI nesta terça-feira (15), o senador Jorge Seif (PL-SC) apresentou questão de ordem ao presidente da CPMI do dia 8 de janeiro para questionar as providências que serão tomadas pelo colegiado diante do envio de imagens de apenas duas câmeras do Palácio da Justiça.

Um grupo de 16 parlamentares, entre senadores e deputados, pretende entregar, na tarde desta terça-feira, representação criminal ao Procurador-geral da República, Augusto Aras, por delito de prevaricação, para “fins de persecução criminal em razão dos fatos imputados ao ministro Flávio Dino”.

Os parlamentares também devem encaminhar à ministra presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza de Assis Moura, mandado de segurança, com pedido de concessão de liminar, para determinar o cumprimento dos requerimentos de solicitação do envio de imagens pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

— O papel central do ministro da Justiça nessa sucessão de eventos já justificaria os diversos requerimentos apresentados por membros da CPMI para a obtenção das imagens das câmeras de vigilância do Palácio da Justiça, mas a conduta do titular da pasta, ministro Flávio Dino, torna a entrega dessas imagens urgente e imprescindível — afirmou Seif.

No último dia 11 de julho, a CPMI aprovou sete requerimentos solicitando as imagens. O ministro Flávio Dino pediu a extensão do prazo, mas posteriormente negou o envio, alegando tratar-se de provas de investigação, segundo Seif.

O senador lembrou que a comissão, então, encaminhou expediente solicitando acesso às imagens ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou o fornecimento do que foi registrado pelas câmeras diretamente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

— Não é possível que essa comissão continue sendo desrespeitada. Busca e apreensão é medida necessária e adequada — disse Seif.

Geraldo Magela/Agência Senado

Ex-ministro da Justiça, o senador Sergio Moro (União-PR) pontuo que “as respostas que vem do Ministério da Justiça são evasivas e incompletas.

— Essa busca e apreensão parece imprescindível para resgatar a autoridades dessa CPMI — argumentou Moro.

Segundo o senador Rogério Carvalho (PT-SE), o ministro encaminhou as imagens da área externa do Palácio da Justiça, mas as imagens da área interna “não interessam à CPMI”.

— Portanto é mais um factoide da base bolsonarista para tentar desviar o foco do atentado terrorista que eles mobilizaram no dia 8 de janeiro.

*Da Agência Senado

O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), negou, nesta terça-feira (15), pedido do deputado Duarte Junior (PSB-MA) para votação de requerimentos pela convocação e a autorização para as quebras dos sigilos telemático e fiscal do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. O parlamentar também sugeriu que a CPMI se debruce sobre dados do inquérito da Polícia Federal que investiga a venda, por assessores do ex-presidente, de joias e outros presentes dados ao casal Bolsonaro por países árabes.

Apesar de o nome do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, aparecer nas investigações dos atos antidemocráticos e da venda de joias, Arthur Maia não acatou o pedido e disse não ver "qualquer nexo de causalidade" entre as denúncias recentemente divulgadas pela imprensa e os ataques do 8 de janeiro.

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"Eu não consigo enxergar nenhum nexo de causalidade em relação com o que aconteceu no dia 8 de janeiro e com um presente que eventualmente, não estou dizendo que isso aconteceu, que o presidente teria recebido [...]. Eu não vou entrar nisso, isso não tem nada a ver com o 8 de janeiro. Não contem comigo para esse tipo de coisa", disse Arthur Maia.

Prorrogação

Arthur Maia também declarou que não pretende prorrogar os trabalhos da CPMI, que tem 120 dias para funcionar. Ele disse esperar que a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), entregue o relatório final dentro do prazo estabelecido pelo regimento que deu origem à comissão parlamentar mista de inquérito, que é de 120 dias. 

"Agora, se deputados e senadores fizerem o número suficiente de assinaturas, conseguirem o número suficiente de assinaturas na Câmara dos Deputados e no Senado para prorrogar a CPMI, cumpre a mim, como presidente, aceitar essa determinação do Congresso Nacional e continuar os nossos trabalhos até a data que for determinada. Agora, repito, cumprirei o nosso trabalho dentro dos limites da lei", declarou o deputado. 

*Da Agência Senado

O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), solicitou à Polícia Legislativa que investigue se o deputado bolsonarista Abilio Brunini (PL-MT) cometeu crime de homofobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) durante o depoimento do ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid à comissão nesta terça-feira, 11. Segundo o senador Rogério Carvalho (PT-SE), que está sentado uma fileira à frente de Brunini, o parlamentar teria feito um comentário homofóbico durante uma fala da deputada.

Erika afirmou que Abilio deveria "tratar sua carência em outro espaço". "É muito difícil toda sessão o deputado atrapalha os trabalhos da CPMI, causa tumulto. Eu aconselharia que o deputado procurasse tratar sua carência em outro espaço", afirmou Erika.

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O comentário homofóbico do deputado teria sido proferido neste momento, de acordo com Carvalho, que interrompeu a fala da deputada para fazer o relato.

"O senhor Abilio fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando. Ele disse que ela estava oferecendo serviços. Isso é homofobia e desrespeito e peça para o deputado se retirar", interrompeu Carvalho.

Questionado pelo presidente da CPI, Abilio Brunini negou que tenha feito qualquer comentário. A senadora Soraya Thronicke (Podemos), que estava ao lado do senador Rogério Carvalho, confirmou o teor da fala homofóbica.

"Eu não ouvi, mas outros deputados estão falando que ouviram Abilio. Vamos fazer investigação vendo as filmagens. Se falou, vai ter leitura labial e obviamente se agiu dessa forma vai ter penalidade", afirmou Arthur Maia.

Ao retomar o microfone, a deputada explicou que havia dito que o deputado Abilio Brunini "quer chamar a atenção" em todas as sessões, por isso teria dito para ele tratar sua carência.

"Para aliviar o histerismo dos deputados que não compreenderam o que eu quis dizer, usei o meu tempo para me explicar quando falei da carência do deputado Abílio. Em todas as sessões o deputado parece querer chamar a nossa atenção. Parece fazer algo para chamar a atenção. Isso me parece um comportamento baseado na psicanálise, não em questões de gênero, de sexualidade, que é a única coisa que tem na cabeça dessa gente. Jamais entrei nessa seara", explicou.

Após o fim da sessão, Erika escreveu nas rede sociais que "as tentativas de ataques transfóbicos realizados hoje contra mim por parte dos bolsonaristas na CPMI só demonstram o desespero daqueles que atentaram contra nossa democracia com suas próprias ações".

Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro devem ouvir nesta terça-feira (11), a partir das 9h, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, preso pela Polícia Federal por supostas fraudes em cartões de vacina.

O presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), advertiu que o eventual silêncio do militar poderá comprometê-lo. Mauro Cid obteve um habeas corpus para não responder a perguntas que possam incriminá-lo.

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A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que vai confrontar Mauro Cid com as declarações do coronel do Exército Jean Lawand Júnior, com quem ele trocou mensagens sobre uma possível intervenção militar no país contra o resultado das eleições.

*Da Agência Senado

O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), disse nesta quinta-feira (22) que não vai determinar a prisão de testemunhas “para chamar a atenção da mídia”. Ele respondeu a uma questão de ordem do deputado Duarte (PSB-MA), que cobrou a prisão em flagrante do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques por falso testemunho, na reunião da última terça-feira (20).

"O que percebemos aqui é que o depoente faltou com a verdade dezenas de vezes. Não pode um depoente vir a esta Casa, faltar com a verdade, sorrir e sair daqui achando que foi vitorioso. Quem mente, quem falta com a verdade em um depoimento comete um crime. Qualquer deputado e qualquer senador, diante de um flagrante, poderá dar de voz de prisão? Será a relatora? Será o presidente da CPMI?", questionou Duarte.

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Em resposta, Arthur Maia disse que cabe ao presidente da comissão avaliar se uma testemunha cometeu ou não crime durante o depoimento. Mas salientou que não pretende promover “espetáculo circense” nos trabalhos de investigação.

"Não é do meu feitio utilizar de espetáculo circense para chamar atenção. Não é da minha prática. Esta presidência não será o palco de um circo em momento nenhum. Não vou prender ninguém aqui para chamar a atenção da mídia. Se eu tiver o entendimento de que uma pessoa fez um falso testemunho, tomaremos as medidas necessárias. Quem determina a prisão em flagrante por falso testemunho é a presidência", esclareceu.

A CPMI ouve nesta quinta-feira testemunhas relacionadas à tentativa de atentado a bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 24 de dezembro de 2022.

O presidente da CPMI anunciou nesta quinta um acordo de procedimentos que deve balizar as próximas reuniões do colegiado. A mudança no rito de depoimentos foi um pedido de parlamentares governistas e da oposição.

Segundo o acordo, cada convidado ou convocado a depor pode falar por 15 minutos no início e por 5 minutos no final da reunião. Após a apresentação inicial, cada senador e deputado inscrito terá 10 minutos para se manifestar. Durante esse tempo, o parlamentar faz as perguntas e ouve as respostas do depoente. Pela regra anterior, cada integrante da CPMI tinha 10 minutos para perguntas, e o depoente, igual prazo para resposta.

"A grande queixa dos parlamentares é de se proceder a uma inquirição. Fazer uma pergunta e ter direito a uma resposta para prosseguir com sua pergunta. Agora, o tempo do depoente conta no tempo do parlamentar, e o parlamentar tem o direito de interromper o depoente na hora que quiser. O tempo é do parlamentar", explicou Arthur Maia.

Após a apresentação inicial do depoente, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), é a primeira a fazer perguntas. Em seguida, falam os autores dos requerimentos de convite ou convocação e, por fim, os demais parlamentares. Pelo acordo, titulares e suplentes têm o mesmo tempo para se manifestar nas oitivas — respeitada a proporção de um suplente para cada grupo de quatro titulares inscritos.

O líder partidário ou o parlamentar indicado por ele pode se manifestar apenas duas vezes durante a reunião, por cinco minutos. Em uma vez, fala o representante da Liderança do Governo. Na outra, fala o indicado pela Oposição. O líder ou o representante deve ser membro titular ou suplente da comissão.

O acordo também prevê regras para a inscrição dos parlamentares. A lista será aberta às 8h30 do dia da reunião e encerrada uma hora após o início dos trabalhos. As inscrições não serão registradas por parlamentares integrantes da mesa, mas por servidores da comissão.

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro tem sido marcada por discussões e embates entre os membros. E, nesta quinta-feira (22), o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), ameaçou ir ao Conselho de Ética contra o deputado Abílio Brunini (PL-MT), após diversas intervenções dele durante as falas dos depoentes, deputados e senadores.

Com o dedo em riste, Maia foi claro: "Deputado, eu vou encaminhar o nome de Vossa Excelência ao Conselho de Ética. Não vou permitir que Vossa Excelência fique tumultuando esse trabalho aqui na CPI. Vossa Excelência não vai conseguir isso".

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Antes da ameaça de Maia, Brunini foi repreendido pelo próprio presidente da CPMI. Durante a fala do deputado Rogério Corrêa (PT-MG),  por exemplo, o apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou interromper o argumento e contestar a tese de que havia uma trama de “golpismo” por trás da ação dos envolvidos no episódio da bomba encontrada nos arredores do Aeroporto de Brasília, às vésperas da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O deputado federal Arthur Maia (União-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, foi assaltado nessa segunda-feira (12), enquanto caminhava pela orla de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Agentes do programa de segurança Ipanema Presente conseguiram localizar e apreender o adolescente de 17 anos que cometeu o furto. O objeto foi devolvido ao parlamentar.

Em um vídeo publicado nas redes sociais do governo do Estado, Maia conta a dinâmica do crime e agradece aos agentes que o atenderam.

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"Olha, eu tive uma ocorrência, infelizmente, hoje aqui na praia de Ipanema, mas eu quero registrar com muita satisfação de poder ter também tido a experiência de ver a eficiência do projeto Presente Ipanema. Quero agradecer a cabo Siqueira e ao agente Mitrano. O indivíduo bateu o meu cordão. Um minuto depois, ele já chegou, foi atrás, localizou e conseguiu prender", disse o deputado.

Inicialmente, os agentes conduziram o adolescente até uma delegacia em Copacabana, bairro vizinho à Ipanema. Na unidade, foi constatado que o assaltante tinha menos de 18 anos. Ele foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA).

A CPMI do 8 de janeiro mal foi instalada e o acirramento entre lideranças e retóricas já se fez presente na comissão. Bolsonaristas de um lado, aliados do presidente Lula do outro. O clima é de acirramento e exaltação pela defesa de suas narrativas. Defensores da democracia e parlamentares envolvidos com pessoas que participaram dos atos golpistas do 8 de janeiro já protagonizaram embates durante a instalação da CPMI. Esse é um primeiro panorama da CPMI do 8 de janeiro que foi instalada nesta quinta-feira (25), no Congresso Nacional.

Composta por 16 deputados e 16 senadores titulares, tendo também 16 suplentes. A própria composição dos integrantes da comissão já indica que os trabalhos devem contar com dias de turbulência. Isso porque, o escolhido para presidente foi o deputado Arthur Maia (União-BA), o o primeiro vice-presidente é Cid Gomes (PDT-CE) e o o segundo vice-presidente é senador bolsonarista Magno Malta (PL-ES). A relatora é a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). 

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Após a votação, Arthur Maia fez questão de demostrar serenidade na condução dos trabalhos. "Quero agradecer a confiança de todos os meus pares, deputados e senadores, que através desse acordo promovido pela inteligência política da oposição, do governo e dos partidos independentes conseguiu construir uma chapa que venha a dar credibilidade aos trabalhos que nós temos pela frente", asseverou o presidente. A relatora também discursou no sentido de tranquilizar os parlamentares em relação a seriedade na atuação, lembrando que integrou sua experiência por ter atuado em outras comissões.

"Já participei de várias CPIs ao longo da minha caminhada pública, fui relatora de CPI, fui presidente de CPI e integrei as principais CPIs do Congresso Nacional dos últimos oito anos", rememorou a parlamentar. 

No entanto, não só foi de discursos leves e serenos que a sessão se deu. Parlamentares da esquerda e da direita protagonizaram embates. A própria escolha de Eliziane como relatora foi criticada pelo senador Marcos Do Val (Podemos-ES), que levantou questão de ordem contra a ela por ter segundo o parlamentar, a senadora uma relação de "intimidade com o ministro da Justiça, Flávio Dino", o que ele indica que comprometeria a parcialidade das investigações. 

E a escolha de Eliziane para a relatoria não parou de ser questionada pelos parlamentares da direita. O depuatado André Fernandes (PL-CE), usou todo o seu tempo para atacar a relatora. "Essa CPMI terá parlamentares lutando pela verdade, por transparência e para relaxar o coração do povo brasileiro, quando a relatora que diz que houve uma tentativa de golpe, parece que já se concluiu a CPMI. Já tem relatório, nem precisa mais da presença. Porque a gente está para investigar, ela parece que já investigou. Mas relaxar o coração do povo brasileiro, relator é um voto, existem outros votos. Existe relatoria paralela e nós não desistiremos do nosso povo brasileiro e dos patriotas presos, inocentes", disse André. 

Saindo em defesa da relatora, o deputado Rogério Corrêa (PT-MG) disse que ela não se deixasse constranger pelas intimidações que deve sofrer na CPMI por parte dos bolsonaristas. "Senadora, não se deixe constranger por falas ameaçadoras e machistas. Não se deixe constranger, porque as falas são exatamente para ver se vossa excelência não coloca suas convicções, mas vossa excelência é uma mulher de convicção, como as mulheres brasileiras são", disse o deputado a Eliziane, que emendou: "Fique tranquilo, fique tranquilo".

Mas o clima voltou a esquentar quando o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) apresentou uma cronologia de atos realizados pelos e teve sua fala interrompida no início pelo Abílio Brununi (PL-MT), que tentou a todo momento tumultuar a sessão. "Para nós essa é a CPMI dos atos golpistas que se expressou no dia 8 de janeiro. Mas no dia 31 de outubro de 2022, o presidente Bolsonaro não reconheceu o resultado das urnas e se iniciou um bloqueio de estradas no país inteiro. No dia 1 de novembro há um vídeo de um deputado da extrema-direita, inflamando o povo para ir à rua e chamando o presidente eleito, Lula, de narcoditador. No dia 12 de dezembro, na diplomação de Lula houve pânico nas ruas. No dia 24 de dezembro teve uma tentativa de atentado à bomba contra o Aeroporto de Brasília. Um empresário bolsonarista acampado no QG do Exército é indicado como um dos autores. No dia 8 de janeiro, ônibus pagos por bolsonaristas chegam a Brasília para provocar a depredação dos três poderes. E no dia 10 de janeiro uma minuta de golpe é encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Dia 8 de janeiro, no nosso entendimento, é sintoma final da lógica extrema-direita. Um atentado contra a democracia. E na verdade, esse grupo político fala disso há muito tempo. Inclusive, exaltando ditadores, torturadores e o golpe civil-militar de 64", disse o deputado.

Após o pastor discursar, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) emendou com seus ataques a esquerda. "A gente fala que tem uma contagem regressiva para esse canhão de voltar contra a esquerda", disparou sobre os atos do 8 de janeiro. "Mas como diz Lennin: 'se for necessário mudar tudo aquilo que a gente diz para alcançar o nosso objetivo, assim nós faremos. Até se dizer antifascista, anticomunistas ou seja lá o que for conveniente para a narrativa deles", esbravejou o filho do ex-presidente. No entanto, ao final de seu discurso, ele se dirigiu a relatora dizendo esperar continuar a ter um bom diálogo com ela, como sempre teve.

"A gente tem uma boa relação desde que a senhora era deputada, a gente consegue manter um diálogo aberto. Faço muito gosto que vossa excelência tenha sido escolhida a relatora dessa comissão para que a gente possa seguir tendo essa boa conversa e não mergulhar no espectro ideológico e que vai impedir a gente de fazer um bom trabalho na comissão. Qual o bom trabalho dessa comissão? É separar o joio do trigo". Ao final, o deputado relativizou a participação de pessoas que foram presas por participação nos atos, dizendo que houveram pessoas presas inocentemente e que muitas pessoas que participaram dos atos não podem ser tratadas como golpistas.

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O Congresso instalou nesta quinta-feira, 25, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que vai investigar a tentativa de golpe e os atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro deste ano em Brasília. A primeira sessão do colegiado foi usada para eleger os cargos da mesa diretora. A Presidência ficou com o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), do grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A relatoria ficou com a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A primeira sessão da CPMI começou com bate-boca entre governistas e oposicionistas. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou questão de ordem contra o nome de Eliziane Gama para relatar os trabalhos do grupo. Ele argumentou que a senadora tem proximidade com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que, segundo do Val, deveria ser investigado.

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O presidente temporário do grupo até a eleição da mesa diretora, senador Otto Alencar (PSD-BA), acusou Do Val de tumultuar os trabalhos da CPMI e disparou que, apesar do histórico de policial do parlamentar, a comissão não será tratada como "delegacia". Alencar, que integra a base do governo, arrancou aplausos dos demais parlamentares ao enfrentar do Val.

A instalação da CPMI se arrastou durante meses. O requerimento do criação do grupo foi apresentado ainda em fevereiro, mas a leitura do documento pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no dia 26 de abril. Somente um mês depois foi dado o início oficial dos trabalhos.

Nos últimos meses houve tentativas mútuas de governistas e oposicionistas de postergar as investigações diante de fatos que desgastaram tanto o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de atuar como mentor dos ataques às sedes dos Três Poderes.

O Planalto queria postergar o início da CPMI por acreditar que o colegiado poderia atrapalhar a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara e no Senado. O governo Lula foi contra a instalação da comissão sob argumento de que investigações parlamentares não são controláveis e poderiam desgastar o Executivo federal. O grupo do presidente, porém, teve que recuar após a queda do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GS), general Gonçalves Dias, que foi flagrado no Planalto no dia 8 de janeiro.

Agora, o governo aproveita a maioria na CPMI para impedir que a oposição bolsonarista encampe a tese, sem provas, de que o Planalto teria se sido conivente as manifestações golpistas com o suposto objetivo de se favorecer.

Como mostrou o Estadão, os parlamentares que integram a base do presidente Lula no Congresso já discutem os nomes que pretendem convocar para depor na comissão. Deputados e senadores governistas também planejam solicitar a quebra de sigilo bancário e telemático de Bolsonaro para identificar se ele atuou diretamente na organização dos atos golpistas.

O deputado federal Arthur Maia (DEM-BA) anunciou, nesta sexta-feira (19), no Twitter, que testou positivo para a Covid-19, durante agenda em Portugal. O parlamentar afirma que permanecerá em quarentena na capital Lisboa, mas que seu quadro ainda é sem sintomas.

"Comunico a todos que testei positivo nessa semana para a Covid-19 durante uma missão oficial em Portugal. Ficarei em quarentena em Lisboa, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Estou me sentindo bem e sigo sem sintomas. Conto com a oração dos amigos", declarou o deputado.

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Nos últimos dias, Portugal virou palco político e reuniu personagens nacionais em debates do Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). O parlamentar, então, se encontrou com autoridades, a exemplo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em foto publicada no Instagram na segunda-feira (15), Maia esteve com Lira na participação do fórum. A imagem também conta com a presença das deputadas Soraya Santos (PL-RJ) e Celina Leão (PP-DF) e do deputado Paulo Azi (DEM-BA). No mesmo dia, o parlamentar também se encontrou com o presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia Nacional Portuguesa, Marcos Perestrello, e o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG). Em nenhuma das fotos publicadas é utilizado o uso de máscara.

A música brasileira perdeu um de seus mais exímios baixistas neste sábado (15). Arthur Maia, referência no instrumento elétrico, sofreu uma parada cardíaca e foi socorrido às pressas, em Niterói (RJ), mas não resistiu. Ele tinha 56 anos.

Arthur era sobrinho de Luizão Maia, músico que acompanhava Elis Regina, e foi com o tio que ele aprendeu os primeiros acordes. O baixista acompanhou grandes nomes da música popular brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Djavan, Gal Costa, Ney Matogrosso, Luiz Melodia e Ivan Lins. Ele também fez parte de bandas como a Black Rio e Egotrip e, em 1990, lançou-se na carreira solo. Além disso, Maia atuou como arranjador e produtor e foi secretário de cultura de Niterói de 2013 a 2016.

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Na internet, grandes nomes da música nacional lamentaram a partida do baixista. Gilberto Gil publicou um vídeo onde os dois tocavam juntos e escreveu: "Um dos maiores baixistas da atualidade. Seu talento e humor farão muita falta"; Marcelo D2 comentou: "Triste notícia. Genial Arthur Maia"; Paula Toller postou: "Em 1986, o Kid formou um time de feras do jazz para a turnê do disco Ao Vivo, o baixista era Arthur Maia. Descanse em paz"; e o perfil da Nação Zumbi: "Tocamos várias vezes com esse cara do sorriso fácil. Dengue dizia que ele tinha 10 dedos para fazer o que fazia. Deixa uma lacuna na música".

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