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A diabete Mellitus é uma doença crônica e não transmissível provocada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que regula a glicemia (açúcar) na corrente sanguínea e garante energia para o organismo. Em níveis altos, pode causar complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos dos pacientes. Há ao menos quatro casos clínicos envolvendo formas diferentes de diabete. Em quadros mais graves, a enfermidade pode levar à morte.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês), estimativas relacionadas ao número de casos existentes de diabete tipo 1 em crianças e adolescentes com menos de 20 anos mostram que o Brasil ocupa o terceiro lugar no panorama mundial, com 92,3 mil casos, atrás da Índia (229,4 mil) e dos Estados Unidos ( 157,9 mil).

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Segundo o IDF, a diabete tipo 1 causa complicações como doenças renais, cardíacas e oculares em 31% dos brasileiros entre 13 e 19 anos diagnosticadas com a doença. Desta forma, programas educacionais devem ser colocados em prática para evitar o agravamento do quadro de pacientes jovens.

Diferentemente da diabete tipo 2, que está mais relacionada ao estilo de vida da pessoa ou à obesidade, sendo possível evitá-la por meio de alimentação saudável e prática de exercícios, o tipo 1, apesar de ser menos comum - com cerca de 10% dos diagnósticos -, é considerado mais grave. Tem origem autoimune ou de fatores genéticos e surge geralmente na infância ou na adolescência.

"A diabete tipo 1 é quando as células produtoras de insulina no pâncreas são destruídas pelo próprio organismo por uma reação imunológica. Ainda não se sabe ao certo o que acontece, mas o próprio organismo produz substâncias que destroem essas células e levam à não produção de insulina. E isso faz com que a glicose não seja absorvida nas células", afirma Cid Pitombo, especialista em tratamentos de obesidade.

Em geral, a descoberta é feita partir do momento em que o paciente começa a apresentar sintomas como sede constante, vontade frequente para urinar, fadiga, perda de peso, entre outros. Para o diagnóstico, são realizados exames de sangue para medir a glicemia, nível de açúcar no sangue. Testes mais específicos também podem ser solicitados, como de anticorpos e de níveis de glicose para confirmar o tipo de diabete do paciente.

"É importante também entender que dentro da diabete do tipo 1 há os tipos A e B. No tipo A, é quando conseguimos identificar alguns tipos de anticorpos que atacam o pâncreas. No caso do tipo B, nem conseguimos identificar quais são esses anticorpos. Não se sabe quais são as causas. Mas ambos são tratados com insulina", acrescenta Pitombo.

Não há prevenção e o tratamento envolve aplicações diárias de insulina para regular os níveis de glicose no sangue, assim como medições de controle constantes, imediatamente após ser confirmado o diagnóstico. Sem a insulina, o paciente não sobrevive.

"No caso da diabete tipo 1 é difícil dar dicas preventivas, porque nem sabemos exatamente como se inicia esse processo no organismo. O que sabemos é que a obesidade é um dos grandes vilões no início de doenças envolvendo diabete. A obesidade produz substâncias que dificultam a ação da insulina nas células, faz sobrecarga nas células pancreáticas, sendo um dos grandes fatores que podem diminuir a função dos pâncreas, assim como consumo excessivo de carboidratos, alimentos gordurosos e açúcar", explica o especialista.

Orientações

No entanto, ao receber o diagnóstico, algumas medidas devem ser colocadas em prática. É importante que a pessoa adote novo estilo de vida, que envolva alimentação saudável e prática de exercícios, para manter os níveis de glicose sob controle. Um profissional de saúde também deve acompanhar regularmente o paciente.

Além disso, os fumantes diagnosticados com o tipo 1 devem abandonar imediatamente o cigarro. "As lesões produzidas futuramente por causa da diabete, como lesões vasculares e renais, são agravadas com o fumo. Quem está fora do peso, também deve emagrecer para não ter a sobrecarga do pâncreas e o mau funcionamento da insulina na absorção da glicose, que é a chamada resistência insulínica", orienta o especialista.

Com relação a cirurgias metabólicas, Pitombo afirma que elas têm bom efeito apenas para portadores do tipo 2. "Porque produz substâncias que estimulam a produção de insulina e as novas células no pâncreas, mas a cirurgia não tem efeito no portador de diabete tipo 1, pois ele não tem mais células a serem estimuladas", disse ele.

Segundo o Ministério da Saúde, pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a diabete tipo 1 devem fazer exames regularmente para acompanhar o nível de glicose no sangue.

Além dos tipos 1 e 2, há ainda o termo pré-diabete, usado cada vez mais para descrever pessoas com deficiência de tolerância à glicose e/ou glicemia de jejum alterada e também diabete gestacional.

Mundialmente, mais de 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos vivem atualmente com a diabete. Sexto país em incidência no mundo, o País tem ao menos 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição. A estimativa é que a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros até 2045, conforme informações do IDF.

Sintomas da diabete tipo 1:

- Fome frequente

- Sede constante

- Vontade de urinar diversas vezes ao dia

- Perda de peso

- Fraqueza

- Fadiga

- Mudanças de humor

- Mal-estar

- Náusea e vômito

Entre os sintomas das crianças diagnosticadas com diabete tipo 1, é possível observar que elas tendem a voltar a fazer xixi na cama durante a noite ou apresentar infecções recorrentes na região íntima.

Conheça os tipos de diabete:

Diabete tipo 1 é o principal tipo de diabete na infância, mas pode ocorrer em qualquer idade. Não pode ser prevenido. Pessoas com diabete tipo 1 precisam de insulina para sobreviver.

Diabete tipo 2 é responsável pela grande maioria (mais de 90%) dos casos no mundo. Existem evidências de que a diabete tipo 2 pode ser prevenida ou retardada com alimentação saudável e prática de atividade física.

Pré-diabete é um termo usado cada vez mais para descrever pessoas com deficiência de tolerância à glicose e/ou glicemia de jejum alterada. Indica um risco maior de desenvolver diabete tipo 2 e complicações relacionadas à doença.

Diabete gestacional: as grávidas com diabete gestacional podem ter bebês grandes para idade gestacional, aumentando o risco de complicações na gravidez e no parto para a mãe e o bebê.

O número de amputações de membros inferiores aumentou significativamente no Brasil durante a pandemia de Covid-19. Em média, 66 pacientes passam por esse tipo de cirurgia diariamente. Em 2020, quando a crise sanitária se instalou no País, a média diária de amputações saltou para 75,64. No ano seguinte, chegou a 79,19, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Para especialistas, o problema estaria relacionado à descontinuidade no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas durante o período.

Mais da metade dos casos de amputações envolve pessoas com diabete, embora o problema também possa estar relacionado a muitos outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial, idade avançada, insuficiência renal crônica, estados de hipercoagulabilidade e histórico familiar.

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Entre 2012 e 2021, período do levantamento, 245 mil brasileiros sofreram com amputações de pernas, pés ou dedos. O trabalho, feito com base em dados do Ministério da Saúde, mostra que, neste período, de maneira geral, o aumento do número de procedimentos foi de 53% - o que se agravou nos últimos dois anos. O ano passado registrou a maior soma de procedimentos, 28.906 casos, uma média diária de 79,19. A probabilidade de esse número ser superado em 2022 é alta, já que a média diária de procedimentos nos tres primeiros meses deste ano é de 82.

A grande maioria dos procedimentos médicos teve queda acentuada durante a pandemia. No caso das amputações, no entanto, foi registrado um aumento. Para especialistas, isso ocorreu por conta da dificuldade de acompanhamento das complicações na saúde dos pacientes que, durante a emergência sanitária, abandonaram tratamentos e evitaram a ida aos hospitais e consultórios com medo da contaminação pelo vírus. Com isso, muitos acabaram indo ao hospital apenas nas situações mais graves, em que já não era possível evitar a amputação.

Para o cirurgião vascular Mateus Borges, diretor da SBACV, "esses dados demonstram o impacto da pandemia no cuidado e na qualidade de vida dos pacientes". Segundo ele, pessoas com diabetes que desenvolvem úlceras e evoluem para quadros infecciosos demandam longos períodos de internação ou reinternações, com consequentes períodos de perda ou afastamento do trabalho, aposentadoria precoce e, por vezes, queda na autoestima, depressão ou criação de um quadro de dependência de familiares ou amigos.

Outro dado preocupante é o indivíduo que tem diabete e não sabe. Foi o caso do mineiro Luis Cardoso, de 55 anos, que trabalha em rodeios no interior de São Paulo. Quando fez o diagnóstico da doença, já era tarde demais para salvar o dedão do pé esquerdo. "Eu estava no interior de São Paulo e tive que ir para Belo Horizonte, para ver o médico e já tive que tirar o dedão", contou. "Em 2020 tive um problema de infecção e tive que tirar os outros quatro dedos."

Durante a pandemia, Luis Cardoso, também enfrentou dificuldades. "As rodovias estavam fechadas e tinha dificuldade para ir a Belo Horizonte ver o meu médico", disse. "Em outubro do ano passado, usei um sapato que machucou o meu pé e tive que tirar o dedo do meio do pé direito. Mas estou bem, está tudo sob controle."

Em números absolutos, os Estados que mais executaram procedimentos de amputações de membros inferiores no sistema público foram São Paulo (51.101), Minas Gerais (26.328), Rio de Janeiro (21.265), Bahia (21.069), Pernambuco (16.314) e Rio Grande do Sul (14.469). Por outro lado, os Estados com o menor número de registros são Amapá (315), Roraima (352), Acre (598), Tocantins (1154) e Rondônia (1383).

Impactos

Além de representar um grave problema de saúde pública, o crescimento constante no número de amputações no País traz fortes impactos aos cofres públicos, consumindo parte das verbas em saúde destinadas aos Estados. Apenas em 2021, foram despendidos R$ 62.271.535.96 em procedimentos realizados em todo o País. Entre janeiro de 2012 e março de 2022, considerando a inflação de cada ano, foram gastos R$ 660.021.572,69, o que representa uma média nacional de R$ 2.685,08 por procedimento.

"Esse volume de gastos poderia ser evitado se os sistemas de saúde investissem mais em medidas preventivas, sobretudo no acompanhamento de pacientes diabéticos (...) para que medidas drásticas, como a amputação de membros, não sejam tomadas", explica o presidente da SBACV, Julio Peclat.

No caso do diabete, cujos pacientes são as maiores vítimas das amputações, descuidos podem levar a grandes problemas. Um pequeno ferimento pode resultar em infecção que evolui para um caso grave de gangrena, levantando o risco de amputação.

O diabete impacta a circulação sanguínea porque gera o estreitamento das artérias, causando redução dos índices de oxigenação e nutrição dos tecidos. Alterações de sensibilidade aumentam a chance do surgimento de pequenos ferimentos e potencializam sua evolução para casos mais graves. Estudos apontam que 85% das amputações relacionadas ao diabete têm início com uma lesão nos pés que poderia ter sido prevenida ou tratada corretamente evitando complicações.

"Pessoas com diabete, ao passar dos anos, desenvolvem neuropatia e/ou isquemia, o que as torna mais suscetíveis ao desenvolvimento de feridas de difícil cicatrização (úlceras) e infecções", explica Peclat. "A neuropatia acarreta a perda da sensibilidade ao toque, à temperatura e à dor. Com isso, o indivíduo não sente quando fere o pé. De modo geral, por não perceber, evolui para quadros de infecção que resultam em desbridamentos ou amputações."

"Grande parte dessas amputações poderia ter sido evitadas a partir de práticas de auto-observação. O paciente bem informado que se examina com frequência poderá reconhecer a necessidade de uma intervenção precoce já nos primeiros sintomas. Identificar sinais de alerta precoces é imprescindível para reduzir a incidência de complicações", aponta o cirurgião vascular Eliud Duarte Junior.

O paciente com esse fator de risco também deve estar atento aos perigos de acidentes e adotar mudanças de comportamento, como evitar andar de pés descalços ou, ainda, aderir ao uso de calçados apropriados.

"Muito antes de qualquer complicação maior surgir, o paciente pode sentir dores nas pernas, que é um sinal de má circulação sanguínea e entupimento das artérias", explica o cirurgião vascular Brenno Caiafa.

Preste atenção: alguns cuidados para evitar o problema

- Não faça compressas frias, mornas, quentes ou geladas nem escalda pés. Por causa da falta de sensibilidade acarretada pela neuropatia, você pode não perceber lesões nos pés;

- Use meias sem costuras ou com as costuras para fora. Assim você evita o atrito da parte áspera do tecido com a pele;

- Não remova cutículas das unhas dos pés. Qualquer machucado, por menor que seja, pode ser uma porta de entrada para infecções;

- Não use sandálias com tiras entre os dedos;

- Corte as unhas retas e acerte os cantos com lixa de unha, mas com muito cuidado;

- Hidrate os pés, pele ressecada favorece o surgimento de rachaduras e ferimentos;

- Nunca ande descalço. Você pode não sentir que o chão está quente ou que cortou o pé;

- Olhe sempre as plantas dos pés e trate logo qualquer arranhão, rachadura ou ferimento. Se não conseguir fazer isso sozinho, peça ajuda a um familiar ou amigo;

- Não use sapatos apertados ou de bico fino;

- Trate calosidades com profissionais de saúde;

- Olhe sempre o interior dos calçados antes de usá-los;

- Enxugue bem entre os dedos após o banho, a piscina ou a praia.

O Sistema Único de Saúde (SUS) adotará a Política Nacional de Prevenção do Diabete e de Assistência Integral à Pessoa Diabética. O texto foi sancionado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), presidente em exercício, na última quarta-feira (30). A lei já está em vigor, mas precisa de regulamentação do Poder Executivo.

O texto estabelece tratamento dos problemas de saúde relacionados a diabete e ações de prevenção contra a doença, com campanhas de conscientização sobre a medição dos índices glicêmicos. Confira algumas das diretrizes:

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- Ênfase em ações preventivas por meio de equipes multidisciplinares

- Formação permanente de profissionais de saúde, pacientes, familiares e cuidadores

- Desenvolvimento de metodologia de análise e avaliação dos serviços de saúde

Apoio científico às pesquisas contra a doença

Uma pesquisa de 2017 realizada pelo Ibope Inteligência mostrou que, no Brasil, o maior medo dos diabéticos em relação à doença é amputar algum membro do corpo, indicado por 32% deles.

Já o medo de doenças cardiovasculares como enfarte e acidente vascular cerebral (AVC) - que são a maior causa de morte de diabéticos segundo a Associação Americana de Diabetes e a Universidade de Chester, na Inglaterra - só atingiu 3% dos consultados.

O consumo frequente de álcool está associado a um risco mais reduzido de diabete em homens e mulheres, de acordo com um novo estudo realizado por cientistas da Dinamarca. A pesquisa teve seus resultados publicados nesta quinta-feira, 27, na revista científica Diabetologia, da Associação Europeia de Estudos de Diabete.

De acordo com os autores da pesquisa, estudos anteriores já sugeriam de forma consistente que o consumo leve ou moderado de álcool está associado a um risco mais baixo de diabete em comparação com a abstenção, enquanto o consumo exagerado está ligado a um risco maior ou igual ao da abstenção.

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Na nova pesquisa, uma equipe de cientistas liderada por Janne Tolstrup, da Universidade do Sul da Dinamarca, examinou os efeitos da frequência do consumo de álcool sobre o risco de desenvolver diabete, considerando também a associação com tipos específicos de bebida.

"Os resultados podem parecer contraintuitivos, porque as pessoas sabem que a bebida alcoólica é ruim para os diabéticos e, portanto, tendem a associar o uso de álcool com um maior risco de desenvolver diabete no futuro", disse Janne à reportagem. "Mas a associação entre um consumo moderado de álcool e um risco menor de diabete já havia sido sugerida por inúmeros estudos anteriores."

Segundo Janne, os resultados mostram uma relação não linear entre o consumo de álcool e o risco de diabete.

"Os que apresentaram menor risco de diabete, em comparação aos abstêmios, foram aqueles que bebem moderadamente com frequência", disse Janne. "O excesso de álcool, por outro lado, não reduziu os riscos, aumentando-os em alguns casos."

A pesquisadora afirmou, no entanto, que será preciso realizar mais estudos para entender o mecanismo pelo qual uma ingestão moderada de álcool reduz os riscos de diabete.

"A frequência do consumo tem certamente um papel importante na associação entre álcool e redução de risco de diabete. Mas não sabemos ainda como se dá esse mecanismo, do ponto de vista biológico", explicou Janne. "Uma hipótese é de que talvez uma frequência moderada de consumo do álcool tenha um papel na regulação do sistema de insulina do organismo."

Categorias

O estudo envolveu 70.551 participantes da Pesquisa Dinamarquesa de Exame de Saúde, realizada em 2007 e 2008, na qual dinamarqueses de mais de 18 anos completaram um questionário que incluía fatores ligados à saúde e estilo de vida. Foram excluídos previamente aqueles já diagnosticados com diabete e as mulheres grávidas - que frequentemente mudam os hábitos de consumo de álcool. Os participantes foram acompanhados até 2012.

A partir dos questionários, foram estabelecidos os padrões de consumo de álcool em diversas categorias. Os abstêmios foram divididos entre os que já beberam no passado e os que nunca beberam. Já os consumidores de álcool foram divididos por frequência de consumo: menos de um dia por semana, de um a dois dias por semana, de três a quatro dias por semana e de cinco a sete dias por semana.

A frequência de consumo compulsivo - quando a pessoa toma mais de cinco doses em uma ocasião - foi dividida nas categorias "nunca", "menos de uma vez por semana" e "mais de uma vez por semana.

O consumo de tipos específicos de bebidas - vinho, cerveja e destilados - foi dividido nas categorias "menos de uma dose por semana", "1 a 6 doses por semana" e "mais de 7 doses por semana", para mulheres; e "7 a 13 doses por semana" e "mais de 14 doses por semana", para homens.

Foram calculadas as médias de quantidade semanal de álcool tanto para bebidas em geral como para tipos específicos de bebidas. Os participantes também responderam se seu consumo de álcool havia diminuído, aumentado ou permanecido estável nos últimos cinco anos.

Os dados foram ajustados estatisticamente para idade, sexo, nível educacional, índice de massa corporal (IMC), uso de tabaco, dieta, tempo de lazer e histórico familiar de hipertensão e diabete. Durante os cinco anos de acompanhamento, 859 homens e 887 mulheres desenvolveram diabete.

Quantidade e frequência

Em termos de quantidade semanal de álcool, os resultados foram semelhantes aos de estudos anteriores: o risco mais baixo de desenvolver diabete foi registrado entre os indivíduos que consumem quantidades moderadas de álcool.

Homens que consomem 14 doses por semana tiveram um risco de diabete 43% mais baixo em comparação aos abstêmios. As mulheres que consomem nove doses por semana tiveram um risco 58% mais baixo em relação às mulheres que não bebem nenhuma gota.

Em termos de frequência, os dados revelaram que o consumo de álcool de três a quatro dias por semana correspondeu ao menor risco de diabete - 27% mais baixo em homens e 32% mais baixo em mulheres, em comparação aos indivíduos que bebem menos de um dia por semana.

De acordo com os autores, o estudo não encontrou evidências claras de uma associação entre consumo compulsivo de álcool e risco de diabete, o que eles atribuem ao baixo poder estatístico dos dados, já que poucos participantes relataram consumo compulsivo.

Tipos de bebidas

No que diz respeito ao tipo de bebida, o consumo moderado a alto de vinho foi associado ao menor risco de diabete, em consonância com estudos anteriores. Os autores sugerem que isso pode ser atribuído aos efeitos benéficos de polifenóis existentes no vinho sobre o equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue, dando ao vinho tinto um potencial especial de proteção.

Homens e mulheres que consumiram sete ou mais doses de vinho por semana tiveram um risco de 25% a 30% mais baixo de diabete em comparação aos que tomaram menos de uma dose por semana.

Consumir entre uma e seis cervejas por semana resultou em um risco 21% mais baixo de diabete em homens, em comparação com os que tomam menos de uma cerveja por semana. A cerveja não mostrou nenhuma relação com o risco de diabete em mulheres.

Os autores não encontraram nenhuma associação estatisticamente considerável entre a média semanal de doses de destilados e diabete em homens. Entre as mulheres, no entanto, tomar sete ou mais doses semanais de destilado está associado a um aumento de 83% do risco de diabete, em comparação com as mulheres que consumiram menos de uma dose por semana.

Após revelar ter passado por uma cirurgia bariátrica para o tratamento de diabete e aparecer bem mais magro em fotos nas redes sociais, o ex-jogador de futebol e senador Romário reacendeu a polêmica sobre a regulamentação e indicações do procedimento.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a cirurgia bariátrica só é indicada para pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 40 ou para aqueles com índice acima de 35 que desenvolveram outras doenças, como hipertensão ou a própria diabete.

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Romário, no entanto, declarou que pesava 80 quilos antes da cirurgia, o que equivaleria a um IMC de 28 considerando sua altura - 1,67 metro. "Várias sociedades médicas no mundo já reconhecem a efetividade da cirurgia bariátrica para o tratamento da diabete para pacientes com IMC entre 30 e 35, mas para pessoas com índice abaixo disso não há evidência suficiente de bons resultados", diz Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabete do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

"Essa foi uma indicação muito atípica. Geralmente pessoas com esse IMC têm a diabete tratada com medicamentos", opina Bruno Halpern, diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

O médico Áureo Ludovico de Paula, responsável pela cirurgia de Romário e de outros famosos, como o apresentador Faustão, rebate as críticas. Ele diz que o ex-jogador chegou ao seu consultório com IMC 31 e já existem estudos que mostram bons resultados para pacientes diabéticos com esse perfil. "Acompanhamos por cinco anos 494 pacientes operados e 90% deles tiveram bons resultados."

Técnica. Outra questão polêmica no tratamento do ex-jogador foi a técnica escolhida, chamada de interposição ileal, quando a parte final do intestino delgado, o íleo, é sobreposta sobre a parte inicial, chamada de duodeno. O procedimento nunca foi regulamentado pelo CFM, mas, em 2014, foi tirado da lista de procedimentos experimentais por decisão da Justiça Federal de Goiás. O conselho recorreu da sentença e aguarda resposta. Ludovico de Paula diz que o acompanhamento dos pacientes mostra que a técnica é segura e eficaz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Na última segunda-feira (7),o ator Tom Hanks relevou em um programa americano que sofre de diabetes tipo 2. O astro do cinema, de 57 anos, deixou os fãs surpresos com a declaração.

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Hanks geralmente altera seu peso corporal em função da  carreira, os médicos afirmam que essas oscilações de peso podem ser um fator no desenvolvimento da diabete tipo 2 que é a forma mais comum da doença que afeta cerca 25 milhões americano. 

Ser diabético não é nada fácil. Ficar em dia com a saúde sem deixar de comer chocolates, sobremesas e afins, já é uma realidade palpável. E se a pessoa for diabético, tudo piora. Mas, é pensando nisso que alguns restaurantes estão investindo nesse ramo. O Villa Cozinha de Bistrô, La Vague e Ponte Nova oferecem, no cardápio, pratos específicos sem açúcar, como o Crepe Diet au Chocolat, feito com ganache de chocolate diet, banana, sorvete de creme light, coulis de frutas vermelhas e amêndoas laminadas e o Papaya Diet, que leva mamão batido com sorvete de creme light e lâminas de amêndoas torradas.

Serviço

Villa Cozinha de Bistrô (Rua da Hora, 330 – Espinheiro)

3426.2902 | 8889.5020

Ponte Nova (Rua do Cupim, 172 – Graças)

3327.7226 | 8814.0313

La Vague (Rua Dona Ada Vieira, 33 – Casa Forte)

3441.7938 | 8601.5423

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Um pâncreas artificial, que calcula o índice de glicose no sangue e libera insulina automaticamente sem a intervenção do paciente, é a mais nova promessa tecnológica para o tratamento de diabete tipo 1. Ainda em fase experimental, não há data para sua chegada ao mercado. Estima-se que 10% dos pacientes com diabete tenham o tipo 1.

O diabete tipo 1 é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células do pâncreas que produzem insulina - o hormônio responsável pelo transporte do açúcar para dentro das células. Como nesses pacientes os níveis de açúcar no sangue ficam aumentados, eles precisam aplicar várias injeções de insulina diariamente para normalizá-los. Por isso o desenvolvimento de um pâncreas artificial, que assuma essas funções sem a intervenção do paciente, é uma das principais buscas de pesquisadores do mundo todo há mais de 15 anos.

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O projeto Dream (sigla de Consórcio para o Pâncreas Artificial sem Fio, na tradução livre, e também "sonho", em inglês) é um dos experimentos nessa área. Trata-se de uma pesquisa internacional, liderada pelo pesquisador israelense Moshe Phillip, cujos resultados serão apresentados no Brasil no início de setembro, durante o Tratamentos & Tecnologias Avançadas para o Diabete, evento no Rio de Janeiro voltado às novidades.

Sob a pele

O grupo de Phillip desenvolveu um sistema chamado MD Logic. Trata-se de um sensor de glicose subcutâneo, que monitora os níveis de glicemia associados à bomba de insulina. Ambos são conectados por programas que informam e estipulam a quantidade de insulina a ser liberada para manter a glicemia dentro dos parâmetros normais. Tudo isso sem que o paciente tenha de realizar testes de ponta de dedo e calcular a quantidade de insulina a ser aplicada.

Os pesquisadores avaliaram o funcionamento do pâncreas artificial em 18 jovens de 12 a 15 anos, durante um acampamento de três dias. Foi a primeira vez que um aparelho do tipo foi testado em um ambiente real, fora do hospital. Um estudo anterior de outro grupo, usando um sistema semelhante, foi feito com 24 pacientes hospitalizados.

No caso de Israel, um grupo de engenheiros e médicos ficava em uma sala de controle, de onde supervisionavam remotamente as variações de glicemia das crianças, que realizavam atividades de lazer normalmente. Os resultados demonstram que a ideia funcionou - ainda que de maneira experimental.

Bomba

Hoje em dia já existe no mercado a bomba de infusão de insulina, que funciona de maneira parecida: um aparelho monitora a glicemia e envia um sinal para a bomba, que fica presa à cintura do paciente. Mas, para a bomba funcionar e liberar a insulina, o paciente precisa fazer o cálculo da quantidade e acionar o botão.

"As crianças tomam de quatro a seis picadas de insulina todos os dias, além de fazer o controle da ponta de dedo. O sonho de todo paciente é não ter de lembrar de tomar insulina várias vezes. E a promessa do pâncreas artificial é fazer tudo isso sozinho", diz o endocrinologista Luis Eduardo Calliari, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A endocrinologista Denise Reis Franco, diretora da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), também vê com otimismo os resultados do pâncreas artificial. "A tecnologia está mais rápida que o desenvolvimento de novas drogas. O futuro é esse", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Em seu terceiro ano, o projeto ‘Viver Bem - Diabetes tem Jeito’, foi realizado nesta quinta-feira (2) na Delegacia do Jordão, situada na Zona Sul do Recife, com o objetivo de conscientizar os moradores da comunidade sobre os riscos da diabete e como prevenir a doença.

O evento também contou com o apoio do projeto Esporte é Vida, da Associação de Moradores do Jordão, além de enfermeiras dos postos de saúde do bairro. "Com iniciativas como esta trazemos os moradores para dentro da delegacia. Mas em um contexto totalmente benéfico que é o de oferecer saúde e bem estar à população", enfatizou a delegada Julieta Japiassu.

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As pessoas tiveram a oportunidade de fazer exames de glicose e aferir a pressão, além de receberem orientações de profissionais da saúde, alertando sobre a importância de uma dieta balanceada e a prática de atividades físicas.

O Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo e pelo menos seis laboratórios particulares têm usado, ou usaram, um equipamento de diagnóstico de diabete sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como o registro no órgão é essencial para sua importação, não há informações sobre como eles entraram no Brasil.

Apenas uma empresa no País, a Bio-Oxford, tem o registro na Anvisa do aparelho Variant 2 Turbo Sistema para Teste de Hemoglobina. Somente ela pode importar e fornecer o equipamento, arcando com a responsabilidade de seu funcionamento. De 2006 até fevereiro, a empresa mantinha esses equipamentos no HC no sistema de comodato - mesmo modelo usado nos outros laboratórios.

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No fim do ano passado, no entanto, o fabricante, chamado Bio-Rad, dos EUA, rompeu o contrato com a empresa brasileira. Quando os representantes da Bio-Oxford foram retirá-los dos locais, em março, outros aparelhos - do mesmo modelo, mas sem registro - já haviam sido entregues pela própria fabricante.

"Qualquer produto de saúde, seja equipamento, insumo ou medicamento, precisa de registro na Anvisa, que é o que possibilita a importação", diz um dos sócios da Bio-Oxford, Ricardo Fernandes. "Como sou o único com o registro, sou o responsável legal pelo equipamento no País. Se der um resultado errado, a Anvisa vai me procurar. E, de março até este mês, o HC ficou com equipamento sem registro", completa. Não há indícios sobre problemas nos diagnósticos dos pacientes.

Fernandes fez denúncia à polícia e à Anvisa em março. Questionada, a agência confirmou que o Variant 2 Turbo possui registro somente pela empresa Bio-Oxford, mas não deu informações sobre fiscalização. "Não participamos de nenhuma ação de fiscalização envolvendo o caso desse produto específico", citou o órgão em nota.

O Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), da Polícia Civil de São Paulo, determinou a apreensão dos oito equipamentos que estão em estabelecimentos do Estado de São Paulo - dois deles no HC. De acordo com o DPPC, houve o auto de apreensão, mas os estabelecimentos ficaram como fiel depositários. O HC, por exemplo, continuou usando-o.

A Bio-Oxford representava a Bio-Rad desde 1999 no Brasil. No ano passado, a matriz americana decidiu pelo fim do contrato antes mesmo do final da sua vigência. Oficialmente, segundo a Bio-Oxford, não houve um motivo. Após isso, a Bio-Rad abriu escritórios no Brasil e passou a fazer o trabalho diretamente. Os equipamentos custam em média US$ 50 mil, além de 70% de impostos de importação.

HC

O Hospital das Clínicas (HC) informou que, quando os novos equipamentos chegaram à instituição, havia o devido registro na Anvisa. Mas o HC não explicou como isso é possível, pois houve troca de fornecedor e a única empresa com registro não autorizou o uso de sua licença para a importação. A reportagem também perguntou qual foi o procedimento legal para a mudança de fornecedor, mas não houve resposta.

Apesar de afirmar que o equipamento tem registro, mesmo com ação policial que o deixou no hospital como fiel depositário, o HC realizou no dia 14 novo pregão eletrônico para o fornecimento do equipamento e demais reagentes necessários para a realização dos exames.

A Bio-Rad venceu a concorrência, mas com outra família de aparelhos. Esta, sim, com registro na Anvisa, também em nome da Bio-Rad. O processo de registro na Anvisa demora de dois a três anos.

O HC atribui todo o problema a uma briga comercial entre Bio-Rad e Bio-Oxford. "Em relação à disputa comercial entre as empresas Bio-Oxford e Bio-Rad, o HC espera que ela se dê sem prejuízo ao atendimento dos pacientes." O equipamento realiza, mensalmente, aproximadamente 6 mil diagnósticos no HC. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Um projeto piloto, lançado no Rio para prevenir a cegueira entre jovens diabéticos, mostrou que é grande o número de pacientes que desconhecem ter a lesão inicial. Se tratada essa lesão, a doença pode ser reversível. Dos 124 jovens testados, em seis meses, 26% precisavam de tratamento. Nenhum tinha conhecimento do problema. O programa Oftalmologista Amigo do Jovem Diabético está prestes a ser lançado em São Paulo.

"Nossa intenção é reduzir a perda visual relacionada a diabete. A retinopatia é assintomática, silenciosa e tem a ver com a falta de controle da diabete", afirma a endocrinologista Solange Travassos, presidente da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio (Uaderj) e coordenadora do projeto.

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O nível alto de açúcar no sangue causa lesões nos vasos sanguíneos que nutrem a retina. São lesões pequenas, que provocam visão desfocada, e podem ser identificada por um exame de fundo de olho, feito com a pupila dilatada. Se não forem tratadas, o paciente pode ter um sangramento repentino, com descolamento da retina. "Se isso ocorre com paciente de plano de saúde, ele corre para o hospital e faz cirurgia a laser. Na rede pública de saúde, a fila tem 300 pessoas e até ser atendido, o jovem ficará cego", diz Solange.

A retinopatia costuma aparecer a partir da adolescência e causa problemas de visão para mais de 90% após 20 anos de doença. A recomendação é que o paciente faça um exame de fundo de olho anual a partir da adolescência. Já as crianças devem começar a ser examinadas entre 3 e 5 anos depois dos primeiros sintomas.

Numa parceria entre a Uaderj e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), com apoio da Sanofi Diabetes, oftalmologistas de todo o Estado foram convidados a participar da campanha. Eles deveriam se comprometer a atender dois pacientes carentes por mês. Se identificado o problema no início, fariam o acompanhamento. A lesão grave é encaminhada para a Uaderj, que busca a cirurgia na rede pública. "Isso é o mais difícil. O nosso foco é identificar os casos leves, que podem ser revertidos".

Em seis meses, 50 médicos aderiram à campanha. O objetivo, agora, é expandir a rede para o interior do Estado. "Já estamos em conversas com São Paulo e queremos que esse seja um projeto nacional", afirmou Solange.

O aposentado Rodolfo Mutzembecher Júnior, de 67 anos, é diabético há 46. Um acompanhamento minucioso, com controle da glicemia, garante que ele viva sem nenhum tipo de sequela. "Diabete não é doença, é uma disfunção. É preciso aprender a conviver com essa disfunção do pâncreas para ter boa saúde", afirma ele, que faz o exame anual de fundo de olho.

O ator João Fernandes, de 12 anos, que atuou na novela Cordel Encantado, foi diagnosticado aos 4 anos. Ele também já faz o acompanhamento com oftalmologista. "Logo que fiquei diabético tinha um preconceito, algumas pessoas não me convidavam para festa porque não sabiam o que eu podia comer. Eu levo uma vida normal: estudo, faço handball, vôlei, danço hip hop e gravo a novela. É só fazer o controle da glicemia", afirmou.

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