Tópicos | Doação de Medula

Drica Moraes deu um comovente relato sobre a relação que construiu com o doador de medula que lhe salvou a vida, durante entrevista no programa Conversa com Bial. A atriz contou que Adilson, um eletricista de Presidente Prudente, virou um novo “irmão” para ela e que os dois tornaram-se muito próximos após se conhecerem. 

Drica foi diagnosticada com Leucemia ao completar 40 anos. Ela precisou fazer um longo tratamento e apenas o transplante de medula poderia curá-la. Não foi encontrado doador compatível em nenhum de seus irmãos até que a doação de Adilson surgiu e a atriz foi transplantada com sucesso. Cinco anos após a cirurgia, os dois puderam se conhecer. 

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Emocionada, Drica contou que o primeiro contato entre os dois foi através do telefone. No dia seguinte, ela viajou para Presidente Prudente para conhecer o doador pessoalmente. “Eu o abracei e chorei muito. Adílson estava acompanhado da filha e me levou para conhecer a família dele. Entramos no Chevette e fomos conversando pela estrada rodeada de mato. Foi uma coisa tão incrível”.

A atriz também revelou que, após o primeiro encontro, ela e Adilson desenvolveram uma relação de muita proximidade. Drica disse que hoje, 11 anos após o transplante, fala com seu doador diariamente e que o homem acabou se tornando um membro da família. “Eu amo o Adílson em um grau. A gente se fala todos os dias e ele acabou se tornando o meu 8º irmão”. 

Para celebrar o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, que acontece na 3ª semana do mês de setembro, cerca de 700 colaboradores e visitantes do Instituto Butantan, na cidade de São Paulo, aderiram a um pré-cadastro para uma atitude nobre. Inspirados no caso de Bia, uma paciente de três anos de idade internada com leucemia linfoblástica, os inscritos se tornaram candidatos a doadores de medula no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

Todo procedimento será realizado no próprio Instituto Butantan. Após a entrega de um formulário preenchido e da coleta de 4ml de sangue, todos os voluntários são cadastrados de forma oficial no Redome. O doador só é comunicado do procedimento se apresentar compatibilidade genética com pacientes como Bia, que já está na fila do transplante de medula. 

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Tratamento

O transplante é a substituição da medula doente por células de uma medula saudável, as quais vão promover a reconstituição do tecido no paciente. No caso da menina Bia, a criança está em tratamento com quimioterapia há dois anos, mas precisa de um transplante até o mês de outubro. Em julho, um pedido de ajuda da tia de Bia, a bióloga Thamara De Martino, que atua no Instituto Butantan, sensibilizou funcionários de vários setores do centro de pesquisas.

Seja um doador

Para ser um doador de medula, é necessário procurar um local especializado. Na cidade de São Paulo, a coleta da amostra de sangue pode ser feita no Hospital São Paulo ou no Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia. O procedimento é realizado em um ambiente hospitalar e com o doador anestesiado. Segundo os médicos, a coleta é feita pelo sangue ou própria medula óssea, localizada no osso da bacia. O doador pode ter alta em até 24 horas.

O Ministério da Saúde revelou uma pesquisa informando que em Pernambuco, foram realizados 1.678 transplantes no ano de 2012, o que representa 55% a mais que em 2011. No Nordeste chegou a um total de 4.706 cirurgias. Em todo país, o aumento foi de 2,6% em 2012, quando o total de operações chegou a 23,9 mil.

O levantamento também mostra que o Estado fez 1.084 cirurgias de transplante de córnea, 278 de rim, 162 de medula óssea, 133 de fígado e 18 de coração. Também cresceu a quantidade de doadores, no Brasil foram 2.439. Com esses dados, foi a primeira vez que o país ultrapassou a marca dos 10 doadores por milhão de população, atingindo a 12,7 em 2012. Estado de Pernambuco, o número de doares aumentou de 101 para 116, o que elevou de 11,4 para 13,1 a quantidade de doadores por milhão de população.

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Com essa tendência de aumento nos transplantes e de doadores, houve uma redução no número de pessoas da lista de espera por uma cirurgia. No país, 26.662 pessoas aguardam por transplantes – redução de 4,2 em relação a 2011 (27.827). O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que o Brasil superou seu próprio recorde. “O que mais comemoramos é o crescimento de 47% na região Norte e 20% na Nordeste. Com isso, estamos conseguindo levar essa cirurgia tão complexa para perto das pessoas, salvando vidas nas regiões que menos realizavam transplantes”, afirmou o ministro.

Atualmente, são mais de 2,9 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) - em 2000 eram 12 mil voluntários inscritos. O salto se deve em grande parte a campanhas publicitárias e ações de sensibilização do Ministério da Saúde, Estados e Municípios.

Processo de doação de órgãos

Para fazer a seleção dos potenciais receptores de órgãos, é realizado, através de critérios clínicos de acordo com cada tecido ou órgão, uma avaliação de tipo sanguíneo e tempo de espera. O Brasil faz transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim e pâncreas), tecido ocular (córnea) e células (medula óssea).

Existem 25 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos em todos país, sendo 11 delas sub-regionais; 11 câmeras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 62 Organizações de Procura por Órgãos (OPOs) e 1.047 equipes de transplantes. O trabalho exige profissionais de diversas áreas da saúde e afins, como psicologia, assistência social e policial.

Com informações de assessoria

Câmara Municipal do Recife aprovou e o Executivo sancionou o projeto lei criando a semana de mobilização para doação de medula óssea. O PL da vereadora Vera Lopes (PPS), que também é médica, tem como foco o esclarecimento e a mobilização do doador voluntário, cuja compatibilidade sanguínea permita ser doador de medula óssea, em vida, sem prejuízo à sua saúde.

“O transplante de medula óssea é indicado para pacientes que sofrem de leucemia, linfomas, anemias graves e imunodeficiências congênitas, além de outras 70 doenças relacionadas aos sistemas sanguíneo e imunológico”, comentou a parlamentar.

De acordo com Vera Lopes há doenças, como essas referidas, cujo principal problema localiza-se na ausência de solidariedade. Por isso, quanto maior o número de doadores cadastrados, mais fácil será encontrar um doador compatível e, assim, salvar vidas. Segundo informações do INCA, para se cadastrar, o candidato à doação de medula precisa ter entre 18 e 55 anos, boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou hematológicas. A pessoa deve apresentar documento oficial de identidade com foto e preencher o formulário de cadastramento.

A vereadora informa que, no momento do cadastro, a pessoa recebe todos os esclarecimentos sobre o processo de doação para, em seguida, ser colhida uma pequena amostra de sangue (um tubinho de sangue, com cerca de 5ml), que é submetida a um exame genético chamado de histocompatibilidade (HLA). “O resultado da tipagem HLA e os dados cadastrais da pessoa são incluídos em um banco de dados, chamado Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), que é coordenado pelo INCA”. Vera Lopes acredita que a lei vai ajudar a aumentar a oferta de candidatos à doação de medula óssea.

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