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O dólar subiu hoje e retomou o nível de R$ 1,60. No fechamento dos negócios no mercado interbancário de câmbio, a moeda americana foi cotada a R$ 1,603, alta de 0,25% no dia. No mês, acumula valorização de 3,22% e no ano, queda de 3,67%. O dólar à vista negociado na BM&F fechou a R$ 1,6075, alta de 0,59%. O euro comercial teve leve ganho de 0,09% no dia, cotado a R$ 2,303.

Rumores de que o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, pode não anunciar novos estímulos à economia dos EUA em seu discurso na próxima sexta-feira, no simpósio de Jackson Hole, uma vez que o Fed já sinalizou recentemente que manterá os juros baixos no país até pelo menos 2013, deram suporte ao avanço do dólar, disse o operador Ovídio Pinho Soares, da corretora Interbolsa Brasil. Além disso, a moeda norte-americana no mercado local foi pressionada por um fluxo cambial levemente negativo, demonstrado pelo aumento da taxa do cupom cambial de curto prazo, afirmou um operador de tesouraria de um banco.

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O Banco Central manteve a realização de apenas um leilão de compra de moeda no mercado à vista, em que definiu a taxa de corte em R$ 1,6039.

No mercado externo, a perspectiva de um fim para a guerra civil na Líbia e possível retomada das operações das empresas petrolíferas na região assim como os dados sobre atividade nos EUA melhores do que o esperado, embora ainda fracos, favoreceram uma melhora do ambiente de negócios nesta segunda-feira.

Câmbio turismo

Nas operações de câmbio turismo, o dólar caiu 1,53% nesta segunda-feira, cotado a R$ 1,677 na venda e a R$ 1,543 na compra. O euro turismo recuou 0,70%, cotado a R$ 2,423 (venda) e R$ 2,23 (compra).

O real valorizado está aqui para ficar e as empresas têm de se acostumar com esse novo ambiente, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, em entrevista concedida a correspondentes estrangeiros em São Paulo.

"O câmbio não vai mudar no curto prazo e teremos uma moeda forte por um longo período; o Brasil mudou para o grupo de países com moeda forte e com contabilidade fiscal equilibrada", afirmou Pimentel. "Os empresários terão de se acostumar a isso", acrescentou.

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Pimentel afirmou ainda que os indicadores recentes sobre a produção industrial foram "muito ruins" e causaram profunda preocupação no governo.

Pimentel rejeitou acusações de que a regulamentação sobre as compras governamentais, parte do Plano Brasil Maior, seja protecionista. Segundo ele, países vizinhos membros do Mercosul também serão beneficiados pelo plano, o qual prevê o pagamento pelo governo de 25% a mais nas compras de bens que contenham 40% de produtos nacionais ou de qualquer país do Mercosul.

"As críticas de protecionismo são fáceis de serem feitas e podem ser atribuídas a qualquer medida", disse Pimentel. "Estamos implementando, com muitos anos de atraso, o ato Buy America. Isso não é protecionismo." O ato Buy America foi transformado em lei nos Estados Unidos pelo presidente Franklin Roosevelt em 1933.

"Protecionismo seria se proibíssemos as importações. Por exemplo, não vamos proibir as importações de carros, mas vamos encorajar os que produzem localmente", disse. As informações são da Dow Jones.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou, durante entrevista coletiva, que a medida provisória (MP) publicada hoje no Diário Oficial da União autoriza a regulamentação do mercado de capitais e de derivativos. Segundo ele, a medida concede poderes adicionais para aumentar a regulamentação sobre o mercado futuro de derivativos.

Mantega destacou que vários países depois da crise de 2008, quando muitos fundos de hedge estavam alavancados, começaram a regulamentar melhor esses mercados. Segundo ele, a MP obriga o registro na BM&F e na Cetip de todas as operações feitas nesse mercado, incluindo as negociações no balcão. Para ele, essa obrigatoriedade dará mais transparência no segmento de derivativos.

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Mantega lembrou que, durante a crise de 2008, algumas empresas no Brasil estavam muito alavancadas nos chamados "derivativos tóxicos" e ficaram em situação complicada. "De lá para cá, tomamos várias medidas para diminuir a alavancagem e a exposição nesses derivativos", disse. Conforme o ministro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá determinar o valor do depósito da margem de garantia.

Mantega explicou que, por exemplo, hoje é possível com US$ 50 mil fazer operações no mercado futuro de US$ 1 milhão e, com US$ 1 milhão, realizar operações de US$ 10 milhões. "Essa é a alavancagem que pode expor o mercado a problemas", avaliou.

Posição vendida

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que incidirá 1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada das empresas. Segundo ele, há um excesso de dólar vendido no mercado futuro, o que leva à valorização do real. O ministro informou que há entre US$ 24 bilhões e US$ 25 bilhões de dólares em posição vendida no mercado futuro.

"Estão ofertando dólar sem por dinheiro. Isso valoriza o real. Por isso, o IOF incidirá sobre a posição vendida que ultrapassar a posição comprada", explicou. Mantega afirmou que o imposto será sobre a diferença das operações porque a compra do derivativo não necessariamente é especulativa. "No descasamento, incidirá 1% de IOF pela exposição nessa margem a maior sobre o valor nocional", insistiu. "Estamos atuando para ajudar o real", completou Mantega.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que todas as medidas foram feitas em acordo com o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Estamos de acordo e não há previsão de mudança de regras por enquanto", disse. "De acordo com necessidade, estaremos tomando as medidas", completou.

No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta de que o real vai se valorizar. Estar "comprado", por consequência, sinaliza a expectativa de depreciação da moeda brasileira.

Brecha

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o governo brasileiro também está fechando uma brecha do mercado, que estava liquidando, antes do prazo, as operações de crédito tomadas no exterior, com prazo acima de 720 dias para fugir do pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A partir de agora, as liquidações antecipadas também pagarão 6% do imposto. "Quem liquidar a operação antes do tempo, vai ter de pagar IOF", afirmou. "Isso é um aperfeiçoamento da medida anterior", completou.

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