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O dólar comercial abriu em queda de 0,57%, a R$ 1,741, seguindo a trajetória que a moeda norte-americana registra também no exterior, diante das demais moedas emergentes de destaque. Às 10h27, o dólar continuava em desvalorização, negociado em baixa de 1,26%, a R$ 1,729.

Para um operador ouvido pela reportagem, a força do real nesta sexta-feira está atrelada, em boa parte, à recuperação das commodities (matérias-primas). Desde cedo, esses ativos mostravam alta significativa e, às 10h16, o índice CRB, que reúne commodities agrícolas e metálicas subia mais de 1,58%.

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O fôlego dos mercados é reflexo de um noticiário sem grandes novidades, já que as soluções para a Europa continuam sendo só expectativas. As de hoje recaem sobre o resultado do encontro dos ministros de Finanças dos países do G-20, que acontece hoje e amanhã, em Paris. O novo assunto em pauta é o fortalecimento financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora já tenha líderes avisando que as discussões estão só começando, os mercados usam-se disso para evitar perdas nesta sexta-feira. E esquecem-se do rebaixamento da classificação de risco da Espanha pela S&P, ocorrido ontem.

A isso somam-se os indicadores da economia dos EUA, mais especificamente o dado de vendas ao varejo, que mostrou alta de 1,1%, acima da expansão de 0,8% estimada.

O dólar comercial abriu em alta de 0,17%, mas não manteve os ganhos. Por volta das 10h40, a moeda norte-americana era negociada em baixa de 0,46%, a R$ 1,750.

Hoje, a agência de classificação de risco Fitch acentuou as preocupações do mercado de câmbio ao rebaixar a classificação de risco de dois bancos britânicos - Lloyds Banking Group e Royal Bank of Scotland -, além de colocar um terceiro em revisão com implicações negativas - Barclays.

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Hoje também, a China registrou superávit comercial menor em setembro, com crescimento abaixo das expectativas tanto nas importações, quanto nas exportações. O superávit comercial chinês de setembro ficou em US$ 14,51 bilhões, abaixo dos US$ 17,76 bilhões de agosto e dos US$ 17,25 bilhões da previsão de 12 economistas.

O número alimenta a preocupação com a vitalidade da economia global e atinge em cheio os crescentes temores brasileiros com o destino da China. O gigante asiático é o maior parceiro comercial do Brasil e um grande formador de preços das matérias-primas que o País mais exporta. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, frisou, no início desta semana, que uma desaceleração forte desse gigante é o maior perigo para a economia nacional.

O dólar comercial era negociado em alta de 0,45% por volta das 10h15, a R$ 1,778. Nesta manhã, os mercados continuam o movimento pendular e registram perdas generalizadas. Os investidores mais uma vez se movem tendo como premissa a aversão ao risco, que beneficia o dólar em detrimento das demais moedas.

O centro das tensões continua sendo a Europa, mas alguns olhares, incluindo os brasileiros, começam a dividir-se entre as novidades referentes ao velho continente e o noticiário chinês.

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Na Europa, depois de comemorarem o compromisso assumido pela Alemanha e pela França de que um plano para a recapitalização dos bancos, a solução para a Grécia e a reformulação da zona do euro será apresentado no dia 3 de novembro, os investidores mostram ansiedade com os passos que ainda faltam ser dados para que isso se concretize.

Por volta das 10 horas (horário de Brasília), o Parlamento da Eslováquia ainda estava na sessão para votar a ampliação da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Este é o último aval necessário para que a medida se torne realidade.

Já no que se refere à China, o alerta acendeu-se com a informação de que o governo resolveu capitalizar quatro bancos estatais. O temor é de que isso tenha por trás problemas maiores no sistema financeiro do país e venha a ter impacto no nível de atividade chinês. Como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, o maior perigo para o Brasil é a China.

O dólar comercial abriu em queda de 1,13%, negociado a R$ 1,746 no mercado doméstico, acompanhando o mesmo entusiasmo que os investidores demonstram no exterior, diante do noticiário do final de semana. Após um encontro para discutir a crise, os líderes da França, Nicolas Sarkozy, e da Alemanha, Angela Merkel, comprometeram-se a apresentar, no dia 3 de novembro, quando acontece a reunião do G-20, um plano de ação para socorrer a Grécia, recapitalizar os bancos europeus e reformar a zona do euro.

No Brasil, o mercado foca a inflação, com vistas à formação de apostas para o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. Na manhã de hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro, que ficou no piso das estimativas a 0,45% ante 0,43% em setembro e contra 0,75% no mesmo período de 2010. Merece destaque a volta dos alimentos à deflação, o que resultou numa taxa para o Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M) de apenas 0,08%, após avançar 0,42% na primeira prévia do mês passado.

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Já o IPC-S subiu 0,50% até a quadrissemana finalizada em 7 de outubro, resultado idêntico ao anterior, referente à quadrissemana finalizada em 30 de setembro. Segundo a FGV, quatro das sete classes de despesas usadas para cálculo do indicador apresentaram acréscimos em suas taxas de variações de preços, na passagem da quarta quadrissemana de setembro para a primeira quadrissemana de outubro.

Vale registrar que os investidores domésticos também estarão de olho bem aberto para as novidades vindas da China. Antes da semana de feriado por lá, houve indicadores de enfraquecimento da economia do gigante asiático e essa possibilidade preocupa mais do que a debilidade europeia. A avaliação do mercado é de que um eventual recuo na dinâmica chinesa, em intensidade maior do que aquela que já está ocorrendo, não está no preço dos ativos, nem nas contas do governo.

Apesar da piora de humor no exterior, o dólar sustentou hoje seu quarto pregão seguido de baixa, encerrando o dia a R$ 1,7660, perda de 1,18%, menor valor desde 16 de setembro, quando atingiu a cotação de R$ 1,73. Com isso, a moeda norte-americana termina a primeira semana de outubro com desvalorização de 6,06%.

O dólar diminuiu o ritmo de baixa a partir do começo da tarde, após a agência de classificação de risco Fitch anunciar que rebaixou o rating da Espanha e da Itália, ambos com perspectiva negativa, e ainda manteve a nota de Portugal sob revisão, para possível rebaixamento. Segundo especialistas, o dólar se sustentou em baixa porque o mercado já tinha precificado esses rebaixamentos.

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Na mínima, o dólar balcão atingiu R$ 1,7520 e, na máxima, R$ 1,7850. No ano, o ganho desacelerou para 6,13%. Na BM&F, o dólar pronto fechou em queda 0,65%, cotado a R$ 1,7754. Na máxima, a moeda na BM&F atingiu R$ 1,7780 e, na mínima, R$ 1,7572. Na semana e no mês, a divisa registrou queda acumulada de 6,01%. No acumulado de 2011, o dólar pronto BM&F ainda registra valorização de 6,76%.

Para o gerente de mesa de operações do banco Confidence, Felipe Pellegrini, a notícia do rebaixamento não pesou tanto porque o mercado já havia precificado. "O fato de a moeda norte-americana fechar hoje abaixo de R$ 1,80 é positivo e é mais fácil ela buscar o R$ 1,75 no início da semana, se não tiver outras notícias que não estejam no preço", disse o operador.

O dólar comercial começou o dia em queda de 0,38% negociado a R$ 1,829. De acordo com os operadores, a trajetória reflete o fim dos ajustes de posições que agitaram o mês de setembro e a sinalização dada pelo Banco Central, que interveio quando as cotações mostravam disposição para seguir um rumo de alta forte. "Os investidores já se ajustaram e o Banco Central atuou. Isso acomodou o mercado e, agora, o momento é de espera", disse um operador.

No mercado internacional, o que se espera é uma solução para a crise grega e seus desdobramentos. Nesse sentido, o mercado realmente gostou e está comprando a retórica da lideranças europeias em relação a um esforço conjunto para recapitalizar os bancos. A informação surgiu na tarde de terça-feira, foi endossada ontem pela chanceler alemã, Angela Merkel, hoje pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e sustenta até agora o desempenho positivo das bolsas.

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Por isso, hoje, os investidores vão ficar de olho bem atento à reunião da chanceler da Alemanha com dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial, do Banco Central Europeu e da OCDE, que vai ocorrer hoje, sem horário definido ainda.

Os mercados europeus amanheceram computando duas notícias de destaque do final do dia de ontem. Uma concreta e negativa - que é o rebaixamento da classificação de risco da Itália anunciado ontem à noite pela Moody's - e outra positiva, mas que ainda não passa de expectativa - uma ação coordenada da União Europeia para recapitalizar os bancos. Por ora, preferem precificar a segunda, o que está dando fôlego para o euro se manter na casa de US$ 1,33, cotado a US$ 1,3335 pouco antes das 9h, ante US$ 1,3355 no final da tarde de ontem em Nova York.

Já o dólar, no mesmo horário, recuava 0,71% diante da cesta de seis moedas fortes (dólar index). Nesse caso, ainda pesa também a perspectiva de que a liquidez na moeda pode aumentar, depois que Ben Bernanke disse ontem que o Fed está alerta e pode tomar novas medidas de incentivo à economia, não descartando até um eventual Q3. Já diante das moedas emergentes de maior destaque - dólares canadense, australiano, neozelandês e o rand sul africano - o dólar oscilava perto da estabilidade e ainda não tinha rumo certo.

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Por aqui, às 9h14, pouco depois do início dos negócios, o dólar novembro estava exatamente no mesmo ponto em que fechou ontem, a R$ 1,8705. A perspectiva dos operadores é de que a volatilidade deve continuar acentuada, com os investidores reagindo de forma rápida e intensa a qualquer novidade tanto referente à crise europeia, quanto ao andamento da economia dos EUA.

Para a trajetória de alta, no entanto, há uma limitação: a presença do Banco Central no mercado. Depois dos leilões de swap de ontem e segunda-feira, se alguém ainda tinha alguma dúvida, não tem mais: o dólar acima de R$ 1,90 incomoda a equipe econômica.

Vale registrar que ontem os investidores estrangeiros assumiram posição comprada líquida em derivativos, completando uma inversão que vem ocorrendo desde agosto e se acentuou no mês de setembro. No fechamento desta terça-feira, os investidores estrangeiros encerraram o pregão comprados em 14.289 contratos (US$ 714,4 milhões), considerando-se DDI e dólar futuro. Na segunda-feira, a posição líquida dos estrangeiros era vendida em 13.536 contratos (US$ 676,8 milhões).

O dólar comercial abriu com alta de 0,16%, a R$ 1,893, no balcão. O cenário externo é tenso hoje e continua ditando os fundamentos para os negócios com câmbio. No entanto, o mercado tem motivos, mais uma vez, para olhar para dentro na hora de definir operações e cotações. Isso porque o Banco Central voltou a atuar em carga máxima, ontem, depois que o dólar deu sinais de que iria sustentar-se acima de R$ 1,90. O Banco Central ofereceu até 106.975 contratos de swap cambial (cerca de US$ 5,3 bilhões) em leilão realizado das 15h45 às 16 horas e conseguiu roubar parte da força das cotações.

Na operação de ontem, o mercado absorveu somente 34.150 contratos, o equivalente a US$ 1,695 bilhão, e o dólar encerrou o pregão a R$ 1,890. O BC não ficou satisfeito e, após o fechamento dos mercados, anunciou uma nova intervenção, que acontece hoje entre as 11h15 e as 11h30. Serão oferecidos até 90.525 contratos (cerca de US$ 4,5 bilhões) com quatro diferentes vencimentos em operação que terá montante financeiro de cerca de US$ 4,5 bilhões.

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Se a intenção do BC é mostrar que tem munição e evitar que a crise externa resulte num ataque contra o real, escolheu um bom momento para tentar. Lá fora, cresce uma nova onda de descrédito em relação à solução para os problemas das dívidas soberanas europeias.

O pessimismo foi detonado pelo adiamento na liberação da próxima parcela do empréstimo à Grécia e o cancelamento da reunião de ministros europeus, que estava prevista para o dia 13 de outubro. Isso atinge em cheio as bolsas, com destaque negativo para o setor financeiro. Simultaneamente, o Goldman Sachs rebaixou as previsões para o PIB global, o euro e as commodities, engrossando o mau humor.

O dólar comercial abriu em alta de 0,80%, a R$ 1,895, mas não sustentou a trajetória e, em poucos minutos, inverteu o rumo. Às 10h32, a cotação era de R$ 1,877, com recuo de 0,16%. Hoje, a moeda norte-americana acompanha os acontecimentos internacionais. Porém, hoje, alguns fatores domésticos contribuem para roubar fôlego de alta ao dólar ante o real.

O primeiro fator doméstico é que se esgotou o movimento de rolagem de posições no mercado futuro, decorrente do vencimento dos contratos de outubro, que são liquidados hoje. O mercado vivenciou uma forte inversão nas posições em dólar futuro durante o mês de setembro, no qual os investidores estrangeiros abandonaram posição vendida forte e ficaram comprados - US$ 11,874 bilhões na sexta-feira. Como esses players atuam pesadamente na formação das cotações, trabalharam para sustentar o dólar valorizado nos últimos pregões, o que ajudou a formar uma Ptax em setembro de R$ 1,8544, com alta de 16,83% no mês. Hoje esse esforço não é mais necessário.

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Além disso, o dólar futuro está muito perto de R$ 1,90 e vários players sustentam a ideia de que as cotações acima dessa marca são incompatíveis com a condução da política econômica atual e incomodam o Banco Central, o que aumentaria as chances de intervenções. Por isso, muitos consideram a cotação como teto e tendem a vender dólares quando ela está perto de ser alcançada. Ao mesmo tempo, se ela for rompida durante o pregão, o mercado tende a ficar na expectativa de anúncio de outro leilão de swap.

Já no exterior, só notícias ruins. Além de acompanhar de perto as informações sobre a Europa - a Grécia revelou que não cumprirá as metas de déficit de 2011 e de 2012 e confirmou que sua economia deverá registrar contração de 2,5% em 2012, pelo quarto ano consecutivo - e os EUA - vários indicadores importantes na semana, incluindo payroll - o mercado doméstico deve dirigir atenções redobradas a qualquer coisa referente à China. Os temores de que o gigante asiático crescerá menos do que esperado e desejável são cada vez maiores.

Conhecida a taxa de câmbio que será base para os balanços no terceiro trimestre, as empresas começam a fazer as contas e ver o efeito da alta do dólar em seus resultados do período. A expectativa é que os números sejam impactados negativamente pela variação brusca do câmbio no fim do trimestre.

O maior reflexo será no endividamento das empresas, que cresceu 20% na parcela de dívida em moeda estrangeira desde o fechamento dos balanços do segundo trimestre, em junho, segundo estudo da Economática com 241 companhias listadas na Bovespa. Essa dívida atingiu o equivalente a R$ 182,3 bilhões em setembro, tendo como base o dólar fechado ontem a R$ 1,8455, com base na Ptax, a cotação do Banco Central (o dólar balcão, usado nas negociações do dia a dia, fechou ontem em R$ 1,88).

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Ter dívidas maiores em seus balanços pode representar também alta de custo. Com a alavancagem maior (relação da dívida líquida sobre o Ebitda), muitas empresas podem descumprir cláusulas de compromissos financeiros, conhecidas como covenants, e ter de pagar mais para renegociar a dívida.

Algumas empresas até já anteciparam o resgate de debêntures esta semana. A Providência, fabricante de não tecidos, fez o movimento exatamente para não ver seus covenants descumpridos.

Fibria e Suzano, fabricantes de papel e celulose, são dois exemplos de companhias que devem ver suas alavancagens subirem. A relação dívida líquida/Ebitda da Fibria deverá se aproximar de 4 vezes. Já o indicador na Suzano pode se aproximar de 3,5 vezes, números considerados elevados para duas companhias cujas metas são manter essa relação abaixo de 3,5 vezes. No caso da Fibria, a companhia tem cláusulas contratuais vinculadas a operações de financiamento que determinam que a alavancagem não poderá superar 4,25 vezes ao final do terceiro trimestre de 2011 e 4 vezes entre dezembro de 2011 e setembro de 2012. A Suzano não divulga as condições de cláusulas semelhantes feitas com as instituições financeiras.

Benefícios

Se o impacto da alta do dólar mostra efeitos negativos na dívida, empresas exportadoras, como as próprias Fibria e Suzano, podem se beneficiar com o aumento da receita. O setor de açúcar e álcool mostra bem isso. O impacto da valorização do dólar é minimizado pelo fato de que as dívidas em moeda estrangeira são vinculadas aos contratos de exportação.

"As dívidas são feitas em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) ou pré-pagamentos de exportação, o que transforma a exportação em um hedge natural, não impactando o setor", explicou Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA. Na Cosan, por exemplo, a valorização do dólar deve gerar saldo líquido positivo de R$ 758 milhões, segundo a analista do Itaú BBA Giovana Araujo.

Lógica parecida vale para a indústria de alimentos e bebida, que tem entre os seus representantes diversas companhias com grande peso nas exportações brasileiras. Luiz Fernando Furlan, membro do conselho de administração da BRF Brasil Foods, lembra que as exportações representam 40% das vendas do grupo. Isso proporciona um hedge natural da ordem de US$ 500 milhões por mês.

O risco cambial recai mesmo é sobre empresas que têm descasamento entre despesas e receitas, por faturarem em reais e se endividarem e terem despesas em moeda estrangeira, como nos setores de saneamento e de aviação civil. Enquanto o primeiro setor tem como característica utilizar recursos de organismos multilaterais para financiar os seus projetos de expansão, o segundo tem parte de seus custos operacionais e financeiros em dólar.

Gol e TAM terão impacto negativo do câmbio nos resultados do terceiro trimestre, já que algo entre 50% e 60% dos custos estão direta ou indiretamente atrelados ao dólar. O que salva as empresas, segundo analistas ouvidos pela Agência Estado, é a queda do preço internacional do petróleo e o movimento, já iniciado, de aumento das passagens. Com isso, a expectativa é de melhora nos resultados no segundo semestre, apesar do câmbio.

Para a Sabesp, da área de saneamento, a alta do dólar tem impacto relevante, tendo em vista que a estatal recorre aos bancos multilaterais para financiar seus projetos. Hoje, 30% da dívida são denominadas em moeda estrangeira. " Como o dólar não recuou para o patamar antigo na virada do trimestre, é inevitável o impacto da variação cambial", afirma o superintendente de Captação de Recursos e Relações com Investidores da Sabesp, Mario Sampaio.(Colaboraram André Magnabosco, Eduardo Magossi e Silvana Mautone)

A demanda pela moeda norte-americana hoje tomou fôlego no início da segunda etapa dos negócios e fez o dólar disparar e atingir a máxima de R$ 1,8910, às 15h28, mas depois desacelerou um pouco para fechar valendo R$ 1,88, alta de 1,51%. No mês, o ganho acumulado é de 17,94%, a maior variação mensal desde setembro de 2002, quando registrou valorização de 24,92%. A elevação do dólar acompanhou a deterioração das bolsas e do mercado de moedas lá fora.

Cautela com a crise da zona do euro, fim de semana, ajuste de posição e final de trimestre. Essas foram algumas das explicações dadas por profissionais do mercado financeiro para justificar a puxada do dólar no meio da tarde. "Não tem nada novo. A preocupação com a cena externa, principalmente com a zona do euro, ainda é muito forte. A situação da Grécia parece que vai (ser resolvida), mas, no fundo, ainda é uma incógnita. Além disso, temos o fim de semana pela frente e hoje é fim de mês e trimestre, ou seja, tudo impõe cautela", disse uma fonte. Ou seja, o mês de setembro termina, mas as preocupações com o cenário internacional, não. E essas preocupação devem se estender pelo mês de outubro.

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Na mínima, o dólar balcão atingiu R$ 1,849. Na semana, a moeda subiu 2,06%. No ano, tem ganho acumulado de 12,98% e, no trimestre, de 20,43%. Na BM&F, o dólar pronto fechou na máxima, a R$ 1,889, com ganho de 2,17%. A mínima foi de R$ 1,85. No mês, o dólar na BM&F fechou com valorização de 18,73% e, no ano, de 13,59%. No trimestre, o ganho acumulado alcança 21,08%.

O mercado segue dividido entre as boas e más notícias externas. Logo cedo, ainda sob os efeitos positivos da aprovação das mudanças para reforço do fundo de socorro europeu pelo parlamento alemão na véspera. Hoje, os investidores comemoraram a aprovação por parte do parlamento da Áustria. Com a Áustria, a maioria dos 17 países que compartilham o euro já aprovou a ampliação do fundo de resgate. Logo depois, os investidores resolveram questionar a eficiência das alterações nesse instrumento e abandonaram os ativos de risco.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje que o dólar deixará de ser a moeda padrão de troca internacional, mas esse processo será lento. "Não vamos terminar o século com o dólar sendo moeda padrão de troca internacional", afirmou. "Falo no final do século porque tenho mais chance de a minha bola de cristal não errar", brincou. "Mas eu digo que até a metade do século, o dólar deixa de ser moeda de troca internacional", afirmou o ministro, durante palestra na edição 2011 do Exame Fórum, realizado hoje, na capital paulista.

Para Pimentel, esta não é uma questão trivial porque todas as reservas do mundo estão lastreadas principalmente em dólar. "Mas acho que isso vai mudar porque ninguém pode ter reservas em uma moeda cujo emissor a usa para fazer ajustes internos", afirmou, acrescentando que a China deverá ser um dos primeiros países a buscar uma mudança na composição de ativos de suas reservas.

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Segundo o ministro, outra mudança em curso na economia internacional é a dos principais mercados mundiais. De acordo com ele, o dinamismo agora está no hemisfério sul e isso é um padrão que veio para ficar. "Por enquanto, é um movimento geoeconômico, mas logo passará a ser geopolítico, com os países do G-8 e do G-20 perdendo importância", argumentou. "Fica claro que está surgindo novo modelo de competitividade. Se voltarmos para o século 20, vamos fazer uma descrição que não se insere mais na realidade atual. Temos de discutir competitividade em outro paradigma, voltado para o século 21."

Na avaliação de Pimentel, já se começa a desenhar um modelo em que surgirá um novo país líder na economia mundial. "E o Brasil se encaixa nas características de um país líder", afirmou. "Tem um território amplo, um contingente populacional agregado ao mercado de trabalho e ao consumo, tem investimentos em capacidade tecnológica - até 2014 o governo vai conceder 200 mil bolsas de estudo nessa área - e é uma democracia em que as instituições funcionam perfeitamente."

O dólar comercial abriu em alta de 0,27%, a R$ 1,857, e se mantinha no campo positivo por volta das 10h20 (horário de Brasília), quando apresentava alta de 0,16%, negociado a R$ 1,855.

Depois de comemorarem ontem a aprovação das mudanças para reforço da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) pelo parlamento alemão, hoje os investidores já questionam a eficiência das alterações nesse fundo de resgate europeu e abandonam os ativos de risco, o que pressiona as bolsas.

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O dólar é um dos beneficiados pelo movimento e sobe diante da maioria das moedas, tanto as fortes, quanto as emergentes. Os operadores também ressaltavam que, por hoje ser dia de formação da Ptax (taxa de câmbio calculada pelo Banco Central) que será usada na liquidação dos contratos futuros, na segunda-feira, os movimentos das cotações tendem a ser exacerbados em alguns momentos, ainda que não se veja mais a agitação que ocorria antes da alteração no método de cálculo da taxa.

O dólar comercial abriu em baixa de 1,80%, negociado a R$ 1,800, devolvendo os exageros da pressão de alta que houve nas cotações da moeda norte-americana ante o real, durante a semana passada. Por volta das 10h20, a queda havia se acentuado para 1,96%, com o dólar cotado a R$ 1,7970.

Os investidores internacionais resolveram apostar no reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira - em moldes que permitiria a capitalização dos bancos - apesar das negativas de autoridades europeias, e aumentaram o apetite por risco. Com isso, o dólar cai diante das moedas fortes - a exceção é o iene em relação ao qual está se mantendo perto da estabilidade - e também em relação às emergentes de maior destaque.

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No Brasil, porém, continuam as expectativas de que o governo volte atrás na cobrança do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre posições vendidas em derivativos cambiais, e isso pode ser motivo para adicionar volatilidade às já instáveis cotações do dólar ante o real. Hoje a discussão sobre o IOF esquenta em Brasília, em duas ocasiões.

O deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), relator da Medida Provisória 539 que trata da cobrança de IOF, reúne-se com representantes do Ministério da Fazenda e, dependendo no resultado, o tema pode entrar na pauta de votação da Câmara. Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, faz uma apresentação sobre a gravidade da crise internacional e os impactos dela na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado e o IOF com certeza aparecerá na conversa.

O sobe e desce do dólar parece começar a desanimar turistas brasileiros. Dados preliminares divulgados hoje pelo Banco Central (BC) mostram diminuição do ritmo dos gastos nas viagens internacionais. "Já vemos um arrefecimento mais significativo em setembro. Neste mês, temos uma sazonalidade de menores despesas, mas também pode haver algum efeito do câmbio volátil", disse o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.

Segundo dados apresentados no começo desta tarde, brasileiros já gastaram US$ 969 milhões em setembro até hoje com gastos em hotéis, restaurantes e lojas no exterior. O valor é bem menor que o US$ 1,9 bilhão acumulado em todo o mês de agosto.

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Ao mesmo tempo, estrangeiros em viagem ao Brasil deixaram US$ 378 milhões em viagens ao Brasil em setembro até hoje, pouco mais da metade dos US$ 605 milhões obtidos com esses turistas em agosto. Com esse desempenho, a conta de viagens internacionais acumula déficit de US$ 591 milhões no mês de setembro até hoje.

Maciel disse que é possível que clientes estejam mais cautelosos nessas viagens com gastos menores. Ao mesmo tempo, brasileiros podem estar se planejando melhor para viajar a outros países ao comprar a moeda antes da viagem ou mesmo esperar um momento mais propício para a compra da divisa. Das despesas feitas no exterior em agosto, 56,7% foram feitas no cartão de crédito, também informou Maciel.

Um resultado que trará mais dinheiro para os empresários brasileiros que vivem da exportação dos produtos nacionais e, em contra-partida, prejudicará outros que vivem da importação ou que até mesmo pretendem viajar para fora do País. Essa seria a melhor traduçãopara definir a valorização do dólar frente ao real, ocorrida nesta quinta-feira (22), apóes um dia inteiro de oscilações.

Segundo o professor e economista da Faculdade Mauricio de Nassau Djalma Guimarães, a disparada da moeda norte-americana tem explicação. “O pacote econômico que o Banco Central Americano anunciou ficou aquém do esperado. Os investidores esperavam mais. As notícias ruins que vêm acontecendo no mundo, como a crise econômica na Europa, o crescimento do emprego nos EUA, entre outros fatores, está deixando o investidor com medo. Eles (investidores) estão retirando dinheiro do Brasil e comprando dólar, que ainda é a moeda mais segura. Com isso, temos a valorização do dólar em relação ao real”, explicou.

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Ainda de acordo com Djalma, essa desvalorização do real, em termos práticos, será benéfica para uns e prejudicial para outros. “Os produtores do Vale do São Francisco, por exemplo, que vivem da exportação serão beneficiados. Já para quem vai viajar para o exterior, vai ficar mais caro. Isso também terá um feito direto sobre a importação e a inflação”, pontuou o economista acrescentando que a mudança do atual momento econômico dependerá dos desdobramento dos fatos mundiais. “É impossível saber se o cenário irá mudar. Isso dependerá do desdobramento do que vem acontecendo no mundo. Mas, em longo prazo, existe a possibilidade de o real voltar a se valorizar frente à moeda norte-americana. Isso porque temos uma taxa de juros alta, que atrai os investidores”, finalizou.

 

O dólar no balcão rompeu para cima a marca de R$ 1,90, com os investidores voltando a fazer suas operações de proteção, após o retorno do Banco Central ao mercado de câmbio via leilão de swap. A moeda norte-americana no balcão subiu 3,52%, cotada a R$ 1,9100, a maior cotação desde 17 de julho de 2009, quando atingiu R$ 1,9280. Logo após abrir em disparada e cravar a máxima de R$ 1,952, alta de 5,80%, o BC anunciou o leilão de swap cambial e a moeda dos Estados Unidos perdeu fôlego. Na mínima, o dólar balcão desceu a R$ 1,8450.

A notícia foi bem recebida pelo mercado, que vinha há dias forçando a cotação da moeda para cima na tentativa de trazer a autoridade monetária de volta à arena. Mas a atuação do BC pela manhã não foi suficiente para conter a escalada do dólar. Segundo operadores, a tendência da moeda norte-americana continua sendo de valorização devido à onda de aversão ao risco que está varrendo o mundo. Apenas neste semana, o dólar balcão acumulou ganho de 10,40%. No mês, a valorização chega a 19,82%, e no ano, a 14,78%.

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Na BM&F, o dólar pronto fechou a R$ 1,8940 com alta de 2,35%. Na mínima, atingiu R$ 1,8440 e na máxima subiu para R$ 1,9030. Na semana, a divisa dos EUA se apreciou 9,76%, no mês, 19,04%, e no ano, 13,89%. O BC ofertou pela manhã 112.290 contratos de swap cambial (cerca de US$ 5,5 bilhões) em um leilão realizado das 10h45 às 11 horas.

No mercado internacional, o euro reduziu bastante as perdas ante o dólar após o Financial Times informar que a União Europeia tentará recapitalizar mais rapidamente 16 bancos do bloco. As instituições listadas na reportagem ficaram perto de falhar nos testes de estresse realizados em julho e são de médio porte.

O dólar comercial diminuiu o ritmo de alta após o Banco Central (BC) anunciar a retomada da oferta de contratos de swap cambial tradicional, que não era realizada pela autoridade monetária desde 26 de junho de 2009. Na máxima, a moeda americana chegou a subir 5,8%, a R$ 1,952, mas arrefeceu a valorização. Às 12h30, a moeda era negociada a R$ 1,8780, alta de 1,79%. Ontem, a moeda americana encerrou a R$ 1,84, na maior alta diária desde a crise de 2008.

O swap cambial é uma troca oferecida pelo Banco Central aos investidores por meio da venda de contratos em leilões no mercado. No swap cambial tradicional, o Banco Central oferece ao investidor receber remuneração em juro, em troca da remuneração em dólar.

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Esses contratos foram muito vendidos nas épocas de forte valorização do real. Como nos contratos de swap cada uma das pontas se compromete a pagar a oscilação de uma taxa, se a variação do juro for maior que a do câmbio no período de vigência do contrato, o investidor receberá mais do que precisará pagar.

Na Europa, o mercado de ações reage com pessimismo às últimas decisões Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano)) para reativar a economia do país. Ontem, a instituição deu mais um passo não convencional para tentar estimular a economia dos Estados Unidos, que flerta com a recessão, afirmando que vai aumentar a fatia de Treasuries (títulos) de longo prazo de sua carteira em US$ 400 bilhões até junho de 2012, num esforço para tornar o crédito mais barato e impulsionar os gastos e os investimentos.

O resultado prático das medidas tem efeito duvidoso. Muitos analistas dos Estados Unidos a reivindicaram não propriamente por contarem com efeitos milagrosos, mas por entenderem que alguma coisa o Fed tinha de fazer para passar a impressão de que enfrenta corajosamente a paradeira exasperante da economia americana e o drama de 14 milhões de desempregados (9,1% da força de trabalho).

As Bolsas da Ásia também recuaram forte, com baixas superiores a 2%. A Bolsa de Tóquio caiu fortemente nesta quinta-feira, com o índice Nikkei encerrando o pregão com perda de 2,1%, para 8.560,26 pontos. Na China, o índice Xangai Composto perdeu 2,8% e encerrou aos 2.443,06 pontos.

O dólar abre mais um pregão com forte pressão de alta. A trajetória continua sendo dada pelo cenário externo ruim, que realimenta uma reversão forte e abrangente nas posições dos players do mercado doméstico de câmbio. Às 10h25, o dólar comercial era negociado a R$ 1,9070, alta de 3,36%.

Ontem, o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) confirmou as expectativas no que se refere às ofertas de títulos, mas apresentou avaliações desalentadoras para a economia dos EUA. Além disso, hoje foram divulgados dados mostrando desaceleração nas economias alemã e chinesa, o que também impactou negativamente as bolsas europeias.

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Por aqui, os sinais da equipe econômica são de tranquilidade. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as medidas adotadas no câmbio não serão retiradas e que o câmbio está devolvendo o que valorizou. Afirmou também que não há "patamar aceitável" para a taxa de câmbio, ressaltou os benefícios da alta do dólar para o setor exportador, mas acabou admitindo que se a pressão for maior pode preocupar o governo, em especial, pelos seus efeitos sobre os devedores brasileiros.

Quanto ao Banco Central, anunciou que não vai rolar o vencimento dos contratos de swap cambial reverso, o que, na prática, representa uma venda de dólares. O vencimento é de cerca de US$ 1,9 bilhão.

O real pode ser a moeda preferida dos investidores internacionais para os lucros de curtíssimo prazo, mas fica atrás das moedas do Peru, Malásia, Hungria e Croácia, além de vários países desenvolvidos, como refúgio seguro para o dinheiro em caso de estourar uma nova crise financeira. É o que mostra um estudo feito por analistas da corretora japonesa Nomura Securities, que elaborou um ranking de moedas mais seguras para os investimentos. Entre 43 países avaliados, o Brasil ficou em 29º lugar, prejudicado, principalmente, pelas medidas de controle de capital adotadas nos últimos anos.

O dólar americano, mesmo depois de os Estados Unidos terem perdido a nota máxima AAA de classificação de risco pela agência Standard & Poor's (S&P), permanece no primeiro lugar como a moeda mais segura para investir, seguida do iene japonês e do euro. O último lugar do ranking ficou com a coroa da Islândia, país símbolo da crise financeira mundial de 2008, que sucumbiu a uma dívida bancária de dez vezes o tamanho da sua economia, resultando numa desvalorização da moeda superior a 80% e adoção de rígido controle cambial.

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Na América Latina, a melhor colocação coube ao peso do Chile, seguido pelo novo sol do Peru e peso do México, enquanto o peso argentino teve a pior avaliação. As moedas latinas, no geral, tiveram avaliação fraca em razão de problemas com inflação, classificação de risco da dívida soberana e critérios de governança, segundo o estudo, divulgado ontem.

"Apesar de ter um balanço de pagamentos ainda sólido, o Brasil perdeu várias posições quando avaliamos a questão da flexibilidade e da conversibilidade do real em razão das medidas adotadas recentemente (de controle cambial) e que amedrontam os investidores, que temem o risco de medidas adicionais no futuro", disse em entrevista à Agência Estado Peter Attard Montalto, um dos analistas que assinam o estudo da Nomura Securities, em Londres. "Moedas consideradas porto seguro devem ser flexíveis, abertas e praticamente com total conversibilidade. Nesse sentido, o Brasil e o real se parecem cada vez menos com esse tipo de moeda considerada como refúgio de investidores."

Uma moeda considerada refúgio último de segurança é aquela que conseguirá manter seu valor a médio prazo, e não uma moeda para a qual migra o investidor apenas em períodos de volatilidade de curto prazo e de aversão ao risco nos mercados financeiros globais, segundo os analistas da Nomura Securities.

Para refletir um horizonte de médio e longo prazo, a classificação da corretora japonesa levou em conta cinco critérios com peso igual na avaliação final: estabilidade macroeconômica e política; solidez do balanço de pagamentos; tamanho e liquidez do mercado financeiro doméstico; flexibilidade e conversibilidade cambial; e resiliência da economia doméstica a choques externos. É, portanto, um julgamento não somente da moeda e do mercado cambial de um determinado país, mas principalmente da economia como um todo. Segundo os autores do estudo, a busca por novos portos seguros apenas começou e deverá ser um tema recorrente à medida que os desafios para as economias da zona do euro e dos Estados Unidos não deverão ter uma solução ao longo do próximo ano.

Se no ranking geral o dólar americano manteve a liderança, graças a critérios como tamanho e liquidez do mercado financeiro dos Estados Unidos, em particular a demanda por títulos do Tesouro norte-americano, a situação muda quando o quesito é de estabilidade macroeconômica e política: os Estados Unidos caem para 9º lugar, enquanto o Brasil desce para a 33ª posição. No fator liquidez do mercado doméstico financeiro, o Brasil sobe para o 8º lugar. No critério resiliência da economia doméstica a choques externos, o Brasil fica em 13º lugar, enquanto o Japão, a Suíça e a China encabeçam a lista.

"Como não colocamos ênfase apenas no tamanho da moeda, alguns países cujas moedas são pequenas (em termos de quantidade em circulação) apresentaram um menor grau de vulnerabilidade macroeconômica ou foram bem em outro fundamento, como a resiliência a choques externos no passado, que serviu de parâmetro para nós, daí a boa colocação de moedas como a do Peru", explicou Montalto. Mas a resiliência da economia peruana a choques externos deve-se na realidade ao fato de que o Peru é uma economia com pequena abertura comercial e baixa correlação ao risco, ressaltaram os analistas da Nomura.

A China, e a sua moeda yuan, tem potencial para subir várias posições no ranking geral - do atual 13º lugar - e ser vista como refúgio seguro de investidores nos próximos anos, se o governo chinês adotar maior flexibilidade cambial. Com uma maior flexibilidade cambial, a China poderá ficar em posição melhor do que as moedas atreladas a commodities, como os dólares do Canadá e da Austrália, e até mesmo do que as coroas suecas e norueguesas, segundo o estudo da Nomura.

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