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Os efeitos do período eleitoral no mercado brasileiro, levando a uma crescente volatilidade, têm provocado um aumento dos volumes de derivativos, levando a níveis recordes de negócios no segmento BM&F da Bolsa. A procura por esses instrumentos tem se concentrado nos dias de vencimento no curto prazo, exatamente entre o primeiro e segundo turno e após o desfecho do pleito eleitoral.

Gestores afirmam que a grande volatilidade tem gerado oportunidades de ganho e que abriu espaço para se aproveitar as diferenças de preços via arbitragens. Em outros casos, destacam, a atuação no mercado de opções, por exemplo, tem sido a estratégia para a proteção de uma posição. "Há muita incerteza e o uso tem dependido da aposta do gestor ou de onde ele vê um risco maior", disse uma das fontes.

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"O mercado vem se movimentando muito pelas pesquisas e os negócios estão muito direcionados pelas expectativas do resultado da eleição. A volatilidade aumentou muito e tem gerado opções de investimentos via derivativos", destaca a executiva da Guide, Aline Sun. Ela lembra que um dos benefícios do uso dos derivativos é que ele permite maior agilidade do investidor para se movimentar, para captar de forma mais eficiente os movimentos de mercado.

A Bolsa tem informado sobre os recordes de negócios no segmento BM&F desde meados de agosto. O último aconteceu no dia 12 de setembro, na semana passada, quando 292.669 negócios foram feitos no segmento BM&F. O recorde anterior era de 261.314 negócios, quatro dias antes. No dia 12, pela manhã, o Ibope divulgava pesquisa de intenção de voto para presidente.

Na XP Investimentos, por exemplo, a opção de venda do Índice Bovespa tem sido utilizada para estrutura de proteção da carteira dos clientes, conta o sócio-diretor, responsável pela corretora de varejo, Raony Zeferino. Segundo ele, no entanto, o uso dos derivativos não se restringe a proteção de carteira dos investidores. "Tanto investidor local quanto estrangeiro tem usado para se proteger, mas também para especular", destaca, apontando que há uma concentração nos vencimentos em outubro e dezembro.

Juros

Um gestor que preferiu não ser identificado destaca que, no momento, as apostas não têm se concentrado em uma única direção e que está havendo um grande crescimento de volumes do mercado intraday. No entanto, até semana passada, conta a fonte, havia grande aposta para a queda dos juros, por exemplo, mas que muitos participantes já zeraram essa posição. "O mercado estava bem posicionado para a queda das taxas de juros até o meio da semana passada e na quinta-feira, começou a ocorrer uma zeragem forte das posições vendidas, com o atingimento de stop na sexta-feira, levando muitos participantes a zerar posições", disse.

Essa aposta de queda de juros trabalhava com a maior possibilidade de vitória da candidata do PSB, Marina Silva, mas na semana passada pesquisas apontaram melhora de Dilma nas intenções de voto. "Agora, com relação a qual direção ou onde (os investidores) estão apostando, fica difícil dizer, porque muita gente está evitando ficar posicionado, aumentando o giro nas operações de day-trade", destaca o gestor.

Além da indefinição do cenário eleitoral, a fonte diz que há outros fatores que estão contribuindo para aumentar ainda mais o cenário de volatilidade, levando, assim ao crescimento substancial do uso de derivativos, como, por exemplo, a redução da perspectiva do rating de crédito do Brasil pela agência de classificação de riscos Moodys, a possível mudança de discurso do banco central (FED) dos Estados Unidos e a esperada saída da Escócia do Reino Unido, por exemplo.

"Houve uma série de notícias ao longo das últimas duas semanas trazendo mais volatilidade para os mercados e, consequentemente, aumentando o volume de transações, em busca de oportunidades de ganho, em função de distorções e hedge para proteção", disse o gestor.

O mercado doméstico começa a sessão desta terça-feira, 22, sem força, após os feriados no Brasil e nos principais mercados internacionais. As tensões na Ucrânia seguem preocupando, após, na segunda-feira, 21, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, ter acusado o governo interino da Ucrânia de uma "flagrante violação" ao acordo assinado na semana passada em Genebra, por não desarmar imediatamente os "extremistas" que atuam no país.

Às 9h25, o dólar à vista no balcão subia 0,18%, a R$ 2,2440. O futuro para maio estava em alta de 0,22%, a R$ 2,2495. O viés do dólar era positivo também ante outras moedas emergentes como o rand sul-africano (+0,68%); rupia indiana (+0,30%); peso mexicano (+0,16%) e lira turca (+0,41%).

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Conforme apurou o Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, os investidores podem começar a fazer a rolagem gradual de suas posições em derivativos cambiais e também a especular se a rolagem de contratos de swap cambial que vencem em maio e que está em curso desde o dia 4 de abril será ou não integral, e isso pode trazer alguma volatilidade aos negócios.

Neste fim de mês, os bancos estão megavendidos em câmbio à vista e futuro ao mesmo tempo em que estão comprados em dólar através dos contratos de swap cambial negociados pelo BC em seus leilões. Os fundos nacionais e investidores estrangeiros, de outro lado, estão comprados líquidos em derivativos cambiais e também estão comprados em dólar via swap cambial.

Às 9h30, o BC realiza a oferta diária de até 4 mil contratos de swap cambial para 01/12/2014 e 02/03/2015, totalizando cerca de US$ 200 milhões em swap cambial. Também hoje, haverá a 11ª tranche da rolagem dos contratos de swap que vencem em 02/05/2014, com oferta de mais 10 mil contratos de swap (cerca de US$ 500 milhões), com data de vencimento para 01/04/2015 e 01/07/2015. O leilão será das 11h30 às 11h40 e o resultado será divulgado a partir das 11h50.

O grupo de trabalho do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), anunciado nesta segunda-feira, 15, tem como objetivo aumentar a segurança de operações de instrumentos derivativos no mercado de balcão, segundo explicou a assessoria de imprensa do BC a pedido do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O convênio estudará a viabilidade da adoção da liquidação obrigatória por contrapartes centrais de operações no mercado de derivativos, numa clara resposta à crise financeira internacional.

De acordo com o BC, o objetivo é elevar os níveis de segurança não só para as próprias contrapartes da operação, mas para assegurar os problemas sistêmicos que podem ser gerados por contratos não honrados em casos extremos. Isto porque a contraparte central garante a liquidação das operações. A instituição lembrou que, além disto, a medida é uma recomendação do Financial Stability Board (FSB), endossada pelo G-20.

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O que o BC e a CVM farão é avaliar a existência de segmentos do mercado de derivativos de balcão que possuem as características de padronização e liquidez que recomendem a existência de uma contraparte central, ao invés da simples contratação bilateral dos derivativos.

Questionado se uma mudança implicaria aumento de custo para os negócios, o BC explicou que a avaliação das autarquias também levará em conta a viabilidade desta transição de derivativo de balcão para derivativo transacionado em Bolsa. "Em particular, não se está determinando neste momento a liquidação obrigatória por contraparte central de qualquer classe de derivativos."

A instituição explicou também que todos os segmentos do mercado de derivativos passarão por um pente fino das autarquias para verificar a viabilidade e a conveniência de adoção das medidas, como a própria liquidação obrigatória por contraparte central. "Não há, neste momento, nenhum prejulgamento sobre se as medidas serão de fato adotadas, e quando."

O BC ressaltou ainda que o mercado de derivativos doméstico, ao contrário da maioria dos países, tem cerca de 90% de suas operações com liquidação em Bolsa. Isso faz, de acordo com a assessoria, com que o Brasil cumpra substancialmente a recomendação do G-20. "Além disso, é muito importante observar que nossa regulamentação impõe a necessidade de registro das operações de balcão em sistemas de registro autorizados pelo Banco Central e pela CVM", completou o esclarecimento. ( - celia.froufe@estadao.com)

A decisão de acabar com a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em contratos de derivativos cambiais mostra que o governo brasileiro quer acalmar os ânimos do mercado financeiro. A avaliação é do economista para Brasil do espanhol BBVA Research, Enestor dos Santos. Para o analista, a notícia não surpreende porque o governo demonstrava insatisfação com a rápida desvalorização do real.

"Parte do mercado já previa essa retirada do IOF diante da persistente fraqueza do real nos últimos dias", diz, ao lembrar que a subida do preço do dólar no Brasil tende a pressionar ainda mais a inflação, que continua girando perto do teto da meta. "Portanto, a notícia era esperada e considero a medida positiva porque contribui para o recente processo de normalização das políticas econômicas", afirma.

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Santos reconhece que é louvável o esforço do governo de dar passos na direção da "normalização" da política econômica com a adoção de medidas consideradas mais ortodoxas, como "a política monetária mais atenta à inflação e menos barreiras à entrada de capitais estrangeiros". Mas o analista diz que ainda é preciso avançar para reconquistar plenamente a confiança dos mercados. "Continua faltando uma correção de rumo na política fiscal. Só há rumores de que o governo anunciará alguma medida em breve", diz.

"Por enquanto, portanto, vejo nessas mudanças recentes mais uma maneira de acalmar o mercado do que um compromisso genuíno com políticas econômicas mais ortodoxas", diz o economista.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, na noite desta quarta-feira, 12, a retirada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% sobre a posição vendida líquida (diferença entre posição vendida e posição comprada bruta) no mercado de derivativos cambiais. A cobrança se dava sobre o aumento na posição vendida ou redução na posição comprada. A medida entra em vigor na quarta, 13.

"Quando você fica vendido, significa que você vai ter de entregar dólar, então você ajuda a desvalorizar o dólar. Em 2011, os aplicadores estavam vendidos e o dólar estava se desvalorizando e o real se valorizando. Havia aumento de posição vendida, de modo que estava prejudicando a atividade, porque as exportações estavam ficando caras em dólar", afirmou o ministro a jornalistas, ao detalhar a decisão.

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Mantega afirmou que o objetivo, na época, era diminuir essa posição de modo que a valorização do real não fosse reforçada. "Agora, o cenário mudou. Principalmente diante dessa acomodação do mercado cambial mundial. Estamos tendo, ao invés de desvalorização, valorização (do dólar). Não faz sentido manter o empecilho", disse. "Com isso, haverá, oferta maior de dólar no mercado futuro, com diminuição da desvalorização do real", completou.

Um grupo de trabalho do Banco Central da Índia estuda alternativas à posse física de ouro ou de derivativos que requerem que as instituições financeiras certificados lastreados 100% em ouro, disse uma autoridade do BC indiano neste domingo.

Os indianos têm sido tradicionalmente grandes compradores de ouro físico, especialmente joias, e o país é historicamente o maior importador do metal precioso. O governo federal dobrou o imposto de importação de ouro em março para 4%.

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O objetivo do grupo de trabalho é reduzir a dependência nas importações, a principal razão do déficit em conta corrente, segundo informou o BC. Uma das possibilidade seria permitir que as instituições financeiras entreguem certificados de ouro com o metal básico sendo mantido fora do país.

O déficit em conta corrente da Índia estava em 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho, fora da zona de conforto da instituição, de 2% a 3%. As informações são da Dow Jones.

Em meio às preocupações com a crise na zona do euro e seus efeitos sobre a economia mundial, os investidores estrangeiros encerraram o pregão de sexta-feira com posição comprada líquida de 114.784 contratos de derivativos cambiais (US$ 5,739 bilhões). Esta posição era 30,67% maior que a registrada na sexta-feira anterior, 22 de junho, equivalente a 87.840 contratos de compra de derivativos cambiais (US$ 4,392 bilhões). O aumento foi garantido pela elevação das apostas na alta do dólar futuro.

Na sexta-feira, o mercado de dólar futuro registrou crescimento de 65% nas posições compradas em relação à sexta-feira anterior (22/6). Com isso, a posição comprada líquida dos estrangeiros passou para 67.984 contratos (US$ 3,399 bilhões) ante 41.239 contratos (US$ 2,062 bilhões) registrados em 22/6.

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Já a posição comprada líquida dos investidores não-residentes em Cupom Cambial-DDI aumentou ligeiramente (0,43%) em relação à sexta-feira anterior (22/6) e estava em 46.800 contratos, equivalentes a US$ 2,340 bilhões.

Comentários de que o governo estuda a retirada, no curto prazo, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas transações com derivativos diminuíram a pressão de alta do dólar na tarde desta terça-feira. Após bater a máxima de R$ 2,002 no mercado à vista de balcão e no contrato futuro de junho, a moeda norte-americana cedeu a R$ 1,987 (+0,25%) no fechamento do pronto. Às 17h16, o dólar junho estava em R$ 1,9875 (+0,15%).

A reação do mercado aos comentários não foi impetuosa, mas teve importância, pois ocorreu no momento em que, no exterior, a tensão se acentuava, depois de uma manhã mais amena. O euro, por exemplo, tinha rompido para baixo a marca de US$ 1,25 e se sustentava fraco, depois que houve o rebaixamento do rating soberano da Espanha pela agência de classificação de risco Egan-Jones, de BB- para B. Na mínima, a moeda europeia cedeu a US$ 1,2461, menor cotação desde julho de 2010, quando foi de US$ 1,2470.

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"O fato de haver uma sinalização de que o governo está pensando em mexer nas medidas mereceu uma reação dos investidores, porque o mercado precisa de um alívio. Precisa da sinalização de que as pressões adicionais colocadas na cotação do dólar com o arsenal que o governo criou no câmbio podem ser aliviadas, se a aversão ao risco aumentar ainda mais", disse um analista.

Sobre o prazo para que esse alívio ocorra, o analista disse que "pode ocorrer a qualquer momento". Em sua percepção, o governo não precisaria esperar um agravamento ainda maior do cenário internacional, pois "a moeda já andou sozinha".

Outro operador ouvido pela Agência Estado concordou que medidas para aliviar a pressão no dólar podem surgir a qualquer momento e acrescentou: "o mercado ainda é de alta e o Banco Central está administrando de perto a situação". Por isso, acredita esse especialista, a decisão de retirar o IOF nos derivativos poderia ocorrer no caso de falta de dólares ou se o governo vislumbrar piora das tensões internacionais.

É necessário considerar também que o mercado está às vésperas da formação da taxa de câmbio que irá ser usada na liquidação dos contratos futuros de junho e em meio ao processo de rolagem das posições nos derivativos cambiais. Assim, esses movimentos técnicos tendem a interferir nos negócios. Ainda mais que, durante este mês de maio, os investidores mostraram alterações importantes nas apostas com esses ativos. Os estrangeiros, por exemplo, fecharam o mês de abril vendidos em US$ 463 milhões e, na segunda-feira, encerraram os negócios comprados em US$ 3,528 bilhões.

O exportador que ultrapassar o limite para uso do benefício de alíquota zero de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações com derivativos poderá compensar o pagamento do tributo com outro imposto ou pedir restituição. A medida faz parte de instrução normativa publicada nesta quarta-feira pela Receita Federal.

Em nota, a Receita diz que a instrução 1.271 não alterou nenhuma regra sobre a tributação dessas operações. Apenas atualizou a legislação vigente e esclareceu alguns pontos. O artigo 3º, por exemplo, incluiu a regra já vigente desde a edição do decreto 7.699, de 15 de março, que estabeleceu alíquota zero para o exportador que contratar operações com derivativos até o limite de 20% acima das operações realizadas no ano anterior.

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Foi incluído ainda o artigo 8º-A, que estabelece a forma de compensação para quem ultrapassar esse limite, que será feita por meio de compensação ou restituição.

A Coordenação-Geral de Tributação da Receita explica também que a alteração no artigo 2º esclareceu que a transferência entre fundos de investimento não está sujeita a uma segunda cobrança de IOF quando de corrente de incorporação, fusão ou cisão.

"Se o Fundo A, que já pagou o IOF, foi incorporado pelo Fundo B, este não deverá pagar novamente o IOF, exceto se depois da incorporação fizer novas operações sujeitas à incidência, caso que o Fundo B deverá pagar somente sobre essas novas operações", diz a Receita.

A Secretaria da Receita Federal publicou nesta quarta-feira instrução normativa que reduz a zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações em contratos de derivativos para o exportador. Para isso, segundo o texto da instrução, o valor total da exposição cambial vendida diária não poderá ser superior a 1,2 vez o valor total das operações de exportação realizadas no ano anterior. Determinação nesse sentido já consta de decreto publicado em 16 de março no D.O.

O governo prorrogou mais uma vez o prazo para recolhimento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) incidente sobre operações com derivativos. Portaria do Ministério da Fazenda, publicada no Diário Oficial da União de hoje, diz que o IOF sobre essas operações relativo aos fatos geradores ocorridos no período de 16 de setembro a 31 de dezembro de 2011 será recolhido no dia 31 de janeiro de 2012. O prazo anterior era 29 de dezembro.

A portaria publicada hoje define ainda que, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, os recolhimentos do imposto serão efetuados até o último dia útil do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores. Veja a íntegra da Portaria:

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"PORTARIA Nº 560, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011

Prorroga o prazo para recolhimento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) incidente sobre as operações com derivativos.

O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no art. 66 da Lei Nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, no art. 5º da Lei No- 12.543, de 8 de dezembro de 2011, e no art. 8º da Medida Provisória No- 545, de 29 de setembro de 2011, resolve:

Art. 1º O recolhimento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) incidente sobre as operações com derivativos a que se refere o art. 32-C do Decreto Nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007, incluído pelo Decreto Nº 7.563, de 15 de setembro de 2011, relativo aos fatos geradores ocorridos no período de 16 de setembro a 31 de dezembro de 2011, será efetuado no dia 31 de janeiro de 2012.

Parágrafo único. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, os recolhimentos do imposto a que se refere o caput serão efetuados até o último dia útil do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Fica revogada a Portaria Nº 464, de 21 de setembro de 2011."

A intenção do governo com a Medida Provisória nº 539, conhecida como MP dos Derivativos e aprovada hoje no Senado, por 44 votos a favor e dez contrários, é impedir a valorização do real, alimentada por contratos que especulam sobre a cotação da moeda no futuro. A MP concede poderes ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para regular o mercado de derivativos cambiais no País e agora segue para sanção presidencial.

O relator da matéria, senador Blairo Maggi (PR-MT), manteve o texto aprovado pelos deputados, acrescentando apenas uma emenda de redação, a fim de evitar o retorno da matéria à Câmara, já que a MP vence no dia 28 de novembro.

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O plenário rejeitou destaque apresentado pelo líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), para suprimir o dispositivo que transferiu poderes do Banco Central ao CMN. O texto dá ao CMN o poder de definir o tamanho, a duração, a margem de lucro e outros aspectos destes contratos futuros para impedir que especuladores apostem na força da moeda brasileira. Quanto mais forte o real mais caros ficam os produtos industrializados do País.

"É uma subtração das prerrogativas do Banco Central, estamos retirando competência em caráter ilimitado do órgão", protestou o líder tucano, alegando que a MP ofende a independência e autonomia da autoridade monetária. O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), citou artigo do ex-ministro Mailson da Nóbrega, afirmando que a MP 539 poderia ser considerada o "AI-5 do mercado de derivativos". Segundo o democrata, é a primeira vez que se concede ao CMN tamanho poder para determinar a margem do mercado dos derivativos.

Em contrapartida, o relator Blairo Maggi elogiou a MP, afirmando tratar-se de uma "proteção moderna contra os ataques à nossa moeda", permitindo ao governo "observar os movimentos do mercado e interferir no momento correto". A emenda de redação apresentada por Maggi acrescentou referência ao artigo 3º da Lei 8.894/94, que trata do imposto sobre operações de crédito.

Segundo o relator, a medida foi necessária para evitar questionamentos à transferência de atribuições do BC ao CMN por meio de medida provisória e não por lei complementar. Mesmo assim, o líder do DEM, Demóstenes Torres, anunciou que o partido questionará a constitucionalidade da MP ao Supremo Tribunal Federal (STF), sustentando que o caminho legal correto deveria ser o projeto de lei complementar.

O texto poupa as empresas exportadoras da cobrança de IOF nas chamadas operações de hedge, um tipo de contrato usado como proteção para eventuais oscilações do dólar. Exportadores poderão solicitar à Receita Federal a devolução do valor recolhido ou compensar o imposto pago em outros tributos. Uma das formas encontradas pela Fazenda para frear a especulação foi taxar com IOF as operações que apostam na alta do real. Assim, o governo editou um decreto taxando algumas dessas operações, em conjunto com a MP. Para facilitar as próximas mudanças no imposto, a MP concede ao CMN o poder de elevar o IOF para até 25% do valor da operação.

A Secretaria da Receita Federal publicou hoje no Diário Oficial da União instrução normativa (IN) que disciplina a cobrança e o recolhimento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) incidente sobre as operações em contratos de derivativos.

Segundo o artigo 2º da instrução, o IOF será cobrado à alíquota de 1%, sobre o valor nocional ajustado, na aquisição, venda ou vencimento de contrato derivativo financeiro celebrado no País "que, individualmente, resulte em aumento da exposição cambial vendida ou redução de exposição cambial comprada".

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Operações com contratos de derivativos financeiros não incluídos no artigo 2º ficam isentas de IOF. A IN prevê a primeira cobrança do IOF em 29 de dezembro deste ano. Esse recolhimento vale para fatos geradores ocorridos até 30 de novembro de 2011. O recolhimento do imposto será efetuado até o último dia útil do mês subsequente do fato gerador.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou, durante entrevista coletiva, que a medida provisória (MP) publicada hoje no Diário Oficial da União autoriza a regulamentação do mercado de capitais e de derivativos. Segundo ele, a medida concede poderes adicionais para aumentar a regulamentação sobre o mercado futuro de derivativos.

Mantega destacou que vários países depois da crise de 2008, quando muitos fundos de hedge estavam alavancados, começaram a regulamentar melhor esses mercados. Segundo ele, a MP obriga o registro na BM&F e na Cetip de todas as operações feitas nesse mercado, incluindo as negociações no balcão. Para ele, essa obrigatoriedade dará mais transparência no segmento de derivativos.

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Mantega lembrou que, durante a crise de 2008, algumas empresas no Brasil estavam muito alavancadas nos chamados "derivativos tóxicos" e ficaram em situação complicada. "De lá para cá, tomamos várias medidas para diminuir a alavancagem e a exposição nesses derivativos", disse. Conforme o ministro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá determinar o valor do depósito da margem de garantia.

Mantega explicou que, por exemplo, hoje é possível com US$ 50 mil fazer operações no mercado futuro de US$ 1 milhão e, com US$ 1 milhão, realizar operações de US$ 10 milhões. "Essa é a alavancagem que pode expor o mercado a problemas", avaliou.

Posição vendida

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que incidirá 1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada das empresas. Segundo ele, há um excesso de dólar vendido no mercado futuro, o que leva à valorização do real. O ministro informou que há entre US$ 24 bilhões e US$ 25 bilhões de dólares em posição vendida no mercado futuro.

"Estão ofertando dólar sem por dinheiro. Isso valoriza o real. Por isso, o IOF incidirá sobre a posição vendida que ultrapassar a posição comprada", explicou. Mantega afirmou que o imposto será sobre a diferença das operações porque a compra do derivativo não necessariamente é especulativa. "No descasamento, incidirá 1% de IOF pela exposição nessa margem a maior sobre o valor nocional", insistiu. "Estamos atuando para ajudar o real", completou Mantega.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que todas as medidas foram feitas em acordo com o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Estamos de acordo e não há previsão de mudança de regras por enquanto", disse. "De acordo com necessidade, estaremos tomando as medidas", completou.

No jargão do mercado financeiro, "estar vendido" sinaliza realização de negócios que exigem a entrega futura de dólar ou pagamento da variação cambial. Na prática, isso representa a aposta de que o real vai se valorizar. Estar "comprado", por consequência, sinaliza a expectativa de depreciação da moeda brasileira.

Brecha

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o governo brasileiro também está fechando uma brecha do mercado, que estava liquidando, antes do prazo, as operações de crédito tomadas no exterior, com prazo acima de 720 dias para fugir do pagamento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A partir de agora, as liquidações antecipadas também pagarão 6% do imposto. "Quem liquidar a operação antes do tempo, vai ter de pagar IOF", afirmou. "Isso é um aperfeiçoamento da medida anterior", completou.

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