Tópicos | edifício Wilton Paes de Almeida

Um local marcado pela tragédia vai virar moradia popular no Largo do Paissandu, região central da cidade São Paulo. Após um acordo de doação entre a Prefeitura e o Governo Federal, dono da área na qual o Edifício Wilton Paes de Almeida foi construído na década de 1960, o terreno será utilizado para construção de moradias populares. O edifício desabou após um incêndio no dia 1 de maio de 2018, matando nove pessoas. O projeto executivo foi apresentado nesta quarta-feira (29) e as obras devem começar até 1º de maio, data em que o incidente completará dois anos.

A tentativa começou ainda em 2019, quando o Governo Federal negou a transferência da área à administração municipal. De acordo com a Superintendência de Patrimônio da União (SPU), a negativa ocorreu porque a prefeitura não tinha um projeto para construção no local. Com a elaboração e apresentação do plano que consiste na edificação de um empreendimento composto por 14 andares e 90 unidades habitacionais, a União aceitou ceder o lote onde ficava o prédio, que foi ocupado de maneira irregular a partir de 2002. Na ocupação do Edifício Wilton Paes de Almeida, viviam mais de 450 pessoas.

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Os valores que custearão a obra do conjunto devem partir do novo programa habitacional de São Paulo, o Pode Entrar. O projeto, anunciado no último trimestre de 2019, destinará mais de R$ 1 bilhão em investimentos exclusivos dos cofres públicos paulistanos para a construção de cerca de 10 mil casas para famílias de baixa renda e que não tenham acesso ao crédito imobiliário.

A Polícia Técnico-Científica identificou mais três vítimas do desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, que caiu após incêndio na madrugada de 1º de maio, no Largo do Paissandu, centro da capital paulista. As três pessoas foram identificadas após o exame de restos mortais encontrados nos escombros do prédio. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).

Sete pessoas foram identificadas e duas ainda são consideradas desaparecidas.

O DNA recolhido dos restos mortais apresentou vínculo genético com o material fornecido pelas famílias de Selma Almeida da Silva, de 40 anos, e Alexandre de Menezes, de 40. O Instituto de Criminalística (IC) de Brasília colheu o material genético da família de Walmir Sousa Santos, de 47 anos, que também foi identificado.

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Além deles, já tinham sido identificados os gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, de 10 anos, filhos de Selma, Francisco Lemos Dantas, de 56 anos, e Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos.

Depois de 13 dias de buscas, o Corpo de Bombeiros encerrou no último domingo (13) os trabalhos nos escombros do prédio. As operações de combate ao incêndio e de busca de vítimas no local envolveram !.700 bombeiros.

Na última terça-feira (15), o delegado Marco Paula Santos, da 1ª Delegacia Seccional Centro, que investiga as circunstâncias do incêndio e do desabamento do edifício, disse à Agência Brasil que a versão que prevalece, até o momento, com base em depoimento de testemunhas, é a de que um curto-circuito no quinto andar teria dado início ao fogo.

As testemunhas ouvidas disseram ainda que Ananias Pereira dos Santos, Hamilton Resende e Nireude de Jesus, conhecida como Nil, recebiam aluguéis, coordenavam a ocupação do prédio e não pertenciam a nenhum movimento de defesa do direito a moradia. Os três já foram ouvidos e negam o testemunho dos moradores.

Pelo menos mais 13 dias serão necessários para o Corpo de Bombeiros chegar ao segundo subsolo do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no dia 1° de maio, para garantir que não resta nenhuma vítima sob os escombros. Os trabalhos de busca por cinco desaparecidos já duram seis dias. Ainda estão sendo procurados um casal e uma mãe com os dois filhos gêmeos. Neste momento, 49 bombeiros atuam na operação.

De acordo com o tenente Guilherme Derrite, porta-voz do Corpo de Bombeiros, estão sendo utilizadas duas retroescavadeiras e uma escavadeira com uma espécie de gancho na ponta, chamada de mordedor hidráulico, que auxilia na movimentação do concreto para retirada de ferros retorcidos. Oito caminhões retiram os escombros do local.

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São duas frentes de atuação do Corpo de Bombeiros: uma equipe de busca e resgate em estruturas colapsadas e outra fazendo rescaldo e resfriamento da estrutura. Derrite destacou que a todo momento o trabalho das máquinas é acompanhado pela equipe de resgate e, caso seja identificado alguma evidência dos desaparecidos, é iniciada a busca manual.

O tenente exemplificou que, quando as cadelas da corporação indicaram o provável local do corpo de Ricardo Pinheiro, 39 anos, foram necessárias 22 horas até que ele fosse encontrado. “Tivemos que tirar 8 metros de entulho até chegar ao corpo do Ricardo”, disse o tenente. Ricardo morreu quando já estava sendo resgatado pelos bombeiros. A identificação do corpo foi possível após realização de exame com as impressões digitais, segundo a Secretaria Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Guilherme Derrite destacou que, por enquanto, a operação deve continuar no mesmo formato. “A linha mestra é o resfriamento, ele tem que ocorrer. Uma mudança estratégica grande é muito difícil. O que pode ocorrer é uma ou outra alteração tática”, explicou Derrite. Entre as alterações táticas está, por exemplo, a movimentação das linhas de mangueira.

Por entre o morro de concreto, é possível visualizar parte de roupas dos sobreviventes da tragédia. O trabalho das máquinas não para e uma fumaça branca ainda sai dos escombros. “É parte do trabalho de resfriamento que está sendo feito”, explicou Derrite.

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