Tópicos | emergência nacional

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na segunda-feira (10) uma resolução bipartidária aprovada no Congresso para encerrar a emergência nacional em resposta à pandemia da Covid-19, após três anos. A medida é adotada semanas antes de que vencesse o prazo previsto para essa emergência.

O estado de emergência nacional liberava o governo para adotar medidas abrangentes em resposta ao vírus e apoiar os sistemas econômico, de saúde e bem-estar do país.

##RECOMENDA##

Algumas das medidas já foram reduzidas com sucesso, enquanto outras ainda estão sendo gradualmente cortadas.

A emergência de saúde pública - que dá margem para restrições duras à imigração na fronteira com o México - deve vencer em 11 de maio.

A Casa Branca emitiu um comunicado de uma linha, na segunda-feira, para dizer que Biden havia assinado a medida a portas fechadas, após ter se declarado em público contra ela, mas não a ponto de vetá-la.

Mais de 1,13 milhão de pessoas morreram nos EUA de covid-19 nos últimos três anos, entre elas 1.773 na semana encerrada em 5 de abril. Fonte: Associated Press.

A declaração de "emergência nacional" diante da pandemia de coronavírus anunciada nesta sexta-feira pelo presidente Donald Trump permitirá liberar até 50 bilhões de dólares de recursos federais, que serão canalizados para os estados americanos mais afetados.

Emergência nacional

Ao declarar que a epidemia de coronavírus nos Estados Unidos constitui uma emergência nacional, Trump invocou a Lei Stafford, aprovada pelo Congresso em 1988 para proporcionar assistência federal aos estados e municípios visando "salvar vidas e proteger a propriedade, a saúde e a segurança públicas".

"Apenas o governo federal pode proporcionar a coordenação necessária para abordar uma pandemia deste tamanho e o alcance nacional causado por un patógeno introduzido em nosso país", disse Trump em carta aos chefes de departamento para informar sobre o recurso à Lei Stafford.

Trump também citou trechos da Lei Nacional de Emergências (NEA) para ampliar a autoridade do secretário de Saúde e Serviços Humanos para enfrentar a crise.

A NEA concede à Casa Branca amplos poderes para declarar lei marcial, suspender liberdades civis, acionar as Forças Armadas, confiscar bens e restringir o comércio, as comunicações e as transações financeiras.

Fundo de ajuda 

A Lei Stafford dá à Agência Federal para Situações de Emergência (FEMA), subordinada ao departamento de Segurança Nacional, autoridade para dispor de um fundo de ajuda diante de desastres.

O fundo da FEMA reunia 42,6 bilhões de dólares no final de fevereiro, mas Trump declarou em entrevista coletiva que "até 50 bilhões" estarão disponíveis.

Em carta a Trump enviada na quarta-feira, 36 senadores democratas exortaram o presidente a recorrer ao Fundo para lidar com a pandemia, que já matou 47 pessoas nos Estados Unidos, onde há 2 mil casos confirmados.

"Os funcionários estaduais e municipais estão trabalhando arduamente para mitigar a epidemia e proteger os americanos, e os recursos federais em curso são muito necessários para apoiar estes esforços", destacaram os senadores.

A verba pode ser utilizada para vários propósitos, incluindo testes, diagnósticos, tratamentos, equipamentos médicos e hospitais de campanha.

As autoridades federais assumem 75% dos custo e os estados, 25%.

Os governadores de 33 dos 50 estados americanos declararam emergência devido à pandemia, o que lhes permitirá adotar medidas como fechar escolas e proibir reuniões públicas.

Precedentes

No ano 2000, o presidente Bill Clinton declarou emergência sob a Lei Stafford para ajudar os estados de Nova York e Nova Jersey a combater uma epidemia de vírus do Nilo Ocidental.

O presidente Barack Obama invocou a Lei Nacional de Emergências para enfrentar a epidemia de gripe suína H1N1 em 2009.

No 11 de Setembro (2001), o presidente George W. Bush recorreu à lei de emergências após os atentados contra Nova York e Washington.

Em fevereiro do ano passado, Trump se amparou na NEA para obter verbas que o Congresso lhe negou para construir seu muro na fronteira com o México.

Trump utilizou a Lei Stafford diante dos devastadores incêndios florestais na Califórnia e das inundações no Oriente Médio.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, optou nesta quinta-feira por uma medida contundente para financiar o muro que prometeu levantar na fronteira com o México: decretar em breve uma "emergência nacional", uma medida excepcional que ameaça provocar uma feroz batalha política e judicial.

Após horas de suspense, o presidente republicano prometeu promulgar um acordo orçamentário, negociado por parlamentares republicanos e democratas esta semana, para evitar uma paralisação parcial do governo federal.

Esse texto foi aprovado por uma ampla maioria no Senado, controlado pelos republicanos. Será submetido a votação na Câmara de Representantes, de maioria democrata, ainda nesta quinta, e depois será ratificado pelo presidente.

Mas Trump não se conforma com os fundos previstos por esse acordo e "agirá também mediante decretos - incluindo a emergência nacional - para pôr fim à crise de segurança nacional e humanitária na fronteira", indicou a porta-voz do governo americano, Sarah Sanders.

"Uma vez mais, o presidente cumpre sua promessa de construir o muro, de proteger a fronteira e garantir a segurança do nosso grande país", disse.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, anunciou que apoiava a decisão do presidente em relação à "emergência nacional".

Mas essa medida extraordinária, que permite ao presidente dos Estados Unidos mobilizar fundos sem passar pelo Congresso, irrita muitos congressistas, inclusive republicanos.

"Declarar a emergência nacional seria um ato sem base jurídica, um grave abuso de poder da presidência e uma tentativa desesperada de desviar a atenção do fato de que o presidente não cumpriu sua promessa fundamental de que o México pagaria pelo muro", escreveram os líderes democratas da Câmara e do Senado, Nancy Pelosi e Chuck Schumer.

"Não há emergência na fronteira" com o México, havia dito pouco antes Pelosi, a presidente da Câmara. "Vamos estudar nossas opções e estaremos prontos para responder de forma apropriada", acrescentou, sem descartar a via judicial.

Uma lei aprovada em 1976, a "National Emergencies Act", autoriza o presidente dos Estados Unidos a declarar uma "emergência nacional" para conceder a si próprio poderes extraordinários. Ao recorrer a esse texto, Trump poderia financiar o muro sem a autorização do Congresso e recorrer ao exército para construí-lo.

Todos os presidentes americanos aproveitaram esse poder, embora em circunstâncias distintas. George W. Bush o fez após os atentados de 11 de setembro de 2011, e Barack Obama recorreu a essa lei durante a epidemia de gripe H1N1 em 2009.

- Evitar um novo "shutdown" -

O acordo votado nesta quinta-feira inclui 1,375 bilhão de dólares para construir uma nova "barreira física" em um trecho de 88 km na fronteira entre o México e os Estados Unidos, menos de um quarto dos 5,7 bilhões que Trump exige para construir um muro entre os dois países.

Alguns comentaristas e congressistas ultraconservadores que o presidente escuta haviam criticado duramente o texto antes de sua passagem pelo Congresso, e o próprio Trump tinha se mostrado insatisfeito com seu conteúdo.

Washington tem até a meia-noite de sexta-feira para evitar um novo bloqueio orçamentário, que deixaria sem fundos 25% das administrações federais.

A vontade de Trump de construir o muro na fronteira com o México e a rejeição de seu plano por parte dos republicanos provocaram recentemente o maior "shutdown" na história dos Estados Unidos. Durante 35 dias, cerca de 800.000 funcionários federais deixaram de receber seu salário por esse bloqueio orçamentário.

O mandatário acabou cedendo ante os democratas e renunciou temporariamente ao muro para acabar com a paralisação parcial do governo. Mas nesta quinta-feira demonstrou que não havia esquecido uma das grandes promessas da campanha eleitoral de 2016.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (11) o fim da emergência nacional para zika. A decisão foi tomada diante da redução do número de casos da doença e seis meses depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspender o estado de emergência internacional pelo vírus.

O estado de emergência teve início em novembro de 2015. À época, no entanto, a emergência era específica para microcefalia, uma má-formação até então considerada rara e que teve um aumento inexplicado no período, sobretudo nos Estados de Pernambuco e Paraíba. Na ocasião, já havia a suspeita de que a explosão de nascimentos de bebês com o problema era provocada pela infecção do vírus zika. A hipótese foi confirmada meses depois.

##RECOMENDA##

Desde então, o Brasil registrou 13.490 casos suspeitos de microcefalia, dos quais 2.653 foram confirmados. Há, no entanto, quase 2.900 casos ainda em investigação. Justamente por isso, o anúncio do fim da emergência nacional dividiu integrantes do Ministério da Saúde, de acordo com informações obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O receio maior é o de que, com o fim da emergência, a assistência a crianças com o problema, que hoje já é considerada falha, seja duramente afetada. Opositores da medida argumentam que, somente neste ano, já foram quase 1 mil novos casos suspeitos de microcefalia notificados. Embora bem menor do que o registrado no passado, é uma marca ainda considerada extremamente preocupante. Além disso, há ainda 3 mil crianças em investigação, com suspeita da doença.

A Secretaria de Vigilância em Saúde justifica o fim da emergência no Regulamento Sanitário Internacional.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando