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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades representativas de juízes reagiram à notícia de que o juiz titular da Vara de Execuções Penais de Brasília, Ademar de Vasconcelos, teria sido afastado do processo do mensalão.

No lugar de Vasconcelos, o juiz Bruno André Silva Ribeiro teria passado a comandar a execução das penas dos mensaleiros. Relator do processo do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, estava insatisfeito com Vasconcelos.

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Numa nota divulgada nesta segunda-feira, 25, a OAB afirmou que seu conselho pleno aprovou o envio de um ofício pedindo que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) analise a regularidade da substituição do magistrado responsável pela execução das penas dos condenados por envolvimento com o mensalão. O CNJ é o órgão que exerce o controle externo do Judiciário. Mas também é presidido por Joaquim Barbosa.

A Associação dos Juízes para a Democracia divulgou uma nota forte na qual fala até em "coronelismo judiciário". "Inaceitável a subtração de jurisdição depositada em um magistrado ou a realização de qualquer manobra para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz. O povo não aceita mais o coronelismo no Judiciário", afirmou a entidade.

O Ministério Público Federal abriu investigação sobre o sistema de pontuação adotado por entidades paulistanas que gerenciam R$ 238,2 milhões do Minha Casa Minha Vida Entidades, do Governo Federal. O procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira recomendou ao Ministério das Cidades a anulação da portaria que permite aos movimentos de moradia adotar critérios adicionais para escolher os beneficiários.

A investigação foi aberta com base em reportagens publicadas pelo Estado no final de setembro, que mostraram líderes comunitários filiados ao PT à frente de 11 das 12 entidades selecionadas pelo governo Dilma Rousseff (PT). Após receberem os repasses diretos, elas escolhem quem vai sair da fila da habitação em São Paulo.

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Os critérios não seguem apenas padrões de renda, mas de participação política. Quem comparece a eventos como protestos e até ocupações de prédios públicos tem mais chance de ganhar a casa própria.

"Já comuniquei também a Caixa Econômica Federal (CEF) para que nenhum novo contrato seja celebrado com entidades que adotam critérios adicionais. O ministério também não pode delegar uma competência que é normativa para as entidades. Isso abre brechas para arbitrariedades, como a adoção de critérios como pontos em protestos", afirma o procurador. "Essa transferência de responsabilidade é completamente ilegal", completa.

De acordo com as regras atuais do Minha Casa Minha Vida Entidades, os movimentos de moradia podem escolher até três critérios adicionais, que devem ser aprovados em assembleia. Em São Paulo, a maioria das instituições implementou uma escala de pontos para definir quais associados terão prioridade na fila da habitação - todos, no entanto, ainda precisam seguir o critério básico, que é ter renda familiar bruta máxima de R$ 1,6 mil.

No sistema de pontos, participar de reuniões, audiências e até ocupações de prédios e espaços públicos rendem vantagens. Segundo a reportagem apurou, cada movimento desenvolveu seu próprio sistema de contagem oficial.

Um ano - Na média, contudo, as entidades com contratos assinados com o Minha Casa Minha Vida Entidades afirmam que é preciso militar por pelo menos um ano para ter as chances elevadas de obter uma casa própria. Nesse período, além de participar de eventos, é preciso também pagar as mensalidade em dia. Inadimplentes ficam fora da lista. Os valores não seguem padrão - variam de R$ 9 a R$ 50, mais a taxa de adesão.

O procurador da República Pimenta Oliveira ressalta que o programa já define quem deve ter prioridade na fila, como deficientes físicos e famílias que vivem em áreas de risco. "Só que essa responsabilidade de fazer a escolha dessas pessoas que deveriam receber prioridade agora é feita pelas entidades. Quem deveria fazer essa priorização é o Ministério das Cidades."

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), disse que as entidades não podem adotar critérios políticos e que vai apurar as informações relatas.

Já a Caixa Econômica Federal informou que é apenas instituição financeira executora do programa e, por isso, não possui competência para definir critérios para as entidades. A CEF disse que, "em caso de recomendação do Ministério Público Federal, o banco direcionará (a questão) para as autoridades competentes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades que fazem a gestão de R$ 238,2 milhões do Programa Minha Casa Minha Vida em São Paulo passaram a funcionar como imobiliárias em bairros da periferia. Do funcionário de plantão que mostra a área de lazer dos novos empreendimentos ao site com a simulação de um apartamento decorado, movimentos de moradia liderados por filiados ao PT oferecem, somente para associados que pagam suas mensalidades, 4 mil imóveis adquiridos com incentivos fiscais do governo federal a partir de R$ 3 mil, pagos em até 10 anos.

Ontem o Estado revelou que líderes comunitários petistas da capital usam critérios políticos para gerir a maior parte do recurso repassado pelo programa federal a entidades para a construção de casas populares. Onze das 12 entidades que tiveram projetos aprovados pelo Ministério das Cidades em setembro são dirigidas por filiados ao partido.

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Você quer morar na zona leste? Ou tem interesse em adquirir uma unidade residencial no centro da capital? Seja qual for a escolha, a página oficial do Fórum dos Cortiços e Sem Teto de São Paulo traz opções de plantas e ilustrações dos imóveis com direito à simulação de modelo decorado.

Em maio, as últimas unidades do Projeto 22 de Março foram praticamente leiloadas pela associação, que manteve plantão telefônico para atender os interessados. Quando elas se esgotaram, o site tratou de encaminhar o visitante para outro empreendimento na Liberdade, região central. E, para não perder o cliente, o anúncio deste mês avisa que a localização do novo conjunto é bem próxima, no mesmo bairro.

Na página, também é possível conferir fotos e vídeos do Projeto São Francisco do Lageado, já em obras com recursos do Ministério das Cidades. Até agora, foram liberados R$ 14,8 milhões para o empreendimento, que terá quatro blocos interligados e um total de 252 unidades. Quando prontos, os apartamentos terão dois quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda.

Pela internet, os associados da entidade ainda ficam por dentro das últimas ações do fórum, como reuniões com o prefeito Fernando Haddad (PT) e protestos pelo direito de moradia digna em São Paulo. Um link específico ainda atualiza os últimos feitos da líder do movimento, Verônica Kroll, que já foi candidata a vereadora pelo PT.

"Aqui não existe critério político. Nossos selecionados também passam por uma seleção feita pela Caixa Econômica Federal", argumenta o chileno Manuel Burgos, assistente social que faz a triagem dos beneficiados dos empreendimentos sob responsabilidade do Fórum dos Cortiços. A entidade, com sede na Rua Bento Freitas, no centro, cobra R$ 25 de mensalidade e R$ 40 de taxa de adesão.

Vitórias

Blogs com fotos, plantas e perspectivas dos futuros empreendimentos são comuns a quase todas as associações. O objetivo é mostrar ao associado vitórias obtidas pelo movimento e a cara das futuras moradias.

No blog Condomínio Barra do Jacaré, sob o comando da Associação dos Trabalhadores do Conjunto Residencial Vale das Flores, da zona norte de São Paulo, há links para álbum de fotos, com imagens do terreno onde será erguido o residencial de 592 unidades.

As características das plantas também são relatadas em detalhes, assim como estacionamento e área de lazer.

As famílias selecionadas para morar no Condomínio Dom José 1 e 2, na região do Capão Redondo, zona sul, também podem acompanhar dados do projeto por meio de blogs. Desenvolvidas pelas associações Moradores do Jardim Comercial e Adjacências e Amigos do Conjunto Modelar, as ferramentas ainda ajudam os associados a organizar toda a papelada necessária para o cadastro final. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e as Associações Médica Brasileira (AMB) e Nacional de Médicos Residentes anunciaram nesta sexta-feira, 19, a saída de ao menos 11 comissões do Ministério da Saúde, entre elas a Comissão Nacional de Residência Médica e o Conselho Nacional de Saúde.

A medida foi mais uma reação dos médicos ao programa Mais Médicos, lançado pelo governo na semana passada para atrair profissionais brasileiros e estrangeiros para atuar no interior do País, além de aumentar em dois anos a formação em Medicina, tornando obrigatória a prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS) nos dois anos extras.

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Também é uma forma de protestar contra os vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico - que regulamenta o exercício da Medicina. A presidente vetou um dos principais artigos, que dizia ser atividade exclusiva do médico a realização de diagnóstico de doenças e a prescrição terapêutica.

"A saída das comissões foi uma decisão bem pensada. Um grupo de trabalho foi criado no dia 18 de junho exatamente para trabalhar nessa questão de estipular uma carreira para a fixação desses profissionais, criar um piso salarial e solucionar o problema da escassez de médicos no interior. Fomos atropelados pelo trator de esteira do governo", diz Geraldo Ferreira Filho, presidente da Fenam.

Justiça

A Fenam vai entrar com uma ação civil pública na próxima quarta-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedindo a anulação da medida provisória que instituiu o programa Mais Médicos. A ação vai questionar a falta de concurso público na contratação dos profissionais, a sonegação dos direitos trabalhistas, a ausência de revalidação dos diplomas dos estrangeiros e a falta de exigência de proficiência na língua.

As entidades também vão entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal, alegando a inconstitucionalidade da medida provisória. "Vamos para o embate jurídico e político. Tudo isso faz parte do processo de reação contra as medidas do governo. Vamos acentuar o confronto", diz Ferreira. O Ministério da Saúde informou que está aberto ao debate e que vai continuar realizando reuniões técnicas para esclarecimento de dúvidas. Informou também que a medida provisória ainda poderá ser modificada no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Dezesseis entidades, entre centrais sindicais, organizações estudantis e movimentos sociais confirmaram participação em atos públicos do dia nacional da luta marcado para esta quinta-feira, 11, em Sorocaba. A mobilização começa de manhã com a possível paralisação de trabalhadores e bloqueios em ruas e rodovias. As manifestações devem ocorrer durante o dia todo, mas os organizadores decidiram não divulgar antecipadamente horários e locais dos protestos para evitar possível repressão. Foi confirmado apenas um ato público geral às 17 horas na Praça Cel. Fernando Prestes, a principal da cidade.

O Movimento Contra Catraca e o Movimento Popular da Juventude farão panfletagens nas ruas defendendo a tarifa zero nos ônibus. Trabalhadores do transporte coletivo vão aderir aos protestos, mas não devem paralisar o serviço de ônibus. Os veículos vão circular de faróis acesos e, se houver greve, será parcial. Até a tarde desta quarta-feira, estava previsto o funcionamento normal do comércio e de serviços. A Polícia Militar, a Defesa Civil e a Guarda Municipal foram postas em alerta, mas prevalece a orientação de intervir apenas se houver violência. A pauta unificada reivindica redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, fim do fator previdenciário, valorização do aposentado, mais verbas para saúde e educação, reforma agrária e melhoria no transporte público.

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As principais entidades médicas reagiram com críticas às medidas anunciadas pelo governo e prometem ir à Justiça para tentar reverter as mudanças propostas para os cursos de Medicina. Em carta conjunta, representantes de classe questionaram aspectos técnicos e legais das ações do governo.

Nas falhas apontadas está o fato de que a ampliação do tempo de formação favoreceria a exploração de mão de obra, com contratos trabalhistas precários. "As medidas são paliativas, midiáticas e eleitoreiras", acusa Roberto d’Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). "Já estamos com nosso jurídico trabalhando para ver quais são as ilegalidades e inconstitucionalidades. Mas antes vamos esperar que a casa do povo, o Congresso, possa corrigir estes erros."

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Entre as principais críticas às estratégias anunciadas do governo está a falta de condições adequadas e de um plano de carreira estruturado para ajudar os profissionais a se fixar no interior. "Países sérios também dão as condições estruturais para o trabalho e dão carreira. Países autoritários obrigam as pessoas", diz o presidente do CFM. "O que vai atrair (os profissionais para o interior) é uma versão mais definitiva. Ninguém aguenta mais bolsa."

Diagnóstico

As entidades médicas afirmam ter recebido com surpresa as mudanças propostas pelo Ministério da Saúde, após as longas reuniões e os grupos de estudos. Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), diz que as sugestões feitas pelas entidades não foram ouvidas. "O governo anotou tudo que dissemos, mas fez tudo à maneira dele, do jeito que quis", afirma. "O governo fez um diagnóstico equivocado."

Segundo ele, as medidas partem da premissa de que a saúde no País está caótica porque faltam médicos. "Cidades como Brasília, São Paulo e Vitória têm média de médicos por habitantes superior à de países europeus. E como está a saúde pública nestes lugares?"

Para Cardoso, a ampliação do tempo de formação e a obrigatoriedade de atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) não resolvem os três problemas principais: falta de financiamento, gestão precária e corrupção na alocação de recurso. "Precisamos cumprir a lei, e não se pode obrigar médicos, que já passam 6 anos se dedicando em tempo integral, a passar por mais dois sob condições precárias, onde não querem. E só faltam médicos nas comunidades mais remotas? E outras profissões? Por que só os médicos?"

A ampliação no curso também é criticada. "A maioria dos alunos faz um ano de cursinho, agora seriam mais 8 anos de graduação, além dos 2 a 4 anos de residência. O tempo para se formar fica muito longo", diz Flora Goldemberg, de 20 anos, presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, que representa os alunos de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quarta-feira (12), a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, cidade localizada na Região Metropolitana do Recife, renovou convênio com duas entidades e 15 creches ligadas à educação do município. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, as instituições integram a rede conveniada do órgão, assegurando acompanhamento educacional e berçário. Ao todo, mil crianças, com idade de zero a cinco anos, são beneficiadas.

“A intenção dos que fazem este governo é agir corretamente, para garantir os direitos dos nossos munícipes. Sei e reconheço a importância deste trabalho oferecido em diversas comunidades do município e que beneficia, não somente os alunos e pais, mas também os professores, monitores e sobretudo o crescimento educacional do nosso município”, falou o prefeito, conforme informações da assessoria de comunicação da Prefeitura.

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Renovaram convênio, além das creches, a Filarmônica XV de Novembro Cabense e a União dos Estudantes de Formação de Professores do Cabo de Santo Agostinho- UEFPC. “Esse acordo não foi firmado antes devido a pendências na documentação das próprias entidades junto à prefeitura, que é exigida pela legislação”, informou a secretária de assuntos jurídicos, Tatiana Guerra.

Para o presidente da Associação de Moradores de Ponte dos Carvalhos, que atende 67 crianças há 33 anos, Rosivaldo da Silva, caso o convênio não existisse, a comunidade não teria condições financeiras para manter a creche em funcionamento. Veja AQUI a relação instituições conveniadas.

O desempenho dos integrantes da Comissão Nacional da Verdade durante o depoimento do coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, na sexta-feira, 10, está provocando críticas de ex-presos políticos, familiares de desaparecidos e organizações de direitos humanos. Na avaliação desses grupos, a comissão teria deixado o ex-comandante do DOI-Codi transformar o depoimento público numa espécie de palanque político, em defesa do período autoritário."Estou indignado. A comissão deveria ter se preparado melhor, organizado as regras, para impedir que um facínora transformasse aquilo num palanque, agredindo a presidente da República da forma como fez", diz o ex-deputado Aldo Arantes, da direção nacional do PC do B.

Preso em 1976, durante operação da ditadura que culminou com o desmantelamento da direção nacional do partido, Aldo diz que foi torturado no DOI-Codi, cuja estrutura foi montada e dirigida durante quatro anos por Ustra. "Ele foi convocado na condição de algoz e tentou se transformar em herói. A comissão deveria ter evitado."

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O presidente da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, de São Paulo, deputado Adriano Diogo (PT), também criticou a Comissão Nacional: "As pessoas selecionadas não estavam preparadas. Ele chamou a presidente de terrorista e eles não reagiram, não defenderam a legalidade".

Luiz Moreira, professor de direito constitucional da Faculdade de Direito de Contagem e assessor de grupos de direitos humanos, qualificou como "desastre" o depoimento. "O erro foi deixar a oitiva de Ustra, um quadro ideológico profundamente ligado às estruturas da ditadura, pender para o lado de um tribunal de júri." Para o professor, o papel da comissão é garantir às vítimas da ditadura e a seus familiares o esclarecimento dos episódios de que foram vítimas: "Não adianta jurisdicizar o debate, porque as ações da comissão não têm consequências jurídicas. O que está em questão é o direito à verdade. O depoimento deveria ter tido um tratamento mais técnico e político".

Dezenas de ex-presos políticos afirmam ter sido torturados no DOI-Codi do 2.º Exército, em São Paulo, quando Ustra comandava a instituição. Ele é hoje uma das figuras mais visadas por ações no Judiciário que envolvem o período ditatorial. Está enfrentando três ações penais, movidas pelo Ministério Público Federal, que buscam sua responsabilização em caso de desaparecidos políticos. Em São Paulo, já foi reconhecido na Justiça como torturador.

Positivo

O cientista político Manoel Moraes, membro da Comissão da Verdade de Pernambuco, considera positiva a presença do coronel perante a Comissão Nacional: "Os inquiridores estavam bem preparados. A melhor indicação disso foi o fato de que Ustra começou a falar e a ficar nervoso, quando tinha o direito de silenciar. Percebeu que a comissão tinha munição".

Quanto aos argumentos de Ustra, observa: "A busca da verdade não pode anular o direito do inquirido de se manifestar. O que ouvimos foram manifestações de alguém preso a uma visão totalitária e superada. Seus argumentos eram tão frágeis que começou a gritar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Representantes do setor empresarial reafirmaram nesta quarta-feira, 17, o apoio à Medida Provisória 595, a MP dos Portos, e defenderam a aprovação do texto com os aprimoramentos pactuados com as entidades, que incluem alterações nos critérios de licitação de arrendamentos e concessões.

"A retomada dos investimentos no setor deve ser feita com urgência e sua modernização, com vistas à superação dos gargalos hoje existentes, é imprescindível", declararam, por meio de nota, representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio (CNC), Confederação dos Transportes (CNT), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

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As entidades avaliam que a MP 595, ao promover a organização do sistema portuário brasileiro - com a criação de instrumentos para a integração do planejamento logístico, abertura do setor a novos investimentos privados e estímulo à concorrência -, responde aos desafios da produção agrícola, industrial e mineral, favorecendo a aceleração do desenvolvimento do setor produtivo e a melhora da competitividade internacional.

Advogados e entidades ligadas à causa dos desaparecidos políticos no Brasil receberam com otimismo, nesta quarta, a decisão de um juiz paulista que autorizou a retificação do atestado de óbito de um militante de esquerda morto pela ditadura em 1976. "Todas as manifestações que vêm do Estado, via Judiciário, restabelecendo a verdade, são bem-vindas", afirmou o presidente da Comissão Especial de Desaparecidos Políticos, Marco Antonio Barbosa. "O caminho está correto. É preciso dizer como o cidadão foi morto", completou Rubens Naves, outro advogado defensor das famílias de desaparecidos políticos.

A sentença em questão foi anunciada pelo juiz Guilherme Madeira Dezem, da 2.ª Vara de Registros Públicos, em São Paulo. Ela atende ao pleito da família de João Batista Drumond, que morreu em 1976 na chamada Chacina da Lapa. Nessa operação, a polícia do regime militar cercou uma casa no bairro da Lapa, em São Paulo, e praticamente destruiu a cúpula do PCdoB, matando dois de seus líderes, Pedro Pomar e Angelo Arroyo.

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O atestado de óbito de Drumond dizia que ele fora morto na esquina da Avenida Nove de Julho com Rua Paim. O juiz determinou que o atestado especifique: "Falecido no dia 16 de dezembro, nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo". A causa da morte passa a ser "traumatismo craniano encefálico, devido a torturas físicas".

Precedentes

Não é a primeira vez que o Judiciário autoriza esse tipo de correção histórica. "A sentença transitada em julgado, sobre Vladimir Herzog, dizia nos anos 90 que ele foi preso, torturado e morto em consequência de torturas", lembra o advogado Barbosa, que representou a família Herzog no processo. O mesmo aconteceu com o atestado de óbito do militante Norberto Nehring, em 2002, também em São Paulo. A retificação, pedida por Rubens Naves, informa que ele morreu de "causas não naturais, em dependências policiais ou assemelhadas".

Tanto Barbosa como Naves veem a decisão do juiz paulista como um passo importante e não imaginam que ela venha a ser contestada e derrubada em instâncias superiores do Judiciário. "Não estou esperançoso, tenho absoluta certeza (de que a alteração vai ser mantida)", diz Rubens Naves. "A questão da verdade histórica tem de ser restabelecida." Barbosa diz ter "a expectativa de que o Judiciário tenha consciência desse papel relevante, em nome da História e do conforto das famílias".

Estudiosa da questão dos desaparecidos, a cientista política Glenda Mezaroba, da Unicamp, observa que, ao longo da História do País, "a esfera judiciária não parecia sensibilizar-se com essas situações". Daqui para a frente, segundo ela, é normal que outros setores queiram contestar. "Faz parte do jogo, democracia é isso", diz ela. "Os limites do Judiciário, em questões de anistia, ainda não foram testados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil ainda está atrasado em relação aos outros países da América Latina na investigação de seu passado, na avaliação de algumas das principais entidades defensoras de direitos humanos do mundo. Segundo elas, a Comissão da Verdade aprovada pelo Senado nesta semana deve ser encarada apenas como um primeiro passo e não a conclusão do processo de investigação dos crimes cometidos durante o regime militar.

Eduardo Gonzalez, diretor do International Center for Transitional Justice, em Nova York, disse haver "uma desconexão entre a situação no Brasil em relação ao restante da região", no que se refere à investigação e punição dos crimes cometidos durante o regime militar. "E essa desconexão é totalmente desnecessária", acrescentou.

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"O Brasil deveria ser o líder em toda a América Latina, e não estar atrás. Não dá para comparar o capital humano e jurídico do País a outras nações. Não há sentido estar tão atrasado. Isso é muito estranho", afirmou. "Nos outros países do continente, as anistias foram revogadas ou não são aplicadas."

José Miguel Vivanco, diretor da divisão de Américas do Human Rights Watch, elogiou a Comissão da Verdade. "Esse pode ser um primeiro passo para o esclarecimento de sérias violações aos direitos humanos ocorridas no período de exceção brasileiro", ressaltou. Em sua avaliação, a iniciativa pode "criar na população um clamor por justiça", indicando que deve haver punição dos crimes no futuro.

Nada secreto

Gonzalez adverte, levando em conta as experiências em outros países, que são necessárias três condições para o êxito da comissão. "Primeiro, é preciso haver acesso irrestrito aos arquivos. Não podem argumentar que algo seja secreto. Em segundo lugar, o Estado precisa conceder todo o apoio ao processo, mas sem afetar a independência. Por último, deve existir total transparência, com todas as declarações sendo públicas", afirmou.

Para ele, razões históricas levaram o Brasil a ficar para trás na investigação de seu passado. "Foi uma abertura gradual, controlada e bem cuidadosa. Nessa transição lenta, as forças do regime anterior mantiveram algum poder. Mas hoje a democracia evoluiu e não é preciso haver receio", disse.

Experiências como as da Guatemala e do Peru, com suas audiências públicas, devem servir de exemplo para os brasileiros, defende Gonzales. "Mas o Brasil deve criar seu próprio processo. Existem vantagens no caso brasileiro, onde há um Estado consolidado e um número maior de recursos. Além disso, a quantidade de vítimas é bem menor do que em lugares como a Guatemala, onde ocorreu uma guerra civil", finalizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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