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A Ordem dos Advogados do Brasil e outras instituições de defesa do consumidor, como o Ministério Público do Consumidor e a Associação Brasileira de Procons, promovem nesta sexta-feira (27) ato contra a cobrança por despacho de bagagem por companhias aéreas. As instituições vão realizar blitzes em aeroportos nas capitais dos 26 estados do país, além do Distrito Federal.

A iniciativa faz parte da campanha “Bagagem sem Preço”, promovida pela OAB em parceria com as diversas organizações. O objetivo é esclarecer passageiros sobre violações de direitos cometidas na cobrança pelo despacho de malas. A OAB e as organizações promotoras da campanha consideram a exigência do valor adicional uma prática ilegal.

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Além deste aspecto, os envolvidos vão fiscalizar outros possíveis desrespeitos com passageiros. Será averiguado como as companhias aéreas estão se comportando no caso do atendimento prioritário, de cobranças adicionais e de alterações contratuais.

O pagamento pelas malas despachadas foi aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em dezembro de 2016 e entrou em vigor em junho de 2017. Defensores da medida, como as companhias aéreas, afirmaram que esta alteração traria uma redução nos preços das passagens. A iniciativa foi acompanhada de críticas.

Contudo, no fim do mês de junho, a Agência Nacional de Aviação Civil divulgou levantamento no qual apontou aumento nas passagens de 7,9% no primeiro semestre de 2018, evidenciando que a cobrança pelo despacho de bagagens não serviu para reduzir as tarifas. A Anac também afirmou que demorará cinco anos para avaliar oimpacto desta cobrança nos preços gerais das passagens.

Entidades que representam magistrados e juízes negam que exista corporativismo em investigações e julgamentos envolvendo a categoria e atribuem os longos períodos de tramitação das ações ao excesso de casos na primeira instância da Justiça.

Dados do levantamento Justiça em Números 2017, feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com base em dados de 2016, apontam que cada juiz solucionou, em média, mais de sete processos por dia. Foram julgados 30,8 milhões de ações - um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, a taxa de congestionamento, que mede o porcentual de processos em tramitação, permaneceu alta, em 73%.

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O presidente em exercício da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Paulo César Neves, afirma que não há motivo para corporativismo no Judiciário. "Não existe forma de proteção a magistrados que praticam ilícitos no exercício do cargo. Se cometeu, esse cidadão vai ser condenado."

Na avaliação do presidente da Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Marcelo Mendes, há isenção na categoria para esse tipo de julgamento. "Quando um juiz se depara com processo de colega, ele vai julgar com a mesma isenção. Julgamos casos sensíveis de toda a natureza", diz.

Demora. O acúmulo de funções e de casos para análise é o motivo apontado pelo juiz Ivanaldo Bezerra Ferreira dos Santos, do Rio Grande do Norte, para justificar o fato de estar há mais de quatro anos com um processo contra magistrados e ainda não ter chegado a uma sentença para ambos.

Santos aceitou em 28 de maio de 2014 a denúncia contra os ex-presidentes do Tribunal de Justiça do Estado Rafael Godeiro Sobrinho e Osvaldo Soares Cruz, acusados de envolvimento em um esquema que desviou R$ 14,1 milhões destinados ao pagamento de precatórios entre 2007 e 2011.

Segundo a denúncia, os recursos eram sacados ou transferidos por meio de cheques nominais, transferências diretas e guias de depósito judicial, e os beneficiários eram pessoas estranhas aos processos de precatórios do TJ. Os dois magistrados foram afastados do cargo. Em 2013, o CNJ aplicou a ambos a pena da aposentadoria compulsória.

No Estado, os autos estão conclusos para sentença desde junho de 2016. "Eu era juiz eleitoral. Este ano, já recebi 242 novos processos. Isso tudo para fazer audiência, sentença, ouvir testemunha, são demandas acrescentadas e ninguém quer saber disso. As pessoas só cobram do Poder Judiciário. Além disso, passei mais de quatro anos no interior acumulando minha função com a capital", responde Santos, questionado pela reportagem sobre o tempo para uma decisão final.

'Dissabor'. Em sua avaliação, não é comum na área criminal brasileira um juiz de primeiro grau julgar, de uma só vez, dois magistrados que presidiram Tribunal. "É um dissabor julgar o comportamento de outros colegas, ainda mais que presidiram tribunal. Poucos colegas têm essa isenção e imparcialidade. Julgar um colega é pior ainda, mas estou terminando", disse ele, acrescentando que a publicação da sentença deverá sair em até 15 dias.

Advogado de Godeiro Sobrinho, Caio Graco considera que a tramitação transcorreu "muito além do prazo razoável", o que, segundo o defensor, teria gerado constrangimento ao cliente, que tem 75 anos. Para a defesa de Soares Cruz, o tempo é justificado pela demanda da Vara e a complexidade do caso.

Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, casos envolvendo magistrados geralmente são complexos, o que explicaria a lentidão na tramitação. "Temos um sistema jurídico que supervalorizou os recursos e o direito de defesa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quatro entidades médicas divulgaram uma nota técnica para esclarecer alguns pontos sobre a vacinação contra a febre amarela. O objetivo é dar segurança aos médicos e outros profissionais da saúde envolvidos na orientação da população brasileira para aumentar a adesão à vacinação contra a febre amarela.

Os documentos são assinados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A nota técnica inclui um protocolo inédito para orientar os profissionais que atuam na triagem sobre quem pode ou não ser vacinado.

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O guia contém perguntas sobre o uso de medicamentos, presença de determinadas enfermidades e histórico de alergia grave ao ovo ou a algum dos componentes da vacina. Entre os grupos que não devem ser vacinados estão crianças menores de 6 meses de idade, pacientes com reação de hipersensibilidade grave a algum componente da vacina, pacientes em uso de medicamentos biológicos em geral, pacientes em uso de medicamentos imunossupressores e pessoas com história de doença do timo.

Já para os chamados grupos de precaução, a recomendação da vacina de febre amarela precisa ser analisada previamente pelo médico ou profissional da saúde. “Isto acontece naquelas situações em que a contraindicação não deve ser generalizada para todos, mas merece cuidado na avaliação dos riscos (possibilidade de se infectar versus possibilidade de evento adverso grave e os benefícios para seu paciente quando o risco de se infectar é maior que o risco de evento adverso grave)”, informa o documento.

São considerados grupos de precaução: pessoa com doenças imunossupressoras ou em tratamento com medicamentos imunossupressores, gestantes, pessoas maiores de 60 anos de idade, mulheres amamentando lactentes com menos de 6 meses de idade, pessoas que vivem com HIV/Aids e pessoas com doenças autoimunes, como lúpus, doença de Addison e artrite reumatoide.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil confirmou 1.127 casos e 331 óbitos entre 1º julho de 2017 a 10 de abril deste ano. Os estados do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo estão com a cobertura abaixo da meta, que é de 95%, e 10 milhões de pessoas ainda precisam se vacinar contra febre amarela.

Mais de cem ONGs e entidades internacionais se unem para denunciar o estado brasileiro na ONU e pedem investigações independentes sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).

Numa intervenção durante o Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta terça-feira, 20, o bloco denunciará o fato de que "muitos que falam a verdade ao poder no Brasil enfrentam violência e estigmatização sem precedentes, já que o País está no topo das mortes dos defensores".

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O protesto ocorre no mesmo dia em que deputados europeus cobram respostas do governo brasileiro e que a ONU critica pela segunda vez em uma semana a situação de ativistas no País.

Em Genebra, a lista das entidades que apoiam a declaração na ONU inclui Conectas, Organização Mundial contra a Tortura, Front Line Defenders, Friends of the Earth, Conselho Indígena Missionário, além de entidades africanas e latino-americanas.

"Solicitamos ao governo brasileiro assegurar uma investigação imediata, imparcial e independente, processando os responsáveis materiais e intelectuais deste crime, com a competência e a abertura para a possibilidade de o assassinato ter sido uma execução extrajudicial", irá declarar o grupo, de acordo com um texto que circula com a lista de copatrocinado.

"Também pedimos para as autoridades dar proteção efetiva aos sobreviventes desse ataque, como testemunhas-chave desta atrocidade", diz a solicitação.

Segundo o grupo, o ataque ocorre "no contexto de uma intervenção federal altamente militarizada no Estado do Rio, decretada pelo presidente, contrária a vontade das comunidades locais". "De fato, as preocupações sobre a intervenção foram destacadas pelo Alto Comissário de Direitos Humanos em sua declaração durante esta sessão", indicarão as entidades, numa referência às críticas feitas pela ONU há duas semanas.

"Marielle foi nomeada relatora de um comitê parlamentar para supervisionar os abusos da ação militar no Rio. O programa de proteção dos defensores permanece subfinanciado e insuficiente", denunciarão.

Apelo europeu

Enquanto em Genebra as entidades denunciam o estado brasileiro, a morte de Marielle foi uma vez mais mencionada por deputados europeus.

Numa declaração conjunta entre os diferentes comitês do Parlamento Europeu, os deputados "condenam" o assassinato de Marielle.

"Pedimos às autoridades brasileiras e à Justiça brasileira que conduzam investigações imediatas, completas e transparentes sobre o assassinato de Marielle Franco para identificar todos os responsáveis e os levar a um tribunal independente", apelam os europeus.

"Também pedimos que as autoridades no Brasil garantam a integridade física e psicológica de defensores de direitos humanos no Brasil", completam.

O documento é assinado pelos deputados Ramón Jáuregui Atond, Fernando Ruas,Francisco Assis e Elisabetta Gardini, líderes de delegações dentro do Parlamento Europeu responsável por relações com a América Latina e sobre direitos das mulheres.

Os empregados do Banco da Amazônia realizaram nesta sexta-feira a entrega dos donativos arrecadados durante a Gincana Natal Solidário, ocorrida de 7 de novembro a 21 de dezembro, que consistiu na arrecadação de brinquedos novos, fraldas (infantil e geriátrica) e alimentos não-perecíveis. Nesta edição, a ação teve o slogan “Fazer o bem, faz bem”.

As entidades contempladas foram: Igreja Evangélica Maranata – Templo Tenoné; Clube de Mães Guerreiras da Cabanagem; ONG No Olhar; Paróquia São Lucas Evangelista; Mãos Solidárias de Icoaraci e Igreja Evangélica Maranata – Terra Alta.

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Para a representante do Grupo Mãos Solidárias de Icoaraci, Ana do Socorro Dutra, a gincana Natal Solidário foi muito boa para ajudar a arrecadar alimentos e brinquedos para as famílias que são atendidas pelo grupo. “Atendemos seis comunidades do distrito, mais famílias das Ilhas próximas. Entregamos cestas básicas, brinquedos, roupas usadas, conseguimos atendimento médico para quem precisa”, explicou.

O diácono Manoel de Oliveira Paes representou a Paróquia São Lucas Evangelista, que fica em Ananindeua-PA, no bairro Guajará 1, e existe há 30 anos, fazendo atendimento de diversa natureza às famílias cadastradas na comunidade próxima. Para ele, a gincana é uma manifestação explícita de caridade, digna de elogio e de orações da parte deles. “Quando ajudamos, levamos mais dignidade às pessoas”, completou.

Para a representante da Igreja Evangelista Maranata do município de Terra Alta, Sirlene Jaques, essa ação incentiva o voluntariado e transforma o Natal de crianças, jovens e famílias carentes. “Foi uma alegria quando recebi a ligação que tínhamos sido sorteadas, pois, não tínhamos nada para oferecer. Agradeço a Deus por ter nos concedido os donativos e ajudar quem realmente precisa, e assim, vê o sorriso de todos”, relatou.

De acordo com o coordenador de Endomarketing, Alex Santos, as entidades foram cadastradas no decorrer do ano e tiveram seus nomes sorteados na tarde desta quinta-feira, 21, na Gerência de Imagem e Comunicação do Banco. “A Gincana Natal Solidário resulta no envolvimento de colaboradores, clientes, terceirizados, estagiários e parceiros. É realizada desde 2004 e neste ano foram arrecadados mais de 8.500 itens entre brinquedos novos e fraldas, além de cinco toneladas de alimentos não perecíveis”, informou.

Da assessoria do Banco da Amazônia.

Entidades reagiram e cobraram que o presidente Michel Temer vete um dispositivo da reforma política aprovada pelo Congresso nesta quinta-feira, 5, que permite a suspensão de conteúdo publicado na internet sem autorização judicial prévia.

Em nota conjunta, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) classificaram como "censura" a emenda incluída no texto de madrugada, durante a votação do projeto na Câmara.

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"A medida aprovada pelo Congresso é claramente inconstitucional, por se tratar de censura. As associações esperam que o Poder Executivo vete o dispositivo aprovado e restabeleça a plena liberdade de imprensa".

A nota diz ainda que as entidades condenam o discurso de ódio e a disseminação de informações falsas na internet, mas que "o combate a esses males só pode acontecer dentro da legalidade".

Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), "o Brasil não vive o fantasma de práticas tão explícitas de censura desde o fim da ditadura militar".

Segundo a Abraji, o texto aprovado vai permitir que as denúncias sobre os conteúdos sejam feitas por "usuários bem e mal intencionados", o que fará com que o Facebook e outras redes sociais tenham de excluir, indiscriminadamente, diversas postagens. "É factível imaginar dezenas de milhares de simpatizantes e apoiadores de uma candidatura denunciando todas as postagens dos partidários de outra. E vice-versa. Sites como o Facebook não teriam escolha senão suspender as postagens. O resultado seria um deserto informativo", diz a nota.

O projeto aprovado pelo Congresso permite que conteúdos sejam retirados da internet após a simples denúncia de que a publicação se trata de um "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato".

O texto prevê que a publicação denunciada terá que ser retirada do ar em "no máximo vinte quatro horas", até que o provedor "certifique-se da identificação pessoal do usuário" que postou a mensagem.

Para o autor da proposta, o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Áureo (RJ), a ideia da emenda é impedir uma "guerrilha na internet" e evitar a disseminação das chamadas "fake news" (notícias falsas).

O Ministério da Educação (MEC) redefiniu a composição do Fórum Nacional de Educação (FNE), incluindo órgãos como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado à própria pasta, e excluindo outros, como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), representantes da sociedade civil. Entidades ligadas à educação consideraram a medida arbitrária e inadmissível, mas o MEC diz que a alteração evita que discussões político-partidárias interfiram na política educacional do país.

A portaria com as mudanças foi publicada no último dia 28, no Diário Oficial da União. O FNE foi criado em 2010, com as atribuições de coordenar as conferências nacionais de Educação e promover a articulação das conferências com as conferências regionais, estaduais e municipais que as precederem.

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Outra função é acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, que fixa metas para melhorar a educação até 2024. Uma das metas é investir, anualmente, pelo menos o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas pelo país) em educação até 2024. Atualmente, o setor educacional recebe o equivalente a 5,3% do PIB.

Por meio de nota, 21 entidades da sociedade civil criticaram as mudanças feitas pelo MEC. “Em análise preliminar, percebe-se a intenção do governo de restringir a participação das atuais representações, excluindo entidades representativas de segmentos essenciais — como o campo, a pesquisa em educação e o ensino superior”, diz o texto.

“De forma autoritária e centralizada, toma o ministro para si a responsabilidade de “arbitrar” quem entra e quem sai do FNE, passando por cima dos regulamentos e procedimentos que dispõem sobre ingresso de entidades, sob a exclusiva avaliação do Colegiado do Pleno do FNE”, acrescenta.

Consultado, o MEC diz, também por meio de nota, que “corrigiu distorções claras" em medidas adotadas durante o governo Dilma Rousseff (2011-2016). Segundo a pasta, em portaria publicada em 2014, a gestão anterior incorporou ao FNE “representações de segmentos que já estavam representados, criando uma sobreposição, com a intenção de ampliar o número de votos nas decisões do fórum e fortalecendo o viés político-partidário”.

“A atual gestão do MEC determinou a volta da composição original do FNE e agregou representações relevantes que estavam fora”, diz a nota do ministério. O FNE  “está mantido e fortalecido, representado por diversos segmentos”, conclui a nota.

Conferência Nacional de Educação

Alguns dias antes de alterar a composição no FNE, o MEC publicou uma portaria redefinindo a convocação da 3ª Conferência Nacional de Educação (Conae).  Pela nova portaria, a Conae, que seria realizada no primeiro semestre, portanto, antes das eleições, poderá ser adiada.

“As medidas não foram discutidas com o conjunto das entidades do FNE, nem tampouco com o coordenador do FNE, conforme estabelecem as normatizações em vigor e a cultura anterior recente de relacionamento respeitoso com as entidades nacionais representativas do setor educacional”, dizem as entidades que criticam a decisão do MEC. A atual coordenação do FNE acionou a Procuradoria Federal dos Direitos ao Cidadão do Ministério Público Federal.

"Convém ressaltar nosso desapontamento adicional já que, para a mesma data em que o decreto é firmado (26/04/2017), havia previsão de reunião entre a Secretaria Executiva do MEC e membros do FNE, agendada com bastante antecedência, conforme a conveniência da própria Secretaria do MEC. Seria uma reunião, fundamental, para tratar de encaminhamentos relativos à Conae, que foi abruptamente cancelada sem maiores esclarecimentos e informações aos interessados, tampouco proposta outra alternativa que respeitasse a deliberação do coletivo do FNE em reunião de 29 do mês passado”, diz o FNE no relato ao órgão.

“Com uma ação desse tipo de parte do Poder Público, unilateral, nada dialogada, sem perspectiva de futuro, também Estados, Distrito Federal e municípios ficarão inseguros acerca do planejamento e realização da Conae, prejudicando processos de participação e avaliação, previstos em lei”, acrescenta o Fórum.

O MEC diz que a atual gestão alterou um decreto publicado em 9 de maio de 2016, “às vésperas do afastamento da então presidente Dilma Rousseff, que determinava que a Conae 2018 fosse realizada no primeiro semestre daquele ano, em uma clara intenção de criar uma mobilização com vistas à eleição de 2018”.

De acordo com o ministério, o calendário também criava dificuldades para estados e municípios que, de acordo com a Lei 13.005 de junho de 2014, precisariam realizar conferências locais antes da nacional. “O MEC, então, decidiu ampliar o prazo para até o fim de 2018. Com isso, será possível que municípios e estados cumpram suas conferências a tempo e, também, que a Conae 2018 seja realizada com maior planejamento e sem interferência político-partidária.”

Representantes de diferentes setores reagiram com preocupação ao fim da desoneração da folha de pagamento a ser proposto pelo governo Temer. Na avaliação de entidades, a volta da taxação deve prejudicar a indústria em um momento sensível, em que o mercado interno ainda não se recuperou.

Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o fim da desoneração da folha de pagamento comprometerá ainda mais a capacidade da indústria brasileira de sair da crise. "As empresas ainda estão muito sacrificadas com o mercado ruim, mas já temos um custo elevado com encargos trabalhistas", afirmou. "Entendo a situação do governo de precisar entregar o resultado fiscal, mas para isso deveria fazer um corte maior em vez de onerar as empresas", afirmou.

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Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, o governo deveria ao invés de onerar as empresas, aumentar a fiscalização para combater a informalidade. Só no setor da construção, diz, o potencial de arrecadação com a formalização dos empregos chegaria a R$ 30 bilhões por ano. "Onerar neste momento é uma medida contra o emprego, justamente quando o País precisa gerar novas vagas. É incoerente."

Quando a desoneração começou, foi um mecanismo criado pelo governo para que setores potencialmente exportadores e que tivessem emprego massivo de mão de obra pudessem melhorar sua competitividade, lembra o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. "Três setores foram enquadrados inicialmente, por terem essas características: o de calçados, o de confecções e o de móveis. A partir daí, esse sistema foi aplicado para um grande número de segmentos. Evidentemente, com o desvirtuamento do propósito inicial, se criou o impacto nas contas públicas."

Para Klein, é preciso avaliar o histórico da medida. "O governo tem um impasse, pretende resolver o problema das contas públicas, mas há um custo que pode ser desastroso", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades representativas de veículos de comunicação divulgaram nessa segunda-feira (14) nota para manifestar "integral apoio" à Folha de S.Paulo contra a decisão de um juiz do interior do Rio que mandou o jornal apagar da internet trecho de reportagem publicada em 2010. O pedido foi feito pelo ativista Eduardo Banks, presidente de uma associação que propôs alteração na Lei Áurea para indenizar descendentes de proprietários de escravos.

O juiz Alexandre Paixão Ipolito, de Itaperuna, acatou o pedido de Banks para que fosse suprimido um parágrafo da reportagem que relata a defesa da indenização a herdeiros de proprietários de escravos em razão de supostos prejuízos financeiros causados pela abolição em 1888, no Império. A associação tem sede no Rio e leva o nome de Eduardo Banks.

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"As associações consideram fundamental que toda informação de interesse público seja levada à sociedade e condenam qualquer tentativa de impedir veiculações na imprensa, o que caracteriza uma violação ao princípio da liberdade de expressão, previsto na Constituição Federal", diz a nota, assinada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Esta não é a primeira vez que Banks entra na Justiça contra um veículo de comunicação. Em fevereiro, a revista eletrônica Consultor Jurídico (Conjur) foi absolvida em uma ação movida pela associação que pedia a retirada de trechos de uma notícia publicada no site. A reportagem dizia que o ativista era "contrário à legalização do aborto e à união homoafetiva, mas favorável a causas nazistas e à criminalização da prostituição". O Conjur divulgou na semana passada a decisão do juiz Alexandre Paixão Ipolito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As irregularidades e suspeitas de corrupção no futebol mundial estão espalhadas por dezenas de federações nacionais, mesmo um ano depois do escândalo que levou à prisão mais de uma dezena de dirigentes em Zurique, na Suíça. Neste sábado (15), a auditoria da Fifa anunciou que está impedindo a transferência de recursos para 23 federações nacionais por suspeitas de uso indevido de dinheiro ou falhas nos controles sobre os fluxos. Os auditores ainda alertam que cerca de 80 outras entidades estão sendo atualmente monitoradas por não seguir padrões mínimos de transparência ou contabilidade.

O levantamento revela a dimensão das irregularidades no futebol e que vão muito além dos cartolas detidos. Michael D'Hooge, um dos membros do Conselho da Fifa, confirmou à reportagem do jornal O Estado de S.Paulo a existência dessa lista de países que hoje estão com suas contas congeladas. Mas nem ele e nem a administração central da entidade aceitaram revelar os nomes dos envolvidos, sob a justificativa de que a meta é "ajudar" essas federações nacionais a passar por reformas.

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Mas a constatação é de que, de uma forma ampla, a administração do futebol mundial não cumpre requisitos básicos de transparência. No total, 211 federações nacionais fazem parte da "família Fifa". Mais de cem delas teriam algum tipo de problema.

Nesta semana, a CBF admitiu que, enquanto a situação de seu presidente, Marco Polo Del Nero, não for definida com a Justiça dos Estados Unidos, a Fifa não irá liberar os recursos avaliados em quase US$ 100 milhões. Na quinta-feira, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, não garantiu nem mesmo que o Brasil receba os recurso previstos para 2016, avaliados em US$ 1,5 milhão.

No ano passado, antes de deixar seu cargo, o ex-auditor da Fifa, Domenico Scala, admitiu em entrevista à reportagem que existia uma "cultura da corrupção" entre os dirigentes do futebol mundial e que esse seria o maior inimigo hoje da Fifa.

A entidade decidiu endurecer o controle do destino de dinheiro, especialmente diante do risco que ainda corre na Justiça norte-americana de ser declarada como "entidade criminosa". A Fifa, porém, quer provar que é vítima desses cartolas, e não a autora das ilegalidades.

O endurecimento ainda vem num momento em que o presidente da Fifa, Gianni Infantino, anuncia que vai quadruplicar os recursos distribuídos aos cartolas de todo o mundo, para um total de US$ 4 bilhões. Para ex-funcionários da Fifa, o temor é de que, sem um controle rígido, parte significativa desse dinheiro jamais chegue de fato aos atletas e torcedores.

Nos últimos anos, cartolas do Paquistão, Haiti, países africanos e dezenas de entidades regionais foram alvos de investigações e escândalos envolvendo os recursos da Fifa, oficialmente doador para desenvolver o futebol nessas regiões do mundo. Em diversos desses casos, o dinheiro terminava nos bolsos dos dirigentes, sem nunca erguer campos de treinamento.

O Largo da Batata está tomado por manifestantes liderados pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 instituições ligadas aos movimentos sociais. O ato tem três motes: o "Fora Temer", defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia da escolha popular nas decisões políticas, entre elas a realização de novas eleições.

Também virou alvo de faixas e cartazes a senadora Marta Suplicy, ex-petista que deixou o partido no final do ano passado para se candidatar à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, partido de Temer. "Marta traidora, devolva meu voto", diz um deles.

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Presente ao ato, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que há um clima de confiança entre os aliados de Dilma de reverter o processo de impeachment no Senado. "Tem uma mudança das pesquisas no Nordeste e isso tem repercutido entre senadores que votaram a favor da abertura do processo de impeachment. Nós achamos que vamos ter os votos necessário para reverter o processo", disse.

Segundo ele, tem "um ano" até a votação, marcada para 2 de setembro. "Daqui até la vão ter delações que vão incriminar diretamente o presidente interino Michel Temer", disse.

Sobre a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que Temer seria virtual candidato em 2018, o senador petista disse que ele está descolado da realidade. "A rejeição a Temer é muito alta. Um governo que se constrói em cima de um programa como este não tem condições de prosperar. A situação dele no meio do povo é muito difícil", disse.

Em visita ao Recife, para o Curso de Formação para Candidatos do PSDB, o ministro das Cidades Bruno Araújo disse que está aberto a conversar com os movimentos sociais sobre mudanças nos programas habitacionais. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) sinalizou ocupações caso haja a suspensão de novos contratos do Minha Casa Minha Vida.

“Mudança para melhor, a sociedade tem que estar aberta”, disse o ministro. “Qualquer movimento social é uma unidade da sociedade como qualquer outra. Eles estão convidados a sentar à mesa conosco pra entender como podemos ajudá-los a melhorar a eficiência das habitações que foram contratadas e não foram entregues na expectativa”, complementou.

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O ministro voltou a negar qualquer suspensão do programa Minha Casa Minha Vida, explicando que serão trabalhados apenas aprimoramentos. “A regra agora é fazer mais com menos, porque nós temos um colapso financeiro. Vamos dar sequencia ao programa sem interrupções e criar dispositivos novos que entreguem mais qualidade para o cidadão que espera seu imóvel”, declarou Araújo.

"O governo afastado deixou uma conta inimaginável, só este ano R$ 170 bilhões de buracos. É um volume de convênios prometidos, obras prometidas a prefeitos e vereadores que não se deixou nenhuma fonte de recurso para o pagamento", ele criticou. Durante seu depoimento na palestra, Araújo sentenciou: "O Brasil não aceita mais isso [grande volume de convênios e obras prometidas], não aceita a lei da corrupção, não aceita incapacidade,  falta de competência, de planejamento e, sobretudo, de vergonha na cara". 

Entidades – Segundo o ministro das Cidades, as entidades serão convocadas para uma reunião em Brasília na próxima semana. “Vamos discutir um novo relançamento. Vocês precisam compreender que o Minha Casa Minha Vida Entidades representa apenas 1% do programa. Em Pernambuco, foram contratadas 3,5 mil casas para entidades e neste momento estão entregues 128. Precisa acabar o programa? Não. Mas vamos dialogar com as entidades para ter eficiência”.

O relançamento só deve ocorrer após o processo de discussão entre as entidades e o ministério. O ministro revogou a construção de 11.250 moradias da modalidade Entidades, que havia sido assinada pela presidente Dilma Rousseff.

PPPs – Araújo também tem se mostrado interessado por Parcerias Público-Privadas (PPP) para auxiliar o Minha Casa Minha Vida. “É uma coisa que surgiu ontem (sexta-feira, 20). Eu tenho pedido estudos de PPPs em projetos de habitação. Nós podemos ter outra modalidade onde a iniciativa privada é chamada, é entregue a ela o terreno, ela constrói os imóveis e pode explorar serviços comerciais da área e entregar os imóveis para brasileiros e brasileiras. 

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta quinta-feira, 10, que vai encaminhar à Presidência da República e ao Ministério da Justiça manifestação de entidades representantes do setor de comunicação social que destaca a crescente onda de violência contra profissionais da imprensa e veículos de mídia.

Nesta semana, alguns incidentes foram registrados contra a classe trabalhista. Na noite de terça-feira, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) fizeram um protesto em frente a sede do Grupo Jaime Câmara, em Goiânia, que abriga veículos como TV Anhanguera - afiliada da Rede Globo -, jornais O Popular e Daqui e a rádio CBN. Anteontem, o mesmo coletivo se envolveu em uma ocorrência policial envolvendo jornalistas da TV Tarobá, retransmissora da TV Bandeirantes em Cascavel (PR).

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Profissionais da TV Globo também foram hostilizados por militância petista durante cobertura jornalística da repercussão gerada com a condução coercitiva à qual foi submetido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o ministro, não é possível encontrar "uma origem única" para a intolerância e que o ambiente de radicalização não é bom para o País. "É inegável que estamos num ambiente em que a intolerância cresce", disse, após participar de audiência com entidades representantes do setor. No encontro, as instituições pediram ao governo providências cabíveis para que os profissionais exerçam livremente a atividade jornalística.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), Daniel Slaviero, informou que as entidades estão acompanhando com preocupação a escalada de violência contra os profissionais de imprensa, que isso fere o estado democrático de direito. No ano passado, diz, o Brasil passou a ocupar o 5.º lugar no ranking de países mais perigosos para o exercício do jornalismo.

"Está tendo um equívoco e estão confundindo veículos de comunicação como protagonistas do processo político e não o são", afirmou Slaviero. Segundo ele, 116 casos de agressões e oito mortes de jornalistas foram registrados em 2015. "Nos primeiros 60 dias deste ano, já são 57 incidentes com a imprensa", disse.

Em relação às manifestações marcadas para domingo, Slaviero ressaltou que tem pedido aos veículos que ofereçam equipamentos de segurança a suas equipes. Uma das medidas solicitadas pela entidade é que o Ministério da Justiça oriente os policiais a não agredirem os profissionais de imprensa.

Cascavel

Nesta quinta, um inquérito policial foi aberto para apurar se dois jornalistas da TV Tarobá, foram de fato feitos reféns por integrantes do MTST enquanto faziam a cobertura de uma ocupação de terra. Os jornalistas afirmam ter sido impedidos de sair do local. O movimento negou que tenha ‘sequestrado’ a dupla e lamentou "qualquer excesso que tenha ocorrido por seus integrantes, que assustaram os dois profissionais de imprensa, reação aos seguidos ataques que sofrem da TV Tarobá". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entidades que representam veículos de comunicação questionam dois aspectos do novo projeto de lei - aprovado anteontem no Senado - que regulamenta o direito de resposta. Um deles é o fato de que tal direito, segundo o texto, seja concedido por um único juiz, enquanto a contestação por parte do veículo de imprensa deve ser aprovada por um colegiado. O outro é o dispositivo que prevê que o ofendido possa dar a resposta ou fazer retificação pessoalmente em veículo de rádio ou TV.

"Não há objeção ao direito de resposta, que é uma contrapartida à liberdade de expressão numa democracia. A nossa crítica ao artigo 10 é que ele determina a análise do recurso por um colegiado, que não tem a mesma celeridade para conceder uma liminar que um juiz em decisão monocrática", disse o diretor executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira. "Pode haver um lapso de tempo grande entre a decisão favorável ao direito de resposta e o exame do recurso, de tal forma que a empresa pode ganhar o recurso depois de já ter veiculado a resposta."

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Sobre o segundo dispositivo questionado pelas entidades, o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, considerou a possibilidade intimidadora. "Imagine alguém assumindo uma bancada de jornal. Você possibilitar a oportunidade de a pessoa ir ao vivo na emissora é realmente uma intimidação e pode prejudicar o trabalho dos veículos." A posição da entidade sobre esse aspecto é compartilhada pela ANJ.

Intimidação

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) reconhece que a proposta de direito de resposta aprovada pelo Senado é "legítima e democrática". Mas a entidade diz temer que a nova legislação, "diante das áreas de sombra que envolvem o novo texto, seja utilizada como álibi para intimidar o trabalho investigativo" da imprensa. "A redação do projeto de lei abriga um conjunto de interpretações elásticas que flanqueiam intervenções de natureza diversa contra a liberdade de imprensa e o livre exercício profissional assegurados pela Constituição", diz a ABI em nota assinada pelo presidente da entidade, Domingos Meirelles.

A entidade destaca que a legislação estabeleceu que, mesmo diante da retificação espontânea, o acusado ainda poderá mover ações criminais contra veículos de comunicação. "O texto fez aflorar objetivos ocultos de intimidação como permitir que o processo tramite no local de residência do queixoso, ao invés do endereço fiscal da empresa acusada. Essa brecha autoriza determinadas instituições que promovam, de má-fé, dezenas de ações contra jornalistas e veículos de comunicação em diferentes cidades do País."

Para a ABI, "a celeridade com que o texto foi aprovado deixa dúvidas quanto aos seus verdadeiros objetivos que podem ser percebidos nas entrelinhas da nova lei".

Veto

Slaviero afirmou ainda ao jornal O Estado de S. Paulo que vai pedir à presidente da República que vete especificamente esses dois trechos do texto. "Estamos preparando um farto material como subsídio em relação a esses dois pontos e vamos enviar para a presidente", afirmou.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) informou ontem não ter ainda uma posição conclusiva sobre o projeto de lei, que determina o exercício do direito de resposta aos que se sentirem ofendidos por matérias jornalísticas veiculadas nos meios de comunicação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A frase “não à redução” foi uníssona entre os que discursaram nesta segunda-feira (29), durante um debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O texto propõe a redução da maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos. A audiência reuniu, além de deputados estaduais e federais, lideranças de entidades como a Arquidiocese de Olinda e Recife, a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESP). 

Propositor do debate no estado, o deputado federal e integrante da Comissão Especial que analisa a proposta na Câmara, Tadeu Alencar (PSB), afirmou que o principal intuito do encontro é levar a “ampla negativa estadual” para convencer os cerca de 40% dos parlamentares que ainda estão indecisos quanto ao texto da PEC. Segundo ele, “o Brasil tem uma dívida com a juventude” e engana-se quem acredita que a redução da maioridade penal vai reduzir a violência no estado.

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“Estamos enxergando um esforço da direção da Câmara para aprovar esta medida. A gente tinha 40 sessões para fazer as discussões e com pouco mais de uma dezena, eles resolveram colocar o texto em votação no plenário”, afirmou o pessebista. “Muitos dos deputados estão (a favor) sob a justificativa de que a sociedade quer. A sociedade quer justiça, não quer justiçamento (sic). Estamos conversando com os companheiros e mostrando que é um equivoco monumental, um retrocesso. Não só não vai reduzir a violência como vai significar um abalo geracional. Essa redução é uma medida midiática, simplória e sensacionalista”, acrescentou. 

Para Tadeu, é preciso discutir a violência como aconteceu em Pernambuco com o Pacto Pela Vida, além de abordar o papel das políticas sociais e de dar respostas concretas à sociedade sobre o assunto. “Estou com uma expectativa que aja mais de 200 deputados contra”, adiantou o parlamentar. O texto deve ser votado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados nesta terça (30).

Sob a ótica da deputada estadual Raquel Lyra (PSB), proponente da audiência na Alepe, a redução da maioridade penal é tentar “encontrar uma solução fácil para quem ainda não sabe discutir a menoridade no país”. “Querem criminalizar ao invés de garantir direitos efetivos”, frisou. “A gente ainda tem muito para andar. É mais fácil afastar os jovens que parecem ser problemas do que colocá-los em um sistema educacional de acompanhamento multidisciplinar”, completou a deputada.

Representando o Governo de Pernambuco na audiência, o secretário de Desenvolvimento Humano, Criança e Juventude, Isaltino Nascimento (PSB), a discussão encabeçada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é para “tirar os holofotes” das investigações da Operação Lava Jato. “Eles estão tentando tirar os holofotes da Lava Jato querendo discutir temáticas controversas, como o Estatuto da Família e a redução da maioridade penal”, criticou o secretário. 

Nascimento também corroborou a tese de que a redução da maioridade não combate a violência e apresentou dois projetos que o Governo vai apresentar como alternativa para ampliar a sociorreeducação. De acordo com ele, no segundo semestre será lançado o programa Vida Aprendiz que deve contribuir para que jovens da Funase possam ser empregados em órgão públicos. Outro ponto é a alteração da Lei 15.309, que ainda aguarda regulação, e delimita que todas as empresas privadas reservem 2% das vagas para egressos da Funase e do Programa Atitude. A proposta, segundo Isaltino, vai ampliar o percentual para 5%. 

Em Pernambuco, atualmente 1.515 jovens cumprem medidas socioeducativas. O número representa, de acordo com Isaltino, 0,27% da juventude estadual. “Menos de 0,01% deles cometeram crimes hediondos. Ou seja, reduzir a maioridade é uma falácia, uma mentira”, argumentou o secretário.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB), Pedro Henrique, alegou ser inconstitucional a matéria. “O artigo 228 justifica a inconstitucionalidade por se tratar de uma Cláusula Pétria. Além disso, é vedado o retrocesso”, justificou. 

O protesto de cerca de 200 pessoas - o cálculo é do 14º DP, de Pinheiros - feito na sexta-feira, 24, à noite diante do prédio da Editora Abril, em São Paulo, mereceu no sábado, 25, repúdio geral de entidades da mídia e dos dois presidenciáveis. "Foi uma manifestação de intolerância, uma lamentável tentativa de intimidação, próprias de quem não sabe conviver na democracia e num País com liberdade de imprensa", afirmou em nota a Associação Nacional dos Jornais (ANJ).

Veja antecipou em um dia sua publicação e foi às bancas na sexta-feira, 24, afirmando em reportagem de capa que tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sabiam tudo" sobre a corrupção na Petrobras. Indignados, os manifestantes, integrantes da União da Juventude Socialista (UJS), picharam os muros com frases como "Fora Veja" e "Veja mente" e espalharam sujeira diante da editora.

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Em outro texto, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) "repudia veementemente" os ataques e considera "grave qualquer ato de intimidação à liberdade de imprensa". A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) criticou a Justiça Eleitoral por impedir que a Abril fizesse publicidade da nova edição da revista e destacou que "as agressões cometidas são igualmente condenáveis". A ABI acrescenta: "A História tem mostrado como manifestações de intolerância dessa natureza costumam terminar". A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ressalta que um veículo de imprensa "tem o direito de publicar qualquer coisa" e quem não concorda "tem o direito de protestar", mas "respeitados os limites legais".

Para a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), as manifestações "são atos de vandalismo que ferem a democracia, a liberdade de expressão e de imprensa". "É a palavra que sofre com estes atentados", diz o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Frederic Kachar.

Repúdio

Em São João del-Rei, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, voltou a condenar o episódio. "Assistimos ontem a um atentado contra a democracia e a liberdade de expressão. Essa é uma marca extremamente preocupante dos nossos adversários", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff (PT), que fazia campanha em Porto Alegre, definiu o gesto dos manifestantes como "barbárie" e lembrou que "não é assim que se faz um País civilizado", mas considerou a reportagem "um processo golpístico" e reiterou que vai processar a Veja.

Durante caminhada em São Bernardo do Campo (SP), Lula classificou a reportagem como "uma demonstração de insanidade da imprensa marrom deste País", uma atitude "de má-fé, leviana, mesquinha". E afirmou que ele e o PT também devem processar a revista. Colaboraram Antonio Pita, Pedro Venceslau, Elizabeth Lopes, Ricardo Galhardo e Carla Araújo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Organizações da sociedade civil têm pressionado pela aprovação de propostas de reforma política no Congresso Nacional. Na avaliação de José Antônio Moroni, um dos diretores do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), as manifestações de junho de 2013 foram fundamentais para juntar as organizações em torno do tema.

Entidades como a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político já atuavam há mais de dez anos. Moroni ressaltou, no entanto, que foi a partir das manifestações que o debate se tornou central para outros movimentos da sociedade civil.

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"Antes, havia um certo sentimento de que era preciso fazer uma reforma política, mas, a partir dali, a maioria das organizações da sociedade civil colocaram a reforma em suas agendas, e viram como prioridade", disse Moroni.

Plebiscito

Uma das campanhas organizadas por movimentos sociais propõe um plebiscito por uma Constituinte exclusiva para mudanças no sistema político. O plebiscito foi apoiado por mais de 8 milhões de pessoas, em uma votação com 40 mil urnas abertas em todo o Brasil.

Os resultados serão anunciados no próximo dia 24, e a entrega oficial da proposta para o Congresso ocorrerá em 15 de outubro.

Juntamente com os resultados, deve ser protocolada uma proposta formal de plebiscito, assinada por, no mínimo 171 deputados e 27 senadores, na forma de um decreto legislativo.

Projeto de lei

Ao mesmo tempo, já foram coletadas 500 mil assinaturas de apoio a um projeto de lei de reforma política. Os eixos da proposta são afastar das eleições o financiamento de empresas, melhorar o sistema eleitoral, promover a inclusão política das mulheres e de grupos sub-representados e aperfeiçoar a democracia direta.

Esses temas foram debatidos com mais profundidade no relatório do Inesc sobre o assunto, apresentado na manhã desta sexta-feira (19).

Outras propostas de iniciativa popular são apoiadas por entidades da sociedade civil e devem ser levadas adiante nos próximos anos. Entre elas, a implementação do Fundo Nacional de Combate do Racismo e propostas de democratização das comunicações e de democratização da Justiça.

Os movimentos reúnem mais de 100 organizações, presentes em todos os estados brasileiros, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que foram responsáveis pela divulgação do projeto da Lei da Ficha Limpa.

"A discussão agora é se o financiamento por entes privados, empresas ou pessoas físicas, deve ser vedado ou continuar permitido", situa Fernandes.

O financiamento público de campanha continua sendo tema controverso e polêmico. O consultor sustenta que é melhor regulamentar essas contribuições privadas, obrigando que uma parte dos recursos seja recolhida a um fundo destinado a todos os candidatos. A outra parte do dinheiro iria para o candidato escolhido pelo doador. Uma das propostas, segundo Fernandes, é estabelecer limites nominais de doação para campanha, como R$ 200 mil ou R$ 300 mil, por exemplo, além de manter a proporção sobre o faturamento das empresas, como determina a legislação atual.

Para reduzir o custo das campanhas, é importante reduzir a circunscrição eleitoral. Enquanto um candidato a deputado federal ou estadual em São Paulo tem que fazer campanha para quase 32 milhões de eleitores, o postulante na Inglaterra, nos EUA e na Alemanha se dirige a um eleitorado entre 75 mil e 100 mil pessoas. Segundo o consultor, os dois primeiros países adotam o chamado sistema distrital puro. Na Alemanha, é misto, combinando voto distrital com proporcional.

*Com informação da Agência Câmara

Entidades que atuam no setor educacional reivindicam o veto de dois trechos do Plano Nacional de Educação (PNE). Em carta à presidenta Dilma Rousseff, pedem que seja excluída do PNE a destinação de parte dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para programas desenvolvidos em parceria com instituições privadas e a bonificação às escolas que melhorarem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

O PNE tem prazo até hoje (25) para ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. O plano estabelece 20 metas para serem cumpridas ao longo dos próximos dez anos. As metas vão desde a educação infantil até o ensino superior, passam pela gestão e pelo financiamento do setor, assim como pela formação dos profissionais. Entre as metas está a destinação anual de no mínimo 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, no prazo de uma década. Atualmente são investidos 6,4%.

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As entidades pedem o veto ao Parágrafo 4º do Artigo 5º, que inclui na conta dos 10% programas como o Universidade para Todos (ProUni) e o Ciência sem Fronteiras, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). As entidades defendem que o investimento seja feito em escolas e universidades públicas. Pelas contas apresentadas na Câmara dos Deputados durante a tramitação do PNE, esses programas equivalem a 0,5% do PIB. A estimativa é que em dez anos alcancem 2% em financiamentos e isenções. 

Também pedem a retirada da estratégia 7.36, incluída pelo Senado Federal, que estabelece políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, "de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar", como consta no texto encaminhado para sanção. 

Segundo a carta à Presidência, "tal medida tende a agravar a situação dos estudantes que necessitam de mais investimentos do Estado, bem como dos profissionais que serão alvo de políticas de bonificação, contrariando a perspectiva de valorização dos planos de carreira com base no piso salarial nacional".

A secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, diz que essa medida é "muito ruim para qualquer processo educacional". "Tem que ter boas condições no processo ensino-aprendizado em todas as escolas, seja as de centros urbanos ou áreas agrícolas. Quando há condições iguais para todas as escolas, não precisa de ranqueamento, o que se tem que perseguir cada vez mais é a qualidade", lembra.

A campanha "Veta, Dilma!" é coordenada pela CNTE e apoiada por entidades como a Ação Educativa, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e a Central Única dos Trabalhadores.

A Presidência da República confirmou nesta quarta-feira (18) a presença de 23 entidades setoriais na reunião de hoje do Fórum Nacional da Indústria, além da própria Confederação Nacional da Indústria (CNI), que preside o encontro. O debate ocorre no Palácio do Planalto.

Estão presentes no Fórum as associações nacionais dos seguintes segmentos da indústria: têxtil (Abit), panificação e confeitaria (ABIP), química (Abiquim), fabricantes de veículos automotores (Anfavea), alimentação (Abia), elétrica e eletrônica (Abinee), química fina (Abifina), mobiliário (Abimovel), eletroeletrônicos (Eletros), máquinas e equipamentos (Abimaq), construção pesada (Sinicon), gráfica (Abigraf), materiais de construção (Abramat), infraestrutura e indústrias de base (Abdib), aço (Aço Brasil), rochas ornamentais (Abirochas), construção (CBIC), brinquedos (Abrinq), pneumáticos (Anip), petróleo gás e biocombustíveis (IBP), autopeças (Abipeças), cana-de-açúcar (Única) e farmacêutica (Grupo Farmabrasil).

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Também participam do encontro o Conselho Temático da Agroindústria (Coagro), o Conselho Temático de Integração Internacional (Cointer) e o Conselho Temático de Meio Ambiente (Coema).

Há a expectativa de que o governo anuncie hoje a retomada do programa de devolução de parte dos impostos pagos por exportadores (Reintegra). Os empresários também esperam a continuação, até o fim de 2015, do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), criado em 2009 para conter a crise financeira global, que já desembolsou R$ 283 bilhões até abril deste ano com juros subsidiados pelo Tesouro.

Outra alteração aguardada é a da chamada Norma Reguladora 12, que elevou de 40 para 340 os itens obrigatórios de segurança para fabricantes e usuários de maquinários novos e usados. O impacto é estimado em R$ 100 bilhões pela CNI nos segmentos metal-mecânico, plástico, construção civil e alimentício.

Em maio, o governo já havia anunciado a manutenção da desoneração da folha de pagamentos para 56 setores. A decisão deve custar R$ 21,6 bilhões neste ano, segundo o Ministério da Fazenda. O gesto do governo, contudo, não surtiu efeito sobre a expectativa do empresariado industrial. O índice de confiança a indústria medido pela CNI, divulgado há dois dias, foi o mais baixo desde 2009.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, afirmou nesta quarta-feira (12), que uma nova onda de ações contra o Mais Médicos deverá ser desencadeada nos próximos dias por sindicatos estaduais. A ideia é usar como nova munição relatos e documentação apresentada pela cubana Ramona Rodriguez, que semana passada abandonou o programa e pediu refúgio na liderança do DEM.

"A documentação traz claros indícios de que a formação não é a de um médico, mas de um assistente", disse. Ferreira encontrou-se como o procurador do Trabalho Sebastião Vieira Caixeta, que comanda uma investigação sobre eventual descumprimento das regras trabalhistas pelo programa Mais Médicos. O procurador pretende concluir o trabalho ainda neste mês. Passada essa fase, a ideia é pedir que o governo faça adequações necessárias.

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Para o procurador, os dados reunidos até agora mostram haver uma relação formal de trabalho e não de um curso de especialização, conforme previsto na Medida Provisória que criou o programa. A movimentação da Fenam é um exemplo de como as entidades médicas retomam a artilharia contra o programa. Diante das críticas ao comportamento que adotaram ano passado, quando o Mais Médicos foi lançado, e da alta aprovação que o programa alcançou entre a população, as entidades passaram a adotar uma postura mais discreta.

Com o episódio Ramona Rodriguez e o registro de mais quatro casos de cubanos que abandonaram o programa, as entidades voltam à tona. O primeiro passo foi dado pela Associação Médica Brasileira, que resolveu contratar Ramona para serviços administrativos no escritório de Brasília. Ela vai receber R$ 3 mil mensais. O Conselho Federal de Medicina, por sua vez, anunciou a formação de uma "rede humanitária" para auxiliar médicos cubanos que queiram sair do programa e trabalhar no País. O presidente da entidade, Roberto D'Ávila, afirmou que profissionais serão incentivados a auxiliar colegas cubanos com logística e, eventualmente, até nos preparativos para realização da prova de validação do diploma, o Revalida.

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