Com a violência nos grandes centros urbanos, a indústria de equipamentos de segurança sai no lucro. Números da Associação Brasileira de Empresas de Segurança Eletrônica (ABESE) revelam que o mercado de sistemas eletrônicos de segurança cresce, em média, de 10% a 13% ao ano. Em 2010, o setor movimentou algo em torno de US$ 1,680 bilhão, registrando um crescimento de 12% em relação ao ano anterior.
No Recife, comerciantes afirmam que a procura por equipamento de segurança cresceu em 30% nos últimos ano, resultando no estímulo ao mercado especializado. Sérgio Henrique, de 34 anos, gerencia uma loja desta categoria e afirma que o ponto comercial precisou se adaptar a realidade atual. “Inicialmente vendíamos apenas materiais eletrônicos, de uma maneira geral, e há cerca de seis anos nos direcionamos para o setor exclusivo de equipamentos eletrônicos de segurança”, explicou.
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De acordo com Orlando Andrade de Santana, 53, proprietário de loja do ramo, outra mudança notável é o perfil dos clientes que vão a sua loja. Ele conta que, antes, o estabelecimento era procurado apenas por empresas comerciais e hoje proprietários de residências passaram a investir nesse tipo de serviço. “São tantas pessoas que já tiveram as casas invadidas por bandidos quanto quem está querendo apenas prevenir”, pontua.
Por morar em um local onde só existem casas e alguns terrenos baldios, a arquiteta Maria Magalhães, 33, recorreu à instalação de equipamento de segurança em casa. Para se sentir mais segura ela colocou cerca elétrica por toda a residência. A arquiteta afirma que o sistema intimida e dificulta a ação dos bandidos. Mas cita a dificuldade na hora de encontrar profissionais que façam a manutenção do produto.
Segundo Maria Magalhães, com três anos de uso da cerca elétrica em sua residência, o equipamento apresentou algumas falhas e, justamente, neste período ela teve a casa assaltada. “Mesmo com a cerca elétrica tive minha casa invadida por assaltantes. Eles aproveitaram que o equipamento estava com defeito e entraram. Levaram o meu computador e um celular”, contou. Para reforçar ainda mais a segurança ela colocou grades em todas as entradas da casa. Quanto ao equipamento, só encontra por parte de comerciantes a indicação para compra de um novo.
Preços - O mercado oferece uma diversidade de tipos e modelos de equipamentos, com preços variáveis. As opções vão desde um simples interfone , ao preço de R$ 100, a um kit de circuito fechado de TV , que pode chegar a R$ 1 mil.
De acordo com alguns comerciantes do Recife, as câmeras são as mais procuradas. Se compradas individualmente é possível, apenas, monitorar a entrada e saída de pessoas. Já com a combinação de sistemas, como o DVR (gravador digital), o cliente poderá armazenar as imagens e checá-las de qualquer outro lugar. São recursos que acabam inibindo a investida de bandidos e tranquilizando não só as famílias em suas residências, mas a iniciativa privada - pequenas, médias e grandes empresas.
O comerciante Thiago Oliveira, 27, é proprietário de uma padaria e por prevenção recorreu aos equipamentos eletrônicos. Há cerca de quatro meses, as partes internas e externas do estabelecimento são monitoradas por câmeras. “Gastei aproximadamente R$ 1 mil nos produtos, mas obtive um retorno bem maior. A segurança é algo primordial”, afirma.
Escolta - Além da venda e instação de equipamentos eletrônicos, o mercado oferece serviço de monitoramento físico - seguranças, fardados com a marca da empresa, acompanham clientes na entrada e saída de suas residências, num sistema que funciona 24 horas.
Administrador da Asserco, Ademário de Moraes, 41, ressalta que atuando no mercado desde 2004, a empresa vem conquistando esse perfil de público e chega a ter uma adesão de 20% a 25% ao ano.
O serviço, antes direcionado a empresas, tornou-se bem aceito nas residências. Hoje, dos 800 clientes da empresa, 60% são donos de comércios e 40% são proprietários de casas. Diferença que, segundo ele, já foi bem maior.
Ademário de Moraes afirma, ainda, que o serviço, prestado na Região Metropolitana do Recife, é realizado por meio de código de acesso. “Temos um sistema de acompanhar a chegada e saída dos clientes de residências e pontos comerciais. Basta a pessoa nos avisar por telefone, citando o código do contrato, e encaminhamos veículos ou motoqueiros para a escolta de saíde e entrada do cliente no local da residência ou estabelecimento comercial”, contou.