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As seleções do Egito e de Zimbábue abrirão nesta sexta-feira, no Cairo, mais uma edição da Copa Africana de Nações, mas o futebol do continente não passa por um bom momento no que diz respeito a seus dirigentes. Nesta quinta, a Fifa anunciou que fará uma intervenção na Confederação Africana de Futebol (CAF, na sigla em francês) por conta de irregularidades e escândalos na entidade.

A senegalesa Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa, foi designada pelo presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, como a interventora por um período de seis meses, que vai de 1.º de agosto deste ano até 31 de janeiro de 2020.

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"O Presidente da CAF Ahmad Ahmad propôs que seu Comitê Executivo se reúna no Cairo em 19 de junho de 2019 para buscar a especialização da Fifa para avaliar a situação atual no órgão governamental africano e ajudar a acelerar a implementação do processo de reforma em curso destinado a garantir que a CAF funciona com transparência, eficiência, respeitando os mais altos padrões de governança. O Comitê Executivo aprovou por unanimidade a proposta do Presidente", disse a nota oficial da Fifa.

"Diante do exposto, a CAF e a Fifa concordaram em nomear a Secretária Geral Fatma Samoura como 'Delegada Geral da Fifa para a África' por um período de seis meses, de 1.º de agosto de 2019 a 31 de janeiro de 2020, renovável com o acordo de ambas as organizações. A Sra. Samoura será assistida por um grupo de especialistas que trabalharão em espírito de parceria com o Presidente Ahmad e sua equipe em diversas áreas", completou.

A decisão da Fifa, no entanto, não afetará a realização do principal torneio de seleções do continente. Com 24 seleções, a Copa Africana de Nações começará nesta sexta-feira e terminará no dia 19 de julho, com a final sendo disputada no estádio Internacional, no Cairo.

A competição deveria ser realizada em Camarões, mas em janeiro deste ano o país perdeu o direito de recebê-la por falta de infraestrutura e segurança. Quando a CAF anunciou que a Copa Africana seria retirada dos camaroneses, Marrocos apareceu como favorita para receber o evento. No entanto, na reunião que definiu a sede, a disputa ficou entre Egito e África do Sul, que foram os únicos a se candidatar. Os egípcios, então, tiveram 16 votos contra um dos sul-africanos - ainda houve uma abstenção - e serão os anfitriões pela quarta vez na história.

A secretária-geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samoura, expressou nesta quinta-feira a sua indignação com o que acontece atualmente com o futebol feminino, às vésperas do Mundial da França, que será realizado de 7 de junho a 7 de julho deste ano. "Hoje o futebol masculino dá dinheiro; o feminino, custos. O futebol feminino deveria dar dinheiro e vai dar dinheiro", afirmou a dirigente, em um evento sobre futebol e negócios em Paris.

"Só lamento uma coisa, que os dirigentes homens não enxergam o produto que tem à frente, que só pede para ser explorado", prosseguiu Samoura, que revelou que a Fifa tem procurado melhorar cada vez mais os recursos para as mulheres no futebol. "A Fifa investiu US$ 400 milhões (R$ 1,48 bilhão) no Mundial masculino. Para as mulheres no Mundial de 2019, são US$ 30 milhões (R$ 111 milhões). Não é suficiente, mas já multiplicamos esse valor por dois".

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A dirigente da Fifa lamenta que o Mundial Feminino seja comercializado como um subproduto do futebol masculino. "Os empresários (de marketing e televisão) compram um pacote com as competições Sub-21 ou Mundial de Clubes. O objetivo da Fifa é ter um produto específico que possa ser comercializado e seja o suficiente para desenvolver o futebol feminino", disse.

"Só 1% (dos direitos de televisão) chega ao futebol feminino. É inaceitável. É um escândalo no século 21. Temos que dizer isso", completou Samoura, perante uma plateia formada por empresários, jornalistas e estudiosos do futebol.

A secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, insistiu nesta segunda-feira (26) que a luta contra o racismo é levada "muito a sério" apesar da dissolução da força-tarefa que supervisionava as condutas e expressões discriminatórias no futebol.

A agência de notícias The Associated Press revelou no último domingo que a força-tarefa foi desmantelada depois que a Fifa disse a seus membros que a missão tinha sido concluída após três anos. "A força-tarefa teve um mandato muito específico que acreditamos foi integralmente cumprido", disse Samoura na convenção Soccerex. "Suas recomendações agora foram convertidas em um programa, e sólido".

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Samoura foi nomeada em maio como a primeira mulher em um alto cargo no organismo gestor do futebol mundial, como parte de uma reestruturação sob o comando do presidente Gianni Infantino. A senegalesa, ex-funcionária da ONU, disse que sua "presença aqui é um forte testemunho de que para a Fifa, existe uma política de tolerância zero" contra a discriminação e de que é uma organização inclusiva.

Em resposta às críticas sobre o fim da força-tarefa, Samoura acrescentou que "podemos viver com apreciações, mas levamos muito a sério o nosso papel como o corpo governante do futebol mundial na luta contra a discriminação".

Antes de Samoura tomar a palavra na Soccerex, um político britânico criticou a decisão da Fifa de desmantelar a força-tarefa diante das preocupações crescentes sobre os racismo nos estádios da Rússia. No início deste mês, a Uefa ordenou que o clube russo Rostov feche um setor do estádio na partida da Liga dos Campeões da Europa contra o PSV Eindhoven na próxima quarta-feira como punição por condutas racistas de seus torcedores.

"Me preocupa, com a Copa do Mundo iminente na Rússia", disse Andy Burnham, ex-secretário do Esporte que trabalha como analista do Departamento do Interior britânico. "Nós não podemos ser complacentes e acreditar que ganhamos a luta contra o racismo no esporte".

A força-tarefa foi criada em 2013 por Joseph Blatter, então presidente da Fifa. Originalmente, era liderada por Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da entidade, que foi preso em 2015, como parte da investigação dos Estados Unidos sobre corrupção no futebol.

Webb, que se declarou culpado, foi substituído há um ano como presidente da força-tarefa por Consant Omari, líder da federação congolesa e membro do Conselho da Fifa.

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