O faturamento dos postos de combustíveis no Brasil aumentou 11,5% em 2011 em relação a 2010, mostrou o Relatório Anual de Revenda de Combustíveis 2012, divulgado na terça-feira pela Federação Nacional do Comércio de Combustíveis de Lubrificantes (Fecombustíveis).
No ano passado, as vendas de combustíveis no País somaram R$ 223,1 bilhões, ante R$ 200,1 bilhões em 2010. De acordo com relatório, houve crescimento de 4% na venda de combustíveis líquidos na comparação com o ano anterior. Também cresceu a arrecadação tributária, em 11,8%, passando para R$ 67,3 bilhões. Em 2010, havia sido de 60,2 bilhões.
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O relatório da Fecombustíveis indicou que a crise que atingiu a produção de etanol no ano passado - e que perdura neste ano, de acordo com a análise da instituição - teve reflexo significativo na composição das vendas realizadas pelos postos durante o período.
A fatia do biocombustível no total de vendas caiu de 21% em 2010 para 14% no ano seguinte. No mesmo intervalo, a venda de gasolina aumentou seis pontos percentuais, passando de 41% em 2010 para 47% em 2011. A comercialização do diesel nos postos manteve-se praticamente estável: 38% em 2010 e 39% no ano passado.
A derrocada do biocombustível também pode ser atestada quando se comparam as vendas nos postos em termos de volume. Em 2010, foram vendidos 15,07 milhões de litros de etanol, contra 10,90 milhões de litros em 2011, o que representa uma variação negativa de 27,7%.
Na mesma forma de comparação, as vendas de gasolina nos postos no ano passado somaram 35,49 milhões de litros, uma expansão de 18,9% em relação a 2010, quando foram comercializados 29,84 milhões de litros.
O crescimento do diesel foi de 5,4%: 29,22 milhões de litros em 2011; 27,72 milhões de litros em 2010.
O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, previu que em 2012 o setor continuará com as vendas aquecidas, especialmente a gasolina e o diesel, que, novamente deverão apresentar um crescimento superior ao Produto Interno Bruto (PIB). Quanto ao etanol, disse, o mercado não antevê melhoras.
"O problema é o preço. Quando o preço do álcool supera 70% do preço da gasolina, o consumidor migra. Não houve investimento na área plantada. Os produtores já falam que a situação este ano não será diferente da do ano passado. O etanol deverá continuar sem competitividade. É uma crise séria que não se resolverá em dois ou três anos", afirmou Soares.