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Após ser premiado nos festivais de Berlim e Guadalajara, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho estreia nos cinemas brasileiros. O filme entra em cartaz na quinta (10), mas antes o longa de Daniel Ribeiro ganha pré-estreia em 11 cidades do país, incluindo o Recife, onde a sessão acontece neste sábado (5), às 20h40, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, bairro do Derby.

Baseado no curta-metragem Hoje Eu Não Quero Voltar Sozinho, o filme mostra a história de Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego que busca sua independência diante de uma sociedade superprotetora. Ele descobre o amor com a chegada de Gabriel (Fabio Aud), um jovem recém-chegado à cidade.

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Serviço

Pré-estreia de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Sábado (5) | 20h40

Cinema da Fundação (Rua Henrique Dias, 609 – Derby)

R$ 10 (inteira) R$ 5 (meia)

O ganhador do Urso de Ouro de melhor filme, do 64º Festival de Cinema de Berlim, ficou com "Carvão negro, gelo fino", do diretor chinês Diao Yinan.

Confira abaixo a lista dos vencedores do Urso de Ouro desde 1994:

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- 1994: "Em nome do pai", de Jim Sheridan (Irlanda/Grã-Bretanha)

- 1995: "A isca", de Bertrand Tavernier (França)

- 1996: "Razão e sensibilidade", de Ang Lee (EUA)

- 1997: "O povo contra Larry Flint", de Milos Forman (EUA)

- 1998: "Central do Brasil", de Walter Salles (Brasil)

- 1999: "Além da linha vermelha", de Terence Malick (EUA)

- 2000: "Magnólia", de Paul Thomas Anderson (EUA)

- 2001: "Intimidade", de Patrice Chéreau (França)

- 2002: "Domingo sangrento", de Paul Greengrass (Grã-Bretanha/Irlanda), e "A viagem de Chihiro", de Hayao Miyazaki (Japão)

- 2003: "Neste mundo", de Michael Winterbottom (Grã-Bretanha)

- 2004: "Contra a parede", de Fatih Akin (Alemanha/Turquia)

- 2005: "U-Carmen eKhayelitsha" (Carmen de Khayelitsha), de Mark Dornford-May (África do Sul)

- 2006: "Em segredo", de Jasmila Zbanic (Bósnia-Herzegovina)

- 2007: "O casamento de Tuya", de Wang Quan'an (China)

- 2008: "Tropa de elite", de José Padilha (Brasil)

- 2009: "A teta assustada", de Claudia Llosa (Espanha/Peru)

- 2010: "Um doce olhar", de Semih Kaplanoglu (Turquia/Alemanha)

- 2011: "A separação", de Asghar Farhadi (Irã)

- 2012: "César deve morrer", de Paolo e Vittorio Taviani (Itália)

- 2013: "Instinto materno", de Calin Peter Netzer (Romênia)

- 2014: "Carvão negro, gelo fino", de Diao Yinan (China)

O thriller do diretor chinês Diao Yinan "Carvão negro, gelo fino", história de um ex-policial que se apaixona por uma suspeita de assassinato, ganhou o Urso de Ouro da 64ª Berlinale, neste sábado. O protagonista do filme, Liao Fan, levou o Urso de Prata de melhor ator.

O diretor Diao Yinan usa os personagens do ex-policial e da mulher fatal como uma referência direta ao cinema clássico de detetives, sem deixar de entrar na vida das pessoas comuns.

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Confira os vencedores da 64ª edição do Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale, anunciados neste sábado:

Urso de ouro de melhor filme: "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino"), de Diao Yinan (China)

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Grande prêmio do júri, Urso de prata: "O grande hotel Budapeste", de Wes Anderson (Estados Unidos)

Urso de prata de melhor diretor: Richard Linklater, por "Boyhood" (Estados Unidos)

Urso de prata de melhor atriz: Haru Kuroki, por "Chiisai Ouchi" ("The Little House"), de Yoji Yamada (Japão)

Urso de prata de melhor ator: Liao Fan, por "Bai Ri Yan Huo" ("Carvão negro, gelo fino") (China)

Urso de prata de melhor contribuição artística: "Tui Na" ("Blind Massage"), de Lou Ye (China)

Urso de prata de melhor roteiro: "Kreuzweg" ("Chemin de croix"), de Anna e Dietrich Brüggemann (Alemanha)

Prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador do festival para um filme que abre novas perspectivas: "Aimer, boire et chanter", de Alain Resnais (França)

Prêmio de Melhor filme de estreia: "Güeros", de Alonso Ruizpalacios (México)

Urso de ouro de melhor curta-metragem: "Tant qu'il nous reste des fusils à pompe" ("As Long as Shotguns Remain"), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França)

Urso de prata de curta-metragem, Prêmio especial do Júri: "Laborat", de Guillaume Cailleau (França)

Urso de ouro de honra: Ken Loach (Grã-Bretanha)

Foi divulgado, na manhã da segunda-feira (10), o trailer de Praia do Futuro, novo filme de Karim Aïnouz. O longa é um dos representantes brasileiros no Festival de Berlim e será exibido nesta terça (11).

A história gira em torno de Donato (Wagner Moura), um salva-vidas da Praia do Futuro, em Fortaleza. Ele comete um erro durante o resgate de um indivíduo que estava se afogando, e não consegue lidar com o fracasso. Donato conhece um amigo da vítima, o alemão Konrado (Clemens Schick), e resolve ir para Berlim recomeçar a vida. 

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No elenco também está o ator pernambucano Jesuíta Barbosa, que participou de Tatuagem e Amores Roubados. Karim também já dirigiu os filmes Madame Satã e Céu de Suely.

Nesta segunda (10), foi divulgado o trailer do filme brasileiro Hoje eu quero voltar sozinho, que terá, neste mesmo dia, a primeira exibição dentro do Festival de Berlim. A direção e roteiro são assinados por Daniel Ribeiro.

Baseado no curta-metragem Eu não quero voltar sozinho, o filme conta a história de Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego que busca sua independência. Com a chegada de um novo aluno na escola, Gabriel (Fabio Audi), Leonardo descobrirá uma nova maneira de ver o mundo.

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Hoje eu quero voltar sozinho estreia no Brasil dia 28 de março.

A 64ª Berlinale começou oficialmente nesta quinta-feira (6), com a exibição de The Grand Budapest Hotel, do americano Wes Anderson, e com um elenco cheio de estrelas. Desde o início da tarde, os fãs se aglomeravam para ver Ralph Fiennes, Willem Dafoe, Bill Murray, Jeff Goldblum, Edward Norton, ou ainda Tilda Swinton, na saída da coletiva de imprensa do filme. Durante o festival, que vai até 16 de fevereiro, mais de 400 filmes serão exibidos.

O americano Philip Seymour Hoffman, que morreu recentemente, será homenageado com a exibição de Capote, no qual sua atuação foi premiada com o Oscar de Melhor Ator em 2006. Vinte longas metragens de vários países vão competir pelo Urso de Ouro, incluindo o brasileiro Praia do Futuro, uma coprodução de Brasil e Alemanha dirigida por Karim Ainouz; o muito aguardado Monuments Men dirigido e interpretado por George Clooney; e La belle et la bête, de Christoph Gans, com Vincent Cassel e Léa Seydoux.

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Filmes de grande orçamento ou mais modestos, diretores consagrados ou estreantes, vão competir pela premiação que será entregue 15 de fevereiro à noite. O veterano francês Alain Resnais apresentará aos 91 anos seu mais recente filme Aimer, boire et chanter, enquanto o jovem argentino Benjamin Naishtat trará seu primeiro longa Historia del miedo.

Os Estados Unidos serão representados ainda por Richard Linklater (Antes da meia-noite) com Boyhood, enquanto os crimes nazistas na Europa serão um dos temas centrais do festival, "mas não uma escolha consciente, porque há muitos filmes bons sobre a questão", afirmou recentemente o diretor do festival, Dieter Kosslick.

Monuments men, por exemplo, com Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray e Jean Dujardin, conta a história de uma equipe de especialistas que lutam para resgatar obras de arte roubadas por nazistas. Ao abrir o festival, Wes Anderson mostrou seu estilo estilo burlesco e uma imaginação sem limite, como de costume. The Grand Budapest Hotel se desenrola em um país imaginário da Europa Central - a República de Zubrowka - assolado por uma guerra, pelo fascismo e, depois, pelo comunismo, para descrever um mundo desaparecido, o de uma Belle époque e sua aristocracia.

Wes Anderson explicou à imprensa que para The Grand Budapest Hotel se inspirou no escritor austríaco Stefan Zweig, "mais pela atmosfera, do que por uma obra em particular", e também em Ernst Lubitsch, um mestre da comédia americana dos anos 1930-40. As mudanças da China contemporânea também serão abordadas através de três trabalhos em competição, com "filmes do gênero realizados por uma nova geração de cineastas", segundo Kosslick. Lou Ye apresenta Blind Massage, uma adaptação de uma obra literária sobre uma irmandade de massagistas cegos; Dao Yinan, Black Coal, Thin Ice, sobre um policial que persegue um serial killer; e Ning Hao, No Man's Land, que mergulha no submundo chinês.

Entre os demais filmes está, em particular, La voie de l'ennemi do franco-argelino Rachid Bouchareb, com os atores americanos Forest Whitaker e Harvey Keitel. O produtor americano James Schamus (O Segredo de Brokeback Mountain, O Tigre e o Dragão) presidirá o júri, que será formado pelos atores Christoph Waltz e Tony Leung, pelo cineasta francês Michel Gondry, pela documentarista iraniana Mitra Farahani e pela produtora da franquia James Bond, Barbara Broccoli.

Os horizontes são muito diferentes, mas, para James Schamus, "o cinema é uma grande família", mesmo que "em todas as famílias haja desavenças profundas no jantar". "No café da manhã do dia seguinte, todos continuam a se amar".

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, primeiro longa de Daniel Ribeiro, é um dos três filmes que representam o Brasil no 64.º Festival de Berlim. O filme integra a seção Panorama, a segunda mais importante do evento, e narra com sutileza e força as experiências de um adolescente que se apaixona pela primeira vez.

Ele é Leo (Ghilherme Lobo), um garoto como todos os outros de sua idade, que leva uma vida normal e não desgruda de sua melhor amiga Giovana (Tess Amorim). Tudo vai bem até que Gabriel, um novo estudante, entra para a escola, desequilibra a amizade entre os dois e provoca em Leo sensações que ele nunca havia experimentado.

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Além de ter de aprender a lidar com o que sente por Gabriel, Leo também começa a querer lidar com o mundo de uma nova forma. Ele, que é cego, já não quer mais ser levado pelo braço para casa, quer viajar, ficar sozinho, beijar, beber. "A cegueira dele não é um problema. Mas uma condição para falar da descoberta da sexualidade. Ela vem de dentro ou de fora?", questiona Ribeiro. "Apesar de haver um milhão de formas de nos conectarmos com o mundo, a visão está sempre muito atrelada ao desejo. O que acontece quando se tira este sentido? A gente nasce assim? ", completa Ribeiro, que já havia tratado do tema em seu segundo curta, Eu Não Quero Voltar Sozinho (2010), que dá origem ao longa. "O curta nasceu como experiência para Hoje Eu Quero, como forma de ter um portfólio para conseguir meios para filmar o longa", conta o jovem diretor de 32 anos.

A experiência deu tão certo que Eu Não Quero Voltar Sozinho rodou festivais pelo mundo, recebeu dezenas de prêmios e caiu no YouTube. O curta já foi visto por mais de 3 milhões de pessoas. "Foi um acidente. A gente tinha ganhado um prêmio que permitia que o filme fosse exibidos por 15 dias no PortaCurtas. Aí, alguém baixou e postou no YouTube", relembra o diretor, que, após diversas 'tiradas do ar', rendeu-se à rede e postou oficialmente o filme. "Tirávamos do ar por uma questão de participação em outros festivais, de ineditismo, mas a gente não venceu. Toda hora alguém postava de novo. Então decidimos: se era para o pessoal ver o filme na internet, que fosse no nosso próprio canal."

São estes mais de 3 milhões de espectadores que aguardam ansiosos para assistir ao longa, cuja première mundial ocorre na próxima segunda, dia 10, na Berlinale, com a presença do diretor, da produtora executiva Diana Almeida e do elenco principal.

Essa não será, no entanto, a estreia de Ribeiro em Berlim. Em 2008, foi premiado com o Urso de Cristal de Melhor Curta-Metragem (Generation 14plus) por seu primeiro curta, Café com Leite. Dois anos depois, voltou com o roteiro de Hoje Eu Quero para participar do Talent Campus (oficina que desenvolvimento de roteiros). "Agora é a prova dos nove. Finalmente vamos mostrar a história em versão longa para o público", diz Ribeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os crimes nazistas na Europa e as mudanças na China atual serão os principais temas abordados pelos filmes exibidos no Festival de Cinema de Berlim, que começa em 6 de fevereiro, anunciou a organização do evento nesta terça-feira (28). Cerca de 400 obras - grandes produções hollywoodianas, filmes independentes ou documentários - serão divulgados na 64ª edição da Berlinale.

O diretor do festival, Dieter Kosslick, explicou que os temas dominantes surgiram naturalmente. "Nossa programação lança um olhar sobre a história alemã dos anos 1930 e 1940 e sobre o Holocausto", disse Kosslick durante coletiva de imprensa de lançamento do primeiro grande encontro cinematográfico europeu de 2014, que vai até 16 de fevereiro. "Não foi uma escolha consciente, mas há muitos bons filmes sobre o assunto", justificou.

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George Clooney deve ir à capital alemã para apresentar o filme "The Monuments Men", que narra a história de uma equipe de especialistas em arte americanos, britânicos e franceses que tentam salvar o patrimônio artístico europeu das garras nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A abertura do festival ficará a cargo de "The Grand Budapest Hotel", do diretor Wes Anderson e com Ralph Fiennes no elenco. O filme é uma narrativa histórica baseada parcialmente nos relatos do escritor austríaco Stefan Zweig sobre a destruição da Europa pela guerra.

O filme "começa em 1914 e compreende o período até a chegada dos nazistas no poder, em 1933", explicou Kosslick. "Apenas doze anos depois, a Europa tinha virado cinzas e pó". O diretor alemão Volker Schlöndorff - vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1979, com "O Tambor", que tem como plano de fundo o Terceiro Reich - exibe em pré-estreia mundial "Diplomatie", um filme sobre as razões pelas quais os nazistas optaram por não destruir Paris.

Um documentário chamado "The Decent One" mostrará a descoberta, em Israel, de centenas de cartas, escritos e fotos pessoais do braço direito de Hitler, Heinrich Himmler. Também será exibido "Memory of the Camps", um filme produzido recentemente pelo museu britânico Imperial War Museum (Museu Imperial da Guerra, situado em Londres) a partir de imagens feitas da liberação do campo de concentração de Bergen-Belsen.

Alfred Hitchcock participou como conselheiro desse projeto, que tinha como objetivo levar os alemães a encararem a sua responsabilidade, mas que acabou engavetado. Os espectadores também poderão ver um documentário sobre a história dessas imagens, "Night Will Fall".

Uma nova China

O diretor do festival também ressaltou que três dos 20 filmes na disputa pelo Urso de Ouro são chineses. Mas nenhum deles se parece com "The Grandmaster", a epopeia kung-fu de Wong Kar-wai que abriu a Berlinale de 2013.

As três produções chinesas são de baixo orçamento. De acordo com Kosslick, "são histórias que se amparam no cinema de gênero e foram feitas por uma nova geração de cineastas". "Black Coal, Thin Ice", de Dao Yinan, é um filme noir sobre um policial que vasculha os pertences de um serial killer cujas vítimas têm relação com uma mesma mulher.

"Blind Message", de lou Ye, é a adaptação cinematográfica de um livro que conta a história de um fisioterapeuta cego, e "No Man's Land", de Ning Hao, é um mergulho na vida de marginais chineses, que vivem numa "terra de ninguém".

Disputa pelo Urso

A seleção oficial conta com 23 títulos, e vinte deles concorrerão pelo Urso de Ouro - premiação máxima da Berlinale. Serão 18 pré-estreias mundiais e três primeiras projeções. O produtor americano James Schamus, dos aclamados "O Tigre e o Dragão e "O Segredo de Brokeback Mountain", vai presidir o júri responsável pela entrega da premiação - que acontecerá em 15 de fevereiro. O último dia do festival será consagrado à reexibição dos melhores filmes.

O filme "Praia do Futuro", co-produção entre Brasil e Alemanha do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, está na seleção oficial. A seleção Berlinale Special reúne filmes que terão projeções de gala, mas não estão na seleção oficial. Abaixo, segue a lista completa dos filmes da Seleção Oficial, com o nome do diretor e os países de produção.

SELEÇÃO OFICIAL :

"'71", Yann Demange, Grã-Bretanha

"Aimer, boire et chanter", Alain Resnais, França

"Aloft", Claudia Llosa, Espanha/Canadá/França

"Bai Ri Yan Huo" (Black Coal, Thin Ice), Diao Yinan, China

"Boyhood", Richard Linklater, Estados Unidos

"Chiisai Ouchi" (The Little House), Yoji Yamada, Japão

"Die geliebten Schwestern" (Beloved Sisters), Dominik Graf, Alemanha

"Historia del miedo" (History of Fear), Benjamin Naishtat, Argentina/Uruguai/Alemanha/França

"Jack", Edward Berger, Alemanha

"Kraftidioten" (In Order of Disappearance), Hans Petter Moland, Noruega

"Kreuzweg" (Stations of the Cross), Dietrich Brüggemann, Alemanha

"La belle et la bête", Christophe Gans, França/Alemanha (fora da competição)

"La tercera orilla", Celina Murga, Argentina/Alemanha/Países Baixos

"La voie de l'ennemi", Rachid Bouchareb, França/Argélia/Estados Unidos/Bélgica

"Macondo", Sudabeh Mortezai, Áustria

"Ninfomaníaca, Volume 1 (versão do diretor)", Lars von Trier, Dinamarca/França/Bélgica/Suécia (fora de competição)

"Praia do futuro", Karim Aïnouz, Brasil/Alemanha

"Stratos", Yannis Economides, Grécia/Alemanha/Chipre

"The Grand Budapest Hotel", Wes Anderson, Grã-Bretanha/Alemanha (abertura do festival)

"The Monuments Men", George Clooney, Alemanha/Estados Unidos (fora da competição)

"Tui Na" (Blind Massage),Lou Ye, China/França

"Wu Ren Qu" (No Man’s Land), Hao Ning, China

"Zwischen Welten" (Inbetween Worlds) Feo Aladag, Alemanha

O filme brasileiro Praia do futuro, de Karim Ainouz, disputará este ano o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim, que acontece de 6 a 16 de fevereiro. Praia do futuro, uma coprodução entre Brasil e Alemanha, foi filmado em Fortaleza e Berlim, e é protagonizado por Wagner Moura, Clemens Schick e Jesuita Barbosa. Moura interpreta o papel de um salva-vidas que tenta reorganizar sua vida depois da morte de um turista alemão durante uma operação de resgate.

O principal festival de cinema europeu do ano divulgou a lista dos 20 filmes selecionados para a competição oficial. Junto com os novos filmes de George Clooney e Wes Andersen, a Berlinale exibirá a esperada Boyhood, última parceria entre Ethan Hawke e o diretor americano Richard Linklater (Antes da meia-noite). O longa, que também conta com Patricia Arquette, foi filmado periodicamente durante dez anos e conta a história da relação de um garoto com seus pais divorciados.

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Lea Seydoux, que ganhou a Palma de Ouro do festival de Cannes em maio, junto com seu diretor e sua coprotagonista, contracena com Vincent Cassel em A bela e a fera, uma coprodução franco-alemã. O filme, dirigido por Christophe Gans, será exibido fora de competição.

Forest Whitaker, ganhador de um Oscar em 2007 por O último rei da Escócia, atua junto com Harvey Keitel no filme do diretor francês de origem argelina Rachid Bouchareb, Two men in town, sobre um ex-presidiário que se converte ao Islã. Os organizadores do festival anunciaram três filmes chineses, entre eles Black coal, thin ice, de Diao Yinan, sobre um policial que investiga uma série de crimes nos quais as vítimas estão ligadas a uma mesma mulher.

As outras duas são Blind massage, de Lou Ye, e No man's land, de Ning Hao. O filme escandinavo In order of disappereance, protagonizado por Bruno Ganz e Stellan Skarsgard, narra a guerra do tráfico de drogas entre a máfia norueguesa e bandidos sérvios. Os organizadores da Berlinale já tinham anunciado que George Clooney apresentará seu thriller da época nazista The monuments men, enquanto Wes Anderson exibirá The grand Budapest Hotel na noite de abertura do festival, em 6 de fevereiro.

O polêmico diretor dinamarquês Lars von Trier exibirá uma versão sem censura da primeira parte de Ninfomaníaca, sua nova epopeia erótica. O júri da 64ª Berlinale será presidido pelo produtor americano James Schamus e integrado pelo diretor francês Michel Gondry e pelos atores Christoph Waltz (Áustria) e Tony Leung (Hong Kong), entre outros.

O júri do Festival de Cinema de Berlim será presidido pelo produtor americano James Schamus e terá entre seus integrantes o ator austríaco Christoph Waltz e o diretor francês Michel Gondry, anunciaram nesta terça-feira os organizadores. Schamus é responsável por filmes como Tempestade de gelo, O tigre e o dragão e O segredo de Brokeback Mountain.

Schamus também dirigiu por dez anos a Focus Features, uma sociedade de produção e distribuição que permitiu que filmes europeus como Orgulho e preconceito e O Pianista fizessem sucesso nos Estados Unidos. Completam a lista de jurados o ator Tony Leung, de Hong Kong, a produtora americana Barbara Broccoli, a atriz americana Greta Gerwig, a dinamarquesa Trine Dyrholm e a cineasta iraniana Mitra Farahani.

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A 64a. edição do Festival de Berlim acontecerá de 6 a 16 de fevereiro, e terá a pré-estreia mundial do mais recente filme de Wes Anderson, The Grand Budapest Hotel na abertura.

Houve um consenso da crítica de que este não foi um grande Festival de Berlim. Os bons e até grandes filmes tiveram seu contraponto em alguns ruins e outros tantos medianos - não há nada pior do que uma seleção medíocre, daquelas que dão a impressão de ter medo de errar (e erram). Mas, de maneira geral, o júri presidido por Wong Kar-wai acertou. Pode ter errado ao ignorar o russo Boris Khlebnikov, de A Long and Happy Life, ou ao atribuir o importante prêmio de direção a um filme tão insignificante quanto Prince Avalanche, de David Gordon Green.

As demais impressões, ou reclamações, com certeza baseiam-se em impressões subjetivas - mas foram compartilhadas pela maioria dos jornalistas, um tanto perplexos, após a cerimônia de premiação no sábado à noite. A maioria esperava o Urso de Ouro para o chileno Gloria, de Sebastián Lelio, mas o melhor filme, segundo o júri, foi o romeno Child's Pose, de Calin Peter Netzer, também eleito pela crítica. A chilena Paulina Garcia foi a melhor atriz, por Gloria, e esse foi um dos prêmios em que o júri atingiu a unanimidade, sem que possa ser acusado de burrice (como diria Nelson Rodrigues).

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Paulina não reclamou de ninguém e o próprio Lelio, por mais que esperasse o grande prêmio, fez saber que se sentia recompensado por meio de sua extraordinária atriz. A escolha do melhor ator foi honrosa, mas não deixa de colocar um problema. Nazif Mujic não é um ator profissional e reconstitui diante da câmera, em Un Episode in the Life of and Iron Piker, o que ocorreu com sua mulher e ele na vida real. O júri atribui dois prêmios ao belo filme de Danis Tanovic - além do de melhor ator, justamente seu prêmio especial (o do júri).

A questão que permanece em aberto é: até que ponto é lícito premiar um não ator, em um docudrama? É muito possível que tenha sido um prêmio conceitual. O júri poderia ter escolhido entre outras atrizes, porque o Festival de Berlim de 2013 teve muitas mulheres fortes, tanto as personagens como suas intérpretes. Já os homens, em sua maioria, foram fracos e isso, de alguma forma, se refletiu na qualidade das interpretações masculinas. Ao escolher um dos raros homens íntegros e fortes da Berlinale - e um que interpretava o próprio papel -, o júri com certeza quis passar um recado.

Danis Tanovic e a produtora de Child's Pose fizeram, de qualquer maneira, os discursos mais belos da noite. O filme de Tanovic é sobre o esforço desse homem, um cigano, para salvar a vida da mulher. Ela abortou e precisa com urgência de uma curetagem para evitar a septicemia, mas Zanif, que vive de catar ferro, não tem dinheiro nem seguro social. Inicia-se uma verdadeira via-crúcis, rigorosamente real, para o casal. A maneira como eles resolvem o problema é engenhosa e deixa aberta outra questão - se o sistema é discriminador e cruel, como cobrar ética das pessoas? Quando o filme passar no Brasil, vocês vão descobrir o que Nazif e a mulher fazem para driblar o poder e seus representantes.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A Fipresci - Federação Internacional de Críticos de Cinema - divulgou nesta sexta-feira (15) os melhores filmes do 63° Festival de Berlim para seus membros. Entre eles o brasileiro Hélio Oiticica, documentário que possui imagens inéditas da carreira do artista plástico.

O grande vencedor foi o romeno Child's Pose, de Calin Peter Netzer, o longa conta a história de Luminita Gheorghiu, mão de classe média alta que usa de sua influência para livrar seu filho da cadeia. Os especialistas também resolveram premiar mais dois filmes, um de cada mostra - Fórum e Panorama - ocorrida durante o Festival e, por conta da decisão, o brasileiro foi contemplado.

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Hélio Oiticica é um filme de César Oiticica Filho e mescla imagens do pintor com alguns filmes em Super 8 - que recebem os nomes de Heliotapes - guardados por ele. Além de ganhar o prêmio da mostra Fórum, venceu o Galigari, honraria concedida aos projetos mais experimentais exibidos nela. Com isso a produção brasileira ganha € 4.000, sendo metade para sua distribuição e a outra para o diretor.

Inch'Allah ganhou o prêmio da Panorama, que exibe os longas que tentam equilibrar visão artística e capacidade de vendas. A coprodução entre a Itália e França narra o drama de uma médica canadense que é vizinha de um soldado israelense em Jerusalém, porém ela todos os dias cuida de pacientes palestinos em Ramallah.

O Urso de Ouro, honraria concedida através de um júri especializado, é anunciado no sábado (16) e tem como favorito o chileno Gloria.

 

É sempre temerário fazer prognósticos antecipados num festival que ainda está no meio, e Berlim não é a exceção. A chilena Paulina Garcia surgiu como fortíssima candidata ao prêmio de interpretação feminina e é possível continuar torcendo por ela no belo filme de Sebastian Lelio, Gloria. Ontem, num breve encontro no palácio do festival, quando o repórter esperava para entrevistar o russo Boris Khlebnikov, de A Long and Happy Life, o próprio Lelio disse estar surpreso com a receptividade a seu filme. "Sempre achei que a história que queria contar valia a pena, mas o carinho das pessoas por Gloria superou minha expectativa", afirmou o cineasta. Paulina continua uma forte candidata a melhor atriz, mas ontem foi a vez da romena Luminita Gheorghiu dar seu show.

A Romênia foi uma das cinematografias que se impuseram nos anos 2000 nos grandes eventos internacionais de cinema. Seus autores ainda não acabaram de nos surpreender, mas é Luminita quem domina Child's Pose, de Calin Peter Netzer, no papel de uma mãe dominadora que tenta proteger o filho que matou um garoto num acidente carro. Logo no começo do filme, Luminita, fumando sem parar, queixa-se para a cunhada da desatenção do filho, que se recusa a vê-la mesmo em seu aniversário. A recepção, a seguir, reúne políticos, artistas, toda a classe dirigente romena. São vulgares, prepotentes. E aí, ocorre a tragédia. A leoa, cutucada, reage. Luminita passa como um trator sobre policiais, a família da criança morta. Só o que lhe interessa é o filho, mesmo que ele a odeie. É uma personagem detestável, própria para outra representação misantrópica da sociedade e do mundo.

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E, então, as coisas começam a mudar e ela se humaniza. Duas cenas são exemplares - o diálogo, enfim, com o filho, e a visita à família do morto. Despida da sua capa de arrogância, ela termina chorando com a mãe do menino. E quando começa a falar no filho, é como se ele também tivesse morrido - para ela. Child's Pose foi um dos melhores filmes até agora, com o chileno e o russo. Há outro acidente de carro, com morte, em Layla Fourie, da sul-africana Pia Marais. Apesar de todas as mudanças na sociedade do país, um resquício de racismo ainda permanece e aflora, por toques, quando uma mulher negra atropela um homem (branco) na estrada e tenta socorrê-lo. Quando ele morre, Layla tenta esconder o crime, lançando o cadáver no lixo. Ela viaja com o filho, um garoto a quem cria sozinha. E ocorre de, em seguida, a protagonista se envolver com o filho da vítima. Que situação, hein?

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A caça ao Urso de Ouro do 63º Festival de Berlim, primeiro grande festival europeu de cinema do ano, começa na noite desta quinta-feira (7), em ritmo de kung fu. A abertura fica por conta do longa The Grandmaster, do diretor chinês Wong Kar Wai (autor de filmes como In the mood for love), que preside o júri.

Exibido fora da competição, a cinebiografia de Ip Man, mestre histórico da lenda do cinema asiático Bruce Lee, dará início a onze dias (7-17 de fevereiro) de festividade. Nesta edição, serão projetados mais de 400 filmes, todos acessíveis ao público. São 24 longa-metragens de 22 países que foram escolhidos para a seleção oficial, dentre os quais 19 estão no páreo para o Urso de Ouro, entregue em 16 de fevereiro.

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Durante duas horas de muita poesia, The Grandmaster mergulha o espectador na filosofia e no senso de humor dos mestres das artes marciais, apresentando os primeiros anos da China moderna. Os combates, filmados debaixo de chuva, normalmente à noite ou em estúdio em câmera lenta, mostram o quanto o gesto, que pode matar, está enraizado num profundo domínio do corpo e do espírito, e num "modo de vida baseado na humildade", falou Wong Kar Wai à imprensa.

Além do talento, os dois heróis, Ip Man (Tony Leung) e Gong Er (Zhang Ziyi), uma mulher, compartilham deste modo de vida e de pensamento. É um caso de transmissão e de amor proibido que lembra, por sua atmosfera, o clássico cult In the mood fo love, do mesmo diretor. "As artes marciais são uma arte de defesa que pode matar, eles sabem disso e são extremamente disciplinados", explicou Wong Kar Wai, ovacionado pela imprensa.

"A disciplina e a generosidade são o que caracterizam os grandes mestres que dividem sua experiência e a transmitem. É uma parte de nossa cultura que eu gostaria de compartilhar com o público", disse. Aos 46 anos, Tony Leung, ator fetiche de Kar Wai, treinou kung fu durante quatro anos. Ele quebrou o braço no início das filmagens, enquanto fazia acrobacias. "Eu entendi que não era uma técnica de luta, mas uma forma de treinar o espírito, um modo de vida muito espiritual", disse o ator. Zhan Ziyi se disse a "atriz mais sortuda do mundo", acrescentando: "não há palavras para descrever o quanto este filme me fez crescer".

Fazendo jus ao cargo de presidente do júri, Wong Kar Wai afirmou que o Festival de Berlim é mais "íntimo" do que outros, pois é voltado para o "verdadeiro prazer" de compartilhar ideias e de saborear o cinema, mais do que um lugar de negócios. "Nós estamos aqui para servir os filmes, não estamos aqui para julgar, mas para apreciar, promover aqueles que nos inspiram...e nos transportam", declarou.

A seleção de 2013 é eclética, aliando filmes hollywoodianos de orçamentos enormes a produções de autores pouco conhecidos. A programação a partir de sexta-feira (8) terá títulos como W imie, da polonesa Malgoska Szuwoska, que aborda a homossexualidade de um padre carismático, e a última obra do americano Gus Van Sant, Promised Land. Matt Damon trabalha com o diretor pela primeira vez desde o oscarizado Gênio Indomável, de 1997. No filme de Van Sant, ele dá vida a um funcionário de uma empresa petrolífera que tenta convencer os habitantes de uma cidadezinha americana a autorizarem a exploração de gás.

Três filmes, muito esperados, defenderão a França: Elle s'en va, de Emmanuelle Bercot, que traz Catherine Deneuve num papel atípico; Camille Claudel 1915, de Bruno Dumont, com Juliette Binoche, e La religieuse, de Guillaume Nicloux, baseado no romance de Diderot, que traz Isabelle Huppert na pele de madre superiora. Todos devem passar pelo tapete vermelho, assim como Matt Damon, Jude Law, Ethan Hawke, Julie Delpy, Nicolas Cage, Emma Stone, Geoffrey Rush e Christopher Lee.

O júri é formado pelo ator e diretor americano ganhador do Oscar Tim Robbins, pelas diretoras iraniana Shirin Neshat e grega Athina Rachel Tsangari, pela cineasta dinamarquesa Susanne Bier, pelo diretor alemão Andreas Dresen e pela diretora de fotografia americana Ellen Kuras.

O filme Gloria, do chileno Sebastián Lelio, é o único longa hispânico selecionado para a disputa oficial do 63º Festival Internacional de Cinema de Berlim, que será realizado entre os dias 7 e 17 de fevereiro 2013. O único brasileiro na competição está na Seção Panorama: Habi, a Estrangeira (Habi, the Foreigner), de Maria Florencia Alvarez, coprodução com a Argentina.

Segue a lista completa dos filmes em competição:

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Camille Claudel 1915, de Bruno Dumont (França)

A long and happy life, Boris Khlebnikov (Rússia)

Prince avalanche, David Gordon Green (EUA)

Side effects, de Steven Soderbergh (EUA)

Promised land (Terra Prometida), de Gus Van Sant (EUA)

Elle s'en va, de Emmanuelle Bercot (França)

An episode in the life of an iron picker, de Danis Tanovic (Bósnia-Herzegovina)

The necessary death of Charlie Countryman, Fredrik Bond (EUA)

Gloria, de Sebastián Lelio (Chile/Espanha)

Gold, de Thomas Arslan (Alemanha)

Layla Furie, de Pia Marais (Alemanha/África do Sul)

Nobody's daughter Haewon, de Hong Sangsoo (Coreia do Sul)

Paradise: hope, de Ulrich Seidl (Áustria)

Closed curtain (Cortina Fechada), de Jafar Panahi e Kamoziya Partovi (Irã)

Child's pose, de Calin Peter Netzer (Romênia)

La religieuse, de Guillaume Nicloux (França)

Harmony lessons, de Emir Baigazin (Cazaquistão/Alemanha)

Vic et Flo ont vu un ours, de Denis Côté (Canadá)

In the name of, de Malgoska Szumowska (Polônia)

O 63º Festival Internacional de Cinema de Berlim, que começa na próxima quinta-feira (7) e vai até 17 de fevereiro, sempre fiel a sua tradição de convidar líderes do cinema político e estrelas hollywoodianas, apresentará este ano o último filme do diretor iraniano Jafar Panahi, preso em seu país por seu olhar crítico sobre o regime. Entre as estrelas convidadas neste ano para o Festival de Berlim estão Isabella Rossellini, Matt Damon, Jude Law, Juliette Binoche, Nicolas Cage, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e Christopher Lee.

"Por um lado, temos grandes filmes hollywoodianos, mas também convidamos diretores que rodaram seu primeiro ou segundo filme", declarou o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, ao apresentar a seleção oficial no final de janeiro. "O programa inclui inúmeros filmes que têm uma mulher no coração da intriga e filmes que mostram os danos colaterais provocados pela crise nas diferentes sociedades", acrescentou Kosslick.

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O diretor da Berlinale ressaltou que as seleções paralelas permitirão descobrir o olhar ácido que lançam, em seus longas, os países do sul da zona do euro sobre a crise da dívida que os afetou duramente (como Grécia, Espanha e Portugal). Jafar Panahi, cineasta de 52 anos aclamado nos principais festivais internacionais de cinema por seus filmes corajosos de crítica social, proibidos no Irã, apresentará Closed curtain, um longa em que ele mesmo aparece. Esta obra, codirigida por sua compatriota Kambozia Partovi, é muito esperada em Berlim.

Panahi foi detido em razão do documentário que estava realizando sobre os distúrbios ocorridos na eleição de Mahmud Ahmadinejad, em junho de 2009. Ele foi acusado de propaganda contra o regime e, depois de ser condenado à prisão domiciliar, foi sentenciado a seis anos de prisão, além de ter sido proibido de filmar durante 20 anos. O iraniano também não está autorizado a viajar.

Panahi dirigiu O Balão Branco, Sangue e Ouro, O Espelho, O círculo e ganhou o Urso de Prata em Berlim em 2006 por Fora do Jogo. Ele é considerado um dos principais representantes da "nova onda" do cinema iraniano, ao lado de Abas Kiarostami, de quem foi assistente no começo de sua carreira. Em 2011, enviou ao festival de Cannes o longa Isto Não é um Filme, sobre sua vida de reclusão.

O filme de Panahi concorre este ano ao Urso de Ouro, competindo com filmes de conhecidos diretores como Hong Sang-soo, Ulrich Seidl, Steven Soderbergh ou Gus Van Sant. O longa Gloria, do chileno Sebastián Lelio, é a única obra hispânica selecionada para o concurso oficial do 63º Festival Internacional de Cinema de Berlim. Gloria é uma coprodução chileno-espanhola sobre uma mulher madura que encara o desafio da velhice. Nela atuam Paulina García e Sergio Hernández. A obra de Sebastián Lelio já havia ganhado em setembro o prêmio Cine em Construção do último Festival Internacional de Cine de São Sebastião. Lelio ficou conhecido por seus filmes A Sagrada Família, Natal e O Ano do Tigre.

O iconoclasta diretor americano Steven Soderbergh apresentará o filme que anunciou como seu último "por muito tempo", um thriller sobre farmacêuticos e um crime, Side Effects. Jude Law e Catherine Zeta-Jones encarnam psiquiatras e Rooney Mara é uma paciente desesperada. O também americano Gus Van Sant, ganhador da Palma de Ouro em Cannes em 2003 com Elefante, concorrerá com Terra Prometida, protagonizado por Matt Damon.

O sul-coreano Hong Sang-soo, selecionado em Cannes em 2012 por Em Outro País, apresentará sua última obra Nobody's daughter Haewon. O provocador diretor austríaco Ulrich Seidl apresentará Paraíso: esperança, que completa sua trilogia, Paraíso: Amor (que concorreu em 2012 em Cannes) e Paraíso: fé, que ganhou o prêmio especial do jurado no festival de Veneza em 2012.

Outros filmes que concorrem neste ano na Berlinale são Camille Claudel 1915, do francês Bruno Dumont, com Juliette Binoche; Um episódio na vida de Iron Picker, do bósnio Danis Tanovic, e o alemão Gold, de Thomas Arslan, com a estrela Nina Hoss, aclamada por seu papel no ano passado em Bárbara. Também será projetado A religiosa, do francês Guillaume Nicloux, com Isabelle Huppert.

Igualmente se anunciam A morte necessária de Charlie Countryman, do sueco-americano Frederik Bond, e Layla Furie, da diretora sul-africana Pia Marais. Berlim verá igualmente o último longa do romeno Calin Peter Netzer, Child's pose. O diretor chinês Wong Kar Wai presidirá o júri do 63º Berlinale e apresentará seu novo drama épico The Grandmaster na noite de abertura, fora de competição sobre a vida do mestre de kung-fu Ip Man.

Outros membros do júri são o ator americano Tim Robbins, a diretora iraniana Shirin Neshat, a grega Athina Rachel Tsangari, a cineasta dinamarquesa Susanne Bier, o diretor alemão Andreas Dresen e a cinegrafista americana Ellen Kuras. O diretor francês Claude Lanzmann, autor de Shoah, documentário sobre o extermínio de judeus, receberá um Urso de Ouro honorífico pelo conjunto de sua obra.

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