Uma situação está bem clara pelo lado da Ilha do Retiro. A estrela do jovem atacante Juninho, cria da base leonina, está brilhando e, ao que tudo indica, não se trata de um brilho passageiro. Nas últimas três partidas, o atleta marcou três gols extremamente decisivos. Cabe agora ao treinador Ney Franco analisar se o garoto deve ou não figurar entre os titulares.

Em um clássico emocionante, o Sport conseguiu uma virada heroica para cima do Náutico, neste domingo (16). O Timbu vencia a partida por 2x1, quando Juninho empatou e instantes depois virou o confronto, nos minutos finais do jogo. Questionado sobre a possível titularidade do atacante – que entrou na vaga de André -, o treinador rubro-negro preferiu não cravar Juninho como titular, pelo menos por enquanto.

“Acho que é um jogador que está fazendo muito bem a transição da base para o profissional. E fazendo definindo alguns jogos. É um jogador que tem um talento enorme e eu não quero antecipar nada sobre questão de titular e reserva. Vamos dar uma pensada para a próxima partida, para a gente definir nossa equipe para o próximo jogo. Com certeza, Juninho a cada jogo que faz marca gol, mas ainda não quero adiantar nada sobre ser titular ou não”, declarou Ney Franco.

Passada a primeira semifinal do Campeonato Pernambucano, o Sport agora volta às atenções para a Copa do Brasil. Na próxima quarta-feira (19), às 21h45, o Leão encara o Joinville, fora de casa, pela partida de volta da competição nacional. No primeiro jogo, realizado na Ilha do Retiro, o Rubro-Negro ganhou por 2x1, justamente com um gol do atacante Juninho.  

Há momentos em que o termo 'milagre' sai do âmbito religioso e chega ao mundo do futebol. Quando um time precisa muito da vitória ou de uma quase impossível combinação de resultados, torcedores e atletas se prendem à fé. Na noite desta quarta-feira (22), pela Copa do Nordeste, o Náutico precisava de um milagre: para se classificar à próxima fase da competição, tinha que vencer o Uniclinic por, pelo menos, quatro gols de diferença e torcer para que o Santa saísse derrotado diante do Campinense, no Arruda. O Timbu fez um primeiro tempo perfeito, marcou seis gols e manteve a esperança. O segundo tempo rendeu mais três tentos e um placar histórico de 9x0. Mas a vitória coral acabou impedindo a classificação alvirrubra. Em resumo, a goleada fora de casa contra a equipe cearense não rendeu a continuação no Nordestão, mas deve servir de incentivo para a caminhada do time de Milton Cruz no Pernambucano e na Série B do Brasileiro.  

Náutico avassalador 

Instantes depois do apito inicial da arbitragem, o Náutico tratou de mostrar que queria um placar elástico. Antes mesmo de o relógio marcar o primeiro minuto da partida, Erick fez boa jogada pela direita e o atacante Giva cabeceou, balançando as redes do Uniclinic.

O início arrasador do Timbu deixou ainda mais clara a intenção do Náutico. Antes mesmo dos quatro minutos, Giva sofreu pênalti e mais uma vez o time pernambucano tinha a chance de balançar as redes e manter vivo o sonho da classificação para a próxima fase da Copa do Nordeste. O jovem Erick foi para a cobrança e com muita personalidade ampliou o placar para 2x0. 

Próximo dos nove minutos, o Náutico por pouco não chegou ao placar que manteria vivo o sonho da classificação. Depois de um cruzamento da esquerda, o atacante Giva tinha tudo para fazer o terceiro gol, mas com a meta escancarada à sua frente, acabou cabeceando para fora. Porém, aos 11 minutos, o terceiro grito de gol saiu da garganta dos alvirrubros. 

Após uma cobrança de escanteio, a fraca zaga do Uniclinic se complicou e não cortou a redonda. A bola acabou tocando no ombro do zagueiro Wesclei, da equipe cearense, e morreu dentro das redes. O placar chegou as 3x0 com extrema facilidade do Timbu.

Antes que a torcida finalizasse a comemoração do terceiro gol, mais um tento foi marcado pelo Timbu. Giovane partiu pela esquerda e tocou dentro da área para Giva, que dominou e com muita tranquilidade bateu para o fundo das redes do goleiro Théo: 4x0. E não parou por aí.

Em mais uma jogada pela esquerda, Manoel deu um ótimo cruzamento. O centroavante Anselmo subiu livre e marcou o quinto gol do Náutico antes dos 18 minutos do primeiro tempo.

Todo o ímpeto alvirrubro e principalmente os acertos de finalização poderiam cair por terra caso o Uniclinic marcasse um tento. E aos 32 minutos, Páscoa derrubou Denilson e o árbitro marcou pênalti. Denilson foi para cobrança, mas acabou chutando para longe e mostrando, mais uma vez, que o time cearense é um dos piores times do Nordestão.

Disposto a buscar mais gols, o Náutico continuou jogando com seriedade, se lançando ao ataque. Tanto que aos 37 minutos, o atacante Erick foi para a cobrança e acertou um belo chute, no lado esquerdo do goleiro do Uniclinic. Foi o sexto gol para o delírio da torcida alvirrubra.

Mais gols no segundo tempo

O Náutico continuou mandando na partida. O Uniclinic, por sua vez, se mostrava cada vez mais frágil. Aos 16 minutos, após boa jogada pela direita, Giva bateu cruzado e o goleiro Théo rebotou. A bola sobrou livre para Anselmo que, com muita tranquilidade, empurrou para o gol e ampliou o placar para 7x0.

O Timbu ainda teve tempo para marcar novamente. Giva fez mais um, ampliando para 8x0, e Erick continuou o "massacre" alvirrubro, aumentando para 9x0. O placar foi histórico, serve de motivação para o Náutico. Mas a combinação de resultados não saiu, por causa da vitória do Tricolor contra o Campinense. Dessa forma, o placar elástico não garantiu a continuação do Náutico no Nordestão.

FICHA DE JOGO

Competição: Copa do Nordeste

Local: Estádio Domingão - Ceará

Uniclinic: Théo, Wesclei, André Lima, Luíz Fernando e Teles; Pedro Humberto (Vaninho), Jakson Leylon e Guidio; Paulista; Gregori e Denilson. O técnico é Anderson Silva

Náutico: Tiago Cardoso, Nirley, David (Suelinton), Páscoa e Manoel; Giovanni, Rodrigo Souza e Cal Rodrigues; Erick, Anselmo (Alison) e Gilva. O técnico é Milton Cruz.

Arbitragem: Eduardo de Santana Nunes (SE)

Assistentes: Vaneide Vieira de Gois (SE) / Fernanda F. de Lima da Silva (SE)

Gols: Giva (3) / Erick (3) / Anselmo (2)

O Lyon contou com um ótimo segundo tempo para vencer a Roma nesta quinta-feira (9), pela partida de ida das oitavas de final da Liga Europa. Diante de sua torcida na França e em um jogo bastante movimentado, a equipe largou com boa vantagem ao derrotar o rival italiano por 4 a 2, com três lindos gols na etapa final.

Time dos brasileiros Alison, Juan Jesus, Bruno Peres e Emerson Palmieri, todos titulares, a Roma chegou a estar na frente no primeiro tempo. Mas o Lyon, do lateral Rafael, ex-Manchester United, foi amplamente superior na etapa final e buscou a virada.

Com o resultado, o Lyon pode perder por um gol de diferença, ou até dois desde que o placar seja superior a 4 a 2, que estará classificado para as quartas de final. Para a Roma, um triunfo por 2 a 0 ou 3 a 1 no Estádio Olímpico, quinta-feira que vem, seria suficiente.

O Lyon começou melhor nesta quinta e, empurrado por sua torcida, abriu o placar logo no início. Aos sete minutos de jogo, o brasileiro Rafael desviou de cabeça após falta cobrada da direita, e Diakhaby apareceu sozinho na segunda trave para balançar a rede.

Só que somente 12 minutos depois, o mesmo Diakhaby se transformaria em vilão. Sozinho, ele tinha a bola dominada no campo de defesa, mas tropeçou e caiu. Salah aproveitou para arrancar e tocar na saída do goleiro. A virada veio ainda no primeiro tempo, aos 32. Após cruzamento da direita, Fazio subiu sozinho e cabeceou para a rede.

Precisando da vitória, o Lyon voltou melhor para o segundo tempo e passou a dominar o confronto. Incisivo, o time da casa foi para cima desde o início e empatou com somente um minuto. Após linda tabela com Lacazette, Tolisso recebeu próximo à meia-lua e bateu firme, cruzado, para marcar belo gol.

O Lyon seguiu controlando a partida e dando trabalho para a defesa italiana. Até que aos 28, saiu a virada. Fekir passou por Fazio duas vezes. Depois, ainda cortou outro marcador e bateu colocado, de esquerda, para marcar lindo gol.

A derrota não era o resultado dos sonhos da Roma, mas deixava a equipe em boas condições para a volta. Só que aos 47, Lacazette marcou mais um golaço para o Lyon. Ele recebeu na intermediária, dominou e encheu o pé no ângulo direito de Alison, para selar o placar.

OUTROS RESULTADOS - No confronto entre dois alemães, o Schalke 04 recebeu o Borussia Mönchengladbach e as equipes ficaram no 1 a 1, resultado que deixa o duelo em aberto para a volta, quinta que vem, em Gelsenkirchen. Este foi o mesmo placar do confronto entre Olympiacos e Besiktas, na Grécia, com destaque para o veterano Cambiasso, que marcou o gol dos donos da casa.

Na Espanha, Celta de Vigo e Krasnodar também empatavam em 1 a 1 até os acréscimos do segundo tempo, quando os donos da casa marcaram e garantiram o triunfo por 2 a 1. Quem praticamente garantiu a classificação foi o Genk, que no duelo de belgas diante do Gent goleou o adversário por 5 a 2, mesmo fora de casa.

O Sport teve uma noite tranquila nesta quarta-feira (8), no Rio de Janeiro. No primeiro confronto da fase dos jogos de ida e volta da Copa do Brasil, o time pernambucano passou fácil pelo Boa Vista e garantiu uma ótima vantagem para a partida da semana que vem, na Ilha do Retiro. André, alvo de recentes críticas, desencantou e marcou duas vezes. Diego Souza também deixou o dele, sacramentando o placar de 3x0 para o Leão.

O jogo 

O Boa Vista começou arisco, principalmente pelo lado direito do ataque. Foi lá que Maicon, ex-Sport, fez várias investidas e, aos três minutos de jogo, assustou os leoninos, com um chute cruzado, mas que não resultou em gol. O Rubro-Negro, ainda sem mostrar futebol vistoso, respondeu aos onze minutos e quase fez 1x0.

O atacante André, que começou o jogo na vaga de Rogério - poupado por questões físicas -, por pouco não marcou de cabeça. O estreante Mena levantou a bola na área e o camisa 90 desviou de cabeça. A bola acabou tocando o travessão, assustando o goleiro Felipe.

O confronto contra o Boa Vista não representou apenas uma chance de André começar como titular. Desde seu retorno ao time pernambucano, o ofensivo não mostrou o bom futebol que todos conhecem e ainda perdeu penalidades que começaram a aguçar críticas. Mas aos 19 minutos, o camisa 90 cabeceou outro cruzamento de Mena, o goleiro Felipe espalmou, e no rebote o próprio André chegou batendo de esquerda. A redonda tocou na trave e entrou, para alegria da torcida vermelha e preta: Sport 1x0 no Boa Vista.

Depois do primeiro tento leonino, a equipe de Daniel Paulista passou a dominar a posse de bola. Tanto que aos 28 minutos, Diego Souza invadiu a área, deu um chapéu no defensor e acabou derrubado. A arbitragem marcou pênalti. O próprio meia foi para a cobrança, converteu e ampliou o placar para 2x0.

Segunda etapa

Atrás do placar, o Boa Vista voltou de olho no ataque. De cara ocorreu logo uma alteração: Erick Flores, ex-Náutico, saiu do jogo para a entrada de Leandrão, que passou pelo próprio Sport. Aos sete minutos da segunda etapa, ocorreu um lance polêmico e que arrancou reclamações do time do Rio de Janeiro.

Leandrão foi lançado, passou por Magrão e acabou havendo contato entre os atletas. O atacante do Boa Vista caiu no gramado, pediu pênalti, mas a arbitragem entendeu como simulação. Apesar da revolta dos atletas do Boa Vista, o jogo seguiu sem penalidade e com o placar de 2x0 para a equipe pernambucana.

Mesmo mais precavido e atento à marcação, o Sport se lançou ao ataque. Aos treze minutos, depois de uma cobrança de escanteio de Everton Felipe, André tocou de cabeça, a bola foi em direção à meta do Boa Vista, mas o arqueiro Felipe se jogou para evitar o terceiro gol rubro-negro.

Diante das tentativas frustradas do Boa Vista, o Sport passou a comandar o jogo. O time leonino trocou passes com inteligência e se mostrou tranquilo na partida. Tanto que André, grande nome do jogo, recebeu um belo cruzamento de Samuel Xavier, e aos 28 minutos o camisa 90 fez seu segundo gol no jogo e o terceiro tento do Leão.  E assim o time pernambucano garantiu uma ótima vantagem pela Copa do Brasil.

FICHA DO JOGO

Competição: Copa do Brasil

Local: Elcyr Resende - Saquarema - RJ

Boa Vista: Felipe, Maicon, Anderson Luiz (Robert), Antônio Carlos e Gustavo Geladeira; Willian Maranhão e Fellype Gabriel (Tiago); Thiaguinho e Erick Flores (Leandrão); Pedro Botelho e Mosquito. O técnico é Joel Santana.

Sport: Magrão, Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Mena; Rodrigo e Ronaldo (Fábio); Diego Souza; Everton Felipe (Neto Moura), Leandro Pereira e André (Paulo Henrique). O técnico é Daniel Paulista.

Arbitragem: Marcelo Aparecido R. de Souza (SP)

Assistentes: Rogério Pablos Zanardo (SP) / Alberto Polleto Masseira (SP)

Gols: André (2); Diego Souza (1)

Cartões amarelos: Thiaguinho; Leandrão e William / André

O Santa marcou 3 gols em 2017. Todos do mesmo jogador, Leo Costa, que já vem caindo nas graças da torcida carente de ídolos após as saídas de Grafite, João Paulo e do próprio Tiago Cardoso, hoje no Náutico.

Feliz com a camisa coral – que caiu bem segundo ele – Leo Costa disse estar surpreso com o começo no Santa. “Estou numa fase muito iluminada. A gente trabalha, treina e tudo está dando certo”, comemorou o camisa 10 coral.

Fora a falta de onde saiu o gol de empate, Leo Costa já tinha tentado outros três chutes no gol, um deles com perigo, mas o melhor nem era pra ser dele. “Quem ia bater era o (Anderson) Salles, mas aí o goleiro mudou a barreira. Tinha muita gente na frente dele e ele não conseguiu ver nada”, contou.

Cotado como principal nome para ser artilheiro do Náutico em 2017, o atacante Anselmo foi apresentado no Timbu querendo mostrar mais serviço do que em sua primeira passagem pelo clube. Tendo vestido a camisa alvirrubra também em 2004, o jogador revela que na ocasião problemas pessoais atrapalharam seu rendimento. Nesta temporada, mais focado, o postulante a camisa 9 quer apagar a imagem anterior que foi deixada em campo e ajudar a equipe a sair vitoriosa das competições que terá pela frente.

“Poucos sabem da minha primeira passagem no Náutico. Encaro minha volta como agradecimento, porque na minha primeira passagem tive problemas com meu filho, fui descobrir e entender que ele tinha paralisia cerebral e isso me atrapalhou porque não tinha como não colocar como prioridade a minha família. Agora tenho a oportunidade de retornar mais maduro e consciente daquilo que posso fazer, da minha qualidade, e espero dar uma resposta positiva em cima dessa expectativa”, garantiu o atacante, revelando ter superado o problema familiar.

Terceiro maior artilheiro do Brasil em 2016, com 23 gols marcados, Anselmo reconhece que será cobrado em cima da boa marca conquistada no ano passado, mas evita traçar uma meta de gols nesta temporada, almejando apenas fazer o máximo que puder. “A gente vai se empenhar bastante em busca dos gols. Vou procurar me identificar o mais rápido com meus companheiros e com o torcedor, sabendo que a necessidade dos gols e a expectativa são muito grandes em cima dessa minha vinda. Não sou de prometer gols, mas vou em busca deles a todo momento. Espero superar esses números e os meus próprios do ano passado. Quero fazer o máximo de gols possíveis para que o Náutico se aproxime dos objetivos”, ressaltou o atleta de 36 anos.

Enxergando em Kuki e Kieza os últimos grandes nomes do ataque do Náutico, o reforço do Timbu busca inspiração em ambos. “Tive a oportunidade jogar com Kuki, que é um amigo e tem me ajudado bastante, o Kieza também pude conhecer, na China. São nomes que marcaram aqui, então vou procurar me espelhar nessas peças, também ser uma referência e dar uma resposta ao nosso torcedor”, finalizou Anselmo.

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Um bom time começa com uma boa defesa; é um ponto comum no futebol. Para o Santa Cruz, essa foi a maior dor de cabeça na Série A. O Tricolor tomou nada menos que 63 gols em 36 jogos disputados, se tornando dono da barra mais vazada entre todos os clubes da primeira divisão. Número que impressiona se comparado aos 31 que o Palmeiras, menos vazado, sofreu.

Se a média de gols marcados do Santa Cruz passa por pouco mais de um por partida, a de tentos sofridos está próximo a dois. Para se ter uma ideia de como a defesa do time coral não fez uma boa temporada, o segundo time que mais buscou bolas adversárias nas redes, o lanterna América Mineiro, sofreu oito a menos que a Cobra Coral.

A disparidade para a melhor defesa do campeonato é grande. Em 36 jogos, o líder do Brasileirão tomou apenas 31 gols, o que é menos da metade dos gols sofridos pelo Tricolor. Na última rodada, a dificuldade em se proteger ficou escancarada. O Santa marcou três vezes contra o Atlético Mineiro, mas sofreu a mesma quantidade e somou apenas um ponto contra os reservas do Galo.

Mesmo assim, a culpa acaba sendo dividida com o restante do elenco. Até a eficiente dupla de ataque coral - Keno e Grafite, juntos, marcaram 21 vezes na Série A - admite que a responsabilidade é do time inteiro. Apesar das várias críticas às atuações do goleiro Tiago Cardoso e os zagueiros que alternaram durante a temporada (Danny Morais, Luan Peres e Néris).

"Não é só zagueiro e lateral que defende, é todo mundo. Desde o Grafite até o Tiago Cardoso, todos têm sua parcela de culpa. Não se pode jogar tudo na defesa", destacou o treinador, Adriano Teixeira.

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O fantasma do rebaixamento está cada vez mais perto do Santa Cruz. Neste domingo (25), em Santa Catarina, a Cobra Coral perdeu por 3 a 1 para o Figueirense e se manteve na vice lanterna do Brasileirão. Com uma defesa cheia de erros e desatenta, o Tricolor levou o primeiro gol aos 31 segundos do primeiro tempo, num sinal do que seria a desastrosa partida para os defensores tricolores. Até Tiago Cardoso teve sua parcela de culpa na derrota pernambucana.

A partida

Aos exatos 31 segundos de jogo, a defesa do Santa Cruz cochilou em campo. Depois do Figueira trocar passes, o lateral Ayrton recebeu nas costas dos defensores tricolores e saiu na cara de Tiago Cardoso. Nem mais pessimista o torcedor coral esperava sair perdendo nos instantes iniciais do jogo: o lateral do Figueirense tocou na saída do goleiro e abriu o placar.

Mas aos nove minutos, o Santa Cruz teve tudo para reviver na partida. Keno fez boa jogada pela ponta esquerda e cruzou na medida para o volante Derley que, de forma estranha, acabou botando a bola de coxa pra fora e perdeu uma grande chance de empatar. Logo depois, em mais uma bela ação de Keno, o lateral Léo Moura chutou na entrada da área, mas o goleiro Gatito acabou evitando o tento.

Apesar do gol relâmpago do Figueira, a partida foi fraca tecnicamente. Na metade da primeira etapa, o Santa até que teve mais a posse de bola, mas a falta de objetividade em nada ajudou a Cobra Coral. Para completar, o Tricolor quase sofreu o segundo gol aos 35 minutos, depois que Rafael Moura arrancou pela ponta direita, bateu cruzado e Léo Moura cortou e quase marcou contra. Era o anúncio de que o placar seria ampliado.Aos 37 minutos, em um contra-ataque mortal, Lins recebeu nas costas da defesa coral – mais uma vez atrapalhada e sonolenta em campo – e contou com indecisão de Tiago Cardozo. O arqueiro fez que ia sair na bola, se arrependeu, tentou voltar, mas foi driblado pelo próprio Lins que não perdoou e fez 2 a 0. O lance, por si só, resumiu a desorganização da defesa tricolor no primeiro tempo.

Segundo tempo

Em desvantagem no placar, o Santa Cruz tentou pressionar o Figueirense. Porém, o time pernambucano pecou pela falta de inspiração dos atletas da frente. A medida que atacou, a Cobra Coral deu espaço para o time catarinense que aproveitou bem os contra-ataques. Aos 14 minutos, Lins partiu livre pela esquerda, limpou para o meio e chutou rasteiro. A bola acabou desviando em Danny Morais e foi morrer no fundo das redes, por cima do goleiro coral, ampliando o placar para 3 a 0.

Mas no time do Santa Cruz há uma esperança chamada Keno. Mesmo com o péssimo desempenho coral no Brasileirão, o atacante vem se destacando e despertando o interesse de outros clubes. Tanto que, depois de grande passe de Mazinho – entrou no lugar de Derley –, o atacante coral bateu de primeira, usando a perna esquerda, e diminuiu o placar com um golaço aos 20 minutos.

O Tricolor ainda tentou algumas vezes com Grafite, que entrou no lugar de Bruno Moraes, mas as jogadas pararam na defesa do time catarinense. A equipe catarinense, por sua vez, se guardou mais, porém não deixou de partir no contra-ataque, levando bastante perigo para a defesa do Santa Cruz. Mas a vantagem no placar também deu direito ao Figueira de valorizar a posse de bola, sem a necessidade de se mandar a todo instante ao ataque.

O jogo terminou 3 a 1 para o Figueirense, o que deixou o time catarinense na 15ª posição com 31 pontos. Já o clube tricolor mantém seu pesadelo na zona de rebaixamento, ocupando a indesejável 19º colocação do Campeonato Brasileiro.

Ficha de jogo 

Torneio: Campeonato Brasileiro – 27ª rodada

Local: Orlando Scarpelli 

Figueirense: Gatito Fernández; Ayrton, Bruno Alves, Werley e Pará; Jefferson, Renato, Elvis e Dodô; Rafael Moura e Lins (Ferrugem). Técnico: Marquinhos Santos

Santa Cruz: T. Cardoso; Léo Moura, Neris, Danny Morais e Luan Peres; Uillian Correia, Derley (Mazinho) e João Paulo; Pisano (Grafite), Keno e Bruno Moraes. Técnico: Doriva

Arbitragem: Paulo H Schleich Vollkopf (MS)

Assistentes: Eduardo Goncalves da Cruz (MS) / Cicero Alessandro de Souza (MS)

Gols: Ayrtonr; Lins (2)

Cartões amarelos: Pisano, Luan Peres, Léo Moura / Rafael Moura

Na fria Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, o São Paulo tenta nesta quinta-feira, às 21h30, no estádio Alfredo Jaconi, manter viva a única chance de título na temporada e afastar o risco de vexame na Copa do Brasil. A responsabilidade do time é grande - precisa ganhar por dois gols de diferença para reverter a vantagem de 2 a 1 sobre o Juventude e passar às quartas de final do torneio.

O encontro faz o São Paulo rever o responsável pelo início da pior fase da sua recente crise. A derrota para o clube da Série C do Campeonato Brasileiro na ida, no estádio do Morumbi, na capital paulista, há pouco menos de um mês, desencadeou a ira da torcida. Dias depois o CT da Barra Funda acabou invadido por integrantes de torcida organizada e três jogadores foram agredidos.

O momento melhorou em campo nas últimas partidas pelo Brasileirão, mas não o suficiente para garantir à equipe o papel de favorita a reverter a desvantagem. O 12.º colocado na Série A não ganha por dois gols de vantagem como visitante há mais de um ano.

A última vitória do São Paulo fora de casa por no mínimo dois gols de diferença foi justamente nas oitavas de final da Copa do Brasil do ano passado. Após perder no Morumbi por 2 a 1 para o Ceará, o time foi buscar a classificação em Fortaleza ao fazer 3 a 0.

Com a necessidade de marcar gols, o setor ofensivo do time é um dos que mais preocupa o técnico Ricardo Gomes. A equipe tem o quinto pior ataque do Brasileirão. "O São Paulo tem que conquistar a classificação. Não será fácil, mas precisamos fazer um grande jogo", disse o lateral-direito Bruno.

Em busca do título inédito da Copa do Brasil, o clube do Morumbi jamais foi eliminado na competição por um time da Série C. O maior vexame histórico da equipe para azarões no torneio foi dar adeus em 1990 nas quartas de final para o Criciúma, então na Série B.

A preparação para a partida no estádio Alfredo Jaconi teve a baixa do meia Michel Bastos no último treino. "No momento do chute, o Michel sentiu dores e teve um travamento no joelho esquerdo", explicou o médico do clube, José Sanchez. O jogador não viajou com o elenco.

O último treino teve atenção especial aos pênaltis. Afinal, caso o São Paulo devolva o placar de 2 a 1, a decisão da vaga será nas cobranças decisivas. A atividade foi fechada para a imprensa. "Todo treino tem uma surpresa, jogada ensaiada, trabalho específico. Ainda mais em uma partida de Copa do Brasil, decisiva. Temos que criar algo para surpreender o Juventude", disse Bruno.

AMBIENTE FESTIVO - O Juventude vive momento de êxtase por ter se classificado no último fim de semana às quartas de final da Série C. O time vai enfrentar o Fortaleza na próxima fase e caso leve a melhor, já terá o acesso garantido.

A vitória sobre o São Paulo no primeiro confronto incentivou a diretoria do Juventude a usar a presença do time paulista na cidade para lançar um novo uniforme. Em uma parceria com a prefeitura de Caxias do Sul, a equipe vai vestir uma camisa alusiva ao Dia da Árvore, comemorado nesta quarta-feira.