Cientistas chineses relataram nesta quinta-feira (26) que é possível, embora raro, que mulheres grávidas com o vírus SARS-CoV-2 infectem seus bebês.
A equipe acompanhou 33 mulheres grávidas de Wuhan, cidade onde a doença por trás da pandemia de COVID-19 foi identificada e descobriu que três bebês foram infectados com o novo coronavírus ao nascer (uma taxa de nove por cento, embora em uma amostra muito pequena).
Relataram suas descobertas no Jornal da American Medical Association (JAMA) Pediatrics, no qual escreveram: "Como procedimentos rígidos de controle e prevenção foram implementados durante o parto, é provável que as fontes do SARS-CoV-2 nas vias respiratórias superiores dos recém-nascidos ou nos ânus sejam de origem materna".
SARS-CoV-2 é o nome técnico do vírus.
Todos os três bebês infectados eram do sexo masculino, e todos nasceram por cesariana porque suas mães tiveram pneumonia associada à COVID-19.
Além disso, um deles nasceu prematuro com 31 semanas, por conta do sofrimento fetal, e precisou ser reanimado.
Os dois bebês que nasceram no tempo esperado apresentaram letargia e febre, e um teve pneumonia. Ambos foram tratados em unidades de terapia intensiva e testaram negativo para o vírus no sexto dia de vida.
O bebê prematuro apresentou a doença mais grave, incluindo pneumonia, falta de ar e sepse, as quais foram todas resolvidas com tratamento em terapia intensiva, incluindo ventilação, antibióticos e cafeína, enquanto seu teste de coronavírus retornou negativo no seu sétimo dia de vida.
Os três sobreviveram.
Especialistas chineses relataram anteriormente que pode ser possível que a chamada "transmissão vertical" da mãe grávida para o bebê ocorra, depois que um recém-nascido foi detectado com o vírus 30 horas após o nascimento.
Isso pode ocorrer na placenta ou durante o parto.
"Portanto, é crucial rastrear as mulheres grávidas e implementar medidas rigorosas de controle de infecções, quarentena para mães infectadas, e acompanhamento de perto" dos recém-nascidos, concluiu a equipe.