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A virada repentina na política anticovid de Pequim tem gerado preocupação no mundo, a começar pelos Estados Unidos, que anunciaram que estudam restrições para viajantes do gigante asiático.

A China eliminou a exigência de quarentena para visitantes estrangeiros a partir de 8 de janeiro, a última medida em vigor em sua rígida política de "Covid zero".

Com a medida, a população chinesa correu para comprar passagens aéreas internacionais. Mas hospitais e crematórios em toda China continuam sobrecarregados, principalmente de idosos.

Os jornalistas da AFP viram, nesta quarta-feira (28), dezenas de pacientes com Covid-19, a maioria idosos, deitados em macas nas áreas de emergência dos hospitais de Tianjin, a 140 quilômetros de Pequim.

Um médico admitiu que a equipe médica terá de continuar trabalhando, mesmo que teste positivo para o coronavírus.

Outros países expressaram preocupação com a possibilidade de surgimento de novas variantes, devido ao aumento de casos na China.

Ontem, autoridades americanas anunciaram que o país está considerando a possibilidade de impor restrições aos viajantes procedentes da China, depois que Japão, Índia e outros decidiram exigir testes de PCR de passageiros com mesmo local de partida.

"A comunidade internacional está cada vez mais preocupada com os surtos contínuos de Covid-19 na China e a falta de dados transparentes, incluindo os dados de sequências genômicas virais", disseram as autoridades americanas.

Diante disso, Washington "considera tomar medidas similares" às de países como Japão e Malásia, acrescentaram.

Taiwan, a ilha autônoma de soberania reivindicada pela China, anunciou hoje que também pedirá testes de visitantes oriundos da China.

- Previsível e controlado -

As medidas de flexibilização de Pequim puseram fim ao regime de "covid zero", com testes em massa, confinamentos e extensas quarentenas que paralisaram sua economia e provocaram protestos em todo país.

"O desenvolvimento atual da situação epidemiológica chinesa é previsível e controlado", garantiu o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, nesta quarta-feira.

"O exagero, a difamação e a manipulação política com segundas intenções não resistem à prova dos fatos", acrescentou Wang, que chamou a cobertura da imprensa ocidental sobre a covid na China de "totalmente tendenciosa".

Desde março de 2020, os passageiros que chegavam à China tinham de passar por uma quarentena obrigatória.

O tempo do confinamento foi reduzido de três para uma semana em junho e para cinco dias no mês passado, antes de ser completamente eliminado em janeiro de 2023.

Na terça, as autoridades de imigração disseram que vão voltar a emitir passaportes para fins turísticos a partir de 8 de janeiro, após anos de rígidos controles de saída.

- Rastrear casos -

O surto de casos no inverno (verão no Brasil) ocorre antes do longo feriado do Ano Novo Chinês em janeiro, quando centenas de milhões de pessoas costumam viajar para visitar suas famílias.

Nesta quarta, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou 5.231 novos casos de covid e três mortes, depois de estreitar os critérios para definir se uma morte foi causada pelo coronavírus.

Os números divulgados podem ser menores do que a realidade, porque as pessoas não são mais forçadas a relatar o contágio.

Hoje, usam dados de consultas on-line, visitas hospitalares, pedido de medicamentos para febre e chamadas de emergência para "cobrir as limitações dos números (oficiais) relatados", disse Yin Wenwu, funcionário do controle de doenças, à imprensa na terça-feira.

Diante da falta de remédios básicos, as autoridades da cidade de Pequim planejam distribuir Paxlovid, um remédio contra a covid, em hospitais locais e clínicas comunitárias.

O Democratas realiza nesta quinta-feira sua convenção nacional tentando passar a ideia de "refundação" do partido. Para isso, a legenda promoveu alterações que vão desde a eleição de um novo presidente até a mudança de seu logotipo.

O logotipo da sigla foi alterado para um "D em movimento", como define o líder do partido na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP), feito com linhas da cor azul e verde. A imagem substituirá o antigo logotipo: uma árvore com folhas com as mesmas cores do "D em movimento".

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O partido também elegerá o prefeito de Salvador, ACM Neto, como seu novo presidente. Ele substituirá o senador Agripino Maia (RN), que comandava a sigla desde março de 2011. A mudança se deu após Agripino virar réu em dezembro por suspeita de corrupção na construção do estádio-sede da Copa de 2014 em Natal.

A primeira medida de ACM Neto como presidente será destituir os presidentes das comissões provisórias estaduais e municipais do partido. Novos dirigentes serão escolhidos nas próximas semanas. A medida visa acomodar a chegada de novos filiados à legenda.

Guinada ao centro

Na convenção, o Democratas também divulgará manifesto no qual apresenta suas prioridades na área econômica e social. No documento, o partido se define como de "centro democrático", abandonando a roupagem de direita que acompanhou a legenda desde que se chamava de PFL.

"Houve, sem dúvida, nos últimos anos, uma mudança geracional no Democratas, que veio fazendo com que o partido refinasse suas ideias. O mundo muda muito rápido, e é natural que partidos possam também mudar. O partido deve modernizar sua compreensão sobre o País, sobre a sociedade, sobre a política", justificou ACM Neto.

No evento, o Democratas deve oficializar a pré-candidatura à Presidência da República do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). O partido não lançava um candidato desde as eleições de 1989, quando ainda se chamava PFL e lançou Aureliano Chaves como presidenciável.

Passado o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e confirmado o seu afastamento definitivo, o presidente em exercício Michel Temer prepara uma revisão na área social, com mudanças em programas petistas, a retomada da reforma agrária e a implementação de iniciativas de impacto eleitoral. O objetivo do novo governo é desconstruir o discurso de que a gestão peemedebista representaria um retrocesso, além de se aproximar das camadas mais pobres, que formaram a principal base de apoio às gestões Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta é "repaginar" pelo menos cinco programas considerados bandeiras do PT - Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Ciência sem Fronteiras, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e Transposição do São Francisco - e lançar outros dois - um destinado a atender crianças da primeira infância e outro de reforma de casas populares, com recursos federais.

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Após as eleições municipais, Temer deve lançar um plano de inclusão produtiva, que pretende dar uma nova cara ao Bolsa Família. Depois de anunciar um reajuste de 12,5% no valor do benefício, o Planalto quer combater a informalidade no mercado de trabalho verificada entre os atendidos pelo programa - cerca de 14 milhões de famílias. A ideia é estimular que tenham carteira de trabalho assinada, garantindo o recebimento do benefício por um a dois anos mesmo depois de empregados.

"Não tem nenhum retrocesso na agenda social, só temos uma visão diferente: o governo anterior tinha uma visão mais assistencialista, enquanto nós achamos que as pessoas não precisam se conformar com o benefício", disse ao Estado o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra. "Da maneira como está, ninguém sai do Bolsa Família, só entra."

O governo estuda ainda organizar pequenas incubadoras de startups para jovens beneficiados e parcerias com gigantes do setor de informática a fim de estimular o empreendedorismo. Prefeitos cujos municípios registrem a maior proporção de famílias emancipadas receberão diploma das mãos de Temer, fortalecendo o discurso de combate à pobreza, e serão premiados - o valor deve ficar entre R$ 100 mil e R$ 3 milhões, segundo Terra.

O roteiro para os primeiros meses do governo efetivo de Temer inclui o lançamento do Criança Feliz, projeto que prevê o acompanhamento de crianças de até 3 anos que são filhas de beneficiários do Bolsa Família. "Os programas de desenvolvimento (social) serão mantidos e majorados. O governo busca normalizar e pacificar o País", disse o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha.

O Estado apurou que Temer deverá anunciar no próximo mês uma nova política de reforma agrária, conferindo aos beneficiados o título de domínio da propriedade e retirando de movimentos sociais, como o MST, o papel de selecionar as famílias. O Planalto também pretende corrigir distorções apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que identificou até casos de servidores públicos beneficiados com a distribuição de terras.

No dia 9 deste mês, Temer lançou um programa de revitalização de R$ 1,2 bilhão da Bacia do Rio São Francisco intitulado "Novo Chico", que inclui recuperação de áreas, controle de processos erosivos e a implementação de técnicas de irrigação mais modernas. A transposição e a recuperação do rio foram uma das principais bandeiras da campanha à reeleição de Dilma, impulsionando seu desempenho no Nordeste - depois de muitos atrasos, a obra só deverá ficar pronta em 2017.

Educação

Outra marca de Dilma que será alterada é o Pronatec, que deverá oferecer cursos mais voltados para a realidade de cada município. Até aqui uma das mudanças mais drásticas implementadas pelo governo Temer se deu no Ciência sem Fronteiras, considerado um dos "xodós" da petista.

O programa será reformulado, com o fim das bolsas para graduação, e dará prioridade a jovens pobres do ensino médio matriculados em escolas públicas. "Eles estão destruindo esses programas e reduzindo recursos para a educação", criticou o ex-ministro Miguel Rossetto, um dos auxiliares mais próximos de Dilma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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