Tópicos | Gustavo Perrella

O governo do presidente Michel Temer deu continuidade às mudanças promovidas em cargos de segundo e terceiro escalão, que estão sendo feitas nos últimos dias, em meio às negociações para a votação da reforma da Previdência.

No Ministério dos Esportes, foi exonerado do cargo de secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Gustavo Henrique Perrella Amaral Costa. Gustavo é filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para seu lugar, foi nomeado André Luis Argolo Ribeiro, atual diretor do Departamento de Futebol.

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Foi nomeado ainda o diplomata Carlos Alberto Franco França para o cargo de chefe de Cerimonial adjunto do gabinete pessoal de Temer. No Ministério da Justiça foi nomeado diretor de Políticas Penitenciárias Joel Amaral Júnior, que substitui Josué Filemom Ribeiro Pereira, exonerado.

No Ministério da Ciência e Tecnologia, foi exonerado o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Jailson Bittencourt de Andrade. No Ministério das Cidades, foi nomeado Ériton Orlando de Oliveira Beckenkamp chefe de gabinete do ministro Alexandre Baldy.

O novo diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) será Fabiano Mezadre Pompermayer.

Na Secretaria Nacional de Juventude foi nomeado coordenador-geral de Políticas Setoriais Helber Augusto Reis Borges, que entra no lugar de José Antonio de Melo Filho, exonerado. Na Secretaria de Governo, foi nomeada Paula Araújo Corrêa para o cargo de assessora.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - órgão ligado ao Ministério da Fazenda responsável por rastrear transações suspeitas - comunicou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Gustavo Perrella, sacou R$ 103 mil no dia 13 de abril da conta da Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, empresa da qual Gustavo é sócio.

O levantamento do dinheiro ocorreu um dia depois da entrega de mala de R$ 500 mil da JBS a um primo de Aécio Neves, Frederico Pacheco, que repassou o montante ao assessor de Perrella, Mendherson Souza. O órgão flagrou Mendherson provisionando a retirada do valor suspeito, em espécie, da conta da Tapera, em um banco, que foi sacado posteriormente por Gustavo.

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A PGR suspeita de que a Tapera tenha sido a destinatária de parte dos R$ 2 milhões solicitados por Aécio a Joesley Batista, da JBS. O relatório do Coaf é mais um dos indícios levantados pelos procuradores de que o montante tenha ido parar na empresa do filho de Perrella.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende Gustavo e Perrella, afirmou que "há um erro evidente de interpretação" do Coaf. "Gustavo nunca fez nenhum saque e nenhum depósito na Tapera."

O Diário Oficial da União desta terça-feira traz a exoneração de Ricardo Crachineski Gomyde (PCdoB-PR) do cargo de secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. Isso abre caminho para que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), confirme ex-deputado estadual mineiro Gustavo Perrella (SD) como novo secretário das questões ligadas ao futebol.

A troca envolve dois dirigentes ligados a clubes de futebol. Ricardo Crachineski estava no cargo há apenas um mês e meio, tendo sido nomeado pelo ministro interino Ricardo Leyser (PCdoB-SP) em abril. Ele foi presidente da secretaria estadual de Esporte do Paraná, deputado estadual e, no ano passado, foi derrotado em eleição para a presidência da Federação Paranaense de Futebol (FPF), com apoio de Atlético-PR e Coritiba.

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Ele será substituído por Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro. Os dois ocuparam o noticiário em novembro de 2013, quando Polícia Federal apreendeu meia tonelada de cocaína em um helicóptero pertencente à família Perrella. A Justiça não viu envolvimento deles com o caso.

Na semana passada, Picciani nomeou Vanderley Alves dos Reis Júnior, conhecido como Vandinho Pitbull, filho do cantor Wando, como assessor especial no Ministério. Ele já foi condenado por porte ilegal de armas e de drogas e dupla tentativa de homicídio.

Criticado pelas escolhas, Picciani anunciou no fim de semana a escolha de Luiz Lima para a Secretaria de Esporte de Alto Rendimento. Lima disputou duas Olimpíadas nos 400m livre e 1.500m livre na natação e segue sendo um dos grandes nomes das maratonas aquáticas no País, agora nadando provas amadoras.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2), no Rio de Janeiro, reformulou decisão de primeira instância e determinou a devolução para a família do senador Zezé Perrella (PDT-MG) do helicóptero apreendido com 443 quilos de cocaína, em novembro do ano passado, no Espírito Santo.

A decisão contrariou parecer do Ministério Público Federal, que defendida que o embargo deveria ser mantido até o trânsito em julgado do processo e que a apreensão da aeronave interessaria à instrução criminal.

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A ação tem como réu o piloto Rogério Almeida Antunes, ex-funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que havia sido indicado para o cargo pelo deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), filho do senador e um dos sócios da empresa na qual a aeronave está registrada.

Em janeiro, a Justiça Federal no Espírito havia indeferido pedido da defesa e determinado que o helicóptero modelo Robinson 66 ficasse à disposição do governo estadual e da Polícia Federal. Em decisão cautelar, o juiz Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa entendeu que o confisco do bem atendia ao "interesse público no combate ao narcotráfico".

Recurso

Há uma semana, no dia 12, o TRF 2 acolheu a tese apresentada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que representa a família Perrella. A defesa alegou que não havia provas de envolvimento dos donos da aeronave com o transporte da droga. O recurso foi acatado por 2 votos a 1.

Pela decisão do TRF 2, a empresa dona do helicóptero, Limeira Agropecuária e Participações, fica proibida de alienar ou se desfazer da aeronave até o final da tramitação do processo. A empresa foi constituída por Zezé Perrella, que, posteriormente, doou as cotas para três herdeiros, entre eles Gustavo, candidato a deputado federal nesta eleição. "Meu cliente foi vítima de apropriação indébita. Em nenhum momento havia o mínimo indício da participação dele com o episódio", disse Kakay.

A PF apreendeu o helicóptero em uma fazenda no município de Afonso Cláudio (ES). Segundo o inquérito da PF, um dia antes da operação policial a aeronave esteve no Paraguai. Além do piloto foram presas outras três pessoas. Elas foram denunciados por tráfico internacional de drogas. Como Gustavo possui foro privilegiado, o processo que o citava foi remetido para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que, por sua vez, mandou arquivar o procedimento por falta de provas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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