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O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, exonerou Jorge Henrique Luz Fontes do cargo de chefe de gabinete da secretaria executiva do GSI. A portaria está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira e informa que a exoneração é feita "a pedido".

O secretário executivo do GSI, general Ricardo Nigri, a quem Jorge Fontes estava subordinado, já tinha sido exonerado, também a pedido, na semana passada, logo após a saída do general Gonçalves Dias do comando do órgão.

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G. Dias pediu para deixar o posto depois da divulgação na imprensa de vídeos mostrando agentes do GSI deixando o Palácio do Planalto à mercê dos vândalos que o invadiram no dia 8 de janeiro deste ano. G.Dias aparece nas imagens.

Nesta quarta-feira (1º), Raquel Lyra (PSDB) completou seu primeiro mês no governo em meio a polêmicas, iniciativas apoiadas pelos pernambucanos e agendas junto à população. Como prometido, a chefe do Executivo Estadual não se distanciou do compromisso de "arrumar a casa", mas toda essa vontade resultou em alguns equívocos que fizeram ela voltar atrás. 

Um dia após assinar a posse ao lado da vice Priscila Krause (Cidadania), Raquel decretou a exoneração de  2.754 cargos comissionados e dispensou as funções gratificadas de uma só vez. Os efeitos desse primeiro ato travaram as funções mais básicas do serviço público, como a emissão de carteiras de habilitação pelo Detran. 

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O decreto manteve dirigentes de áreas essenciais como hospitais, presídios e escolas foram mantidos, mas, ainda assim, a matrícula de alunos na rede estadual de ensino também foi comprometida. A exoneração em massa foi duramente criticada por órgãos, entidades e pela população, com a limitação do acesso aos serviços mantidos pelo estado. Os prejuízos da sua primeira medida fizeram a governadora voltar atrás e incluir as funções gratificadas dos gestores escolares para normalizar o cadastro dos estudantes.

Corte de gastos da máquina- No dia 5, o "Plano de Qualidade de Gastos" foi lançado com o objetivo de economizar R$ 150 milhões até o fim do ano. Esse dinheiro ficaria nos caixas através de cortes em contratos públicos com combustível, diárias e veículos. Essa movimentação foi fundamental para ela estruturar os eixos da sua Reforma Administrativa. Os primeiros dias de governo também serviram para Raquel mostrar o compromisso com a pauta do abastecimento de água e começar a regularizar a distribuição na Zona Norte do Recife.

Tentativa de golpeO ataque golpista à Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal, no dia 8, repercutiu na agenda da gestora com uma reunião virtual de emergência com os governadores e líderes do governo federal. No dia seguinte, ela anunciou o envio de 50 policiais militares para reforçar a segurança de Brasília e viajou à capital federal para encontrar pessoalmente com o presidente Lula (PT) e debater com os demais governadores sobre as medidas tomadas por cada estado para conter as manifestações que pediam um golpe de estado. 

Reforço nas policiais- No dia 12, foi apresentada a Operação Pernambuco Seguro,  com o  aumento diário de 30% do efetivo policial lançado às ruas. A iniciativa com interesse em oferecer uma sensação de segurança aos pernambucanos foi viabilizada pelo investimento de R$ 7,5 milhões nas policiais Militar, Civil, Científica e no Corpo de Bombeiros.

Inércia diante do aumento dos salários- O início da segunda quinzena do mês foi marcado por uma nova polêmica sobre o aumento de 126% no salário da própria governadora. Raquel teve o prazo de 15 dias, mas não se manifestou sobre o projeto que reajustou a quantia de R$ 9,6 mil para R$ 22 mil. A lei também subia os salários da vice Priscila e do seu secretariado para R$ 18 mil.

Sem qualquer objeção da gestão estadual, a lei proposta pelo legislativo foi sancionada automaticamente com a assinatura do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros (PSB). Também foi reajustada a remuneração dos deputados de R$ 25 mil para R$ 29,4 mil já em janeiro, com a previsão de um novo reajuste para R$ 31,2 mil em abril. A estimativa é que os novos salários custem R$ 25 milhões no orçamento do Estado neste ano. A norma ainda deixou programado os aumentos dos salários dos deputados para R$ 33 mil em fevereiro do próximo ano e R$ 34,7 mil em fevereiro de 2025.

No mesmo dia em que os parlamentares criaram os auxílios saúde, moradia e alimentação, que superaram R$ 12.377 mensais para cada um, 39 deputados estaduais aprovaram a Reforma Administrativa de Raquel. A proposta da governadora é reestruturar a organização das secretarias, o que gerou o aumento de servidores comissionados em relação à antiga gestão. O número de funcionários nomeados por indicação do secretariado passou para  2,7 mil, sendo 168 cargos novos. Entre as mudanças também foi estabelecido o aumento do teto de gratificações para R$ 3 mil e o ajuste no quadro de servidores de 2,1%, com o aumento de gastos do estado em R$ 25 milhões.

Diálogo com Prefeituras e pedidos a Lula- No meio dessa articulação com as Prefeituras, a governadora fez uma nova viagem para Brasília onde expôs ao presidente Lula que as pautas prioritárias para Pernambuco são a requalificação do metrô do Recife, o investimento em habitação de interesse social, a continuidade das obras da Transnordestina e a conclusão da transposição do Rio São Francisco.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, exonerou a ex-coordenadora da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Carla Fonseca de Aquino Costa, que havia sido escolhida para comandar uma das diretorias da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A demissão do cargo foi publicada nesta sexta-feira (27), no Diário Oficial da União, um dia após reportagem do Estadão sobre a atuação de Carla Costa durante a gestão Jair Bolsonaro. Ela havia sido nomeada para o novo posto na quarta-feira (24), pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Carla Costa foi braço direito do delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, que presidia a Funai. Em outubro do ano passado, participou de uma reunião com Xavier e demais diretores, que receberam uma visita de Padre Kelmon (PTB), o candidato bolsonarista nas eleições de 2022. De mãos dadas com Padre Kelmon, Carla Costa e demais diretores rezaram dentro das dependências da Funai.

Padre Kelmon, como todo o País acompanhou durante as eleições passadas, atuou como um tipo de "candidato laranja" de Bolsonaro, usado em debates de televisão para provocar Lula. Em diversas ocasiões, protagonizou episódios em que conseguia irritar o então candidato petista.

Na quinta-feira, ao ser questionada pela reportagem, a Casa Civil declarou que a nomeação de Carla Costa, embora já publicada no Diário Oficial da União, estava em análise pelo ministério. "O governo está na fase de transição para a nova estrutura e, neste momento, muitos servidores que já atuavam nas diversas instâncias do governo federal foram nomeados em funções na nova gestão", afirmou a pasta, e acrescentou: "isso não implica na manutenção dessas pessoas no quadro de servidores. Os perfis estão sendo avaliados e, em alguns casos, servidores são exonerados. O caso da referida servidora está em análise."

Carla Costa disse que ocupou "diversas posições e cargos de confiança, em diversos governos" e negou que tenha atuado com um braço direito de Marcelo Xavier, embora essa seja a visão dos servidores da Funai. "Minha atuação sempre foi técnica, pautada nos princípios da administração pública, que, dentre outras atribuições regem a conduta do servidor público que está sempre a serviço do Estado Brasileiro, e não de um determinado governo", declarou.

Embates com indígenas

Ao lado de Marcelo Xavier, Carla Costa atuou em inúmeros embates com os povos indígenas, chegando até mesmo a transformar processos de licenciamento em casos de polícia contra as próprias etnias. Carla Costa foi, inclusive, alvo de pedido de demissão, devido à sua atuação no setor.

Reportagem publicada pelo Estadão em agosto de 2020 revelou que lideranças indígenas caiapó enviaram uma carta ao então presidente da Funai, Marcelo Xavier, para pedir a exoneração da coordenadora de licenciamento. Na avaliação dos indígenas, Carla atuava para travar a renovação do programa ambiental prometido aos indígenas, dentro do processo de licenciamento de obras na BR-163, no Pará.

"Exigimos a exoneração da coordenadora da CGLic (Coordenação Geral de Licenciamento), Carla Fonseca de Aquino Costa, que é uma funcionária do Ministério do Meio Ambiente e está na Funai travando a liberação de nosso PBA (Plano Básico Ambiental)", afirmaram os indígenas, na carta. Não foram ouvidos e Carla Costa seguiu no cargo.

Em junho de 2021, indígenas da etnia Waimiri Atroari, em Roraima, também tiveram uma série de desentendimentos envolvendo os atos de Carla Costa e Marcelo Xavier, durante o processo de licenciamento da linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Em uma carta, a Associação Comunidade Waimiri Atroari chegou a declarar que não iria seguir com qualquer diálogo com ambos.

Outro projeto polêmico que contou com a participação de Carla Costa é a recuperação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO) e que o governo Bolsonaro tentou pavimentar. O empreendimento polêmico enfrenta forte resistência da ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Três meses atrás, Carla Costa deixou a Coordenação Geral de Licenciamento da Funai para assumir, ainda na gestão Bolsonaro, a secretaria de apoio ao licenciamento no PPI, quando esta divisão ainda ficava vinculada ao extinto Ministério da Economia.

A Secretaria do PPI é um órgão estratégico dentro do governo federal. Não por acaso, chegou a ser alvo de disputas entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Ao fim, Rui Costa acabou levando a melhor e ficou com a área que, na prática, coordena os grandes projetos de concessão de infraestrutura do governo federal.

Carla Costa tem ligações com a equipe de trabalho que atuou no hoje extinto Ministério da Infraestrutura, que era comandado por Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo pelo Republicanos.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a lista de militares dispensados das funções de segurança da Presidência da República. O Diário Oficial da União, desta quarta-feira (18), publica a exoneração de 14 integrantes das Forças Armadas que estavam atuando no Gabinete de Segurança Institucional. O GSI é responsável pela segurança do presidente e vice-presidente e também do Palácio do Planalto e das residências oficiais.

Na terça-feira (17), outros 56 militares já tinham sido dispensados, sendo que 45 cuidavam da segurança do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto. Nesta quarta, também foi exonerado o tenente-coronel da Aeronáutica Max Steinert, que ocupava a função de assessor militar na Secretaria Geral da Presidência. Além dele, outros 13 militares das três Forças foram dispensados de atuar no GSI.

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O afastamento desses militares ocorre num contexto de "perda de confiança" em parte dos militares assumida publicamente pelo presidente Lula. "Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula ao Estadão, quando questionado sobre se sentia ameaçado. Até o fim desta semana, Lula terá encontro com os comandantes das Três Forças. Na conversa deverá falar dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília e voltar a insistir que as Forças Armadas não devem ser partidarizadas, como ocorreu na gestão de Jair Bolsonaro.

Na terça, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que as exonerações atingiram cargos de "extrema confiança" e avisou que outras demissões estão por vir. Segundo ele, a maior parte ocorrerá a partir do dia 23 de janeiro. "O grosso das nomeações e exonerações será feito a partir do dia 23 até fim do mês. Tem muita gente para sair e entrar", disse Costa. "O governo que saiu tem pouca ou nenhuma sintonia com o que entrou, o pensamento em todas as áreas é muito diferente, portanto não poderíamos conviver com os mesmos assessores. Alguém achava que íamos manter os assessores do governo anterior? Não é razoável que fosse assim. O regime de governo mudou. Se mudou a filosofia, mudou o conteúdo, então tem que mudar quem está implementando isso", afirmou.

Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarar que "perdeu a confiança" em parte dos militares e, por isso, não indicou até o momento oficiais para atuar ao seu lado como ajudantes de ordem, o governo petista dispensou 43 cabos, sargentos, soldados, um tenente e um coronel da Polícia Militar do Distrito Federal. O contingente tinha como função cuidar tanto do Palácio da Alvorada como de outras residências oficiais da Presidência, incluindo a Granja do Torto.

Os atos de exoneração foram publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (17). A mais alta patente dispensada da função foi o coronel da PM do DF Marcelo de Oliveira Ramos. A lista tem ainda militares da Marinha, Exército e Aeronáutica.

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Na semana passada, Lula admitiu ao Estadão que perdeu a confiança em parte dos militares. Por conta disso, continuava sem ajudante de ordem, função tradicionalmente ocupada por oficiais de uma das três Forças.

"Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula à reportagem, quando questionado sobre se sentia ameaçado. O presidente dissera, durante um café da manhã com jornalistas, que entregaria o cargo aos seguranças que já trabalham com ele desde 2010, entre eles militares aposentados, como o capitão Valmir Moraes.

Durante a campanha eleitoral, o presidente teve sua proteção pessoal realizada por agentes e delegados da Polícia Federal. Depois que foi eleito, preferiu manter a PF executando a função. Tradicionalmente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) cuida da segurança do presidente e vice-presidente da República e seus familiares. Até momento, no entanto, a proteção ainda estaria sob a responsabilidade de policiais federais. Quando serviço é executado pelo GSI, os agentes destacados são militares.

No café da manhã com jornalistas na semana passada, Lula mandou recados às Forças Armadas. Declarou que elas não têm o "poder moderador que pensam que têm". Esse poder que não está previsto na Constituição foi defendido publicamente por seguidores e auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O deputado estadual João Paulo (PT), ex-prefeito do Recife, expressou preocupação com o rumo do carnaval pernambucano em 2023, que acontece em menos de dois meses. Chamando a festividade de "nossa folia", levando em conta que o período carnavalesco é um dos mais fortes traços culturais que Pernambuco exporta, o parlamentar criticou as exonerações de servidores e comissionados dos órgãos e pastas que gerem o setor cultural do estado.

"E o carnaval? Com a Secretaria de Cultura e Fundarpe esvaziadas pelo decreto da governadora Raquel Lyra, que demitiu os cargos comissionados e suspendeu as cessões, a nossa folia - e toda economia que ela movimenta - pode ser gravemente prejudicada. Este é justamente o momento de montar as grades, licitar estruturas, realizar contratações e planejar a festa que é a cara de Pernambuco. Um trabalho enorme e que exige certa experiência da equipe técnica”, escreveu o petista. 

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Na sua primeira semana de atuação, a governadora Raquel Lyra (PSDB) promoveu um "exoneraço", medida que é comum aos períodos de transição. Apesar de ter revogado algumas das medidas - apenas para setores considerados essenciais, como saúde, educação e sistema penitenciário -, a decisão desfalcou equipes da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que possuem novos chefes (Silvério Pessoa e Renata Borba, respectivamente).

Este será o primeiro carnaval promovido publicamente e sem restrições, desde o começo da pandemia, em março de 2020. Para João Paulo, o setor pode não estar organizado o suficiente, especialmente no âmbito financeiro, para conseguir promover a festa.

"Depois de dois anos sem Carnaval, por causa da pandemia, artistas e os trabalhadores de cultura - que mantém vivas nossas tradições e movimentam a economia do nosso Estado - poderão sofrer as consequências de uma decisão radical e sem diálogo", concluiu.

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 Após a crítica pública de sindicatos, da sociedade civil e da classe política, a governadora Raquel Lyra (PSDB) comentou sobre o decreto que exonera praticamente todo o quadro de servidores comissionados e em função gratificada no estado. A gestora adotou um tom de mudança radical em seu terceiro dia no governo, mas a determinação foi recebida como o prenúncio de um eventual caos na administração. 

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Nas redes sociais, Raquel falou em reorganizar a máquina do estado e afirmou que está focada na Reforma Administrativa que será encaminhada à Assembleia Legislativa. Sobre o decreto, a governadora mencionou que o estado atravessa uma situação difícil e que vai fazer as coisas de "um jeito diferente" da gestão anterior. O novo secretário de Turismo, o ex-deputado Daniel Coelho, saiu em defesa da chefe.

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Em uma nota emitida na manhã desta quarta (4), a Secretaria de Imprensa afirmou que o decreto foi alterado e reforçou que os cargos nas áreas essenciais, como as equipes gestores de unidades de ensino estadual, estão resguardados e que os serviços que envolvam atendimento ao público estão sendo priorizados. 

"O decreto reflete a necessidade de adoção de medidas administrativas de início de mandato, típicas de um processo real de transição, no sentido de garantir as mudanças necessárias para o Estado", indica um trecho do comunicado.

O ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, exonerou dois secretários do Ministério da Cidadania, segundo portarias publicadas em edição extra do Diário Oficial que circula nesta segunda-feira (15).

Segundo os atos, estão sendo exonerados do cargo Ely Harasawa, secretária nacional de Atenção à Primeira Infância da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania; e o ex-jogador de vôlei Emanuel Fernando Scheffer Rego, secretário nacional de esporte de alto rendimento da Secretaria Especial do Esporte.

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A juíza Noemi Martins de Oliveira, da 5ª Vara Cível Federal de São Paulo, suspendeu trechos do decreto do governo Jair Bolsonaro que extinguiu cargos comissionados e funções de confiança na esfera federal. A medida alcança somente servidores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e atende pedido do Ministério Público Federal em ação civil pública contra a União.

De acordo com a Procuradoria, Bolsonaro extrapolou competência constitucional ao baixar o decreto 9.725, em março deste ano. A medida previa a extinção de diversos cargos e funções comissionadas, vagos e ocupados, da esfera federal. A medida previa a exoneração e dispensa de servidores que ocupassem as funções.

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Segundo o Ministério Público Federal, o decreto atingiu 117 servidores da Unifesp de forma inconstitucional, pois o presidente somente pode dar fim a funções e cargos vagos. Em caso de servidores que já ocupam as funções, a extinção deve ser feita por projeto de lei aprovado pelo Congresso.

A Procuradoria afirmou que a medida comprometeu as funções da Unifesp, levando a acúmulo de tarefas de servidores e prejudicando o atendimento a estudantes e a comunidade paulista em atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.

No autos, o governo afirmou que não cometeu nenhuma inconstitucionalidade ao baixar o decreto e sustentou que a autonomia financeira das universidades se refere à "prerrogativa de gerir os seus próprios recursos e coexiste com a disponibilidade orçamentária" e que o presidente e seus ministros são os responsáveis pela direção superior da administração federal.

A juíza Noemi, no entanto, apontou que a Constituição atribui ao presidente a competência de extinguir cargos e funções mediante decreto somente quando estão vagos, e "imputa expressamente à lei" a competência para dar fim a cargos ocupados por servidores.

A liminar concedida pela magistrada suspende trechos do decreto em relação a cargos já ocupados e que a União não considere exonerados ou dispensados os servidores atingidos pela medida na data de publicação do decreto.

O decreto editado por Bolsonaro em março passado deu fim a 21 mil cargos comissionados no governo federal para gerar economia anual de R$ 194,9 milhões, segundo cálculos do Planalto. No mesmo dia, foram extinguidos 5.100 postos e 1.487 gratificações. Os demais cortes foram conduzidos em abril e julho deste ano.

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, deu ordem para que o comando das 15 coordenações de áreas da autarquia seja trocado. As exonerações já começaram e, em muitos casos, os coordenadores ficaram sabendo de suas demissões somente após publicação no Diário Oficial da União. Outros estão sendo avisados na véspera que, no dia seguinte, não estarão mais na coordenação da área.

Delegado da Polícia Federal, Marcelo Augusto Xavier assumiu a Funai em julho. Seu nome é apoiado pela bancada ruralista. Xavier atuou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai, em 2016, tendo apoiado os parlamentares que apuravam supostas irregularidades no órgão. Em 2017, ele chegou a pedir à Polícia Federal que tomasse "providências persecutórias" contra indígenas e ONGs em Mato Grosso do Sul que atuassem para entrar em propriedades rurais envolvidas em litígios, por ocuparem terras demandas pelos povos guarani e caiová.

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Debaixo de seu comando na Funai estão três diretorias - Diretoria de Administração e Gestão, Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável e Diretoria de Proteção Territorial -, as quais respondem, cada uma delas, por cinco coordenações de áreas.

Essas diretorias também passaram por mudanças recentes. Em agosto, a Diretoria de Proteção Territorial foi assumida pela advogada Silmara Veiga de Souza, que já atuou em caso de contestação de demarcação de terra indígena. No fim do ano passado, Silmara atuou como advogada de clientes que contestam o procedimento administrativo de identificação e delimitação da terra indígena Ka’aguy Hovy, localizada no município de Iguape, no litoral sul de São Paulo. Pouco antes de assumir a Funai, ela deixou de atuar como advogada da causa.

Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, as demissões no órgão estão sendo comunicadas sem nenhum tipo de diálogo com a presidência. Questionada sobre o assunto, a Funai declarou que "a exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança é um ato discricionário da autoridade competente". "É algo natural quando há renovação da presidência dentro de órgãos públicos, e, muitas das vezes necessário para que novas diretrizes de gestão sejam implementadas", informou.

Segundo a nota da assessoria, a posse de Marcelo Xavier como presidente da Funai "deu-se há mais de dois meses, em 24 de julho último; assim sendo, as mudanças nos cargos de confiança não estão sendo realizadas de forma abrupta, mas sim gradativas".

"Reiteramos, ainda, que todas as alterações observam a legislação e a regulamentação inerentes ao ato administrativo, prezando pela lisura e transparência ao cidadão", afirmou o órgão ligado ao Ministério da Justiça.

O até então ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) foi exonerado para concorrer às eleições, sem no entanto ter anunciado a que cargo pretende concorrer, e será substituído pelo atual Secretário de Educação Básica, Rossieli Soares. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (6) e a confirmação do nome de Rossieli foi dada pelo Ministério da Educação (MEC) nessa quinta-feira (5).

A exoneração de Mendonça é parte da reforma ministerial promovida por Michel Temer devido à aproximação das eleições de 2018. Pela lei, é necessário que os ministros que queiram se candidatar saiam dos cargos até no máximo seis meses antes do pleito, sendo o próximo sábado (7) o último dia do prazo para desligamento dos ministérios.  

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Quem é Rossieli? 

O novo ministro da Educação tem 39 anos e é natural da cidade de Santiago, no Rio Grande do Sul. Sua formação é de advogado e mestre em gestão e avaliação educacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 

No MEC desde o ano de 2016, foi secretário de Estado de Educação do Governo do Amazonas e presidente do Conselho Estadual de Educação do Amazonas, antes de ocupar o cargo de Secretário de Educação Básica. Ele também já foi assessor jurídico e diretor de planejamento no governo amazonense e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), onde participou da reformulação do ensino médio e na construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e ensino fundamental.

Reforma Ministerial

Também nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer (MDB) exonerou outros ministros que vão disputar cargos eletivos em 2018, com exceção do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que vai assumir a presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). 

Na lista de ministros que disputarão as eleições e foram exonerados nesta manhã, além de Mendonça Filho, estão o Minas e Energia (sem partido - TO), Fernando Coelho Filho (MDB-PE), o ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV-MA), o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (MDB-RJ), o ministro do Turismo, Marx Beltrão (MDB-AL) e o ministro do Desenvolvimento social, Osmar Terra (MDB-RS). 

Anteriormente, já haviam sido exonerados o ministro da Saúde, Ricardo Barros  (PP-PR), que foi substituído por Gilberto Occhi, e Maurício Quintella (PR-AL), do ministério dos Transportes, substituído por Casimiro Silveira. 

Além dos ministros, também houve a exoneração de ocupantes de outros cargos do governo, como a Secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes, o presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, o Diretor-Geral Brasileiro da ITAIPU, Luiz Fernando Leone Vianna, e o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. 

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O governo do presidente Michel Temer deu continuidade às mudanças promovidas em cargos de segundo e terceiro escalão, que estão sendo feitas nos últimos dias, em meio às negociações para a votação da reforma da Previdência.

No Ministério dos Esportes, foi exonerado do cargo de secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor Gustavo Henrique Perrella Amaral Costa. Gustavo é filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para seu lugar, foi nomeado André Luis Argolo Ribeiro, atual diretor do Departamento de Futebol.

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Foi nomeado ainda o diplomata Carlos Alberto Franco França para o cargo de chefe de Cerimonial adjunto do gabinete pessoal de Temer. No Ministério da Justiça foi nomeado diretor de Políticas Penitenciárias Joel Amaral Júnior, que substitui Josué Filemom Ribeiro Pereira, exonerado.

No Ministério da Ciência e Tecnologia, foi exonerado o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Jailson Bittencourt de Andrade. No Ministério das Cidades, foi nomeado Ériton Orlando de Oliveira Beckenkamp chefe de gabinete do ministro Alexandre Baldy.

O novo diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) será Fabiano Mezadre Pompermayer.

Na Secretaria Nacional de Juventude foi nomeado coordenador-geral de Políticas Setoriais Helber Augusto Reis Borges, que entra no lugar de José Antonio de Melo Filho, exonerado. Na Secretaria de Governo, foi nomeada Paula Araújo Corrêa para o cargo de assessora.

O governo exonerou Flávia Cristina Piovesan do comando da Secretaria Nacional de Cidadania do Ministério dos Direitos Humanos.

Já o Ministério da Integração Nacional exonerou Rodrigo Mendes de Mendes do cargo de diretor de Gestão de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

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Na pasta da Transparência e Controladoria-Geral da União, foi exonerado Fernando Mendes Monteiro, do cargo de diretor de Auditoria de Governança e Gestão da Secretaria Federal de Controle Interno.

As exonerações estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira.

O presidente Michel Temer deu início às punições dos deputados que votaram contra ele na segunda denúncia. O governo exonerou nesta segunda-feira, 30, o diretor de Gestão Interna da Embratur, Tufi Michreff Neto, apadrinhado do deputado Mauro Mariani (PMDB-SC). A portaria foi publicada no Diário Oficial da União.

No Palácio do Planalto, oito deputados foram considerados "traidores" na votação da semana passada. Essa lista é formada por parlamentares que apoiaram Temer na primeira denúncia, mas viraram a casaca e votaram pelo prosseguimento da segunda denúncia desta vez.

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As exonerações, num primeiro momento, devem se concentrar nos apadrinhados desses deputados, e alcançar seis cargos no segundo e terceiro escalões do governo.

Nos próximos dias, Temer também deve exonerar os afilhados políticos do deputado Jaime Martins (PSD-MG) no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Além de Jaime e Mariani, integram a lista de "traidores" do Planalto os deputados Abel Mesquita (DEM-RR), Cícero Almeira (PODE-AL), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Heuler Cruvinel (PSD-GO), João Paulo Kleinübing (PSD-SC) e João Campos (PRB-GO).

Na semana passada, a Câmara rejeitou por 251 votos a 233 a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Os três eram acusados de fazer parte de uma organização criminosa que desviava recursos públicos. O presidente também foi acusado de obstrução de Justiça.

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (20) confirmou a exoneração de mais oito ministros dentro da estratégia do Palácio do Planalto de reforçar o placar a favor do presidente Michel Temer na votação da denúncia contra ele no plenário da Câmara. Os titulares exonerados têm mandato de deputado federal e ficarão licenciados dos ministérios até a quarta-feira (25) quando ocorrerá a sessão da votação.

Foram exonerados hoje: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo); Mendonça Filho (Educação); Bruno Araújo (Cidades); Leonardo Picciani (Esporte); José Sarney Filho (Meio Ambiente); Ronaldo Nogueira (Trabalho); Marx Beltrão (Turismo); e Maurício Quintella (Transportes).

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Nesta semana, o governo já havia exonerado Fernando Coelho Filho do comando de Minas e Energia e Raul Jungmann da Defesa. Jungmann, no entanto, já retornou ao posto no Executivo. Sua nomeação ao cargo está publicada na edição de hoje do Diário Oficial.

O ministro da Defesa retornou à Câmara para apresentar emendas individuais ao Orçamento de 2018. Os outro nove ministros reassumiram seus mandatos já nesta semana para também propor emendas parlamentares ao Orçamento - além de votar a favor de Temer no próximo dia 25. O prazo para o protocolo das emendas termina nesta sexta.

O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 18, traz a exoneração de dois ministros do presidente Michel Temer: Fernando Coelho Filho, de Minas e Energia; e Raul Jungmann, da Defesa. Os decretos, assinados por Temer, não informam o motivo das exonerações. Mas o governo tem adotado a estratégia de licenciar ministros para ganhar mais apoio em votações importantes no Congresso. Os dois têm mandato de deputado federal.

No caso de Jungmann, ele tem sido exonerado com frequência - retornando ao cargo logo depois - para cumprir exigências regimentais relacionadas ao seu mandato parlamentar, cuja vaga é de suplente.

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O governo exonerou aliados de deputados dissidentes da base aliada que ocupavam cargos na administração federal. As demissões até agora envolvem apadrinhados de parlamentares do PSDB e do Centrão, grupo integrado por PP, PSD, PR e PTB, e fazem parte da retaliação do Palácio do Planalto aos que declararam voto a favor do prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.

As exonerações começaram no mesmo dia da votação da denúncia contra Temer no plenário da Câmara, na última quarta-feira, 2. Naquele dia, o governo exonerou Thiago Maranhão Pereira Diniz Serrano do cargo de superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da Paraíba. Para o lugar dele, nomeou Bartolomeu Franciscano do Amaral Filho.

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Maranhão tinha sido indicado para o cargo pelo deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB). O parlamentar integra o movimento dos "cabeças-pretas", como ficaram conhecidos integrantes da ala jovem do PSDB que encamparam o movimento a favor do desembarque do partido do governo. Cunha Lima foi um dos 21 deputados do PSDB que votaram a favor da continuidade da denúncia contra Temer, voto que já tinha declarado previamente ao Placar do Estadão.

Nesta sexta-feira, 4, o Diário Oficial da União (DOU) traz publicada a exoneração do engenheiro Vissilar Pretto do cargo de superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Santa Catarina. A demissão foi uma retaliação ao deputado Jorginho Mello (PR-SC), responsável pela indicação de Pretto. Mello foi um dos nove deputados do PR que votaram pela abertura de investigação contra Temer.

Cobrança

Parlamentares que se mantiveram fiéis ao presidente cobram do Palácio do Planalto punição a deputados da base aliada que votaram contra Temer. Integrantes do Centrão ameaçam, inclusive, votar contra a reforma da Previdência, caso não haja retaliação. O argumento é de que, se o governo não fizer isso, deputados leais a Temer na votação da denúncia se sentirão desobrigados a votar a favor da mudança nas regras previdenciárias.

Para lideranças do Centrão, se não houver punição aos infiéis, deputados da base aliada que foram fiéis a Temer vão acabar cedendo às pressões de suas bases eleitorais para votar contra a reforma. Segundo um líder do grupo, o pensamento comum dos parlamentares é: se posso manter os cargos votando contra, por que vou votar a favor e ficar "apanhando" nas bases eleitorais?

Como mostrou na quinta-feira, 3, o Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), Temer escalou aliados para mapear deputados que traíram o governo na votação da denúncia. Os responsáveis por fazer esse levantamento serão o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o vice-líder Beto Mansur (PRB-SP). A ideia é que eles procurem conversar com os deputados que prometeram que votariam com o governo, mas que, na hora de declarar a posição no plenário, mudaram de ideia.

Temer conseguiu barrar a denúncia na última quarta-feira com 263 votos, mas previsões de integrantes da base aliada apontavam que esse número poderia chegar a 300 deputados. Entre as traições inesperadas estão, por exemplo, Luiz Carlos Heinze (PP-RS), e o cantor Sérgio Reis (PRB-SP). Os votos favoráveis ao prosseguimento da denúncia somaram 227, menos do que os 342 mínimos necessários.

Afilhados políticos de deputados que votaram contra a reforma trabalhista começam a ser exonerados pelo governo Michel Temer. O Diário Oficial da União de desta terça-feira, 2, traz a exoneração de Jairo Sotero Nogueira de Souza do cargo de superintendente estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do Estado do Rio Grande do Norte.

O superintendente foi indicado para o cargo pelo deputado Antônio Jácome (PTN-RN), que votou contra a reforma trabalhista na semana passada. Segundo apurou o Broadcast Político, deputados do PTN deverão perder superintendências da Funasa nos Estados. Além da legenda, as exonerações deverão ainda atingir deputados de partidos da base como PR, PP, PSB e até do PMDB, partido de Temer.

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O Diário Oficial da União desta terça traz ainda as exonerações de Maximiano Leite Barbosa Chaves Filho do cargo de superintendente estadual da Funasa no Estado do Ceará, e de Daniel Kenji Tokuzumi do cargo de superintendente estadual da Funasa em São Paulo.

A decisão do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de exonerar os superintendentes de Agricultura, Pecuária e Abastecimento dos Estados do Paraná e de Goiás foi acertada com o presidente Michel Temer no domingo, 19. Com isso, Temer tentava dar uma "resposta rápida" às irregularidades encontradas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca, em mais uma demonstração não só para o público externo, mas também para o interno, da disposição do governo federal de ir a fundo nas investigações contra as fraudes na fiscalização dos frigoríficos.

Apesar das inúmeras frentes do governo para apresentar reações às denúncias, o Planalto não conseguiu esconder o incômodo com o que os interlocutores do presidente chamam de "espetacularização da PF", ao anunciar a operação na Sexta-feira (17).

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As demissões atingem indicações de aliados políticos, e o Palácio do Planalto sabe que este é um problema para o governo, que está em plena negociação com os partidos aliados para a aprovação da reforma da Previdência.

Gil Bueno de Magalhães e Júlio César Carneiro, que perderam os cargos de superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos Estados do Paraná e de Goiás, respectivamente, foram indicados por PP e PTB. O problema é que o estrago na base deve ser ainda maior porque o número de demissões poderá ser ampliado, à medida que as investigações avançarem.

Cargos técnicos

Esse episódio serviu para que um outro tipo de cobrança chegasse ao Planalto, contrariando a prática adotada de nomeações políticas: a de que o governo não pode continuar distribuindo a partidos políticos cargos técnicos dessa importância. O Planalto, no entanto, ainda não traçou nenhuma outra estratégia para responder a essas críticas.

O presidente Michel Temer ficou satisfeito com a repercussão do gesto político que fez no domingo, de ir à churrascaria e convidar os embaixadores e representantes estrangeiros para acompanhá-lo. Mas está muito preocupado com os primeiros embargos anunciados, principalmente com a atitude da China.

O presidente receia o golpe a um setor considerado imprescindível para ajudar na retomada do crescimento econômico e cujos resultados na exportação são de fundamental importância. O problema é que a notícia chegou num momento político ruim, quando há uma tensão com a pré-divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que atingirá políticos, incluindo integrantes do primeiro escalão do governo.

A ordem agora, de acordo com auxiliares do presidente, é que os Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura atuem "com toda força". O Planalto quer que as áreas técnicas dessas duas pastas não descansem enquanto não responderem a cada uma das dúvidas dos países para os quais o Brasil exporta, para evitar que os embargos sejam consumados porque revertê-los depois poderá levar anos.

Exagero

Interlocutores diretos do presidente reiteraram nesta segunda-feira, 20, que houve um "certo exagero" da Polícia Federal, ao anunciar a Operação Carne Fraca, por exemplo, "como a maior operação" já realizada. Insistiram que as fraudes foram apenas "pontuais", atingindo efetivamente apenas 21 das 4.837 unidades frigoríficas do País, sendo que, na verdade, apenas quatro tinham problemas de fraude.

Apesar da insatisfação com a espetacularização, o Planalto tenta dizer que o mal-estar é principalmente do Ministério da Agricultura com a Polícia Federal. A pasta alega não ter sido informada e diz que o modo em que a operação foi divulgada deixou o País em uma situação vulnerável. Para o governo, neste momento, é preciso que sejam explicados detalhes do ponto de vista técnico - do que foi de fato encontrado nas investigações - para tentar minimizar os danos à imagem da carne no exterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Agricultura exonerou Gil Bueno de Magalhães e Júlio César Carneiro dos cargos de superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento que ocupavam nos Estados do Paraná e de Goiás, respectivamente. Eles são acusados de participar do esquema criminoso descoberto pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que investiga o pagamento de propina por frigoríficos a fiscais públicos para obtenção irregular de licenças sanitárias.

As portarias de exoneração estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (20) e foram assinadas pelo secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, ainda na última sexta-feira (17) quando a operação foi deflagrada.

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Também vieram publicadas no Diário Oficial desta segunda outras nove portarias com a dispensa de servidores que exerciam funções gratificadas no âmbito do Ministério da Agricultura no Paraná, Goiás e Minas Gerais, todos supostamente envolvidos nas irregularidades investigadas. Na sexta-feira, Novacki anunciou a destituição de 33 servidores citados na operação. A dispensa do restante dos servidores deve ser formalizada nos próximos dias.

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