A pesquisa do Instituto Opinião sobre a eleição suplementar para prefeito de Belo Jardim, que este blog traz hoje com exclusividade, na qual o candidato do PTB, Hélio dos Terrenos, abre uma vantagem de 16 pontos sobre o ex-vice-prefeito Luiz Carlos (PSB), apoiado pelo ex-prefeito João Mendonça (PSB), deixa o grupo do senador Armando Monteiro, pré-candidato a governador em 2018, numa posição confortável em um município importante do Agreste.
Se as eleições fossem hoje, Hélio teria 40,5% dos votos contra 24,3% de Luiz Carlos. Numa posição bem inferior, com apenas 11,3%, se situa o prefeito em exercício, Gilvandro Estrela (PV), ligado ao ministro da Educação, Mendonça Filho. Pelos números, a disputa ficou restrita aos candidatos do ex-prefeito e de Armando. Em política, as surpresas sempre acontecem, mas dificilmente o candidato de Mendonça terá condições de reagir, até porque não há mais tempo. A eleição está marcada para o próximo dia 2.
Sendo assim, a tendência é que Estrela possa até cair mais. Impressiona, por outro lado, o alto índice de indecisos: 14,9%. Como brancos e nulos se situam em 9% temos, portanto, quase 25% do eleitorado em cima do muro, passando a impressão de que não deseja nem confia em nenhum dos nomes postos. Diferentemente de Ipojuca, a eleição suplementar de Belo Jardim foi marcada com menor tempo para a campanha eleitoral.
O mais interessante, na realidade, é que não se assiste a uma disputa acirrada entre os dois grupos que se rivalizam hoje no município: o de João Mendonça com o de Mendonça Filho. Eles são primos e já militaram por muito tempo num só palanque, mas antes de morrer em abril de 2011, o velho cacique José Mendonça Bezerra, pai do ministro, já estava distante de João.
O fenômeno Hélio dos Terrenos tem uma explicação muito local. Do ramo imobiliário, virou um ricaço da noite para o dia, sua campanha não tem limites em gastança. Na eleição de outubro passado, saiu das urnas como o segundo mais votado. Além de contar com o apoio de Armando, no município o seu braço direito é o grupo do ex-prefeito Cintra Galvão, que por muito tempo mediu forças com José Mendonça. No seu palanque também conta com o PP, do Doutor Maneco, candidato dos Mendonça em 2016. Para completar, trouxe ainda o partido Rede, que na eleição passada apoiou o Tenente Mariano (PRTB).
CERTEZA DA VITÓRIA – A posição de Hélio dos Terrenos (PTB) é mais do que confortável. Quando o Instituto Opinião quis saber na pergunta direta e objetiva quem vai ganhar a eleição, sem apresentar os nomes dos candidatos, 43,5% apostaram no trabalhista ante 24,5% em Luiz Carlos (PSB). O prefeito em exercício e candidato à reeleição, Gilvandro Estrela (PB), é lembrado por apenas 5%, enquanto 27,2% não quiseram responder ou informaram que não sabiam. No quesito rejeição, Estrela é o que aparece com o menor percentual, enquanto Luiz Carlos aparece no topo.
Quem sai perdendo – Numa eventual derrota do candidato apoiado pelo ex-prefeito de Belo Jardim, João Mendonça, o socialista Luiz Carlos, quem também sai chamuscado é o ministro das Cidades, Bruno Araújo, com forte vínculo no município e que foi apoiado pelo grupo de João. Entre as expressivas lideranças estaduais do PSB pouca gente se envolveu até o momento na campanha. Herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos, o jovem João Campos foi visto numa carreata seguida de um comício no domingo passado.
Revogação do mandato – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, ontem, uma proposta que inclui na Constituição Federal a possibilidade de revogação do mandato presidencial a partir da vontade popular. Agora, o projeto seguirá para análise do plenário do Senado, mas ainda não há uma data para ser analisado. Para ser aprovado, precisará dos votos de 49 senadores em duas votações. Se isso acontecer, o texto ainda será encaminhado à Câmara. Se Senado e Câmara aprovarem o texto, a medida só valerá a partir de 2019, não podendo ser aplicada, por exemplo, ao presidente Michel Temer.
Traíra sofre degola - Um dos três votos da base aliada que ajudaram a derrotar a reforma trabalhista em comissão do Senado, o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou, ontem, ter sido alvo de retaliação do governo com a demissão de dois indicados seus em órgãos do Executivo. Em um discurso de oposição, acusou o presidente Michel Temer de chantagem e cobrou sua renúncia. “Nós não podemos permitir que o governo transforme votações em balcão de negócios. Esse governo está podre. Esse governo corrupto tinha que ter vergonha na cara e renunciar”, afirmou.
O melhor São João - Impressionado com o tamanho do São João de Petrolina, onde esteve, ontem, a convite do prefeito Miguel Coelho (PDB), o ministro do Turismo, Marx Beltrão, anunciou que irá investir na divulgação da festa pelo Brasil e em alguns países estratégicos. "Queremos fazer dos festejos juninos de Petrolina mundo afora um evento tão difundido quanto o Carnaval. Nossa ideia é fazer de Petrolina uma de nossas grandes vitrines do São João nas Américas, Europa e outros lugares onde iremos divulgar”, afirmou. O ministro ficou encantado com a estrutura, as atrações e o grande público, chegando a declarar que Petrolina faz, de fato, o melhor São João do País.
CURTAS
EM PAUDALHO – O ministro das Cidades, Bruno Araújo, estará, amanhã, em Paudalho, para vistoriar a área dos novos empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida no município. No local, será construído o Residencial Guadalajara I, com a previsão de 288 unidades habitacionais para beneficiar aproximadamente 1.152 pessoas na região. O empreendimento tem o valor previsto de R$ 21 milhões.
EM SANHARÓ – Conhecida por fazer um dos festejos juninos mais animados do Estado, Sanharó estará em festa, no próximo sábado. Além de apresentações de grupos culturais, como coco e bacamarteiros, a programação conta com shows de Solteirões e Jota Santos. O homenageado do São João da Terra do Queijo e do Leite é Iraldemir Aquino de Freitas, o Iral, principal idealizador dos festejos juninos de rua no município, que comemora 30 anos de animação. O tema este ano é “São João da Gente – Terra de Todas as Culturas”.
Perguntar não ofende: Manter Fachin na relatoria da Lava Jato foi uma decisão acertada do Supremo?