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A desaceleração de preços na indústria de transformação, como demonstra o Índice de Preços aos Produtos (IPP), que passou de 0,69% em setembro para 0,21% em outubro, dá continuidade à trajetória de perda de ritmo da inflação no atacado iniciada em maio. Naquele mês, o IPP foi de 1,69%, seguido de 1,11% em junho.

Mais uma vez, em outubro, o desaquecimento da economia fez com que a indústria optasse por conter os preços dos seus produtos. Além disso, contribuíram para a desaceleração do índice as quedas de preços de produtos agropecuários, como a soja e o açúcar, e das carnes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com isso, o grupo alimentos, responsável por 20% da formação do IPP, foi o de maior influência na desaceleração do índice. O grupo apresentou queda de 1,51% em outubro, por causa, principalmente, da desvalorização do preço da soja no mercado americano e da queda de preço do açúcar nos mercados interno e externo, informou o técnico do IPP, Manoel Campos Souza. A maior oferta de carnes no Brasil também contribuiu para a desaceleração da inflação medida pelo IPP.

Na contramão, o aumento de preços da nafta petroquímica influenciou o índice para cima. Em alta no mercado internacional, a nafta foi reajustada no segmento de outros químicos, que avançou 3,48%; e gerou a alta do grupo de refino de petróleo e produtos de álcool, de 0,99%.

A principal contribuição para a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de 0,58% em outubro para 0,33% em novembro, veio do grupo Alimentação, que variou de 1,08% para 0,08% no período. Os dados, divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) dentro do fechamento do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), mostram que nessa classe de despesas o destaque ficou com o item carnes bovinas (de 3,05% para -1,06%), hortaliças e legumes (de -6,34% para -11,98%) e arroz e feijão (de 6,36% para 1,91%).

Já os itens que exerceram as maiores influências negativas no IPC foram tomate (de -19,44% para -31,67%), cebola (de 4,62% para -11,50%), cenoura (de -18,85% para -17,02%), batata-inglesa (de 13,93% para -5,98%) e carne moída (de 3,35% para -3,65%).

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Os itens que apresentaram as maiores influências positivas no IPC foram tarifa de eletricidade residencial (de -0,07% para 0,97%), refeições em bares e restaurantes (de 0,66% para 0,47%), gasolina (de 0,53% para 0,90%), condomínio residencial (de 0,35% para 1,04%) e sanduíches (de 0,54% para 2%).

Também foram registrados decréscimos nas taxas de variações de outras três classes de despesa do IPC de outubro para novembro: comunicação (de 0,69% para 0,08%), vestuário (de 0,82% para 0,77%) e despesas diversas (de 0,41% para 0,20%). Os itens que mais contribuíram para estes movimentos foram tarifa de telefone móvel (de 1,72% para 0,73%), roupas (de 0,73% para 0,67%) e serviço religioso e funerário (de 1,42% para 0,23%).

Em contrapartida, os grupos educação, leitura e recreação (de 0,18% para 0,50%), transportes (de 0,21% para 0,25%), saúde e cuidados pessoais (de 0,48% para 0,50%) e habitação (de 0,46% para 0,47%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Para essas classes de despesa, destaque para o comportamento dos preços dos itens excursão e tour (de -2,02% para 1,67%), gasolina (de 0,53% para 0,90%), medicamentos em geral (de 0,07% para 0,32%) e tarifa de eletricidade residencial (de -0,07% para 0,97%).

A soja e o tomate estão entre as principais influências negativas do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de novembro, que passou de uma queda de 0,20% em outubro para baixa de 0,19% em novembro. A soja em grão teve queda de 3,50% em novembro ante baixa de 6,50% em outubro. Já o tomate registrou declínio de 35,79% este mês, na comparação com queda de 26,19% no mês passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), dentro do fechamento do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro.

Também tiveram influência para a baixa do IPA de novembro o minério de ferro, que passou de queda de 5,91% em outubro para baixa de 3,46% em novembro, o farelo de soja (de -6,22% para -4,02%) e o café em grão (de 1,14% para -4,68%).

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Já os itens que tiveram maiores influências positivas no IPA de novembro ante outubro foram milho em grão (de -3,87% para 4,11%), bovinos (de 3,18% para 1,79%), mandioca (de 16,94% para 5,98%), suínos (de 3,31% para 8,30%) e aves (de 2,52% para 2,30%).

Construção

No Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que passou de 0,24% em outubro para 0,23% em novembro, as maiores influências positivas ficaram com ajudante especializado (de estabilidade para alta de 0,24%), servente (de estabilidade para 0,28%), engenheiro (de 0,09% para 0,43%), elevador (de 0,71% para 0,39%) e condutores elétricos (de 2,12% para 1,38%).

As influências negativas no período vieram de vergalhões e arames de aço ao carbono (de 0,07% para -0,19%), gesso (de 0,11% para -0,28%), carreto para retirada de entulho (de 0,94% para -0,17%), pias, cubas e louças sanitárias (de 0,59% para -0,04%) e placas cerâmicas para revestimento (de 0,52% para -0,02%).

Os preços dos produtos agropecuários no atacado no âmbito do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) caíram 0,41% em novembro, depois de registrarem queda de 0,57% em outubro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. Já os preços de produtos industriais passaram de declínio de 0,05% no mês anterior para baixa de 0,10% este mês. Os preços dos bens intermediários subiram 0,25%, ante alta de 0,41% em outubro.

Os preços dos bens finais tiveram queda de 0,50%, ante ganho de 0,07% no mês anterior. Os preços das matérias-primas brutas recuaram 0,41% neste mês, na comparação com a baixa de 1,24% em outubro. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve baixa de 0,19% em novembro, após queda de 0,20% no período anterior. No ano até novembro, o IPA acumula alta de 7,85% e em 12 meses, de 7,33%.

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A queda nos preços dos alimentos puxou a desaceleração no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dentro da segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro, informou a Fundação Getulio Vargas. O IPC-M desacelerou de 0,52% da segunda prévia de outubro para 0,23% na prévia divulgada nesta segunda-feira. No mesmo período, a taxa do grupo Alimentação passou de uma alta de 0,94% para um recuo de 0,09%. Os destaques foram quedas de preços das carnes bovinas (de 2,96% para -1,16%) e das hortaliças e legumes (de -6,69% para -12,29%), além da desaceleração dos alimentos prontos congelados (de 3,47% para 0,49%).

Também houve redução nas taxas de variação dos grupos Habitação (de 0,48% para 0,24%), Comunicação (de 0,68% para 0,04%), Vestuário (de 0,71% para 0,57%) e Despesas Diversas (de 0,26% para 0,22%), sob a influência dos itens empregados domésticos (de 0,74% para 0,12%), pacotes de telefonia fixa e internet (de 0,49% para -0,78%), calçados (de 1,16% para 0,35%) e clínica veterinária (de 0,48% para 0,32%).

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Na direção oposta, houve aumento na inflação dos grupos Transportes (de 0,11% para 0,37%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,19% para 0,29%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,49% para 0,51%), com destaque para os itens gasolina (de 0,07% para 1,63%), excursão e tour (de -2,40% para 1,59%) e medicamentos em geral (de -0,02% para 0,45%).

IPA

A inflação agropecuária voltou a registrar variação negativa no atacado. Os preços dos produtos agrícolas no atacado caíram 0,58% na segunda prévia do IGP-M de novembro, após já terem registrado queda de 0,40% na segunda prévia do mesmo índice em outubro. De acordo com a FGV, os preços dos produtos industriais no atacado tiveram redução de 0,25% na segunda prévia anunciada hoje, em comparação com a alta de 0,17% na segunda prévia de outubro.

No âmbito do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais recuaram 0,68% na segunda prévia de novembro, após subirem 0,46% na segunda prévia de outubro. Já os preços dos bens intermediários apresentaram aumento de 0,13% na prévia divulgada hoje, após elevação de 0,54% na segunda prévia do IGP-M de outubro. Por fim, os preços das matérias-primas brutas tiveram taxa negativa de 0,58% na segunda prévia de novembro, depois de uma queda de 1,12% na segunda prévia de outubro.

INCC

A redução no ritmo de aumento de preços de materiais e serviços da construção levou a uma desaceleração na taxa do Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) na segunda prévia de novembro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O INCC-M saiu de uma alta de 0,21% na segunda prévia de outubro para um aumento de 0,17% na prévia divulgada nesta segunda-feira.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,24% na segunda prévia de novembro, após registrar aumento de 0,42% na mesma prévia do mês anterior. Já o índice que representa o custo da Mão de Obra teve uma taxa de 0,11% na prévia divulgada hoje, após ter ficado estável na segunda prévia de outubro (0,0%).

Na segunda prévia do INCC-M de novembro, ficaram mais caros os itens ajudante especializado (0,17%), condutores elétricos (1,78%), metais para instalações hidráulicas (0,65%), tubos e conexões de PVC (0,79%) e servente (0,12%). Na direção oposta, houve redução nos preços de pias, cubas e louças sanitárias (-0,31%), gesso (-0,47%), aduela e alizar de madeira (-0,14%), placas cerâmicas para revestimento (-0,08%) e areia lavada (-0,21%).

A segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro caiu 0,16%, após avançar 0,15% em igual prévia do mesmo indicador em outubro. O resultado, anunciado na manhã desta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma deflação entre 0,07% e 0,26%, mas a queda na taxa foi maior do que a mediana das expectativas (-0,13%).

Os três indicadores que compõem o IGP-M também tiveram recuo na segunda prévia do mês. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,35%, após o ligeiro avanço de 0,01% em igual prévia do mesmo índice em outubro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,23%, após o aumento de 0,52% na segunda prévia do mês passado. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou taxa positiva de 0,17%, após registrar elevação de 0,21% na segunda prévia de outubro.

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O resultado acumulado do IGP-M é usado no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de novembro, o IGP-M acumula aumentos de 6,94% no ano e de 6,82% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M deste mês foi do dia 21 de outubro a 10 de novembro.

A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de novembro, divulgada nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), traz uma desaceleração mais acentuada da inflação no varejo do que nos indicadores anteriores. O Índice de Preços ao Consumidor - M (IPC-M) apresentou alta de 0,16% na primeira prévia de novembro, após uma variação de 0,41% no mesmo período de outubro.

Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Salomão Quadros, o varejo reflete a queda dos produtos agrícolas que vem sendo registrada no atacado. A expectativa é de que o cenário permaneça até os primeiros meses de 2013.

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A perda de ritmo das variações de preços para o consumidor final se deve ao grupo de alimentação, cuja taxa passou de alta de 0,66% na primeira prévia de outubro para uma queda de 0,29% na primeira prévia de novembro. Entre os alimentos, o destaque foi a carne bovina (de 2,72% para -1,78%).

"O quadro é de flagrante desaceleração. Não sei se a taxa negativa chega ao fim do mês, mas será uma taxa baixa, certamente", afirmou Quadros.

A principal contribuição para a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em outubro, dentro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), partiu do grupo Habitação, cuja taxa passou de 0,33% em setembro para 0,46% neste mês, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta terça-feira. O aluguel residencial foi responsável pela maior influência de alta do grupo, ao subir 0,66% em outubro, ante taxa de 0,34% na leitura anterior.

Outras seis classes de despesa do IPC apresentaram aceleração de preços neste mês: Vestuário (de 0,44% para 0,82%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,38% para 0,48%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,10% para 0,18%), Transportes (de 0,18% para 0,21%), Despesas Diversas (de 0,24% para 0,41%) e Comunicação (de 0,21% para 0,69%).

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Apenas o grupo Alimentação apresentou desaceleração de preços neste mês na comparação com o mês anterior. A taxa desta classe de despesa passou de 1,18% em setembro para 1,08% em outubro, com destaque para os itens hortaliças e legumes (de 1,26% para -6,34%), panificados e biscoitos (1,88% para 0,72%) e aves e ovos (2,92% para 2,02%).

As commodities foram as principais responsáveis pela queda de 1,24% na taxa das matérias primas brutas, dentro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro, informou nesta terça-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A soja em grão registrou recuo de 6,50% neste mês após marcar alta de 4,70% em setembro, enquanto o milho em grão passou de avanço de 0,11% para recuo de 3,87% no período. O minério de ferro ampliou a queda de preços, para -5,91% em outubro ante um recuo de 3,91% na leitura anterior.

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Ainda dentro do estágio inicial de produção, café em grão (de -3,65% para 1,14%), mandioca (de 10,07% para 16,94%) e laranja (de 5,41% para 14,67%) apresentaram aceleração de preços em outubro ante setembro, mas sem força suficiente para compensar os recuos da soja, do milho e do minério de ferro. Os preços dos bens finais e intermediários apresentaram desaceleração em outubro, permanecendo, ainda, em terreno positivo.

A inflação dos bens finais (de 0,99% para 0,07%) foi influenciado pelo subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 3,34% em setembro para 0,74% no mês seguinte. Ao excluir os subgrupos alimentos in natura e combustíveis (Bens Finais ex), a FGV registrou variação de 0,35%, ante 1,17% em setembro.

Entre os bens intermediários, cuja taxa desacelerou de 0,90% em setembro para 0,41% em outubro, o destaque ficou para o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que passou de 1,04% para 0,20% no período. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,37% em outubro, ante 0,91%, em setembro.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,02% em outubro, depois de apresentar avanço de 0,97% em setembro, divulgou na manhã desta terça-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa anunciada ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções, que iam de -0,07% a +0,23%, e abaixo da mediana encontrada a partir deste intervalo, de +0,11%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-M de outubro. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve queda de 0,20% no mês, após subir 1,25% em setembro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou variação positiva de 0,58% no fechamento deste mês, depois de registrar elevação de 0,49% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,24% em outubro, ante alta de 0,21% em setembro.

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Nos dez primeiros meses do ano, o IGP-M, índice bastante usado para reajuste de contratos de aluguel, acumula alta de 7,12%. Em 12 meses, de 7,52%.

A segunda prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de outubro subiu 0,15%, após avançar 0,84% em igual prévia do mesmo indicador em setembro. O resultado, anunciado na manhã desta sexta-feira (19) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ficou abaixo do piso das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam elevação entre 0,16% e 0,59%, e se posicionou abaixo da mediana das expectativas (0,27%).

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de outubro. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) subiu 0,01% nesta prévia, após avançar 1,11% em igual prévia do mesmo índice em setembro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) teve alta de 0,52% na segunda prévia deste mês, em comparação com o aumento de 0,37% na segunda prévia do mês passado. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou taxa positiva de 0,21% na segunda prévia do indicador deste mês, após registrar elevação de 0,14% na segunda prévia de setembro.

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O resultado acumulado do IGP-M é usado no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de outubro, o IGP-M acumula aumentos de 7,25% no ano e de 7,65% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M deste mês ano foi do dia 21 de setembro a 10 de outubro.

A inflação agropecuária perdeu força em outubro. Os preços dos produtos agrícolas no atacado caíram 0,40% na segunda prévia do IGP-M deste mês, em comparação com a alta de 2,60% apurada na segunda prévia do mesmo índice em setembro.

De acordo com a FGV, os preços dos produtos industriais no atacado tiveram aumento de 0,17% na segunda prévia anunciada nesta sexta, em comparação com a alta de 0,52% na segunda prévia de setembro.

No âmbito do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 0,46% na segunda prévia de outubro, após alta de 0,85% na segunda prévia de setembro.

Já os preços dos bens intermediários apresentaram aumento de 0,54% nesta prévia, em comparação com a elevação de 0,80% na segunda prévia do IGP-M de setembro. Por fim, os preços das matérias-primas brutas tiveram taxa negativa de 1,12% na segunda prévia de outubro, em comparação com a alta de 1,76% na mesma base de comparação.

 

A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de outubro teve alta de 0,31%, ante uma variação de 0,59% no mesmo período de apuração do mês anterior. A taxa anunciada nesta quarta-feira ficou dentro do intervalo previsto nas estimativas do mercado financeiro apuradas pelo AE Projeções (0,15% a 1,09%) e abaixo da mediana projetada, de 0,49%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de 0,29%, na primeira prévia de outubro. No mesmo período do mês de setembro, a taxa foi de 0,75%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais avançou de 0,57% para 0,81%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 1,85% para 3,13%. No estágio dos Bens Intermediários, a taxa de variação passou de 0,53% para 0,72%. A principal contribuição para esta aceleração partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que passou de 0,40% para 0,75%.

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O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -0,79%. No mês anterior, a taxa foi de 1,23%. Os itens que mais influenciaram a trajetória deste grupo foram: soja (em grão) (3,48% para -3,28%), milho (em grão) (1,62% para -3,71%) e aves (5,58% para 1,03%). Com taxas em sentido ascendente, destacam-se: café (em grão) (-4,63% para 2,03%), mandioca (aipim) (0,73% para 11,70%) e bovinos (1,11% para 2,59%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou, na primeira prévia do mês, uma alta de 0,41%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,29%. Sete das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Vestuário (-0,72% para 0,05%), Comunicação (-0,02% para 0,59%), Alimentação (0,53% para 0,66%), Habitação (0,40% para 0,52%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,13% para 0,19%), Despesas Diversas (0,09% para 0,27%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,34% para 0,38%). Para cada uma destas classes de despesa, destacam-se os itens: roupas (-1,27% para 0,01%), tarifa de telefone móvel (0,06% para 1,33%), carnes bovinas (0,51% para 2,72%), empregada doméstica mensalista (0,22% para 0,96%), passagem aérea (-4,59% para 3,80%), alimentos para animais domésticos (-0,49% para 1,17%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,04% para 0,78%), respectivamente.

Em sentido contrário à tendência do índice, apresentou recuo em sua taxa de variação o grupo Transportes, cuja taxa passou de 0,43% para 0,11%. Nesta classe de despesa, a maior contribuição partiu do item automóvel novo (1,35% para 0,31%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de outubro, taxa de 0,21%. No primeiro decêndio de setembro, a taxa foi de 0,16%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,43%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,34%. O índice que representa o custo da Mão de Obra não apresentou variação no primeiro decêndio de outubro, resultado que já havia ocorrido no primeiro decêndio de setembro.

 

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acumula alta de 7,42% no ano até a primeira prévia de outubro, informou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 12 meses, o IGP-M acumula alta de 7,83%. O IGP-M da primeira prévia de outubro apontou alta de 0,31%, ante elevação de 0,59% da primeira prévia de setembro.

Dentro do IGP-M da primeira prévia de outubro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agrícola registrou recuo de 0,21%, enquanto o IPA de produtos industriais avançou 0,49%.

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A desaceleração de preços dos grãos provocaram o arrefecimento da inflação das matérias-primas brutas dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de setembro, que variou 1,25%, ante 1,99% em agosto, informou nesta quinta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os principais itens responsáveis pelo resultado do indicador neste mês foram milho (de 20,33% para 0,11%), soja (de 10,72% para 4,70%) e café (de 4,23% para -3,65%).

Por outro lado, ainda no estágio inicial da produção, a FGV registrou aceleração de preços em bovinos (de -1,20% para 2,79%), arroz em casca (de 6,35% para 13,56%) e algodão em caroço (de 2,15% para 6,29%). O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro teve alta de 0,97%, sobre variação de 1,43% registrada no mês anterior.

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O índice relativo aos bens finais variou 0,99% em setembro ante 0,71% observado em agosto, com alimentos processados aparecendo como maior fator de pressão de alta da inflação. Esse subgrupo passou de alta de 1,67% em agosto para avanço de 3,34% na leitura divulgada nesta quinta-feira.

Ao excluir os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice de Bens Finais (ex) registrou variação de 1,17% em setembro, ante 0,75% em agosto. Entre os bens intermediários, a alta em setembro foi de 0,90%, uma aceleração em relação ao 0,83% observado em agosto. A principal influência ficou com o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação pulou de 0,59% para 1,04% no período. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,91%, ante 0,54% em agosto.

A pressão dos produtos agropecuários sobre a inflação medida pelos índices gerais de preços (IGPs) está perdendo força. Após uma disparada provocada pela quebra de safra nos Estados Unidos, os preços do milho e da soja desaceleraram na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), pesquisa realizada de 21 de agosto a 10 de setembro. Os efeitos climáticos começam agora a chegar ao consumidor, com o aumento de preços de alguns alimentos no varejo. No segundo decêndio, o IGP-M ficou em 0,84%, ante 1,38% na mesma prévia do mês anterior.

Apesar da desaceleração na margem, o IGP-M acumula alta de 6,95% no ano. Em 12 meses a taxa chega a 7,93%, a maior desde os 8,5% de julho de 2011. Para o coordenador dos IGPs da FGV, Salomão Quadros, esse quadro inflacionário e os sinais de retomada da atividade reduzem as probabilidades de um novo corte da taxa básica de juros, hoje em 7,5% ao ano, pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

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"O Banco Central estava olhando ao mesmo tempo para a inflação e a atividade econômica, que estava com dificuldades para tomar fôlego. Diante dessa anemia, poderia fazer uma nova redução na Selic. Essa hipótese agora parece mais afastada porque começam a aparecer sinais de uma reação da economia", diz Quadros, citando indicadores antecedentes positivos, como a produção de papelão ondulado.

Na segunda prévia do IGP-M de setembro, os preços no atacado vieram mais baixos, com o IPA-M saindo de 1,94% em agosto para 1,11%. O IPA agrícola foi de 2,60%, quase metade do porcentual apurado no mês anterior (5,43%). Os preços no atacado pesam 60% nos IGPs.

Embora a inflação da soja continue em um patamar elevado e como uma das principais influências do indicador, o preço do produto em grão subiu 4,56%, bem abaixo dos 10,43% de agosto. Vilão da inflação do mês anterior, com alta de 20,10%, o milho registrou aumento de apenas 1,44% em setembro. Já o arroz em casca, na entressafra, teve um salto de 11,25%.

Para Adriana Molinari, analista da Tendências Consultoria Integrada, os IGPs já atingiram seu pico. A expectativa para os próximos meses é de uma acomodação do IPA Agrícola, principal fonte de pressão dos índices de preços em 2012. "A tendência seria de um recuo dos preços agrícolas, retornando ao patamar anterior ao choque de oferta. Mas fica difícil avaliar se isso ocorrerá diante do cenário incerto da economia internacional", diz.

Adriana lembra que o minério de ferro, que segue em queda, começou a recuperar preços no mercado spot (à vista) da China. O movimento deverá se refletir nos IGPs, mas somente a partir de outubro. A consultoria projeta que o IGP-M fechado de setembro fique em 0,80%.

O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, esperava uma desaceleração maior do IGP-M na segunda prévia. A projeção era de 0,70%, 0,14 ponto porcentual abaixo do apurado. Ele considera preocupante o dado do IPA Industrial, que veio forte (0,52%) apesar do fim do impacto do reajuste do diesel e de pressões baixistas do minério de ferro e do aço. "Isso mostra que a inflação está mais espalhada pela cadeia industrial", avalia.

O economista prevê que os efeitos do choque de oferta sobre os estoques de grãos no mundo se prolongarão, impedindo uma reversão da cotação de itens como soja e milho. Para Leal, a descompressão dos preços agrícolas é uma boa notícia, mas acaba neutralizada pela perspectiva de novas pressões, como as que já aparecem no complexo carnes. Os dados da segunda prévia do IGP-M mostram uma alta de 2,42% no preço da carne suína e de 1,61% na bovina ao consumidor, após deflação no mês anterior.

Os sinais de que a inflação iniciada nas commodities agrícolas começa agora a contaminar os preços do varejo são claros. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - que representa 30% do índice - na segunda prévia do IGP-M avançou 0,37%, acima dos 0,26% de agosto. As despesas com o item Alimentação subiram 0,94%, puxadas pelas carnes bovinas (1,61%).

"O que se observa no frigorífico já está sendo repassado no varejo. A alimentação dever ser o fator mais importante na aceleração de preços ao consumidor daqui para frente", confirma Quadros. Ele diz, porém, que a desaceleração no atacado prevalecerá e que a tendência é de uma desaceleração dos IGPs.

O destaque no IPC-M de setembro, porém, foi a elevação do preço do automóvel novo, que saiu de -0,62% no mês passado para 0,72%. O salto pode refletir um temor de que a isenção do IPI não fosse prorrogada, o que acabou ocorrendo.

O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) contribuiu com 0,14% no mês, ante 0,36% em agosto. A desaceleração está ligada com os preços da mão de obra, que ficaram estáveis devido ao fim da rodada de reajustes salariais. Segundo Quadros, o item só deve voltar a influenciar a taxa em novembro, quando há novas negociações salariais previstas.

A inflação agropecuária perdeu força no atacado. Os preços dos produtos agrícolas no atacado subiram 2,01% na primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro, em comparação com a elevação de 4,39% na primeira prévia do mesmo índice em agosto. A informação foi anunciada nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A trajetória da inflação industrial atacadista também foi de desaceleração. A FGV divulgou que os preços dos produtos industriais no atacado subiram 0,26% na primeira prévia do índice deste mês, em comparação com a alta de 0,75% na leitura inicial de agosto.

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Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 0,57% na primeira prévia de setembro, em comparação com a taxa de 0,58% na primeira prévia de agosto.

Por sua vez, os preços dos bens intermediários tiveram alta de 0,53% na leitura deste mês anunciada nesta terça-feira, após subirem 1,27% em igual prévia do mesmo indicador no mês passado. Já os preços das matérias-primas brutas tiveram alta de 1,23%, em comparação com a elevação de 3,63%, no mesmo período.

A primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro subiu 0,59% após apresentar aumento mais intenso, de 1,21%, em igual prévia do mesmo índice no mês passado. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A taxa ficou levemente acima do piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam uma elevação entre 0,54% e 1,23%, com mediana das expectativas em 0,84%.

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A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a primeira prévia do IGP-M de setembro. O Índice de Preços no Atacado - Mercado (IPA-M) teve alta de 0,75% na primeira prévia do índice este mês, em comparação com a alta de 1,73% na primeira prévia de agosto. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M) apresentou alta de 0,29% na prévia anunciada hoje, após subir 0,08% na primeira prévia de agosto. Já o Índice Nacional da Construção Civil - Mercado (INCC-M) teve elevação de 0,16% na primeira prévia deste mês, após registrar aumento de 0,39% na primeira prévia de agosto.

O IGP-M é muito usado para reajuste no preço do aluguel. Até a primeira prévia de setembro, o índice acumula aumentos de 6,69% no ano e de 7,66% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da primeira prévia do IGP-M de setembro foi do dia 21 a 31 de agosto.

A inflação corroeu o rendimento da maioria dos investimentos em agosto. No mês passado, o IGP-M de 1,43% só foi superado pelo ouro (alta de 4,67%) e Ibovespa (1,72%). Na lanterna do ranking, ficou o dólar comercial, com desvalorização de 0,83%. "Em épocas de crise, o ouro vira um refúgio para os investidores", afirma Fábio Colombo, administrador de investimentos.

Entre janeiro e agosto, a inflação medida pelo IGP-M ficou em 6,07% e só foi superada pelo ouro (16,79%) e o dólar comercial (8,61%). A pior aplicação do ano é o Ibovespa, com uma valorização de apenas 0,54%.

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O Ibovespa poderia ter tido um melhor desempenho em agosto, mas somente nesta semana a desvalorização foi de 2,34%.

"Se não fosse esse fim de mês, com uma piora da aversão ao risco internacional, a bolsa poderia ter liderado. Também houve uma preocupação muito forte com o crescimento chinês, o que afeta as ações da Vale", diz Michael Viriato, professor de Finanças do Insper. Vale tem forte peso no índice da Bovespa e é grande exportadora de minério de ferro para a China. Em agosto, as ações da Vale PNA recuaram 9,20%, e a Vale ON caiu 9,61%.

Na avaliação de Michael Viriato, a bolsa deve se firmar como uma boa alternativa até o fim do ano. O Ibovespa chegou a liderar o ranking de investimento em julho, com alta de 3,21%.

O administrador de investimentos Fábio Colombo lembra, por exemplo, que essa instabilidade do Ibovespa deixou alguns papéis com um preço bastante interessante para os investidores. "Quem investir e tiver paciência vai ter boas chances de ganho no futuro. Eu sempre recomendo comprar gradativamente ao longo das baixas e vender gradativamente ao longo das altas", afirma Colombo.

Ele também acredita que a melhora nos mercados será gradual. "Não vamos ter nenhuma bala mágica", diz.

Acelerado

A alta do IGP-M tem acelerado nos últimos meses e prejudicado as aplicações mais conservadoras. A atratividade da renda fixa também fica cada vez menor com a queda da taxa de juros básicos. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) fez o nono corte seguido da Selic, agora em 7,50% ao ano.

"Vai ficar cada dia mais evidente que as pessoas vão ter de diversificar mais o investimento. E a diversificação vai ocorrer na renda fixa com quatro alternativas de investimento, por exemplo, ou na renda variável, com um pacote de ações", diz Mauro Calil, educador financeiro.

Perfil

A rentabilidade das aplicações, segundo Mauro Calil, tem acompanhado o momento de transição econômica pelo qual passa o Brasil, sobretudo com as seguidas reduções da taxa básica de juros. "Até o fim do ano passado, você sempre ficava com uma alternativa clara: ou era renda variável que ganhava em tudo ou era renda fixa que se destacava. Agora, neste ano, esse meio de campo esta embolado."

Para o futuro, Calil diz que será necessário realizar um planejamento financeiro customizado para ter boa rentabilidade. Dentro disso, ele diz que o investidor deve responder três questões básicas: quanto tem para investir, qual o prazo e qual o objetivo da aplicação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A carne bovina está barrando um aumento de preços mais acentuado na carne de franco e suína por ter menor dependência de commodities que estão em alta no mercado internacional, afirmou o coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Salomão Quadros. Os preços das carnes de porco e a de aves estão sendo pressionados pelo aumento no valor dos grãos que servem de insumos para a ração, que é mais utilizada para esses dois tipos de animais. Segundo o economista, a carne de boi apresentou deflação de preços em agosto e isso inibe aumentos para outras carnes nos supermercados.

"A carne bovina segura o repasse do preço dos grãos às outras carnes. Tanto que vemos que no varejo a carne suína ainda não está acelerando", afirmou o economista, em entrevista coletiva para detalhar o resultado do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de agosto. Para o consumidor, a carne de boi apresentou em agosto uma taxa negativa de 0,06%.

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Já a carne de porco subiu em toda a cadeia, desde o produtor até o consumidor. Mas no último estágio, o do consumo, houve em agosto uma desaceleração de preço, para 0,77%, de 1,15% em julho. De acordo com Quadros, a produção de carne bovina foi muita alta esse ano e, aliada à uma exportação debilitada, levou a uma maior oferta no mercado interno, o que impede que outras carnes tenham aumento de preços mais acentuado.

A alta dos grãos no mercado internacional afetou primeiramente a carne de frango, que no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,56% em agosto para o frango inteiro e 0,44% para o frango em pedaços. Mas, de acordo com Salomão, outros produtos compensaram essa alta e levaram o grupo Alimentação a fechar o mês com desaceleração de preços. "O grupo Alimentação segue nível confortável. Se as aves começam a pressionar, as frutas já desaceleram", disse. O tomate, por exemplo, saiu de uma alta de 51,28% em julho para um avanço de 36,32% em agosto.

Para o economista da FGV, o impacto de preços provocado pela política governamental de estímulo ao consumo por meio de redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) já foi quase totalmente absorvido. Um exemplo é o caso dos automóveis novos, cuja queda nos preços foi bem menor em agosto (-0,49%) do que o observado em julho (-1,29%). "Os preços do IPI já foram repassados", afirma.

A alta de 1,34% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de julho foi impulsionada por reajustes de commodities e combustível e, segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, tem caráter pontual. De acordo com ele, no curto prazo o IGP-M deve desacelerar gradativamente, ainda com participação de itens como o diesel, que só teve parte do reajuste repassada. "A disparada ocorrida neste mês foi pontual", garantiu.

Soja e derivados foram responsáveis por 1,09 ponto porcentual da alta de 1,81% em julho do Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado (IPA), que é um dos índices que compõem o IGP-M. Apenas as commodities em grãos representaram 0,81 ponto porcentual do IPA. "Se considerarmos que o IPA representa 60% do IGP-M, a soja respondeu por quase 1/3 do aumento do IGP-M de julho", afirmou o economista, em entrevista coletiva em São Paulo. Até julho, a soja em grão acumula alta de 62,63% no ano, maior nível para o período desde o lançamento do Plano Real, em 1994. O aumento de 14,89% da soja em julho foi a maior variação mensal desde outubro de 2002.

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Para Quadros, as recentes informações sobre a seca nos Estados Unidos provocaram novos repasses de preços da soja no mercado internacional. O mesmo ocorreu com o milho, que também sofre com problemas climáticos e apresentou alta de 6,74% no IPA em julho ante queda de 3,95% em junho.

O economista disse que a quebra de safra desses produtos provocou reflexos em outras commodities, utilizadas em substituição aos grãos afetados. É o caso, por exemplo, do trigo, que até o sétimo mês deste ano acumula alta de 8,96%. "O pão francês já começou a subir", citou Quadros, como exemplo de reflexo das commodities internacionais para o consumidor. O pão francês acelerou de 0,42% em junho para 1,95% em julho.

O IPA de julho sofreu também com a alta dos combustíveis, que desta vez não pôde ser compensada pela isenção na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O diesel respondeu por 0,16 ponto porcentual no IPA de julho e a gasolina, por 0,12 ponto porcentual. Salomão explicou que uma pressão de alta decorrente do aumento no preço do diesel ainda deve aparecer em agosto - o reajuste de 6% teve apenas 1/3 repassado em julho. "O diesel terá um efeito indireto sobre os produtos que chegam ao consumidor, mas nada que vá desgovernar o índice", afirmou.

Com o resultado de julho, o IGP-M voltou a acelerar no acumulado de 12 meses, atingindo 6,67%, ante 5,14% registrados em junho. No entanto, Quadros afirma ser pouco provável que o IGP-M em 12 meses volte para a casa dos 11% verificados ao final de 2010 e início de 2011 porque as influências positivas agora são sazonais e também porque há um impacto menor do câmbio. "A tendência do IGP-M é desacelerar já em agosto", afirmou Quadros.

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