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O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos teria usado uma estagiária do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, como informante, segundo revelaram mensagens coletadas pela Polícia Federal (PF) e publicadas pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (6). Allan é investigado em dois inquéritos no STF, que investigam a disseminação de fake news e o financiamento de atos antidemocráticos. Santos, dono do site Terça Livre, é também investigado pelo Ministério Público e pela CPI da Pandemia. 

O documento traz diálogos entre o blogueiro e a ex-estagiária Tatiana Garcia Bressan. Ela trabalhou no gabinete de Lewandowski de 19 de julho de 2017 a 20 de janeiro de 2019, antes da abertura dos inquéritos contra Allan, em março daquele ano. As conversas começaram em 23 de outubro de 2018 e vão até 31 de março de 2020. A bolsa paga pelo STF aos estagiários de direito no período era de R$ 1.207 por mês. 

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Na primeira conversa, Tatiana entra em contato com Allan, demonstrando interesse em trabalhar na equipe da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), e diz que está no gabinete de Lewandowski. Nos diálogos, a estagiária relata ter dificuldade em trabalhar com o ministro, mas diz que está "lá para aprender". A informação, segundo o relatório da PF, "naturalmente desperta o interesse de Allan", que pede a colaboração de Tatiana. 

"Fique como nossa informante lá", diz o blogueiro, cerca de duas horas depois do início da conversa. A estagiária responde prontamente: "Será uma honra. Estou lá kkk". 

Em seguida, Allan pergunta o que de mais espantoso Tatiana vê no gabinete. Ela então diz: "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem o que querem e como querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga pro ministro". 

Procurada pela Folha, Tatiana afirmou por mensagem que nunca atuou como informante de Allan. Disse que apenas tinha ligação com o blogueiro pois ambos foram alunos de Olavo de Carvalho. Allan não respondeu. Nos diálogos com o bolsonarista, a estagiária cita como exemplo a decisão do ministro Luiz Fux que proibiu a Folha de realizar uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se encontrava preso, às vésperas da eleição de 2018. Ela diz que foi um "corre-corre danado". O ministro Luiz Fux reverteu uma liminar (decisão provisória) que havia sido concedida por Lewandowski. 

A estagiária afirma que "vê" que o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, "tem trânsito com quase todos os ministros". "Quando ele liga, o Lewandowski o atende prontamente. Dizem por lá q o pedido de suspensão de liminar feito pelo partido NOVO foi combinado a pedido do Fux e Toffoli. Vc sabe que o Villas Boas botou um general pra trabalhar junto com o Toffoli na presidência, né?", diz a estagiária, intercalando os dois assuntos. 

Segundo Tatiana, a "piada" do dia anterior na corte era que "estavam todos esperando o soldado e o cabo para fechar o STF", em referência a uma fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em julho de 2018, em resposta sobre uma possível ação do Exército se o presidente Jair Bolsonaro fosse impedido de assumir o posto por alguma decisão do Supremo. 

"Difícil ouvir rsrs", diz a estagiária, ao que Allan indaga: "Acha que isso tem mudado lá dentro?". E ela responde: "Sim. Todos atentos: 'agora temos um general na presidência'! kkk Inclusive Toffoli [ministro Dias Toffoli, então presidente do STF] nem fala mais em ditadura de 64. Fala em 'movimento de 64'". 

A estagiária afirma ainda que Lewandowski iria soltar Lula. "Tem uma coisa Allan, mas acho q vc ja sabe... tenho pra mim q quem soltará o Lula será o Lewandowski porque com a última decisão nos autos da reclamação q a defesa ajuizou em nome do próprio lula, pedindo q ele pudesse conceder entrevista p/ quem quisesse)..... como esse decisão foi a primeira envolvendo a execução da pena do lula, tornou o Lewa prevento para futuras decisões envolvendo a execução da pena dele", escreve. 

O ex-presidente Lula foi solto apenas em novembro de 2019, quando o plenário STF proibiu a prisão imediatamente após condenação em segunda instância. Segundo a PF, a estagiária diz a Allan, nas primeiras conversas, que tem uma página em uma rede social em que usa outro nome (@visittabb), após ter sido proibida por seu chefe no STF de fazer postagens. No perfil, há diversas publicações em favor de Bolsonaro e ataques contra a corte e ministros. 

Minutos após a divulgação das informações nesta quarta-feira (6), o ministro do STF Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal ouça a estagiária apontada como informante. 

Um chefe da máfia de Bagheria, no sul da Itália, foi preso após mandar matar a própria filha por ela ter se apaixonado por um carabinieri (polícia italiana). 

De acordo com as autoridades locais, Pino Scaduto, que já havia sido preso anteriormente, afirmou que o relacionamento da filha, Catherine, estava relacionado com seus problemas com a justiça. Desta forma, o mafioso pediu para que seu filho executasse a jovem. "Ela virou informante", teria dito Scaduto ao filho, que não aceitou cometer o crime porque temia que fosse preso. O homem, de 30 anos, também responde acusações na justiça.

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Após o jovem recusar o pedido do pai, o mafioso tentou contratar um matador de aluguel, que também negou o serviço por se tratar de uma disputa familiar. Segundo Scaduto, Catherine teria repassado informações ao namorado, o que levou à prisão do seu padrinho de batismo em 2008. "Eu estava com raiva", disse o pai às autoridades.

O chefe da máfia foi detido durante a operação batizada "Nuova alba", que levou à prisão de mais 16 pessoas acusadas de associação mafiosa.

Da Ansa

Chelsea Manning, a ex-informante do WikiLeaks detida na prisão militar de Fort Leavenworth (Kansas, centro), abriu, através de sua rede de apoio, uma conta no Twitter que na tarde desta sexta-feira (3) já somava milhares de seguidores. Em seus primeiros quatro tuítes, Chelsea Manning (@xychelsea) explica que dita através de um telefone mensagens a pessoas de sua rede de apoio, que se encarregam de alimentar sua conta.

Chelsea espera que a conta seja um meio de conversar com os internautas, embora reconheça que será difícil. No passado já havia manifestado sua vontade de participar dos debates públicos publicando colunas no jornal britânico The Guardian.

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Chelsea Manning, de 27 anos, foi condenada a 35 anos de prisão por ter vazado mais de 700.000 documentos confidenciais ao site WikiLeaks, quando trabalhava como analista de inteligência dos Estados Unidos no Iraque. Na época era conhecida sob o nome de Bradley Mannnig.

O soldado Bradley Manning anunciou que se sentia mulher e queria ser reconhecida como tal - sob o nome de Chelsea Manning - um dia após sua condenação, em agosto de 2013. Em 5 de fevereiro, recebeu a aprovação de um juiz para receber um tratamento hormonal para mudar de sexo.

Seu pseudônimo no Twitter, "xychelsea", faz referência aos cromossomos que determinam o sexo de uma pessoa, X e Y. Luta agora para ter o direito de usar o cabelo longo.

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