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O blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira desde 2021, negou a versão disseminada por bolsonaristas de que o 8 de Janeiro foi causado pela ação de infiltrados de esquerda na manifestação golpista. "Não tinha", respondeu o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), categoricamente, sobre a existência de "infiltrados" nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. "Quem estava envolvido naquele quebra-quebra, de modo intencional, era a gente", afirmou Allan dos Santos em 12 de janeiro ao programa "Os Fellas Cast", transmitido no YouTube.

"É aquele tipo de baderna que a gente não quer ver", disse o blogueiro. O trecho em que Allan desmente a conspiração repercute no X (antigo Twitter) nesta terça-feira (23).

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Allan dos Santos é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por propagação de desinformação. Contra ele, há um mandado de prisão preventiva, além de uma ordem de extradição. O blogueiro está foragido e reside nos Estados Unidos.

O endereço residencial de Allan no País já foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), dentro dos inquéritos conduzidos pelo Supremo. Também vigora contra o blogueiro uma proibição de acesso a redes sociais, mas ele burla a determinação judicial com a criação sucessiva de perfis nas redes.

'Infiltrados' jamais foram identificados

Políticos bolsonaristas afirmam, de forma recorrente, que a responsabilidade pelos ataques aos prédios públicos teria sido de "infiltrados" no grupo que tomou a Praça dos Três Poderes. O senador Magno Malta (PL-ES) alegou, em abril do ano passado, que a investigação sobre o 8 de Janeiro deveria descobrir "quem organizou a ação e quem são os infiltrados no meio dos manifestantes".

Um mês depois, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, pôs a desinformação novamente em pauta. "Há relatos de que houve infiltrados, pessoas filiadas aos partidos de esquerda", disse Eduardo, na primeira sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada para apurar o assunto.

Na CPMI do 8 de Janeiro, inclusive, ao menos 15 parlamentares disseminaram em seus perfis nas redes sociais essa desinformação, segundo um levantamento do Estadão Verifica. O campeão em número de publicações com a versão desencontrada dos fatos foi o senador Eduardo Girão (Novo-CE). A Girão, juntam-se outros parlamentares da "tropa de choque" bolsonarista, como Marcos do Val (Podemos-ES) e Marco Feliciano (PL-SP).

A narrativa de que o 8 de Janeiro foi resultado de "infiltrados", na verdade, começou minutos depois do ataque aos prédios públicos. Como mostrou o Estadão, o verbete da Wikipédia sobre o 8 de Janeiro foi alvo de sucessivas edições que tentavam inserir no artigo a narrativa. Apesar da disputa, a presença de "infiltrados" nos atos golpistas jamais foi identificada nos inquéritos que se seguiram.

Questionado sobre o tema, Allan dos Santos afirmou não acreditar na conspiração de infiltrados. Para o bolsonarista, os ataques foram ações de "pessoas fragilizadas e desesperadas" que, nesse estado, tornaram-se suscetíveis "a uma mentira". "Você inventa uma mentira, diz: 'Vai lá, faz o que for possível e necessário que vamos salvar tudo. 'Toca' o terror que nós vamos salvar o Brasil'", exemplificou o blogueiro sobre as motivações do ataque.

Segundo Allan dos Santos, os ataques seriam de responsabilidade de "pessoas iludidas" com a ideia de que, depredando os prédios públicos, os militares seriam acionados. O desmentido do blogueiro corresponde ao que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aconselhá-lo a não assinar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A primeira-dama, segundo o próprio presidente, desestimulou Lula a assinar o decreto ao realizar a leitura de que os manifestantes estavam promovendo os ataques justamente para colocar os militares em jogo. "Foi a Janja que invalidou: 'Não aceita a GLO porque GLO é tudo que eles querem. É tomar conta do governo'. Se eu dou autoridade para eles, eu tinha entregado o poder para eles", afirmou Lula ao documentário "8/1: A democracia resiste", produzido pela GloboNews.

Para assistir ao trecho do vídeo no qual Allan dos Santos dá seu depoimento, é só clicar aqui.

O blogueiro Allan dos Santos, procurado da justiça brasileira, foi visto com o ex-chanceler Ernesto Araújo, na última terça-feira (18), participando de um evento na Florida International University, em Miami, nos Estados Unidos. A palestra que eles apresentavam versava sobre as ideias defendidas por grupos bolsonaristas de que o Brasil vive uma “crescente” repressão às liberdades civis. 

O First Carvalho U.S. - Latin American Dialogue, é um evento que homenageia o falecido guru do ex-presidente Bolsonaro (PL), Olavo de Carvalho, que morreu em janeiro de 2022. 

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Allan dos Santos se considera um “perseguido político” devido às dívidas que tem com a justiça brasileira, e as pendências que deixou de resolver perante o Supremo Tribunal Federal (STF) quando foi para os Estados Unidos. Durante sua fala no evento, ele chegou a apelar para o emocional da plateia ao mencionar que não vê a família há três anos. 

Em sua fala no painel, Araújo fez alarde à hipotética situação, defendida pela ala bolsonarista de extrema direita no Brasil, de que o país tem laços com países autoritários.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria para negar mais um habeas corpus do blogueiro Allan dos Santos. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele busca reverter a ordem de prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Seis ministros já acompanharam o relator, Edson Fachin, no sentido de negar o pedido do bolsonarista por questões processuais.

Allan dos Santos é alvo de inquéritos como o das fake news e das milícias digitais, que miram não só aliados de Bolsonaro como o próprio ex-presidente. O blogueiro é considerado foragido da Justiça desde 2021 e tem contra si uma ordem de extradição. Ele reside atualmente nos Estados Unidos. Também vigora contra Allan uma série de restrições, como proibição de acesso a redes sociais - medida que o blogueiro burla com a criação sucessiva de perfis.

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Desde os EUA, o bolsonarista segue com os ataques a Alexandre de Moraes, alvo principal de aliados do ex-chefe do Executivo e do próprio Bolsonaro. Em fevereiro, Allan dos Santos publicou uma foto nas redes sociais exibindo suposta autorização de trabalho em território americano, com uma provocação. "Chora, Xandão". Na mesma publicação, o blogueiro chamou o ministro de "tirano". O perfil foi derrubado.

No início do mês, um dos principais interlocutores de Allan dos Santos no Planalto à época em que Bolsonaro era presidente entrou na mira da Polícia Federal - o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

No bojo do inquérito sobre atos antidemocráticos - investigação que deu origem à apuração sobre milícias digitais - a PF encontrou diálogos entre Cid e Allan dos Santos. Em uma conversa o blogueiro afirmou ao coronel que "as Forças Armadas precisam entrar urgentemente" - alusão a um suposto golpe.

Chefiado por Flávio Dino, o Ministério da Justiça quer acelerar o processo de extradição do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. A pasta procurou a Interpol e os Estados Unidos para cumprir o mandado de prisão preventiva que pesa contra ele, expedido em 2021. O blogueiro, criador do canal "Terça Livre", está foragido no país norte-americano.

Ao Estadão, a pasta declarou que a lei é "para todos" e que acionará "mecanismos de cooperação internacional para que as ordens do Supremo Tribunal Federal sejam cumpridas, independente do destinatário". O ministério afirmou que não comenta casos concretos.

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O mandado de prisão preventiva contra Allan dos Santos partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Polícia Federal. O blogueiro é investigado no inquérito que apura a disseminação de notícias falsas na internet e a existência de milícias digitais que organizam ataques às instituições democráticas, aos poderes de Estado e aos ministros da Corte.

Em novembro do ano passado, o Supremo ordenou ao Ministério das Relações Exteriores o cancelamento do passaporte de Allan dos Santos. Já houve, também, pedido para que o nome do investigado seja incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol, que contém procurados internacionais, mas a solicitação ainda não foi atendida.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o passaporte do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos seja cancelado. Com isso, ele não conseguirá viajar para outros países a partir do território americano, onde está foragido da justiça brasileira.

O magistrado também ordenou que o cancelamento do passaporte seja incluído no Módulo Alerta e Restrição do Sistema de Tráfego Internacional. Segundo o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, a decisão de Moraes foi distribuída nesta segunda-feira (21) para a embaixada brasileira nos Estados Unidos. 

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Investigado no processo das fake news, Allan dos Santos teve a sua prisão decretada em outubro do ano passado. Com o blogueiro fora do país, Moraes determinou que o governo de Jair Bolsonaro (PL) agilizasse as providências para que ele fosse extraditado. 

No entanto, parece que não há boa vontade do governo federal para adotar as medidas. Em atos de bolsonaristas nos Estados Unidos, Allan chegou a desafiar Moraes a prendê-lo.

Vídeos publicados na internet mostram o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, participando da manifestação contra os ministros da Corte em Nova York.

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele permanece foragido nos Estados Unidos desde então, embora costume se fazer presente em eventos públicos. Questionado, Moraes não falou sobre o assunto.

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O Lide informou que uma assessora da deputada Carla Zambelli (PL-SP) entrou em contato com a produção do evento para perguntar se ele seria aberto a parlamentares e haveria vaga. O grupo informou que não.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu, por unanimidade, condenar o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos - atualmente nos Estados Unidos, foragido da Justiça - a um ano, sete meses e um dia de detenção por calúnia. A sentença foi dada no âmbito de uma notícia-crime movida pela cineasta Estella Renner. A avaliação dos magistrados foi a de que Allan dos Santos imputou crime a Estella ao mencionar nominalmente a cineasta em vídeo e afirmar: "Esses filhos da puta que ficam querendo colocar maconha na boca dos jovens".

As declarações que levaram à sentença foram proferidas em vídeo publicado por Allan dos Santos no dia 12 de setembro de 2017, abordando a exposição "Queermuseu - cartografias da diferença na arte brasileira", promovida pelo Santander Cultura.

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Ao analisar o caso, o desembargador Jayme Weingartner Neto, relator do caso, ponderou que Allan dos Santos estava consciente da gravidade e ofensividade de suas palavras. Segundo o desembargador, 'resplandece, diante da trama linguística e das expressões concretas', a prática da calúnia. A avaliação do magistrado foi a de que também houve difamação, mas o delito acabou 'absorvido' pelo crime mais grave.

O entendimento foi acompanhado pelos demais integrantes da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o acórdão lavrado nesta quarta-feira, 27.

"Neste contexto, belicoso, rude, grosseiro, pontuado por palavras de calão, em si injuriosas, dizeres embaralhados, tenho que o querelado (Allan dos Santos) insinua, ao menos, que a querelante (Estella Renner), na parceria com o Instituto Alana, em projetos culturais voltados à infância, estaria induzindo ou instigando [o público alvo] ao uso indevido de droga. No substrato fático recortado e no seu horizonte de contextualização, a expressão "colocar maconha na boca dos jovens" assume o significado de agir de modo a estimular o uso indevido de droga", afirmou ao votar por condenar o blogueiro bolsonarista.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS FLÁVIA RAHAL E GUILHERME CARNELÓS, QUE DEFENDEM ESTELLA

"A condenação de Alan dos Santos escancara a forma virulenta e infundada com que o blogueiro se dirigiu à Estela Renner. Suas ofensas criminosas foram repudiadas pelo Poder Judiciário, em decisão que repara a agressão por ela sofrida e distingue liberdade de expressão de fake news".

O influenciador bolsonarista Allan dos Santos, considerado foragido da polícia brasileira nos Estados Unidos, contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que baniu sua participação em redes sociais em 2021 e segue com perfis em diferentes plataformas.

Com usuários removidos no YouTube, no Twitter e na Twitch na semana passada, o blogueiro divulga contas no Instagram e no Telegram ativas desde março. Nas plataformas, Allan dos Santos afirma que "não irá desistir" e segue fazendo reiterados ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

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Os perfis estão divulgados no link anexo em seu perfil verificado no Gettr, rede social criada pelo ex-assessor do ex-presidente americano Donald Trump, Jason Miller, e no próprio Instagram, com quase 100 mil seguidores. Ao Estadão, o Instagram informou que não comentará o caso.

No Telegram, apesar de não assinar as mensagens, Allan dos Santos indica um canal com pouco mais de mil seguidores que republica seus conteúdos e também reproduz ataques ao ministro Alexandre de Moraes.

O blogueiro já ensaiou um retorno ao YouTube com ataques ao Supremo Tribunal Federal e a Moraes no dia 8 passado, um domingo. No vídeo do novo canal, Allan anunciava a volta às redes sociais e defendia que "não há democracia onde há presos políticos".

A conta foi banida no dia seguinte, um usuário alternativo foi criado horas depois e foi excluído entre a segunda-feira, 9, e a terça-feira, 10. À reportagem, o YouTube disse que todos os conteúdos na plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade, e que "quando não há violação à política de uso do YouTube, a análise final sobre a necessidade de remoção de conteúdo cabe ao Poder Judiciário, nos termos do Marco Civil da Internet".

Na Twitch, plataforma de transmissões ao vivo de propriedade da Amazon, o blogueiro tentou realizar "lives". Poucas milhares de pessoas foram alcançadas na quarta-feira e na quinta-feira da semana passada.

Procurada pela reportagem, a empresa não respondeu, mas o perfil está indisponível "devido a uma violação das diretrizes da comunidade ou dos termos de serviço da Twitch" desde, pelo menos, segunda-feira, 16.

No Twitter, Allan dos Santos disse que iria voltar com o seu blog, Terça Livre, depois de Elon Musk anunciar a intenção em reverter o banimento da conta de Donald Trump, excluída após a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro do ano passado. A reportagem procurou o Twitter sobre a situação do blogueiro - a plataforma não respondeu, mas o perfil foi removido no dia seguinte.

Pedido de prisão

Alexandre de Moraes ordenou, em outubro do ano passado, a prisão preventiva do dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Ele está foragido nos Estados Unidos desde então.

O processo da extradição de Allan dos Santos foi marcado por acusações de servidores do Ministério da Justiça, que relataram ter sofrido pressão interna para impedir que o blogueiro seja trazido de volta ao Brasil. A Polícia Federal apura se houve tentativa de interferência indevida no procedimento.

Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva do blogueiro com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação em organização criminosa.

Em janeiro deste ano, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, participou de um evento com a presença de Allan dos Santos nos Estados Unidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para o Ministério da Justiça prestar informações sobre o andamento do pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

A ordem é para o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, detalhar as medidas adotadas para garantir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em outubro do ano passado contra o blogueiro. Dono do portal Terça Livre, Allan dos Santos foi colocado na lista de difusão vermelha da Interpol - sistema de alerta para captura de foragidos internacionais.

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O blogueiro é investigado em duas apurações conexas: o inquérito das milícias digitais, que mira a atuação de grupos organizados na internet para promover ataques e desinformação; e o inquérito das fake news, que se debruça sobre ofensas, ameaças e notícias falsas contra autoridades.

Embora tenha sido bloqueado nas redes sociais por ordem judicial, o blogueiro tem criado perfis alternativos a cada vez que uma conta é derrubada. Em um deles, Allan dos Santos se disse vítima de 'perseguição' ao comentar nesta segunda a decisão de Moraes.

Interferência

O processo da extradição de Allan dos Santos foi atravessado por acusações de servidores do Ministério da Justiça, que relataram ter sofrido pressão interna para impedir que o blogueiro seja trazido de volta ao Brasil. A Polícia Federal apura se houve tentativa de interferência indevida no procedimento.

As suspeitas foram ampliadas depois que a delegada federal Silvia Amelia da Fonseca, responsável por enviar toda a documentação do caso ao Ministério de Relações Exteriores, foi exonerada do cargo de diretora do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). A medida foi vista internamente como uma represália por ter dado andamento ao procedimento.

O secretário de Justiça chegou a ser ouvido pela PF e, em depoimento, disse que solicitou informações sobre o processo de extradição com o objetivo de 'dar cumprimento à decisão judicial'. Ele negou ter tentado interferir no caso.

A polícia brasileira pode ter dificuldade para cumprir a prisão de Allan dos Santos, considerado foragido pela Justiça, mas nada tem impedido o blogueiro de participar de eventos públicos, inclusive realizados dentro do Brasil.

Ao lado de diversos parlamentares de direita, Santos vai participar, por videoconferência, do "1° Congresso de Direita da Transamazônica e Xingu", que acontecerá no dia 12 de março, em Altamira, no Pará.

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Em uma propaganda, Allan dos Santos aparece ao lado de parlamentares como o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) e os deputados Daniel Silveira (PSL-RJ), Carlos Jordy (PSL-RJ) e Eder Mauro (PSD-PA), além parlamentares estaduais e produtores rurais. O evento no Pará tem ainda propagandas para venda de ingressos com a foto do presidente Jair Bolsonaro.

Allan dos Santos tem mantido uma agenda constante em eventos. Nesta semana, esteve presente no enterro do escritor Olavo de Carvalho, na cidade de Petersburg, no interior do Estado da Virgínia, nos Estados Unidos.

Duas semanas atrás, foi a vez de Allan dos Santos participar de um evento nos EUA, ao lado do ministro das Comunicações, Fábio Faria. Após o encontro, Faria declarou que, se soubesse da presença do blogueiro, não teria comparecido.

Allan dos Santos está nos Estados Unidos desde que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou prendê-lo no dia 5 de outubro. Moraes determinou a prisão no inquérito das milícias digitais, e indicou que o nome do blogueiro bolsonarista deveria ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol) para "viabilizar sua prisão, neste País ou em outro".

Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da Polícia Federal Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva de Allan com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação de organização criminosa.

O blogueiro é investigado em dois inquéritos: o de fake news e atos antidemocráticos.

Evento que acontece no Pará terá a participação de Allan dos Santos, por videoconferência; O blogueiro está nos Estados Unidos desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou prendê-lo no dia 5 de outubro

A assessoria do senador Zequinha Marinho afirmou à reportagem que recebeu o convite para participar do evento e que, "pela importância do tema, confirmou presença aos organizadores". "Em respeito aos organizadores e aos convidados, honrado o compromisso ora assumido, ele confirma participação no evento." O senador negou que terá seu nome anunciado como candidato ao governo do Pará, conforme informação dos bastidores políticos no Estado.

O evento é marcado no momento de forte pressão pela abertura de áreas protegidas e terras indígenas para exploração madeireira e do agronegócio. Zequinha Marinho, que critica com frequência a atuação de fiscais do Ibama, aos quais já se referiu como "servidor bandido e malandro", tem apoiado a exploração dentro dessas áreas, como a terra indígena Ituna-Itatá, localizada no município de Senador José Porfírio.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) decidiu não reeditar uma portaria que a autarquia mantinha desde 2011 e que garantia a interdição da terra indígena Ituna-Itatá, devido à existência de povos indígenas isolados na região. A área é um dos principais focos de grilagem de terras e extração ilegal de madeira no Estado.

Na quarta-feira, 26, a Justiça Federal deu 48 horas de prazo para que a Funai renove a portaria de restrição de uso que protege a terra indígena. O prazo venceu nesta sexta-feira, 28.

Com a saída da delegada Dominique de Castro Oliveira do escritório da Interpol, o governo Jair Bolsonaro já acumula ao menos duas dezenas de mudanças na Polícia Federal em razão de divergências políticas com o governo e com a cúpula da corporação, ou de investigações que desagradaram ao Planalto.

Para delegados ouvidos pelo Estadão, a série de intervenções não encontra precedentes, e levou à geladeira, ou "corredor" - termo usado na PF para quem está em estado de fritura pela direção - experientes quadros, com histórico de participação em importantes investigações. As mudanças continuam mesmo em meio a uma investigação que se arrasta há mais de um ano no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suspeita de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na corporação.

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"Fiz algum comentário que contrariou. Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei", disse Dominique, em mensagem encaminhada aos colegas. "Há uma forte sensação de revolta e de estar sendo injustiçada", escreveu. A delegada atuava há 16 meses na Interpol, cargo de indicação da direção.

Internamente, colegas afirmam que ela era crítica à gestão do delegado-geral, Paulo Maiurino, e que assinou manifestação pública a favor do delegado Felipe Barros Leal, afastado do inquérito que investiga suposta interferência política de Bolsonaro na PF. Pelas mãos da delegada passou também o pedido de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Em nota, a cúpula da PF afirma que o episódio não teve relação com a saída da delegada, que teria atuado de maneira protocolar ao encaminhar o pedido, sem decidir nada a respeito.

Dominique vai reforçar a Superintendência da PF no Distrito Federal, para onde já foram deslocados outros sete delegados desde que Maiurino assumiu o comando da corporação. Hoje, há 45 delegados naquela unidade.

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Félix de Paiva, afirmou que a entidade acompanha o caso. "Com as informações disponíveis até o momento, a associação não concorda que colegas sejam movimentados sem fundamentação clara e sem critérios." Além deste, outros casos recentes que chamam atenção dos delegados.

DRCI

A delegada Silvia Amelia da Fonseca, que deu andamento ao processo de extradição de Allan dos Santos, foi exonerada da diretoria do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI). Dias antes da extradição, o secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini - homem de confiança da família Bolsonaro, que já ocupou diversos cargos no governo - havia pedido para ter acesso a processos de extradição ativa, aqueles em que o Brasil pede a outros países a entrega de alvos da Justiça.

Outro caso recente é de Thiago Delabarry, que chefiou a área de combate a corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula da PF e deixou o cargo após Maiurino assumir a Diretoria-Geral. Em julho deste ano, a Superintendência da PF no Rio Grande do Sul indicou Delabarry para o comando da delegacia de combate a corrupção, em Porto Alegre. Em setembro, seu nome foi vetado por Maiurino.

O veto é atribuído ao fato de que, sob sua gestão, o delegado Bernardo Guidale conduziu o acordo de delação premiada do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que citou o ministro do STF Dias Toffoli e o presidente do STJ, Humberto Martins. Maiurino foi segurança de Toffoli e trabalhava para a Presidência do STJ antes de ser nomeado. Ele teria se surpreendido com o pedido de investigação do ministro do Supremo. Toffoli se aproximou de Bolsonaro ao longo do governo.

Bernardo Guidali, que conduziu a delação de Cabral, também perdeu cargo no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), responsável por investigar autoridades com foro privilegiado.

'REMANEJAMENTO'

Em nota, a PF afirmou que "as movimentações de servidores dentro da instituição é regular e faz parte dos mecanismos de gestão administrativa, não havendo outras razões que não a de ordem técnica para melhor atender as finalidades institucionais". Diz ainda que "eventuais substituições de cargos de chefia um processo natural que não causa qualquer tipo de prejuízo aos serviços prestados". O Estadão tentou contato com Maiurino, mas ele não se manifestou. O Palácio do Planalto não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

INVESTIGAÇÃO

Episódios de suposta interferência são também investigados no inquérito aberto pelo STF a partir das declarações do ex-ministro da Justiça e agora pré-candidato à Presidência, Sérgio Moro (Podemos), quando deixou o governo Bolsonaro no ano passado. Moro afirmou que o presidente queria trocar a direção do órgão e na superintendência do Rio para proteger parentes e aliados.

Em uma reunião ministerial cujas imagens foram anexadas ao inquérito, Bolsonaro aparece dizendo: "Vou interferir, e ponto final". O presidente se defende dizendo que se referia à segurança pessoal de sua família no Rio. No âmbito deste inquérito, Bolsonaro foi questionado, por exemplo, a respeito da troca do comando da PF no Rio, que era chefiada pelo delegado Ricardo Saadi. Em 2019, o presidente afirmou abertamente que iria trocar Saadi. Ele acabou substituído por Carlos Henrique de Oliveira, que disse em depoimento à PF ter sido apresentado pelo presidente por Alexandre Ramagem, delegado e chefe da Abin, que se tornou homem de confiança da família após fazer a segurança de Bolsonaro na campanha de 2019 - muitos dos agentes da época foram levados por Ramagem à Abin. À época, havia um inquérito eleitoral contra Flávio Bolsonaro por suspeita de ocultação de bens.

O delegado Victor Cesar Santos, do Rio, também substituiu recentemente o superintendente da Polícia Federal em Brasília, onde tramitam inquéritos como aquele que levou às buscas contra Ricardo Salles, e investigações sobre suposto tráfico de influência do filho 04 do presidente, Jair Renan Bolsonaro - que recebeu um carro elétrico de um grupo do Espírito Santo após viabilizar aos empresários uma agenda com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

A própria saída de Maurício Valeixo da direção da PF está entre os objetos de investigação no STF. Ele chegou a ser indicado como adido em Lisboa, mas o governo segurou sua nomeação. Permaneceu no "corredor", e deve se mudar para os Estados Unidos para cursar mestrado. Igor Romário, que também conduziu a Lava Jato e tinha a confiança de Moro, e esteve na cúpula da PF até a saída de Valeixo, teve sua nomeação como adido no Canadá segurada.

DEPOIMENTO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recusou nesta quinta-feira o pedido da defesa do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) para invalidar o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura se houve interferência política do chefe do Executivo na Polícia Federal. Moraes argumentou que o Ministério Público Federal (MPF) não viu irregularidades no procedimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Envolvida no processo de extradição do blogueiro Allan dos Santos dos Estados Unidos, Geórgia Renata Sanchez Diogo foi exonerada da chefia da Assessoria Especial Internacional do Ministério da Justiça nesta sexta-feira (3).

Ela indicou que vai assumir outro cargo na assessoria internacional e o conselheiro da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Lauro de Castro Beltrão Filho, vai para seu lugar.

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"No passado, também já teve diplomatas nesse cargo. Faz parte, né?", comentou ao Globo.

Prática comum

Também envolvida na extradição do bolsonarista responsável por fake news para favorecer o presidente, a delegada Silvia Amélia já havia sido exonerada da chefia da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.

Na última quarta (1º), a delegada da Interpol Dominique de Castro Oliveira foi demitida da organização internacional vinculada à Polícia Federal com apenas 16 meses de atuação. Ela processou a solicitação para incluir Allan na lista vermelha da Interpol.

Ao deixar o posto, ela apontou que deve ter feito "algum comentário que contrariou" a direção da PF. Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei. A chefia também disse que não sabe, cumpriu uma ordem que recebeu”, descreveu na despedida.

Moro denuncia interesses pessoais

A instituição sofre recorrentes trocas de superintendentes que assumem investigações contra pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim ocorreu com os delegados dos inquéritos do filho Renan e do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O controle sobre a PF motivou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que revelou que foi impedido de investigar os filhos do presidente e que Bolsonaro usa a instituição para defender interesses pessoais.

O Twitter removeu nesta sexta-feira, 5, mais uma conta supostamente gerida pelo blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, fundador do antigo site Terça Livre. O usuário @allannoexilio vinha sendo usado como "reserva" após o blogueiro ser banido da plataforma por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apoiador declarado de pautas inconstitucionais, Santos é investigado em dois inquéritos no STF e teve pedido de prisão preventiva decretado por Moraes em outubro. Um deles apura ataques contra ministros da Corte e a disseminação de fake news. Outro investiga a existência de uma milícia digital que promoveria atos contra a democracia e reivindicações como intervenção militar.

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O blogueiro é considerado foragido no Brasil desde que teve a ordem de prisão expedida. Na última quarta-feira, 3, seus advogados entraram com pedido de habeas corpus no STF contra a prisão preventiva.

Depois que o cerco judicial o fez ser banido das redes sociais e de encerrar as atividades do site Terça Livre, Allan dos Santos vem usando o aplicativo de mensagens Telegram e um novo site à base de assinaturas para publicar seus artigos.

Procurado, o Twitter optou por não responder aos questionamentos sobre a conta removida. Segundo comentam apoiadores e ex-seguidores, que repercutem na plataforma a suspensão, o usuário tinha mais de 400 mil seguidores e foi criado em 2018.

O blog Terça Livre, canal ligado ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, encerrou suas atividades, informou um de seus fundadores.

Italo Lorezon, um dos fundadores do blog, publicou em suas redes sociais um agradecimento aos seus seguidores, informando que o canal havia encerrado suas atividades na noite de sexta-feira, 22. O anúncio foi feito após decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito das milícias digitais - uma delas pedindo a prisão preventiva de Santos.

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O ministro ainda determinou que o Ministério da Justiça dê início imediato ao processo de extradição do militante de extrema direita, que está nos Estados Unidos. A Embaixada dos EUA foi comunicada sobre a decretação das medidas. A decisão, tomada no dia 5, a pedido da Polícia Federal, também indica que o nome do blogueiro bolsonarista seja incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol), para "viabilizar sua prisão, neste País ou em outro".

A Procuradoria-Geral da República foi contra a medida.

O canal do Terça Livre no YouTube foi removido da plataforma neste mês, enquanto contas ligadas ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, colega de Lorenzon, também foram bloqueados ou excluídos recentemente. O perfil do blogueiro bolsonarista no Instagram foi bloqueado, e, na semana passada, uma conta do Twitter de Santos também foi suspensa.

O Twitter suspendeu a conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e do site Terça Livre. Segundo aviso da rede social em ambos os perfis, a retenção aconteceu "em resposta a uma demanda legal". Allan dos Santos é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos inquéritos das fake news e da organização de atos antidemocráticos.

Em 2020, a conta do blogueiro já havia sido suspensa por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, mas Santos passou a utilizar um perfil reserva. Também no ano passado, em novembro, o Twitter suspendeu a conta do Terça Livre por violação às regras da plataforma.

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Na quinta-feira passada, dia 7, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Tatiana Garcia Bressan, ex-estagiária do gabinete do ministro do STF Ricardo Lewandowski e tratada como "informante" por Allan dos Santos. A ordem partiu de Alexandre de Moraes, também no inquérito das fake news.

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos teria usado uma estagiária do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, como informante, segundo revelaram mensagens coletadas pela Polícia Federal (PF) e publicadas pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (6). Allan é investigado em dois inquéritos no STF, que investigam a disseminação de fake news e o financiamento de atos antidemocráticos. Santos, dono do site Terça Livre, é também investigado pelo Ministério Público e pela CPI da Pandemia. 

O documento traz diálogos entre o blogueiro e a ex-estagiária Tatiana Garcia Bressan. Ela trabalhou no gabinete de Lewandowski de 19 de julho de 2017 a 20 de janeiro de 2019, antes da abertura dos inquéritos contra Allan, em março daquele ano. As conversas começaram em 23 de outubro de 2018 e vão até 31 de março de 2020. A bolsa paga pelo STF aos estagiários de direito no período era de R$ 1.207 por mês. 

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Na primeira conversa, Tatiana entra em contato com Allan, demonstrando interesse em trabalhar na equipe da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), e diz que está no gabinete de Lewandowski. Nos diálogos, a estagiária relata ter dificuldade em trabalhar com o ministro, mas diz que está "lá para aprender". A informação, segundo o relatório da PF, "naturalmente desperta o interesse de Allan", que pede a colaboração de Tatiana. 

"Fique como nossa informante lá", diz o blogueiro, cerca de duas horas depois do início da conversa. A estagiária responde prontamente: "Será uma honra. Estou lá kkk". 

Em seguida, Allan pergunta o que de mais espantoso Tatiana vê no gabinete. Ela então diz: "O que vi de mais espantoso é que realmente eles decidem o que querem e como querem. Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga pro ministro". 

Procurada pela Folha, Tatiana afirmou por mensagem que nunca atuou como informante de Allan. Disse que apenas tinha ligação com o blogueiro pois ambos foram alunos de Olavo de Carvalho. Allan não respondeu. Nos diálogos com o bolsonarista, a estagiária cita como exemplo a decisão do ministro Luiz Fux que proibiu a Folha de realizar uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se encontrava preso, às vésperas da eleição de 2018. Ela diz que foi um "corre-corre danado". O ministro Luiz Fux reverteu uma liminar (decisão provisória) que havia sido concedida por Lewandowski. 

A estagiária afirma que "vê" que o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, "tem trânsito com quase todos os ministros". "Quando ele liga, o Lewandowski o atende prontamente. Dizem por lá q o pedido de suspensão de liminar feito pelo partido NOVO foi combinado a pedido do Fux e Toffoli. Vc sabe que o Villas Boas botou um general pra trabalhar junto com o Toffoli na presidência, né?", diz a estagiária, intercalando os dois assuntos. 

Segundo Tatiana, a "piada" do dia anterior na corte era que "estavam todos esperando o soldado e o cabo para fechar o STF", em referência a uma fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em julho de 2018, em resposta sobre uma possível ação do Exército se o presidente Jair Bolsonaro fosse impedido de assumir o posto por alguma decisão do Supremo. 

"Difícil ouvir rsrs", diz a estagiária, ao que Allan indaga: "Acha que isso tem mudado lá dentro?". E ela responde: "Sim. Todos atentos: 'agora temos um general na presidência'! kkk Inclusive Toffoli [ministro Dias Toffoli, então presidente do STF] nem fala mais em ditadura de 64. Fala em 'movimento de 64'". 

A estagiária afirma ainda que Lewandowski iria soltar Lula. "Tem uma coisa Allan, mas acho q vc ja sabe... tenho pra mim q quem soltará o Lula será o Lewandowski porque com a última decisão nos autos da reclamação q a defesa ajuizou em nome do próprio lula, pedindo q ele pudesse conceder entrevista p/ quem quisesse)..... como esse decisão foi a primeira envolvendo a execução da pena do lula, tornou o Lewa prevento para futuras decisões envolvendo a execução da pena dele", escreve. 

O ex-presidente Lula foi solto apenas em novembro de 2019, quando o plenário STF proibiu a prisão imediatamente após condenação em segunda instância. Segundo a PF, a estagiária diz a Allan, nas primeiras conversas, que tem uma página em uma rede social em que usa outro nome (@visittabb), após ter sido proibida por seu chefe no STF de fazer postagens. No perfil, há diversas publicações em favor de Bolsonaro e ataques contra a corte e ministros. 

Minutos após a divulgação das informações nesta quarta-feira (6), o ministro do STF Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal ouça a estagiária apontada como informante. 

O Ministério Público Federal recorreu da decisão que rejeitou denúncia apresentada contra o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, criador do canal Terça Livre, por ameaças feitas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto Barroso e incitação ao crime. Na peça enviada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região nesta segunda-feira, 30, a Procuradoria sustenta que a ameaça a Barroso ficou "clara" e que Allan agiu de forma criminosa ao veicular promessas de violência a uma autoridade.

O recurso do MPF no Distrito Federal foi apresentada contra decisão dada na terça-feira passada, 24, pela juíza Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal do DF. No despacho, a juíza disse que declarações do blogueiro não configuram "ameaças sólidas" e que "um magistrado não pode nem deve ser facilmente intimidado".

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A Procuradoria argumenta que tais fundamentos apresentados pela juíza não se sustentam, considerando que o próprio ministro representou contra Allan. Segundo o MPF, tal situação demonstra a intimidação causada pela fala do blogueiro.

"Em meio a tanta tensão política ocorrida no País nos últimos anos, qualquer instigação mais enérgica propagada por pessoas com grande influência nas mídias sociais da internet, como o caso de Allan dos Santos, facilmente serve de estímulo para que terceiros cheguem às vias de fato e concretizem as agressões e violências sugeridas no discurso", registra trecho do recurso.

O MPF ainda rechaçou a ideia de que as falas de Allan tenham sido proferidas por impulso ou em momento em que os ânimos estivessem exaltados. "O blogueiro gravou um vídeo, editou e postou na internet. Teve tempo para premeditar se iria ou não divulgar, bem como se retiraria do ar tais falas, caso percebesse em seguida que as havia proferido no ímpeto das suas emoções", apontou a Procuradoria em nota.

As declarações contra o ministro estão registradas em um vídeo publicado pelo blogueiro em seu canal no Youtube em novembro. Na gravação, Allan dos Santos diz: "Tira o digital, se você tem culhão! Tira a porra do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a porra do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa porra!".

De acordo com a Procuradoria, o crime incitado por Allan ‘pode ser facilmente identificado’ no trecho em que diz: ‘Pra você ver o que a gente faz com você’. "Por mais que não esteja de forma explícita e detalhada qual será a atitude que Allan dos Santos irá realizar, caso a ameaça se concretize, é possível inferir-se que, no mínimo, trata-se de uma lesão corporal contra o ministro do STF", afirma o MPF. Os procuradores dizem que é ‘patente’ a incitação causada pelo bolsonarista.

Seguindo os passos do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) vai organizar uma versão brasileira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). Entre os patrocinadores do evento, estão o Parler e Gettr, redes sociais acusadas de servir como meio para a divulgação de notícias falsas. As informações são do portal Metrópoles.

Removido dos domínios do Google, Apple e Amazon, o Parler foi apontado como um dos principais articuladores da invasão do Capitólio, centro Legislativo norte-americano, em janeiro deste ano. A Gettr segue a mesma tendência, usualmente associada à propagação  de conteúdos antidemocráticos e preconceituosos.

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Segundo o Metrópoles, o evento conta ainda com o apoio do Terça Livre, um blog bolsonarista ligado a Allan dos Santos, influenciador investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que mira a rede de notícias falsas no Brasil. Ele também foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ameaçar ministros do STF.

O evento está previsto para acontecer, de forma presencial, entre os dias 3 e 4 de setembro, em Brasília (DF).

 

Nesta quinta-feira (19), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid aprovou a quebra de sigilo fiscal do líder do Governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), e do ex-advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. Ao todo, 187 requerimentos foram aprovados pelos senadores.

Já investigado pela CPI, Barros é suspeito de ser um dos representantes do Governo Federal na negociação suspeita de superfaturamento de doses da Covaxin. Ele prestou seu primeiro depoimento na quinta (12).

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A Comissão também quer saber se Wassef tem envolvimento na compra de imunizantes através de intermediários. Por isso, solicitou à Receita Federal o histórico de empresas que os dois fizeram parte nos últimos cinco anos, incluindo possíveis sociedades anônimas.

LeiaJá também: Crimes de responsabilidade não devem atingir Bolsonaro

Com acesso ao material, os senadores terão detalhes sobre o faturamento das empresas, emissões de notas fiscais e a relação de clientes e fornecedores. Os pedidos foram feitos por "indícios de crimes, fraudes, irregularidades ou comportamentos e movimentações atípicas".

Perfis bolsonaristas também são alvos

Após denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, líder do canal Terça Livre, também terá os sigilos fiscal e bancário quebrados. O apoiador do presidente nas redes sociais é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros seis perfis de apoio a Jair Bolsonaro vão precisar transferir o sigilo telemático nas redes sociais. São eles Verdade dos Fatos; Movimento Conservador; Farsas do Covid-19; Patriotas; Brasil de Olho e Alemanha Comentada.

O intuito dos 187 requerimentos aprovados é analisar a aquisição de vacinas com empresas intermediárias. O desvio de recursos em hospitais federais do Rio de Janeiro e o financiamento de notícias falsas sobre a pandemia do coronavírus também são investigados.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o blogueiro Allan dos Santos por crime de ameaça e incitação ao crime de tal conduta contra o ministro Luís Roberto Barroso. O denunciado utilizou o seu canal no YouTube - Terça Livre - para desafiar o magistrado a enfrentá-lo pessoalmente. O crime aconteceu em 24 de novembro do ano passado.

Allan assegurou na ocasião que seria capaz de fazer mal a Barroso se ambos tivessem contato fora dos meios digitais. Para o MPF, o caso superou os limites do razoável na livre expressão de pensamento e opinião e intimidou a vítima com a promessa de mal injusto. A denúncia foi oferecida nessa terça-feira (17).

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No vídeo intitulado “Barroso é Um Miliciano Digital”, Allan profere palavras de ódio, baixo calão e em tom claramente ameaçador, afirmando:

"Tira o digital, se você tem culhão! Tira a p**** do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a p**** do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa p****!".

Ao tomar conhecimento dos fatos, o próprio ministro do Supremo, na condição de vítima, representou ao MP, solicitando a adoção de medidas cabíveis.

A denúncia aponta que as declarações de Allan “estão excluídas do âmbito de cobertura da liberdade de expressão, portanto configuram proibições expressas dispostas no direito internacional dos direitos humanos”.

O marco jurídico internacional do qual o Brasil é signatário aponta que a incitação à violência e ao crime devem ser proibidas a fim de manter a ordem pública e democrática.

O crime de ameaça constitui-se em prometer um mal injusto e grave, consistente em um dano físico, material ou moral contra alguém. No caso, as exclamações do denunciado para que o ministro Barroso o enfrentasse pessoalmente, deixam claro que se trata de uma promessa de mal injusto proferida pelo denunciado, sustentam os procuradores.

Na ação enviada ao Juizado Especial Criminal Federal, o MPF reúne diversos tuítes e publicações veiculadas em plataformas de redes sociais.

“Foi identificado um comportamento habitual e intencional do denunciado em proferir ameaças contra ministros do STF”. Nesse sentido, a conduta não está inserida em um contexto isolado, mas denota “parte de uma campanha intencional e extensiva do denunciado para disseminar ódio contra os magistrados da Suprema Corte”, alertam os investigadores.

Na denúncia, o MPF observa que a própria natureza inerente às redes sociais – o poder de alcançar grandes massas populacionais – torna as declarações investigadas ainda mais perigosas. É que, nesse ambiente, as falas ganham forma de incentivo público, direcionadas a pessoas indeterminadas em verdadeiro contexto de incitação ao crime.

Com informações da assessoria do MPF

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