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A sonda russa para Marte, Phobos-Grunt, está em trajetória em direção à Terra e deve cair em algum local ainda desconhecido na noite de hoje (15). A espaçonave foi lançada no ano passado, mas a missão fracassou.

Às 21h de sábado de Brasília, a sonda de 13 toneladas circulava o planeta a uma altitude média de 147 quilômetros, mas perdia centenas de metros de altitude a cada hora.

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Segundo especialistas, a maior parte da sonda deve se incinerar com a entrada na atmosfera, mas pequenos pedaços podem eventualmente cair sobre a Terra. A agência espacial russa estima que o que sobrará da espaçonave poderá ficar dividido em 20 a 30 pedaços, com um peso total não superior a 200 quilos.

Os cientistas dizem, porém, que não têm como saber o momento exato do impacto desses pedaços na Terra nem onde isso ocorrerá. "A maior incerteza para a previsão é a densidade atmosférica que a espaçonave encontra em órbita, mas também a orientação do veículo quando ele entrar [na atmosfera]", explica Richard Crowther, engenheiro-chefe da Agência Espacial Britânica. "Ela pode rapidamente virar, se pedaços se quebrarem, e isso muda a trajetória e o local onde os restos podem impactar", disse.

Essa é a terceira espaçonave importante a reentrar na atmosfera em quatro meses, após os retornos do satélite americano UARS, em setembro, e do telescópio alemão Rosat, em outubro. Ambos caíram no oceano.

Com o intuito de adotar estratégias administrativas que permitam as empresas conhecerem os interesses do seu público alvo e enxergar as oportunidades de negócios, O Diário de Pernambuco realizou, ontem(28), a 5ª edição do Seminário Inteligência Empresarial. O encontro, que contou com a parceria de outros órgãos públicos e privados, aconteceu no Centro de Pós-Graduação da Faculdade Maurício de Nassau, no bairro de Santo Amaro, Zona Norte do Recife.

O seminário teve dois momentos. O primeiro envolveu uma visita técnica, no período da manhã, ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. A tarde, o encontro seguiu com palestras de Janguiê Diniz, fundador do Grupo Ser Educacional; José Aureliano, diretor do Assogesso; Valmir Ribeiro, presidente do Moda Center; Roberto Castelo Branco, presidente do Sebrae-PE e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio.

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Segundo o presidente do Sebrae-PE, Roberto Castelo Branco, o seminário serviu para apresentar a inovação como uma das inteligências e estratégias empresariais a serem adotadas pelas empresas. “Pela inovação nós temos três grandes linhas de atuação com agentes locais de inovação. Nós temos bolsistas graduação, e alguns já com mestrado, treinados para introduzir a inovação dentro das micro e pequenas empresas. E nós temos soluções tecnológicas para as microempresas”, falou o presidente, acrescentando. “Nós fazemos visitas nas empresas e lá identificamos as necessidades. Após verificar, temos serviços de consultoria para revolver as necessidades tecnológicas delas”.

Ao final do seminário, certificados foram entregues para as empresas que adotaram gestão inteligente e que fizeram o Estado crescer economicamente no País.

Diferente do modelo que reúne pesquisa, desenvolvimento e comercialização de produtos por conta própria, assumindo os riscos de uma iniciativa inovadora, indústria, universidade e governo unem-se para colocar os projetos em prática. Esse é o princípio da inovação aberta, que enfatiza a importância do uso de conhecimento externo para melhorar o desempenho do processo, capaz ainda de acelerar e reduzir o custo do desenvolvimento.

Essa é a bandeira do Centro de Open Innovation – Brasil. Criado em 2009, a instituição atua com inovação aberta e surgiu da iniciativa de Henry Chesbrough, autor do livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology. Ele é o criador de um conceito chamado Hélice Tríplice, que prega que para estabelecer inovação é preciso integrar ações do governo, indústria e universidade.

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Desde que surgiu, entre os objetivos do centro estão disseminação de boas práticas de inovação aberta no País, incentivo à pesquisa acadêmica e colaboração com outros centros do mundo.

“Quem aposta em um ecossistema propício às relações e à cooperação tem mais chances de ser bem-sucedido no processo”, afirma o diretor do centro, Bruno Rondani.

De acordo com Rondani, esse modelo deve ser baseado em redes que podem incluir centros de pesquisa, clientes, fornecedores, startups e até mesmo concorrentes. “As companhias têm-se movimentado nesse sentido. O próprio Open Innovation já conta com a participação de cerca de 130 entidades, entre elas, aproximadamente 50% de empresas, 30% de governo e 20% de universidades”, diz.

O executivo afirma que esse é um modelo que tem crescido. “Muitas empresas já perceberam que o pulo do gato é a colaboração”, pontua. Os investimentos em recursos humanos que antes se restringiam ao quadro de funcionários ganham reforços com a colaboração de talentos de fora da organização.

Roldani explica que o papel do Open Innovation não é só o de fomentar a união dos setores, mas também de promover a capacitação. “No ano passado, formamos 77 gestores de inovação, que passaram a conhecer modelos de negócios, questões financeiras etc. Fazemos com que eles entendam qual é o papel do gestor para que ele esteja preparado para atuar na área e viabilizar novidades ao mercado”, diz.

Um grupo de cientistas de Cingapura descobriu uma função inteiramente nova para o sal, além de temperar a sua porção de batata frita. Segundo os pesquisadores liderados por Joel Yang, o bom e velho cloreto de sódio pode sim aumentar dramaticamente a capacidade de armazenamento de um aparelho.

Os discos rígidos tradicionais possuem grãos magnéticos arranjados aleatoriamente, que permitem densidade de dados de 0,5TB por polegada², mas um processo de litografia de alta resolução com sal permite que os grãos sejam colocados de uma maneira mais junta e em ordem, aumentando, assim, para 3,3TB por polegada² a densidade de dados por polegada quadrada.

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Como explica o Engadget, o feito é possível por meio de uma técnica chamada nanopatterning  (nanopadronagem) que utiliza o sal para aumentar a densidade de armazenamento de dados por polegada quadrada, o que permite a um disco de 1TB armazenar cerca de 6TB sem a necessidade de pratos adicionais. 

Além disso, vale lembrar que a técnica também funciona com tecnologias atuais de produção, o que descarta a necessidade de melhorias caras.

Para saber mais sobre a novidade, confira na íntegra estudo do Institute of Materials Research and Engineering (IMRE).

A Alps Electric desenvolveu um sensor capaz de detectar a velocidade de batimentos cardíacos, enviando-os a um servidor via rede sem fio. A empresa acredita que ele possa ser utilizado em smartphones, acessórios médicos e mesmo sistemas de segurança.

Baseada em Tokyo, no Japão, a companhia demonstrou a invenção em uma feira realizada no país. Ela emite ondas em alta frequência e mede as alterações à medida que alcançam os objetos. Assim, mesmo o menor dos movimentos é identificado.

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Durante a conferência, a Alps exibiu o poder do mecanismo. Ele conseguiu calcular o frequência do batimento cardíaco ou da respiração à uma boa distância, mesmo quando separado do indivíduo por uma parede. A velocidade de objetos que se aproximavam também foi aferida – socos foram dados em uma superfície com o sensor.

O dispositivo é semelhante a aparelhos de rádio-frequência (RFID, na sigla em inglês) utilizados para identificar pagamentos móveis e números de passaporte. Ele também pode criptografar os dados e enviá-los a servidores remotos.

Dependendo da precisão requerida, o sensor pode ser anexado a antenas e trocar informações de uma distância de 10 metros. Uma falha, porém, restringe seu funcionamento: ele não consegue diferenciar tipos de movimento — como respirar e dançar — portanto, para que a mensuração seja perfeita, os indivíduos devem ficar parados.

A companhia começará a produzir chips para testes em 2012, e a produção em massa deve começar logo depois. Os preços sugeridos não foram revelados.

“O seu nível de fome é 60%. Abstenha-se de comer mesmo que você esteja com fome”. Assim está escrito na tela do smartphone Toshiba Regzano, no estande da NTT DoCoMo na feira de eletrônicos Ceatec, que aconteceu no Japão. E o gadget tem um motivo: faz poucas horas que você tomou café da manhã e com certeza você toparia comer um lanche agora mesmo, mas provavelmente deveria esperar até o almoço.

Como funciona o truque? Um bafômetro Bluetooth analisa a acetona no hálito, que o corpo produz quando a gordura corporal é consumida. Se os níveis de acetona são baixos, a teoria é que o corpo está gastando açúcar e carboidratos, e ainda não começou a queimar gordura.

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Os participantes da feira fizeram filas para usar os aparelhos e pouco depois um smartphone próximo a eles se iluminou apresentando o resultado. As leituras pareceram um pouco grosseiras – um homem de aparência saudável foi avaliado com 150% de fome, enquanto muitos outros tiveram exatamente 36% de fome. O produto ainda não tem data de lançamento.

A pesquisa é parte de um estudo sobre a expansão do papel dos smartphones na sociedade, promovida pela DoCoMo,  maior operadora do Japão, com cerca de 50% do mercado.

Também estão em exibição foram um conjunto de cases que agregam vários sensores para um celular, incluindo um detector de radiação e até mesmo um que identifica mau hálito.

A operadora também anunciou um serviço de internet de alta velocidade, ainda em desenvolvimento, para seus aparelhos. Cases de bateria externa feitos para smartphones da série NEC Medias da DoCoMo carregam totalmente em apenas 10 minutos, e ainda carregam 50% da bateria original do celular.

Já há algum tempo algumas empresas tem pensado sobre as competências das empresas do futuro, e principalmente na procura do que pode considerado como o próximo passo iminente para a inovação. O que escutamos há uns 5 (ou mais) anos atrás VAI virar realidade em breve. Mas o que escutamos há 5 anos atrás:

a) “Tudo em nossa casa será INFORMATIZADO, TV, Geladeira, Microondas e etc”
b) “O mundo estará CONECTADO em alguma rede e isso será transparente.”
c) “Os sistemas irão se CONVERSAR de alguma maneira.“

Bom, mas porque IMINENTE e REALIDADE, porque o que faltava, a decisão do mercado e das empresas de pesquisa do modelo para isso. E pelo que se pode observar estas tecnologias chegaram e vão ficar. Para INFORMATIZAR sistemas é necessário que os dispositivos computacionais, que tenham menos recursos obtenham estes recursos de quem tem mais, isso seria GRID COMPUTING e CLOUD COMPUTING. Para isso é necessário uma plataforma OPERACIONAL, isso seria os sistemas operacionais, neste cenário dois se destacam LINUX e WINDOWS, pois atendem diversas plataformas, mas o foco hoje é: Embedded LINUX e WINDOWS (mobile), com as plataformas de desenvolvimento C, JAVA e .NET. Neste cenário temos o problema (a) direcionado.

Não adianta ter sistemas isolados, eles precisam estar CONECTADOS, sendo assim se recorre a idéia de UBIQUIDADE que no dicionário significa “adj. Que está em toda parte ao mesmo tempo; onipresente.” , ou seja, as redes serão ubíquas, mas como: simples .... algumas tecnologias nasceram com este DNA, são elas os protocolos wireless: Bluetooth, Wi-fi 802.11a.b.g.i, Wi-MAX, CDMA, GSM, DVB ....., endereçamos (b), se eles estão conectados eles precisam se CONVERSAR mas.... , mas nada, isso será via utilizando metadados que representam as informações, ou seja, em XML, isso nos leva a WEBSERVICES e REST, endereçamos (c).

Ai vem uma constatação, o que está escrito acima, são competências da maioria das nossas empresas. Na verdade a maioria das empresas já possui profissionais que conhecem disso tudo, nós já trabalhamos com isso!!! nós temos know-how nisso!!! e o melhor para algumas empresas existem bons cases e anos de experiência. Quando me dei conta disso, pude notar o seguinte: Se convergirmos a convergência tecnológica na nossa empresa pensando no futuro e traçarmos isso com um grande objetivo podemos imaginar que: “As Instituições prontas para o futuro são aquelas que irão virar um grande LABORATÓRIO para novas experiências, onde executamos projetos para fazer coisas que não conhecemos, mas que dominamos a tecnologia, o nosso desafio agora é saber FAZER INOVANDO porque sabemos os limites de cada tecnologia e temos condição de propor melhorias nela”.

Agora vem o SILOGISMO, SE for verdade o que esta escrito acima E que temos as competências para realizá-las ENTÃO a nossa empresa está pronta para vender competências em um contexto inter-tecnológicos para o futuro.

Hoje, a única forma que o País tem de se desenvolver é por meio da inovação. É o que tem pregado o ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante.

Mas o que tem de ser feito para que a empresa ingresse nesse desafio? O primeiro passo é criar um ambiente favorável [top down], em que os funcionários possam contribuir livremente com ideias que inovem processos, ambiente de trabalho, soluções, segundo Airton Carlini, consultor da Pieracciani, empresa especializada na gestão da inovação, com 19 anos de atuação no mercado.

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“Inovar independe de porte e ramo de atuação”, diz o executivo. Ele explica que é importante não deixar os processos de inovação sem gerenciamento. Por essa razão, alguém terá de cuidar deles. “Pode ser responsabilidade de um departamento como Marketing, RH ou P&D, ou um mix. E a estratégia pode estar apoiada em um site, que reúna ali as ideias e sugestões. A criação de um comitê pode ser uma alternativa eficiente também, pois tem a flexibilidade de unir representantes das diversas áreas da empresa.”

A gerente de desenvolvimento de Empresas da Pieracciani, Natali Vanali, diz que os processos de inovação são todos aqueles necessários para transformar as ideias em produtos/serviços/gestão/processos inovadores, de forma a criar vantagem competitiva duradoura para a empresa.

Ela destaca os vitais para que a companhia, de fato, possa criar um ambiente favorável à inovação: estruturação de um comitê de inovação, diagnóstico do grau de maturidade da inovação, definição da estratégia, definição de métricas e indicadores, definição da estrutura (física e organizacional) de P&D&I, capacitação dos times (lideranças e demais colaboradores) para inovação, estruturação do sistema de incentivo e captura de ideias, fortalecimento da gestão de projetos, definição de uma política de inovação aberta, definição do processo de acompanhamento e utilização de recursos externos à inovação e a gestão do conhecimento inovativo.

Natali explica como eles se aplicam na empresa. “Um sistema integrado de inovação é composto pelas dimensões Pessoas, Ambiente e Processos. Muitas vezes, a organização dá atenção somente a um ou outro processo e se esquece de interligá-los.” Ela diz que é muito importante mobilizar toda a empresa para a inovação, organizar a geração de ideias, sistematizando todas as etapas necessárias para que elas se transformem em projetos e, por fim, em resultados positivos.

“De fato, nem todas as ideias se tornam casos de sucesso, mas as lideranças devem se concentrar em estruturar processos que façam com que a empresa consiga, cada vez mais, resultados positivos com o funil de inovação”, diz Natali, acrescentando que tudo deve ser feito para aumentar a capacidade de entrada e de vazão desse funil.
Os processos destacados por Natali, segundo ela, podem ser estruturados em qualquer empresa, e devem sempre estar de acordo com os desafios e a estratégia corporativa.  “Muitas vezes, eles já existem, e podem ser fortalecidos ou aperfeiçoados.”

As estruturas de P&D, por exemplo, podem ser externas ou internas, prossegue a executiva, dependendo do interesse e do orçamento da organização. Muitas empresas querem que seus funcionários forneçam cada vez mais ideias, mas não possuem um sistema estruturado e efetivo para isto, o que pode implicar em desperdício de tempo e frustração, avalia Natali.

Para a executiva, não basta estimular as ideias, é preciso que esse esforço esteja alinhado com a estratégia da inovação. “É preciso capturá-las, avaliá-las, colocá-las em prática, medir os resultados e dar feed-back às pessoas. Além disso, as que no momento não parecem tão boas, podem se tornar interessantes no futuro e as empresas devem ter um sistema capaz de gerenciar todo esse cenário”, conclui.

Ainda que alimentada pela evolução das políticas públicas de incentivo dos últimos anos, a inovação no Brasil sofre uma série de obstáculos. No entanto, embora o País esteja longe de ter um ambiente de processos inovadores como o de outros mercados emergentes, como China, Índia ou Coreia do Sul, por aqui algumas grandes empresas brasileiras se destacam por investirem fortemente em pesquisa e desenvolvimento.

Já faz algum tempo que essas companhias fazem parte de um grupo seleto que desenvolve ideias em relação a processos, produtos ou serviços. E nos últimos anos, à essa elite de inovadores juntaram-se algumas multinacionais, que passaram a investir em P&D em suas subsidiárias locais, inserindo o Brasil em suas estratégias globais de inovação.

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O Bradesco possui uma área chamada Departamento de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Dpit), que possui interação importante com todas as áreas e tem a missão de buscar inovação e trazer o que tem de mais moderno. São cerca de cem pessoas com a missão de prospectar, dentro e fora do País, as novidades tecnológicas. Essa “busca” do Dpit inclui convênios com entidades nacionais e internacionais.

No Brasil, o banco possui inúmeros acordos com instituições de pesquisa, como o CPqD;  o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) e Universidade de São Paulo (USP). Entre as entidades conveniadas fora do País está o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

O vice-presidente executivo do Bradesco, Laércio Albino Cezar, cita o sistema biométrico, implementado para substituir o uso de senha nos caixas eletrônicos. “O departamento identificou no Japão um sistema inovador no Banco UFJ [um dos maiores do país]. A área deparou-se com uma biometria que não era conhecida no ocidente e decidimos trazê-la para o Brasil”, diz o executivo.

Outro exemplo foi a parceria com a Samsung, para o primeiro aplicativo financeiro acessado via TV conectada. Lançado em meados de junho, permite aos clientes consultar informações de conta corrente, como saldo, investimentos e demonstrativo das movimentações. “A Samsung tinha a tecnologia e procurava um parceiro do setor financeiro e nossa equipe de pesquisa identificou a oportunidade. Três semanas após o lançamento, tivemos mais de 2 mil downloads.”

“O Bradesco foi precursor em inúmeras iniciativas em débito automático e cobrança eletrônica, em 1976. Lançamos o primeiro ATM, em 1982. Fomos o quinto do mundo e o primeiro no Brasil a oferecer o internet banking, em 1996”, afirma.

Nos últimos anos, o setor de petróleo e gás ganhou peso no que se refere à inovação. Nesse caso, a Petrobras é a protagonista. Os investimentos em P&D da estatal devem atingir 1,2 bilhão de dólares em 2011. “Esses gastos nos coloca entre as quatro maiores no setor de petróleo e gás no mundo. Do total, 60% são dedicados à exploração de óleo e gás, 25% em petroquímica , 10% em sustentabilidade, e 5% em energias renováveis e biocombustíveis”, informa o gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga. O executivo informa que a Petrobras já registrou 3,5 mil patentes, das quais 1,3 mil no Brasil e o restante no exterior.

A exploração de reservas de óleo na chamada camada pré-sal tem impulsionado os investimentos em tecnologia. “O pré-sal é resultado de um esforço de pesquisa de tecnologias desenvolvidas que nos permitiram enxergar camadas de rocha abaixo dessa de sal”, diz o executivo. Segundo ele, foram técnicas sísmicas de imagem em profundidade, semelhantes a uma ultrassonografia, que possibilitaram à empresa ter uma imagem abaixo da superfície do sal. “Foi um grande salto tecnológico e o segundo salto foi perfurar e, agora, há grandes oportunidades de inovação.”

Para avançar tecnologicamente, a empresa tem acordos com cerca de cem universidades e centros de pesquisa, baseados no modelo de redes temáticas. “Escolhemos 50 temas e identificamos quais são os atores. Investimos neles para desenvolver centros de pesquisas e envolver nossos fornecedores. Entre os parceiros da empresa estão GE, Mannesmann do Brasil, Confab, IBM, Usiminas e Siemens. São dezenas de acordos de cooperação, de construção de centros tecnológicos.

Temos alguns programas que podem mudar radicalmente o processo de exploração”, diz Fraga.
Na parceria com a Siemens, por exemplo, o objetivo é desenvolver tecnologias para uso submarino. “Uma das fortes tendências atuais é tecnologia submarina para equipamentos e processos. Você passa a realizar atividades que atualmente são realizadas na superfície levando-as para o fundo do mar”, informa o diretor de Tecnologia e Inovação da Siemens, Ronald Dauscha.

Eleita em 2011, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a companhia que melhor administra e incentiva iniciativas de inovação entre as empresas de médio e grande portes no setor industrial do País, a Siemens está entre as multinacionais que incrementaram sua área de inovação no Brasil. Mantém seis centros de pesquisa, com destaque especial para soluções e produtos para o setor de energia. Recentemente, anunciou a instalação de um centro de P&D, voltado para o setor de petróleo e gás. A unidade será instalada no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, e receberá investimentos de cerca de 50 milhões de dólares.

Já no setor de agronegócios, vale destacar a ETH Bioenergia. Fundada em 2007, já nasceu dentro do conceito inovador. Segundo o diretor de Inovação e Tecnologia da empresa, Carlos Eduardo Calmanovici, um dos focos da ETH é o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar mais adequadas às áreas em que a empresa está atuando. “O Brasil tem um histórico de grande variedade de cana, mas muito focado no estado de São Paulo. A ETH está crescendo em áreas de fronteira, em solos mal-utilizados. Estamos identificando tipos de cana-de-açúcar adaptadas a essas regiões.”

Com esse objetivo, a ETH fez parcerias com institutos de pesquisa como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A ETH também possui um programa para melhoramento do processo de fermentação de etanol, que é desenvolvido em parceria com institutos de pesquisa e universidades, como a Unicamp. As pesquisas com leveduras mais robustas podem elevar em 1,5% a 2% a produção de etanol para a mesma quantidade de cana de açúcar.

Outra empresa que investe fortemente em inovação é a Braskem, gigante petroquímica brasileira. A empresa gasta anualmente cerca de 60 milhões de dólares em P&D. “A inovação faz parte da nossa estratégia de médio e longo prazo”, informa o diretor da área de inovação da companhia, Carlos Cassinelli.

Segundo ele, as pesquisas estão voltadas para competitividade da empresa, redução de custos de processamentos, redução de consumo de energia e otimização de processos. A inovação também está voltada para produtos como o plástico verde, feito a partir do etanol. A empresa tem parcerias com inúmeras universidades como a Universidade Federal de São Carlos, Unicamp e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de institutos de pesquisas fora do País.

O slogan do Plano Brasil Maior (PBM), lançado no começo de agosto pela presidente Dilma Rousseff, estabelecendo diretrizes para a nova política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período de 2011 a 2014, está em linha com a principal exigência do mercado global e também dos consumidores. No atual cenário econômico, inovar tornou-se essencial para o sucesso de qualquer negócio.

O PMB concebido para aperfeiçoar medidas da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE –2003/2007) e Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP – 2008/2010), engloba ações para fortalecer a empresa nacional no mercado doméstico e externo. Tem, em seu universo, forte estimulo à inovação para transformar boas ideias em produtos e serviços e, assim, tentar aumentar a competitividade da empresa nacional.

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Segundo Dilma, o PBM aprimorou o marco regulatório da inovação e cria ações para estimular o crescimento de pequenos negócios no Brasil, por meio da ampliação de linhas de financiamento. O plano regulamentou também a lei de compras governamentais que prioriza companhias nacionais nas licitações. Outra medida de impacto é a desoneração da folha de pagamento, prevista para entrar em vigor em outubro.

Ainda há muitas dúvidas sobre os cronogramas do PBM, mas na área de TI é difícil encontrar um empresário que não tenha aprovado as medidas. Se serão suficientes, é outra discussão. O fato relevante é que inovação, agora, faz parte da agenda nacional, creem os mais otimistas. “O tema entrou na nova política industrial pela porta da frente”, analisa o gerente de Política Industrial e Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol.

Para o consultor em inovação Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, o Brasil percebeu que investir nessa área é o caminho para evitar a desindustrialização e a perda de capital intelectual. Ele é coordenador do grupo técnico de Sistemas de Gestão da Inovação na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e constata que o País vem falando muito do assunto desde  o ano 2000, sem ações práticas. Havia muitas indefinições.

Dados do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revelam que o Brasil investiu 24,2 bilhões de dólares em P&D em 2010, o equivalente a 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro Aloizio Mercadante reconhece que esse valor ainda é baixo se comparado aos volumes aplicados nessa área nos Estados Unidos, Japão, China e Alemanha.

“Precisamos de mais inovação para termos produtos com maior valor agregado e deixarmos de exportar commodities”, diz ele que considera o empresário brasileiro ainda tímido com o processo de inovação. Em países mais avançados nessa área os investimentos das empresas em P&D ultrapassam os volumes aplicados pelo governo, enquanto que no Brasil os dispêndios entre ambos estão quase que no mesmo nível.

Na opinião de Pieracciani, agora o Brasil tem de correr para recuperar o terreno perdido para países que vêm investindo há mais tempo em inovação, como é o caso da Coreia, que tomou essa decisão há 30 anos e hoje é um dos centros globais de indústrias de tecnologia.

E vai além: o Brasil terá de criar uma estratégia de conselhos de inovação, como acontece em outros países e seguir o modelo da China em centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que se instalam lá, se quiser se tornar realmente uma potência tecnológica. “Quando a China aceita uma empresa, ela exige a transferência de conhecimento para profissionais locais”, diz o especialista, citando o caso da Embraer, que para operar lá, aceitou que chineses ficassem colados aos pesquisadores brasileiros para aprenderem sobre a tecnologia da fabricante de aviões. Acontecerá o mesmo aqui com as fábricas de displays que negociamos com os chineses?

Nessa primeira fase, o PBM contempla apenas quatro setores da economia, mas o ministro Fernando Pimentel, do Ministério de Indústria Comércio e Relações Exteriores (MDIC), sinaliza estender em 2012 os benefícios para outros setores. Além de TI, a nova política atende às indústrias de calçados, confecções e móveis, que foram penalizadas pelo cambio e tiveram exportações impactadas. O setor de TI, por exemplo, fechou 2010 com negócios no mercado externo abaixo do esperado. A projeção de faturamento era de 3,5 bilhões de dólares e a receita ficou em 2,4 bilhões de dólares.

A expectativa do mercado é de que o programa ofereça os instrumentos necessários para que o Brasil consiga atrair centros de pesquisas e desenvolvimento (P&D) de empresas internacionais. Espera-se também que haja mais incentivo para projetos criativos para que o País consiga dar um salto em inovação e se desenvolver economicamente. Durante a apresentação do PBM, a equipe ministerial de Dilma garantiu aumento de recursos para financiar projetos diferenciados.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) vai repassar 2 bilhões de reais à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão de fomento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para financiar projetos inovadores.  O banco também estendeu para até dezembro de 2012 o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que tem orçamento de 75 bilhões de reais. O PSI incluirá novos programas para componentes e serviços técnicos especializados; e equipamentos de Tecnologias da Informação Comunicação (TICs) produzidos no País.

Na tentativa de estabelecer uma política de inovação articulada entre setor privado, público e universidades, o MCTI está traçando a segunda edição do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI 2) para o período de 2011-2014. O plano contará com medidas para expandir a área de P&D no Brasil. Já foi anunciado o aumento em 50% dos recursos da Finep para financiar projetos nessa área.

O orçamento para P&D para 2011 passou de 4 bilhões de reais para cerca de 6 bilhões de reais. Outro plano do MCTI é transformar a Finep em um banco público de inovação. O projeto ainda depende de aprovação do Banco Central do Brasil. A mudança tem o objetivo de reduzir as barreiras para repasse de recursos a projetos de inovação nas pequenas e médias empresas, que hoje têm dificuldade para serem atendidas pelo BNDES.

De fato, estamos diante de um pacote de medidas que pode ajudar o Brasil a melhorar sua posição no ranking mundial de inovação. O Brasil subiu 21 posições no Índice Global de Inovação de 2011, medido pela Insead (The Business School for World), em 125 países que respondem por 98% do PIB mundial.  Mas a  classificação do Brasil ainda está longe das dez nacões mais inovadoras.

No ano passado, o Brasil estava em 68o lugar e agora ocupa o 47o posto. O País pode avançar mais nessa área se o PBM surtir efeito.

Barreiras para inovação

Com a inovação ganhando mais corpo no Brasil, empresários esperam também a redução das barreiras para que as boas ideias sejam colocadas em prática. O gerente de Política Industrial e Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que as empresas brasileiras investem menos nessa área em comparação com a de países mais avançados, não porque os empresários são menos criativos, mas devido aos obstáculos.
Mol cita a burocracia do ambiente de negócios no Brasil, que consome muito tempo dos empresários com as atividades operacionais, como um dos maiores problemas. Outro é a dificuldade para obtenção de dinheiro. Aponta como exemplo o atraso da Finep na liberação de recursos do Programa de Subvenção Econômica de 2010.

O vice-presidente da Associação das Instituições de Pesquisas Tecnológicas (ABIPTI) para região sudeste, Paulo Roberto Santos Ivo, informa que a Finep conta com 14 fundos setoriais para financiar inovação, mas aponta dificuldade para conseguir aprovação dos projetos. O Instituto Eldorado, por exemplo, teve apenas seis projetos financiados em oito anos, entre cerca de 40 propostas submetidas ao órgão.

Na opinião do vice-presidente de Relações Públicas da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assesspro), Roberto Mayer, o maior obstáculo para conseguir recursos da Finep é que a chamada do edital é anual. Ele constata que em outros países, como a Espanha, as chamadas de inovação não têm datas fechadas.

“O empresário precisa de financiamento quando a luz da boa ideia acende”, afirma, Mayer, lembrando que a inovação é o motor da indústria de TI e as que se mantêm competitivas são as que conseguem se renovar constantemente.

O presidente da Finep, Glauco Arbix, responde aos empresários que o edital da subvenção de 2010 está no prazo e atribui à demora na divulgação dos resultados dos projetos contemplados à legislação. “Com a legislação atual, ninguém faz subvenção em menos de um ano, pois é necessário respeitar o tempo de cada fase, inclusive os prazos dos recursos, instrumentos intensamente usados pelos empresários”, diz o sociólogo e professor que está à frente do órgão de fomento desde janeiro deste ano.

Arbix afirma que como o dinheiro é escasso, há muita competição entre as empresas para obtenção de financiamento dos projetos, gerando contestações. “Sou obrigado, a cada fase, abrir o recurso e julgá-los, antes de seguir em frente”, acrescenta.

O professor garante que o edital de 2011 sairá até o final do ano e justifica que não foi lançado ainda porque a definição orçamentária da Finep saiu somente em maio. Essa indefinição, segundo ele, paralisou outros programas de fomento da agência.
Arbix reconhece que os processos para liberação de financiamento para projetos de inovação são lentos, mas argumenta que 90% dos problemas ocorrem por causa das regras para concessão de dinheiro público ao setor privado. “Não quero dizer com isso que não haja ineficiência da Finep”, afirma.

Para tentar mudar o quadro, a Finep propõe modificações no marco legal de inovação em discussão no Congresso Nacional. Uma das sugestões é a ampliação dos fundos setoriais e novos mecanismos para facilitar o financiamento. Hoje, cada programa de repasse de recursos segue um ritmo diferente, dificultando a realização dos projetos.

O novo marco propõe ainda a criação da Fineppar, com modelo parecido ao do BNDESpar, que  permitirá à agência de fomento participar de empresas inovadoras de base tecnológica. São mudanças que vão alterar leis como as de Informática e da Inovação. Porém, tudo dependerá de como a proposta caminhará na Câmara e Senado.

Falta de sintonia

A tímida interação entre universidades e iniciativa privada também atrapalha nos processo de inovação. Frederico von Ah, gerente sênior de Incentivos Fiscais para Pesquisa e Desenvolvimento da consultoria KPMG, afirma que o tripé empresa, instituição de ensino e governo tem de se fortalecer para reduzir a lacuna tecnológica do Brasil em comparação com os países desenvolvidos.

“Nos Estados Unidos, por exemplo, a interação governo-indústria-empresa é bastante desenvolvida. O papel do governo é o de fornecer o ambiente para que a relação universidade-empresa seja a melhor possível”, assinala von Ah. Não só no continente americano, mas a combinação de excelência acadêmica e competência empreendedora é comum em grande parte das instituições de pesquisa bem-sucedidas, completa.

“A saída para driblar a burocracia é fazer cartas de intenção, uma pré-formalidade, para entender o que a empresa quer que a universidade ofereça. Falta diálogo”, aponta o executivo da KPMG.

Na visão de Inomar Mourão Gil Nunes, coordenador de Inovação e Internacionalização da Fumsoft – que atua na criação, capacitação, qualificação e fomento de empreendedores e organizações produtoras de software de Minas Gerais –, a colaboração entre universidades e empresas tem-se tornado importante mecanismo de negócios e de acesso à tecnologia e a novos mercados.

“Não é o governo que vai incentivar essa relação na canetada, é a comunidade acadêmica e empresarial com essas interações”, diz Nunes.
Entre os especialistas do tema, há um consenso de que por aqui, nas últimas décadas, cresceu o esforço para a formulação de políticas públicas, iniciativas, planos e marcos regulatórios, que buscam estimular as parcerias público-privadas para potencializar o desenvolvimento econômico e social a partir do conhecimento, da tecnologia e da ciência no Brasil.

Uma das iniciativas é o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec). Criado pelo governo federal, ele é formado por 56 redes de núcleos de pesquisa e desenvolvimento, sendo 14 centros de inovação, 20 de serviços tecnológicos e 22 de extensão organizadas nos estados.

Em relação ao fomento para projetos, em 2009, a Finep liberou para editais 390 milhões de reais. E o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) direcionou 736 milhões de reais, no período 2008-2009, para editais de apoio à pesquisa em todas as áreas do conhecimento, sendo que grande parte para os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia.

“No entanto, ainda hoje poucas companhias estabelecem vínculos de cooperação com outras ou com universidades e institutos de pesquisa”, afirma Roberto de Alencar Lotufo, diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp.

O Senac realizará, no próximo dia 22 de setembro, uma palestra sobre Inovação como Estratégia para Melhoria do Desempenho Empresarial. Na oportunidade, vários temas serão abordados durante o encontro, entre eles: a desmistificação da inovação; o conceito e abrangência da inovação segundo o Manual de Oslo; empreendedores inovadores; benefícios da inovação para as empresas; as barreiras que comprometem a inovação; ações inovadoras nas empresas. O encontro será das 19h às 22h. O evento será ministrado por Eugênia Miranda, pós-graduada em Sistema de Gestão, consultora de empresas e especialista de inovação e gestão pela qualidade. As inscrições custam 22 reais.  

Serviço

Inscrições: Central de Atendimento do Senac
0800 081 1688 | Av. Visconde de Suassuna, 500 – Santo Amaro, Recife/PE
Informações: Centro de Tecnologia do Varejo (81) 3413.6784 / 3413.6782 ctv@pe.senac.br

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