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O ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) vai ficar preso por tempo indeterminado. A decisão é da juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, de Manaus, que atendeu pedido da Procuradoria da República e também decretou a prisão da ex-primeira-dama Edilene Gomes de Oliveira. O ex-governador estava preso em regime temporário desde antes do Natal. Ele é o principal alvo da Operação Maus Caminhos, que investiga supostos desvios de recursos públicos da área da saúde. Os investigadores suspeitam que Melo, cassado por compra de votos nas eleições de 2014, recebeu propina de R$ 20 milhões.

Os investigadores atribuem ao ex-governador crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa, bem como fatos reveladores de ocultação e destruição de elementos de provas.

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No pedido de prisão preventiva, a Procuradoria destaca elementos claros de interferência indevida dos investigados na investigação criminal, na intimidação de testemunhas, na ocultação de bens, na potencial continuidade da prática do crime permanente de lavagem de dinheiro.

"No caso concreto, o perigo da liberdade de José Melo de Oliveira e Edilene Gomes de Oliveira está lastreado em três fundamentos que ora denomino de requisitos fáticos devidamente preenchidos: conveniência da instrução criminal, assegurar a aplicação da lei penal e garantir a ordem pública, uma vez já está confirmada nos autos a prova da existência do crime, bem como os fortes indícios de autoria", assinalou a juíza federal Jaiza Fraxe.

A magistrada destaca que a investigação aponta que Melo detinha a posse de boxes na cidade de Manaus onde eram guardados objetos e documentos suspeitos que foram retirados imediatamente após visita da Polícia Federal à residência do casal.

A juíza assinala que Melo e Edilene através de parentes arrombaram boxes e estão escondendo documentos e os produtos de crimes, conforme comprovam as fotografias e relatórios anexados pelo Ministério Público Federal.

Outro lado

A reportagem está tentando contato com o criminalista José Carlos Cavalcanti Junior, que integra o núcleo de defesa do ex-governador José Melo.

Na última terça-feira, 2, Cavalcanti Junior declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que ainda não existe nem denúncia formal do Ministério Público Federal contra o ex-governador. Segundo ele, relatórios da investigação têm base apenas em fofocas de blogs locais.

A juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, titular da 1ª Vara Federal de Manaus, determinou que o ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) permaneça na Custódia da Polícia Federal. Alvo da Operação Maus Caminhos - investigação sobre desvios de R$ 50 milhões em recursos públicos da saúde -, Melo foi preso domingo, 31, à noite, com três ex-secretários do Estado.

'Velhinho' - como José Melo é conhecido entre seus aliados no suposto esquema de propinas instalado em sua gestão no governo do Amazonas (2014/2017) -, está sob suspeita de receber ilicitamente R$ 20 milhões.

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Ele foi capturado na terceira fase da Operação Maus Caminhos, batizada Estado de Emergência. Ficou preso em regime temporário por cinco dias e acabou solto antes da virada do ano, mas no dia 31 foi recapturado e passou o réveillon atrás das grades.

"Enquanto, todavia, não aportar aos autos a manifestação ministerial e posterior decisão judicial, que será proferida por esta Juíza Federal Plantonista, o investigado José Melo de Oliveira deve permanecer custodiado exatamente onde se encontra: na sede da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas, sob responsabilidade da autoridade policial que pleiteou e obteve sua prisão cautelar para fins de investigação", destacou a magistrada, em sua decisão desta segunda-feira, 1º.

"Por fim, considerando que atuarei como Juíza Federal Plantonista até o dia 6 de janeiro de 2018 e diante da suspeição por motivo de foro íntimo proclamada. pelo magistrado plantonista referido na Portaria DIREF/AM nO60- 2017, encaminhem-se os presentes autos ao MPF para manifestação acerca dos requerimentos pendentes e o que mais houver a prover, fazendo-se os autos imediatamente conclusos após a manifestação ministerial", decidiu Jaiza Fraxe.

"Encaminhe-se cópia do presente despacho ao Superintende de Polícia Federal no Amazonas para ciência e cumprimento imediato no ponto referente à custódia do investigado José Melo de Oliveira."

Defesa

O advogado José Carlos Cavalcanti Junior, que integra o núcleo de defesa de José Melo (PROS), disse que as acusações contra o ex-governador do Amazonas "têm base apenas em fofocas de blogs locais". Ele ressaltou que ainda nem existe uma acusação formal contra Melo.

"Apresentamos um pedido de habeas corpus em Brasília (no Tribunal Regional Federal da 1ª Região), mas ainda não temos nenhuma decisão. Aqui no Estado estamos buscando as garantias da segurança, inclusive psicológica dele. A permanência na Polícia Federal é momentânea. Estamos aguardando manifestação do Ministério Público Federal para, então, a juíza decidir se ele (Melo) poderá cumprir esses dias da temporária em algum batalhão da Polícia Militar ou algum quartel do Corpo de Bombeiros."

"A situação do presídio estadual não inspira a necessária confiança. Na virada do ano houve fuga. Há uma instabilidade que pode ser piorada com o encaminhamento desses investigados (Melo e os três ex-secretários estaduais, todos alvos da Operação Maus Caminhos)."

"No mérito não tem nem processo ainda. Não há uma acusação formal contra o governador Melo. Temos um inquérito (da Polícia Federal) no qual ele foi indiciado."

"O indiciamento do governador Melo se dá com base em relatórios da Controladoria-Geral da União. Esses relatórios, sinceramente, não trazem nenhuma informação técnica, apenas retratam fofocas de blogs locais, sobre valores de venda de uma embarcação e de um sítio que sequer é dele. O sítio é da família da esposa do governador, é bem de família há mais de 20 anos."

"A acusação que se impõe é que ele (Melo ) receberia vantagens para se omitir em relação às fraudes que estão sendo investigadas na saúde pública do Amazonas. Já estamos levantando documentação pertinente a isso. Podemos assegurar que, na gestão do governo Melo, mais de 360 milhões de reais foram economizados na saúde. Foram reduzidas imensamente possibilidades de execução de contratos e de remuneração desse grupo (empresarial). No governo Melo foi interrompida qualquer tipo de continuidade das gestões das empresas do sr. Mohamad (empresário que denunciou o esquema)."

"Estamos levantando essa documentação. Isso tudo foi informado ao Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público do Estado, por meio de inúmeros relatórios e documentos formais pelo governador Melo."

"O governador tem boa saúde, mas está com 72 anos, isso requer cuidados. Um de seus ex-secretários, Wilson Alecrim, que também foi preso, está com câncer. Ele estava com cirurgia marcada quando foi preso pela primeira vez."

"Reitero que tudo não passa de fofoca de blogs locais. Há informações nos autos de que essa quadrilha manipulava informações de certos blogs aqui a respeito do patrimônio do governador. Ainda nem temos uma acusação formal (denúncia do Ministério Público Federal). A prorrogação da temporária se deu no dia 26 para que a polícia tivesse melhor condição de investigação. No mesmo dia 26 ele (Melo) foi solto no plantão judicial, o juiz entendeu que não havia necessidade dessa prorrogação. Passaram-se 5 dias, praticamente. Com ele solto não houve nenhuma informação nos autos sobre qualquer andamento em matéria de investigação. Ainda assim pegou mais cinco dias. Ou seja, a polícia só está investigando quando o acusado está preso. Isso é completamente inaceitável."

Após passarem o réveillon presos na Superintendência da Polícia Federal de Manaus, o ex-governador do Amazonas José Melo (abril de 2014 a maio de 2017) e mais três ex-secretários deverão ser transferidos a um dos presídios do Estado na terça-feira (2). Eles são acusados de participar de esquema que desviou cerca de R$ 110 milhões da saúde no Amazonas, conforme desdobramento da Operação Maus Caminhos.

Os ex-secretários são o irmão de José Melo, Evandro de Oliveira Melo, que era da Administração, Afonso Lobo, da Fazenda, e Wilson Alecrim, da Saúde. O ex-secretário Pedro Elias, também da Saúde, se apresentou à PF nesta segunda, 1º de janeiro, e também será transferido.

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A pedido do Ministério Público, a Justiça Federal determinou as prisões no dia 31 de dezembro para reverter decisão do juiz de plantão Ricardo Salles, que no dia 26 concedeu prisão domiciliar ao ex-governador e aos ex-secretários. Melo cumpre prisão temporária, com prazo de cinco dias.

O ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) foi solto nesta quarta-feira, 27, após permanecer seis dias preso por suspeita de envolvimento com esquema de desvio de recursos públicos da área da saúde na ordem de R$ 50 milhões. Identificado pela alcunha de "Velhinho" em interceptações telefônicas, o ex-governador é o alvo maior da Operação Estado de Emergência, terceira fase da Operação Maus Caminhos, deflagrada semana passada em Manaus.

Melo havia sido preso em regime temporário por cinco dias, prorrogados por mais cinco, mas em audiência de custódia realizada nesta terça-feira, 26, a Justiça anulou a última decisão.

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Nesta quarta ele deixou o Centro de Detenção Provisória Masculino II.

A Operação Estado de Emergência localizou o ex-governador em uma casa no município de Rio Preto da Eva, nos arredores de Manaus, onde ele mantinha R$ 90 mil em dinheiro vivo, segundo os investigadores.

A apuração indica que "Velhinho" possui um imóvel avaliado em R$ 7 milhões. Os investigadores informam que a evolução patrimonial do ex-governador é "incompatível" com sua renda.

Mensagens de WhatsApp recuperadas pela Polícia Federal na Operação Estado de Emergência, que mira em desvios na Saúde no Amazonas, indicam supostas tratativas de propinas ao ex-governador Jose Melo (PROS).

Preso no dia 21, Melo é suspeito de receber vantagens indevidas. Em relatório, a PF diz que alvos da operação se referiam a Melo como "velhinho". A defesa de Melo não se manifestou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (21) o ex-governador do Amazonas Jose Melo (PROS) por suposto envolvimento em desvios de recursos público na área da Saúde. A prisão de Melo é temporária. Ele é o principal alvo da Operação Estado de Emergência, terceira fase da Operação Maus Caminhos. Os investigadores atribuem a ele papel importante no núcleo político de organização criminosa.

A Operação Maus Caminhos é uma investigação conjunta da PF, Procuradoria da República e do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.

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Segundo a investigação, Melo ‘recebia vantagens indevidas do esquema criminoso, o que gerava acréscimos patrimoniais e movimentações financeiras incompatíveis com a renda’.

A PF cumpre, além da prisão temporária de Melo, outros 7 mandados de busca e apreensão em Manaus e também no município de Rio Preto da Eva.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu na manhã desta quinta-feira, 23, o julgamento do governador do Amazonas, José Melo (PROS), que tenta reverter na corte eleitoral a cassação do seu mandato, determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral amazonense (TRE-AM) no ano passado.

O governador é acusado de participar de um esquema de compra de votos que teria beneficiado sua reeleição na campanha de 2014. O TRE-AM também cassou o mandato do vice, Henrique Oliveira (Solidariedade), mas os dois continuam ocupando seus cargos por determinação do próprio tribunal.

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O julgamento de José Melo foi suspenso depois do pedido de vista (mais tempo para análise) da ministra Luciana Lóssio, que prometeu trazer o caso de volta ao plenário "o mais rápido possível", em razão de sua importância.

Em outubro de 2014, a Polícia Federal coordenou uma missão policial para apurar as suspeitas de que pastores de igrejas evangélicas estariam sendo cooptados no comitê eleitoral de campanha de José Melo com a finalidade de comprar votos dos fiéis.

Durante a operação foram apreendidos no comitê documentos que mostram pagamentos de passagens aéreas, cestas básicas, conserto de carro de som e até construção de túmulo para terceiros. Uma das pessoas presentes no local carregava R$ 7,7 mil em dinheiro em espécie numa bolsa e não soube explicar a origem do dinheiro.

O relator do caso, ministro Napoleão Nunes, votou contra a cassação do governador por não ter encontrado "provas conclusivas fortes e seguras". "Se houve assédio ao eleitor, não tem prova. Quem já viu passar recibo do crime, de propina...", disse o ministro.

"A Justiça Eleitoral deve adotar postura de moderação e prudência. O afastamento do governador significa uma ruptura num projeto político que se implantou pela vontade popular, bem ou mal, com os defeitos e as virtudes do pleito eleitoral em ambientes pobres, deprimidos, miseráveis", completou o ministro.

Para o advogado do governador, Marcelo Ribeiro de Oliveira, "ou o tribunal acredita na versão dos policiais ou não tem outra saída". "É um caso que deixa qualquer um perplexo. O tribunal condenou sem qualquer tipo de prova. Não se pode condenar com apenas depoimentos de policiais. Cassar um governador seria um absurdo", afirmou Oliveira.

Cassação

O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, se manifestou a favor da cassação do governador e do vice, mantendo a decisão proferida pelo TRE-AM.

A versão apresentada pela defesa do governador foi contestada pelo advogado Gustavo Severo, que defende a coligação encabeçada pelo senador Eduardo Braga (PMDB-AM), derrotado na campanha ao governo do Estado em 2014.

"Foi uma escancarada compra de votos dentro do comitê de campanha do recorrente. A deturpação do pleito é inegável. Não faltou recibo de compra de votos", disse Severo.

Não há previsão de quando o caso voltará a ser julgado pelo plenário do TSE.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (4) à Rádio CBN, o governador do Amazonas, José Melo (PROS), disse que "não tinha nenhum santo" entre os 56 presos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O governador opinava sobre os comentários do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que a maior parte dos mortos não fazia parte de facções criminosas.

"Eu não sei, não fazer nenhum comentário sobre o que o ministro falou. O que sei te dizer é que não tinha nenhum santo. Eram estupradores, pessoas que eram matadores, que estavam lá dentro do sistema penitenciário e pessoas ligadas à outra facção que é minoria aqui no Estado do Amazonas", comentou o gestor.

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José Melo disse que os integrantes que restaram da menor facção foram retirados na terça-feira (3) e segregados na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, que estava desativada. Até a noite da terça, 156 presos haviam sido transferidos. 

Por fim, o governador disse que não pensa em romper o contrato com a empresa responsável pelo presídio em que houve a chacina. "Deu bom resultado. Já está aí há seis anos e o primeiro fato que aconteceu foi agora. O que precisa é aprimorar cada vez mais o sistema, colocando também Polícia Militar para estar em pontos estratégicos", complementou.

 

Os advogados da Coligação Renovação e Experiência entraram com ação no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), para que Eduardo Braga assuma o governo do estado. Braga ficou em segundo lugar nas eleições para governador e é o atual ministro de Minas e Energia. Rebeca Garcia, que era candidata a vice-governadora, é a atual presidente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

O pedido foi feito nesta segunda-feira (21) e questiona recurso ordinário, com efeito suspensivo da cassação, que a defesa do atual governador José Melo, impetrou ao TRE que ele fique no cargo até decisão final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Em janeiro, o pleno do tribunal amazonense cassou o mandato de Melo e do vice-governador, Henrique Oliveira, por envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições de 2014.

Para um dos advogados da coligação, Daniel Jacob Nogueira, a reforma eleitoral de 2015, que estabelece um novo pleito nesse tipo de caso, não pode ser aplicada a eleições passadas, respeitando o princípio constitucional da anterioridade.

“A Constituição estabelece que a lei eleitoral só pode ser alterada um ano antes da eleição que esta lei vai afetar. Essa lei da reforma é de agora, de setembro. O segundo problema, que é muito mais grave, é que o Código Eleitoral é, em essência, uma lei complementar. Por conta do princípio da hierarquia das normas, só lei complementar pode alterar lei complementar. Nessa reforma, uma lei ordinária tenta alterar artigos de uma lei complementar, o que é absolutamente inconstitucional”, explicou Nogueira.

O advogado Yuri Dantas, que representa José Melo, diz que não há possibilidade de o governador ser afastado neste momento. “A lei é expressa ao dizer que o recurso ordinário, este que nós usamos, tem efeito suspensivo [da cassação]”.

Na última quinta-feira (17), os advogados do governador entraram com recurso contra a cassação no TSE, após a publicação do acórdão do julgamento do TRE, que manteve a decisão contra Melo no último dia 9.

Por meio de um embargo de declaração, a defesa tentou apontar obscuridades, omissões e contradições na sentença proferida em janeiro pelo órgão, mas os magistrados entenderam, por unanimidade, que esse recurso foi usado para tratar de questões já decididas e trazer novos elementos, o que não é cabível.

O assessor jurídico do TRE amazonense, Leland Barroso, informou que a decisão sobre o afastamento de Melo e Henrique caberá à presidenta do tribunal, desembargadora Maria Socorro Guedes, que deve começar a analisar os processos na próxima segunda-feira (28).

O governador do Amazonas, José Melo, cassado na última segunda-feira (25) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), divulgou nota no site de seu partido, o Pros, declarando que não praticou, não patrocinou nem se aproveitou de qualquer ato ilícito ou irregular no curso da campanha eleitoral de 2014.

Na nota, ele afirma que “o processo que tramita na justiça com alegação de compra de voto será examinado em várias instâncias, oportunidade em que deverão ser realizadas as investigações, perícias e diligências indispensáveis ao esclarecimento da verdade”. O governador disse ainda que vai se defender.

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O Pros declarou que é solidário a José Melo e que acredita na idoneidade do governador do Amazonas.

Por cinco votos a um, o TRE do Amazonas cassou os mandatos de Melo e do vice-governador do estado, José Henrique de Oliveira, do Solidariedade. A maioria dos magistrados entendeu que havia fortes indícios de que os dois participaram de um esquema de compra de votos nas eleições passadas. Eles também foram condenados a pagar cerca de R$ 80 mil.

O mandato do governador do Amazonas, José Melo (PROS), e de seu vice, Henrique Oliveira (SD), foi cassado nessa segunda-feira (25) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado. Por cinco votos a um, os juízes do TRE-AM aceitaram as denúncias de compra de voto na campanha à reeleição de Melo em 2014, confirmando a cassação da chapa.

A denúncia foi apresentada pela coligação "Renovação e Experiência", do então candidato ao governo do Amazonas Eduardo Braga (PMDB), senador licenciado e atual ministro de Minas e Energia. Braga ficou em segundo lugar nas eleições de 2014.

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Segundo o jornal amazonense A Crítica, o juiz Márcio Rys Meirelles, que era o único que faltava se posicionar no processo, votou contra a cassação. De acordo com o voto de Meirelles, apesar da farta documentação apreendida, nenhum eleitor citado confirmou o pagamento de valores ou bens em troca do voto (captação ilícita do sufrágio), diz a publicação.

Mantiveram os votos a favor da cassação de Melo os juízes Henrique Veiga, Dídimo Santana e Henrique Veiga, a juíza Jaiza Fraxe, o relator do processo, juiz Francisco Marques, e o desembargador Mauro Bessa.

Recibos

O caso da compra de votos foi denunciado em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida em março do ano passado, baseada em recibos que foram atribuídos à contabilidade da campanha de Melo.

O assessor jurídico do TRE-AM Leland Barroso afirmou para A Crítica que José Melo deve continuar no cargo até a publicação do acórdão da cassação no Diário Eletrônico da TRE-AM. Depois disso, a Assembleia Legislativa do Amazonas deverá ser comunicada para dar posse ao segundo colocado, neste caso, Eduardo Braga. De acordo com Barroso, o tribunal não se manifestou a respeito de uma possível nova eleição ou sobre a posse do segundo colocado.

Há também a possibilidade, segundo Barroso, de que José Melo fique no governo até o julgamento dos primeiros recursos no TRE-AM.

'Dia histórico'

Em nota, o PMDB do Amazonas comemorou a decisão e chamou o dia de ontem de "histórico". "O PMDB, como partido integrante da Coligação Renovação e Experiência, sempre teve absoluta certeza de que o processo eleitoral de 2014 havia sido maculado pela ganância dos adversários, que afrontaram a lei eleitoral e as instituições democráticas", diz trecho do texto do partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador reeleito do Amazonas, José Melo (Pros), afirmou durante a cerimônia de posse do seu segundo mandato que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade com o Estado para além das disputas eleitorais. "A presidente Dilma tem responsabilidades com o Amazonas. Ela nem precisava de apoio político para ter o apoio do povo amazonense pela segunda vez, tamanho o carinho do nosso povo. E ela saberá dar as respostas que o povo amazonense precisa", declarou.

Melo e o ex-governador Omar Aziz (PSD), eleito senador pelo Amazonas, não declararam apoio abertamente à candidatura de reeleição de Dilma. No Amazonas, o ex-senador Eduardo Braga (PMDB), agora ministro de Minas e Energia, e os ex-deputados federais Rebeca Garcia(PP) e Francisco Praciano (PT), foram os cabos eleitorais de Dilma nas eleições de 2014. No Estado, Dilma Rousseff teve 51,64% dos votos no segundo turno, uma das mais acirradas disputas do País.

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O governador reeleito também comentou a nomeação de Braga para o novo ministério de Dilma e disse estar otimista com a presença do ex-governador na pasta e com a atuação do senador Omar Aziz. "Comigo, temos agora três bons nomes para debater o problema de distribuição de energia no Amazonas. Temos o linhão de Tucuruí, porém a energia ainda não é de qualidade. Tenho certeza que nós teremos as condições necessárias para melhorar esse quadro dando mais segurança também às empresas da Zona Franca de Manaus", disse Melo.

Para a próxima semana o governador afirmou que deverá anunciar oficialmente os nomes de dois novos secretários, entre eles o delegado federal Sérgio Fontes, que assumirá a secretaria de segurança. As mudanças estruturais do governo dependerão do retorno das atividades da Assembleia Legislativa do Amazonas, em fevereiro. "Projetamos uma reforma em 10 secretarias e órgãos da administração direta, com uma economia de R$ 600 milhões por ano. Temos de honrar os compromissos assumidos em campanha e essa é uma forma de termos recursos. As mudanças nas secretarias que não precisam mexer em suas estruturas serão feitas ao longo deste mês, as reestruturações somente a partir de fevereiro", afirmou Melo.

Na posse, Melo reafirmou o trabalho em conjunto com o prefeito de Manaus, Arthur Virgilio (PSDB), e com os prefeitos do interior. "O trabalho entre o Estado e a Prefeitura já começou com o Omar, e nós manteremos essa relação com o Arthur por entender que é o melhor para nossa cidade. Hoje sou o governador de todo o interior e vamos, nesses próximos anos, aceitar o desafio de interiorizar o desenvolvimento e valorizar o cidadão ribeirinho", afirmou.

Com 92,41% dos votos apurados no Amazonas, o candidato José Melo (PROS) vendeu a eleição para o governo, somando 55,79% dos votos válidos. Eduardo Braga (PMDB) tem 44,21%. Os números são do Tribunal Regional Eleitoral.

Considerando todos os votos - e não apenas os válidos -, o porcentual de brancos é de 1,59% e os nulos somam 7,53%. A votação no Estado foi encerrada às 19 horas de Brasília.

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O Partido Socialista Brasileiro (PSB) declarou, em coletiva na manhã desta quarta-feira, 8, que apoiará José Melo (PROS), candidato à reeleição ao governo do Amazonas. A decisão diverge com a postura do candidato do partido no primeiro turno, Marcelo Ramos, que disse, na terça-feira, 7, que não fará campanha para Melo ou Eduardo Braga (PMDB).

Presidente estadual do PSB, o deputado estadual eleito Serafim Corrêa lembrou do relacionamento ruim que teve com Braga para justificar o apoio a Melo. "Quando fui prefeito (2004-2008), tive uma relação ruim e conflituosa com o governador, que trouxe muitas despesas para a cidade. Com o Melo, vemos uma parceria entre ele e o Arthur. Por isso optamos pelo Melo", disse.

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Serafim esclareceu que compreende a postura de Marcelo Ramos em não declarar apoio a nenhum dos candidatos do segundo turno. "É uma decisão que tem que ser respeitada. A nossa decisão foi partidária, do coletivo. Não há nenhuma contradição nisso", ressaltou. Ramos teve 10,9% dos votos no primeiro turno, enquanto Braga e Melo empataram com 43%.

José Melo exaltou os apoiadores, mencionando que "a história de luta do PSB no Estado foi responsável pela aliança entre os partidos". "Ao longo de sua história, o PSB lutou sempre pelos mesmos objetivos que eu, de melhorar a vida do povo. Esse é o elo que sela a nossa aliança", afirmou o candidato.

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