Tópicos | milton ribeiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, recusou-se a abrir inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado o procedimento para apurar suposta prática de homofobia. O pedido se baseou em entrevista publicada pelo Estadão, no dia 24 de setembro.

Na reportagem, Ribeiro atribui a homossexualidade de jovens a "famílias desajustadas". O vice-procurador-geral reputou as declarações do ministro como "manifestações depreciativas a pessoas com orientação sexual homoafetiva" e disse que Milton Ribeiro fez "afirmações ofensivas à dignidade do apontado grupo social".

##RECOMENDA##

Dias Toffoli, no entanto, negou o pedido, sob o argumento de que houve um "equívoco na autuação pela Secretaria da peça ministerial como 'INQUÉRITO', por não ter sido ainda autorizada sua instauração por este Relator". Na prática, para Toffoli, o ministro pode prestar explicações antes de que seja formalizada a abertura de inquérito. Só aí então ele passaria a ser formalmente investigado.

Nos últimos dias, o ministro tem se aproximado ainda mais do presidente Jair Bolsonaro. No final de semana, ele recebeu o presidente em sua casa para uma confraternização. Antes disso, esteve com o presidente na casa do colega Gilmar Mendes quando foi batido o martelo pela indicação de Kassio Mendes para a vaga de Celso de Mello no Supremo.

Não é comum ministros do Supremo deixarem de instaurar inquéritos quando solicitado pela Procuradoria-Geral da República. A decisão de Toffoli não significa, porém, que Milton Ribeiro não poderá ser investigado. Na prática, o ministro do Supremo criou uma etapa a mais na investigação, uma fase que, na visão da Procuradoria-Geral da República, não era necessária.

A PGR destacava ainda um segundo trecho das declarações dadas por Milton Ribeiro. "Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem e caminhar por aí", disse o ministro da Educação, na entrevista.

Após a repercussão das declarações, Ribeiro divulgou nota para informar que sua fala foi "interpretada de modo descontextualizado". "Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual", escreveu o ministro, que pediu desculpas. "Nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa", declarou, na ocasião.

Na entrevista, Milton Ribeiro afirmou que deve revisitar o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Segundo ele, a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero. "Quando o menino tiver 17, 18 anos, ele vai ter condição de optar. E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo", afirmou o ministro, em trecho também destacado pela PGR.

Após afirmar, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que adolescentes homossexuais são frutos de “famílias desajustadas”, o atual ministro da Educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, fez um ataque à publicação alegando que sua fala foi “interpretada de modo descontextualizado”.

Através de uma nota de esclarecimento enviada à imprensa por meio do e-mail oficial do Ministério da Educação (MEC), o ministro, que também é pastor e poderá responder a um inquérito por homofobia devido à afirmação, alega que não pretendia agir de forma preconceituosa. 

##RECOMENDA##

“Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual. Ademais, trechos da fala, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar”, afirmou o ministro por meio da nota. 

Ao final do texto, Ribeiro pediu desculpas. “Por fim, nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa.” Confira a nota na íntegra: 

"Nota de esclarecimento

Quanto à reportagem veiculada no jornal “O Estado de São Paulo”, venho esclarecer que minha fala foi interpretada de modo descontextualizado.

Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual.

Ademais, trechos da fala, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar.

Por fim, nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa.

MILTON RIBEIRO

MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO"

LeiaJá Também

--> Volta às aulas não é tema do MEC, diz ministro

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, pediu a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por homofobia, após declarações dadas por ele em entrevista ao Estadão, em que ele exime a pasta de responsabilidades sobre a volta às aulas no País e atribui a homossexualidade de jovens a "famílias desajustadas".

Na entrevista, o ministro afirmou que deve revisitar o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Segundo ele, a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero. "E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo", afirmou ele, que também disse ter "certas reservas" sobre a presença de professores transgêneros nas salas de aula.

##RECOMENDA##

A iniciativa da PGR partiu do vice-procurador-geral e se baseia nas declarações dadas pelo ministro na entrevista.

Durante a semana, parlamentares e especialistas também reagiram à entrevista de Ribeiro. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disse que iria ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ministro fosse investigado por homofobia. O deputado David Miranda (PSOL-RJ) também pretendia acionar o Ministério Público Federal pelo mesmo motivo.

"O Ministro da Educação evidencia toda a carga de preconceito e atraso do governo Bolsonaro. Logo o ministro de uma pasta tão estratégica para uma nação que tenha a pretensão de soberania. Esse governo tem elementos medievais. Representei contra o ministro no MPF, ele tem que responder por crime de homofobia", disse Miranda.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou sobre sexualidade durante entrevista recente. Para o ministro, a homossexualidade seria fruto de “famílias desajustadas” e orientação sexual é um tema que não deve ser tratado com adolescentes. As falas de Ribeiro repercutiram bastante e foram muito comentadas nas redes sociais.

Em entrevista ao Estadão, o ministro falou o que pensa sobre alguns temas ligados à sexualidade. A começar pela homossexualidade. “Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe". Ele também disse que “respeita, mas não concorda” com tal comportamento.

##RECOMENDA##

Em seguida, Milton Ribeiro falou que é contra certas discussões com menores de idade porque as crianças acabam “optando” por serem gays: "Dizem que é para proteger gravidez indesejada, mas a verdade é que falar para adolescentes que estão com os hormônios num top sobre isso é a mesma coisa que um incentivo. É importante falar sobre como prevenir uma gravidez, mas não incentivar discussões de gênero".

As falas do ministro repercutiram mal e ele virou um dos assuntos mais comentados na internet, nesta quinta (24). “Isso é o ministro da "educação". Nem conceitos básicos da cidadania ele domin”; “Misericórdia todo dia um ministro da educação diferente falando algo cretino pra sustentar o cargo nesse governo”; “Ministro da Educação crente em 2020 falando que homossexualidade é fruto de família desajustada. Ajustada era a da Flordelis 100% hetero”; “Nada é tão ruim que não possa piorar, pode entrar novo ministro da educação”.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, reconhece que a pandemia do novo coronavírus acentuou a desigualdade educacional no País. "Não é um problema do MEC, mas um problema do Brasil", afirmou em entrevista ao Estadão. Ribeiro acredita que não faz parte das atribuições do ministério resolver a falta de acesso à internet de alunos que não conseguem acompanhar aulas online ou se envolver na reabertura de escolas.

À frente do MEC há dois meses, Ribeiro, que é pastor presbiteriano, disse que pretende reformular o currículo do ensino básico e promover mudanças em relação à educação sexual. Segundo ele, a disciplina é usada muitas vezes para incentivar discussões de gênero. "E não é normal. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, mas não concordo", afirmou ele, que atribui a homossexualidade de jovens a "famílias desajustadas". Na entrevista ao Estadão, o ministro admite ter sido cobrado pelo presidente Jair Bolsonaro por ter recebido em seu gabinete a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), opositora ao governo.

##RECOMENDA##

Como o MEC vai atuar pra garantir a volta às aulas no País?

Remanejamos valores para pagamentos de professores e estagiários. São R$ 525 milhões que vamos mandar direto para as escolas públicas. O diretor e sua equipe que vão manejar para comprar insumos, pequenos reparos, tudo para proporcionar que o aluno volte com segurança, incluindo máscaras. Vamos mandar para todas.

Estados e municípios reclamam que se sentiram abandonados e sem orientação sobre a condução da educação na pandemia...

A lei é clara. Quem tem jurisdição sobre escolas é Estado e município. Não temos esse tipo de interferência. Se eu começo a falar demais, dizem que estou querendo interferir; se eu fico calado, dizem que se sentem abandonados. Agora, nesta semana, vou soltar um protocolo de biossegurança para a escola básica, como já foi feito com universidades.

Não cabe ao MEC se posicionar sobre a volta às aulas?

Não temos o poder de determinar. Por mim, voltava na semana passada, uma vez que já superamos alguns itens, saímos da crista da onda e temos de voltar. Mas essa volta deverá ser de acordo com os critérios de biossegurança.

A pandemia acentuou a desigualdade educacional com alunos que não têm acesso a internet...

(O ministro interrompe a pergunta) Esse problema só foi evidenciado pela pandemia, não foi causado pela pandemia. Mas hoje, se você entrar numa escola, mesmo na pública, é um número muito pequeno que não tem o seu celular. É o Estado e o município que têm de cuidar disso aí. Nós não temos recurso para atender. Esse não é um problema do MEC, é um problema do Brasil. Não tem como, vai fazer o quê? É a iniciativa de cada um, de cada escola. Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais.

O papel do MEC é trabalhar para diminuir essas desigualdades...

O MEC, em termos, né? Essa é uma responsabilidade de Estados e municípios, que poderiam verificar e ter as iniciativas para tentar minimizar esse tipo de problema. Alguns já fizeram. Algumas universidades federais deram até tablet.

Há casos que há apenas um celular em casa com acesso à internet e quando os pais saem para trabalhar os filhos ficam sem assistir aula.

Esses são problemas sociais, que eu não tenho como responder. Vão afetar a escola, mas isso aí já é para um outro departamento, de assistência. Não tenho como resolver isso.

É contra o foco no ensino superior dado nos últimos anos?

Muitas vezes o sonho brasileiro é ter um diploma, o pessoal mais simples, mais pobre. Não sou contra isso. As pessoas devem ter uma ambição sadia de ter um curso superior, o primeiro formado na família, tudo isso acompanho e sei que tem o seu valor, mas em termos de política nacional é equivocado. Não adianta ter o diploma e não ter a expertise, o conhecimento. Vemos figuras que têm o curso, mas são incapazes, haja vista o número de reprovação na OAB.

Quais os planos para melhorar os resultados da educação infantil e básica?

Quero dar o foco sobre a vida dos professores. Hoje ser um professor é ser quase que uma declaração que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa. Está na hora de parar de ter como protagonista somente o aluno, a infraestrutura, a comida, o assistencialismo, e a gente olhar com carinho maior para os professores.

Isso seria com uma valorização financeira?

Se tiver uma valorização financeira, o professor terá tempo de se preparar. A Capes e o MEC estão treinando professores com cursos online.

Já deu uma diretriz para revisão da Base Nacional Comum Curricular?

Esse é um ponto que precisamos atacar de maneira urgente. O prazo é 2023, mas não é feito da noite para o dia. Na educação básica, o Enem tem sido um balizador dos conteúdos que a gente requer, porque senão começa a falar lá de ideologia, sabe tudo sobre sexo, como colocar uma camisinha, tirar uma camisinha, sabe tudo. Fica gastando tempo com assuntos que são laterais. As crianças têm de aprender outras coisas.

Mas a educação sexual não deve ser tratada dentro da aula, inclusive para proteger a criança de abusos sexuais?

Nesse particular, sim. Existem temas que podem ser tocados para evitar que uma criança seja molestada. Mas não o outro lado que é uma erotização das crianças. Tem vídeo que corre na internet das meninas aprendendo a colocar uma camisinha com a boca.

Isso é um vídeo dentro de uma escola pública?

É dentro de uma escola (Na verdade, o vídeo citado pelo ministro foi gravado em uma universidade no interior da Bahia). Está no YouTube, é só procurar. E a professora mostrando como é. Dizem que é para proteger gravidez indesejada, mas a verdade é que falar para adolescente que estão com os hormônios num top sobre isso é o mesma coisa que um incentivo. É importante falar sobre como prevenir uma gravidez, mas não incentivar discussões de gênero. Quando o menino tiver 17, 18 anos, ele vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo.

A escola é um ambiente com prática de bullying, o que leva, por exemplo, a depressão e outros casos mais graves. Não é importante fazer essa discussão dentro da escola?

Por esse viés, é claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) têm um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios.

O senhor é contra um professor transgênero na sala de aula?

Se ele não fizer uma propaganda aberta com relação a isso e incentivar meninos e meninas para andarem por esse caminho.... Tenho certas reservas.

A gestão do seu antecessor, Abraham Weintraub, foi marcada por questões ideológicas. Qual seu posicionamento sobre o educador Paulo Freire?

Tive a pachorra de ler o texto mais famoso dele, que é a "Pedagogia do Oprimido". Eu desafio um professor e um acadêmico que venha me explicar onde ele quer chegar com as metáforas, com os valores. Ele transplanta valores do marxismo e tenta incluir dentro do ensino e da pedagogia.

O senhor recebeu os deputados Tabata Amaral e Felipe Rigoni (PSB-ES)...

Não. Eu recebi a Comissão Externa da Câmara (que os dois integram e acompanha o trabalho do MEC).

O presidente Bolsonaro o repreendeu por receber a Tabata?

Ele queria entender porque a Tabata publicou uma foto. Eu falei ao presidente que recebi a comissão. É diferente isso. A mídia conservadora estranhou o fato de tê-los recebido, mas eu não vou mudar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quinta-feira (17), que a pasta irá distribuir R$ 525 milhões a escolas para preparar o retorno às aulas presenciais, interrompidas pela pandemia da Covid-19. A medida já havia sido anunciada na última quarta-feira (15), durante coletiva de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A ideia é que o recurso sirva para a compra de produtos de higiene, desinfecção e reformas das unidades de ensino. A pasta ainda promete lançar um protocolo de biossegurança, como já foi elaborado para a educação superior.

##RECOMENDA##

Segundo Ribeiro, este valor será enviado diretamente às instituições, ou seja, não será administrado por Estados e municípios. Devem ser beneficiados 116,75 mil escolas públicas e 36,85 milhões de alunos. "Entra direto no caixa", disse ele. O ministro participou de audiência de comissão Congresso Nacional que discute a resposta do País à pandemia.

O ministro afirmou que a decisão sobre data para reabrir escolas não é do MEC, mas de Estados e municípios. "Se dependesse de mim, retornávamos amanhã, mas temos os riscos", afirmou Ribeiro. Ele disse contar "com retorno o mais breve possível da volta às aulas". "Para pegar esse fim de ano e deixar a criançada animada ao ano que vem."

Corte no MEC

O ministro confirmou que o governo impôs um corte de R$ 1,57 bilhão nas contas do MEC deste ano. Revelada pelo Estadão, a tesourada reduzirá 80% da verba de "desenvolvimento da educação básica". Os valores, também retirados de outros ministérios, bancarão obras no momento em que o presidente Jair Bolsonaro percorre o País em palanques para inaugurações.

"Fui pessoalmente ao Planalto tentar reverter. Mas estava já encaminhado, considerando que gestores anteriores não executaram e empenharam valores", disse Ribeiro.

O ministro afirmou que o programa de educação em tempo integral será "duramente atingido" pelo corte. Ele atribuiu a este programa parte da melhora no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) deste ano.

"Pacificar"

Sucessor de Abraham Weintraub no MEC, Ribeiro disse aos parlamentares que tem perfil discreto e pretende "pacificar" a Eduacação. "Tenho sido criticado por instituições que mais à direita, por eu abrir conversa com pessoas tidas como de radicalismo ideológico. Disse ao presidente que quero ouvir a todos, pacificar."

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta quinta-feira (10), que jovens se tornaram "zumbis existenciais" ao não acreditarem mais em Deus e também na política. O ministro participou de evento no Palácio do Planalto em que o governo lançou projeto de educação em saúde para tratar da prevenção do suicídio e da automutilação, da gravidez na adolescência, do consumo de drogas, além do combate à violência contra populações vulneráveis.

Ribeiro relacionou o aumento de doenças mentais à "desconstrução deliberada de tudo, sem colocar nada no lugar". "Não há mais juventude que acredite nas coisas como Deus, política, religião e família. Perdem referencial", disse ele, que é professor universitário e pastor presbiteriano. "Temos hoje no Brasil, motivados, creio eu, por essa quebra de absolutos e certezas, verdadeiros zumbis existenciais. Não acreditam mais em nada, desde Deus e política, não tem mais nenhuma motivação."

##RECOMENDA##

Segundo o ministro, essa "desconstrução" foi feita de forma deliberada. Ao criticar livros didáticos distribuídos por gestões passadas do MEC, o ministro disse que alguns "valores" não devem ser tratados "na infância ou adolescência". "Os alunos mal sabiam ler e compreender o que liam. Como ter espírito crítico se não dispõe de ferramenta mínima para dispor dessas opiniões."

A ideia do novo programa é promover cursos a distância, além de palestras, para professores de escolas públicas e privadas, líderes religiosos, profissionais de conselhos tutelares e movimentos sociais que lidam com crianças e adolescentes. O governo não divulgou o orçamento para estas ações.

No lançamento do projeto, houve críticas à discussão do Congresso para liberar o plantio de cannabis no Brasil para produzir remédios. "Abre o olho, tem uma galera aí querendo liberar maconha. O senhor sabe que desencadeia suicídio. Abre o olho no Congresso Nacional. Tá dado o recado", disse a ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves a deputados que acompanhavam o evento.

Outro ponto atacado foi a interrupção da gravidez. Vídeo institucional do programa afirma que muitas mães crianças ou adolescentes recorrem ao aborto, "tirando a vida de outro ser e pondo a própria vida em risco."

"Quando você fala de aborto, o álcool e a droga estão por trás", disse o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, ao também criticar o projeto de lei sobre o plantio da maconha.

O aborto é permitido em três situações no Brasil: quando a gravidez é resultado de violência sexual, se não há outro meio de salvar a vida da gestante e em casos de fetos com anencefalia. No fim de agosto, o Ministério da Saúde alterou uma regra para obrigar médicos e profissionais de saúde a notificarem a polícia sobre atendimento a vítimas de estupro que planejem um aborto legal. A medida foi criticada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Ministro da Saúde fala em desastre econômico e social pós-Covid

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o Brasil enfrentará "ondas" após a pandemia, causadas pelo "desastre econômico e social". "A segunda onda são mortes causadas por doenças não tratadas", disse Pazuello, que também citou violência doméstica e depressão, automutilação e suicídio como outros grandes desafios.

O general ainda tratou do uso de medicamentos à base de maconha. Ele não avaliou o projeto de lei sobre o plantio, mas disse que o SUS trabalha para garantir o acesso aos fármacos. "Não há nenhuma restrição ao medicamento.Se é necessário, tem a certificação, que seja fornecido naturalmente pelo SUS".

Já a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, disse que liberar o plantio seria um "desastre à sociedade". O vídeo institucional do programa afirma que "maconha é a porta de entrada para drogas mais pesadas".

No 1.° ciclo de ações do programa, Damares participará de palestras de "educomunicação". Em 11 e 12 de setembro, as atividades serão no Centro Universitário Unichristus e na Igreja Ministério Canaã do Brasil, em Fortaleza. Há ainda eventos previstos, em setembro, em Belo Horizonte e Curitiba.

O novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, mudou o comando da secretaria da Educação Básica, colocando no cargo Izabel Lima Pessoa, funcionária de carreira do Ministério da Educação (MEC) e especialista em formação de professores. Izabel está no MEC desde 1990 na Coordenação de Aperfeiçomento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) e não tem qualquer relação com a ala ideológica do governo. Ela susbtitui a Ilona Becskehazy, que tinha apoio justamente desse grupo.

O nome de Izabel, anunciado pelo twitter pelo ministro, foi bem recebido pela comunidade educacional e por servidores do ministério. "Isabel é um quadro técnico de carreira da Capes, muito qualificada e dedicada à formação de professores. Conheço Isabel há muitos anos e sei do seu compromisso com a educação básica", disse a ex-secretária executiva do MEC durante as gestões de Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, Maria Helena Guimarães de Castro, que hoje é membro do Conselho Nacional de Educação (CNE).

##RECOMENDA##

"Pela primeira vez neste governo, a secretaria da educação básica estará sob o comando de uma servidora de carreira, que conhece o MEC e tem conhecimento técnico na área. Uma sinalização positiva", diz o Diretor de Estratégia Política no Todos Pela Educação, João Marcelo Borges.

Recententemente, Izabel cuidava das parcerias com as redes de ensino da própria secretaria da educação básica, uma área considerada essencial no órgão. A secretaria também é crucial no MEC porque uma das maiores reclamações de gestores do País é que não há, até agora, nenhuma articulação do governo Bolsonaro com Estados e municípios, que são os responsáveis pelas escolas.

Ilona vinha recebendo críticas por seu posicionamento polarizado, sua proximidade com alas ideólogicas, que defenderam inclusive seu nome para ministra depois da saída de Abraham Weintraub. Foi ele quem havia a colocado no cargo em abril. Antes do MEC, ela era consultora em educação e foi comentarista da rádio CBN.

Por outro lado, o secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, também ligado a Olavo de Carvalho, foi convidado pelo ministro a continuar no cargo.

Diagnosticado com Covid-19 na última segunda-feira (20), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta manhã no Twitter que exames mostraram nessa sexta-feira (24) o começo de uma pneumonia. O ministro, que tem 62 anos, disse ter sido medicado e já estar se sentindo melhor. Ele está despachando de casa desde o começo da semana.

"Amanheci bem melhor, mas ontem meus médicos constataram um início de pneumonia. Fui à clínica e tomei via venosa antibiótico. Hoje acordei bem melhor, 10% de tosse mas ainda sem apetite. Obrigado pelas orações e por tudo. Abraço fraterno a todos", contou o ministro na rede social.

##RECOMENDA##

Outro ministro com Covid-19, Onyx Lorenzoni (Cidadania) afirmou na nesta sexta-feira (24), que seu tratamento está dando bom resultados. Ele completou uma semana desde que testou positivo para o novo coronavírus, assim como a mulher, Denise Veberling.

O ministro divulga usar um protocolo de combinação entre azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina. Onyx afirmou que no caso deles "funcionou", embora ressalvado que para algumas pessoas não há efetividade.

Um estudo brasileiro coordenado por hospitais e instituições de saúde privadas apontou que a hidroxicloroquina, associada ou não ao antibiótico azitromicina, não tem eficácia no tratamento de pacientes internados com quadros leves e moderados de Covid-19, como mostrou o Estadão.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou no Twitter que testou negativo para o coronavírus em seu novo exame. Após 15 dias de isolamento, o presidente o Palácio da Alvorada e levou sua moto para revisão na loja onde comprou o veículo em novembro do ano passado.

Após o novo ministro da Educação, o pastor e professor Milton Ribeiro, ter sido flagrado em um vídeo no qual defende o castigo físico de crianças como forma de educação e disciplina afirmando que elas devem ser educadas “com dor”, a 'Rede Não Bata, Eduque', movimento social que busca o fim dos castigos violentos e humilhantes, divulgou uma nota pública contra a fala do novo ministro

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Após citar o vídeo gravado em 2016, chamado “A Vara da Disciplina”, a nota apresenta dados sobre a violência física cometida contra crianças e adolescentes no Brasil sob o pretexto de educá-las. “No ano de 2019, o Disque Direitos Humanos (Disque 100) recebeu mais 86 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes, entre as quais a violência física corresponde a 38% (33.374) das ocorrências. Setenta e sete por cento das violências são cometidas por pessoas que deveriam protegê-las, sendo 40% pela mãe, 18% pelo pai, 6% pelo padastro, 5% pelos avós e 8% outros familiares”, diz o texto. 

A nota traz também dados a respeito de onde costuma ocorrer a violência, apontando que 52% dos casos são na própria casa da vítima, e informações relativas à faixa etária. “A primeiríssima infância (0 -3 anos) correspondem a 19% (22.747), a infância (4 – 11 anos) 45% (53.207) e a adolescência 31% (36.619). Para 5% (5.781) a faixa etária não foi informada”, diz o texto. 

Diante dos números apresentados e destacando leis brasileiras que proíbem a violência física como forma de punição, como por exemplo a Lei Menino Bernardo (13.010/2014), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a rede criticou a atitude do agora ministro, convocando-o a assumir uma posição diferente. 

“Instamos o novo ministro da Educação, como representante do Estado, a se posicionar publicamente em favor de uma educação sem violência esclarecendo o posicionamento do governo frente aos marcos legais assumidos pelo país no que tange à defesa, garantia e promoção de direitos de crianças adolescentes. Que se comprometa com um processo educativo não violento e laico, que priorize o diálogo e a transparência, e que possa avançar em aspectos importantes para a educação brasileira, como a aprovação do Novo Fundeb Permanente, a implementação da Base Nacional Comum Curricular, com a instituição do Sistema Nacional de Educação e o cumprimento das metas e estratégias do Plano Nacional de Educação”, diz a nota. O ministro não se posicionou, até o momento, sobre as críticas.

LeiaJá também

--> Novo ministro já defendeu educar crianças 'com dor'

--> Ministro: novas universidades ensinam 'sexo sem limite'

O novo ministro da Educação, o advogado e pastor presbiteriano Milton Ribeiro, afirmou em 2018 que a linha existencialista de pensamento é ensinada nas universidades e incentiva uma "prática totalmente sem limites do sexo". Um vídeo mostra Ribeiro falando à comunidade evangélica sobre o assunto durante culto.

"Para contribuir ainda mais em termos negativos para uma prática totalmente sem limites do sexo veio a questão filosófica do existencialismo, em que o momento é que importa. Não importa se é A, B, se é homem ou se é mulher, se é esse, se é aquele, se é velho, se é novo. Não interessa. O que interessa é aquele momento", declarou na gravação. Ribeiro acrescenta que "é isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade".

##RECOMENDA##

Questionado sobre o vídeo, o Ministério da Educação não se manifestou até a publicação deste texto. A gravação foi noticiada pelo portal Metrópoles neste sábado, 11. A postagem original, contudo, foi apagada pela conta titular onde foi publicada inicialmente, o canal Meditando na Sã Doutrina. Em sua fala, o titular do MEC contextualiza ainda dizendo que a partir da década de 60 houve "liberdade maior nessa área sexual", com a invenção da pílula do dia seguinte.

"O mundo foi perdendo a referência do que é certo e do que é errado em termos de conduta sexual. E isso foi trazendo muitas dificuldades porque agora a gravidez indesejada não é mais um risco", afirmou.

Outras declarações antigas do pastor já vieram à tona desde a sua nomeação, nesta sexta-feira, 10. O Estadão mostrou que Milton Ribeiro já defendeu educar crianças "com dor". Em vídeo, publicado há 4 anos pela Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, o pastor fala aos fiéis que "deve haver rigor e severidade" na educação de crianças. O vídeo com a fala também foi apagado.

A igreja da qual Ribeiro é pastor titular comemorou a sua nomeação no MEC. Texto publicado em boletim especial da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração relatou que a nomeação foi recebida "como obra de Deus e não do homem".

A escolha do presidente Jair Bolsonaro por Milton Ribeiro ocorreu após um "vai e vem" não oficial para decidir quem ocuparia a cadeira do MEC após a saída de Abraham Weintraub. O governo enfrentou impasse para definir o substituto do ex-ministro, conhecido por declarações polêmicas como pedir a prisão dos "vagabundos" do Supremo Tribunal Federal e ironizar o sotaque de chineses.

A decisão se tornou ainda mais sensível depois de Carlos Alberto Decotelli pedir demissão antes mesmo de tomar posse, depois de inconsistências apontadas em seu currículo. O posto no ministério foi também recusado publicamente por Renato Feder, atual secretário de Educação do Paraná.

O novo ministro da Educação escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, pastor Milton Ribeiro, já defendeu educar crianças "com dor". Após o anúncio da nomeação para a chefia do MEC, publicações nas redes sociais recuperaram vídeo do pastor, publicado há 4 anos pela Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em que ele fala à comunidade evangélica sobre a "vara da disciplina" e a importância de disciplinar as crianças.

"A correção é necessária para a cura", disse o pastor. "Não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves. Talvez uma porcentagem muito pequena de criança, precoce e superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor."

##RECOMENDA##

O pastor Milton Ribeiro é advogado e tem formação em Teologia. Entre as características que fizeram com que fosse escolhido, está o "apreço à família e aos valores", segundo conhecidos e integrantes do governo. Em mensagem direcionada amigos, após ser anunciado para comandar o MEC, Ribeiro disse que acreditava ser a "hora de darmos atenção especial à educação básica, fundamental e ao ensino profissionalizante e de "incrementar o ensino superior e a pesquisa científica".

Ele ainda disse que trabalharia em articulação com os Estados, municípios e seus gestores "para mudar a história da educação do nosso País". Falou em tom de conciliação, dizendo que é hora de "um verdadeiro pacto nacional pela qualidade da educação em todos os níveis". "Precisamos de todos: da classe política, academia, estudantes, suas famílias e da sociedade em geral. Esse ideal deve nos unir", completou. Atualmente, Ribeiro é reverendo da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em Santos.

Depois de disputas entre as diversas alas que compõem o governo, que duraram mais de 20 dias, o presidente Jair Bolsonaro escolheu o pastor presbiteriano Milton Ribeiro para chefiar o Ministério da Educação (MEC) nesta sexta-feira (10). É o quarto ministro da atual gestão. Apesar de religioso, ele não foi indicado pela bancada evangélica do Congresso e não era o preferido dos militares. Ribeiro é advogado, teólogo e um estudioso da religião, especialista em calvinismo e Antigo Testamento.

A articulação de seu nome, que surgiu na semana passada, foi atribuída ao ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, e ao ministro da Justiça, André Mendonça, também presbiteriano. Entre as características que fizeram com que Ribeiro fosse escolhido, está o "apreço à família e aos valores", dizem conhecidos e integrantes do governo. Ribeiro foi vice-reitor do Mackenzie, quando o reitor era o ex-governador Claudio Lembo, mas é desconhecido entre especialistas da educação.

##RECOMENDA##

Em mensagem a amigos, após ser anunciado, ele disse que acreditava ser a "hora de darmos atenção especial à educação básica, fundamental e ao ensino profissionalizante" e de "incrementar o ensino superior e a pesquisa científica". Ele ainda disse que trabalharia em articulação com os Estados, municípios e seus gestores "para mudar a história da educação do nosso País". Falou em tom de conciliação, dizendo que é hora de "um verdadeiro pacto nacional pela qualidade da educação em todos os níveis". "Precisamos de todos: da classe política, academia, estudantes, suas famílias e da sociedade em geral. Esse ideal deve nos unir."

Atualmente, Ribeiro é reverendo da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em Santos. É ainda membro da Comissão de Ética Pública da Presidência, nomeado por Bolsonaro. O grupo é responsável por apurar a conduta de integrantes da administração pública federal e de analisar possíveis conflitos de interesse no serviço público. Ao anunciá-lo, o presidente frisou seu doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo, feito em 2006. A USP já confirmou a autenticidade do título acadêmico. O trabalho dissertou sobre a educação escolar como "pressuposto da organização institucional calvinista e não apenas seu resultado". Suas pesquisas foram em decisões oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre educação. Quem o conhece diz que ele é um pesquisador da área religiosa e não um especialista em políticas educacionais, com as quais não trabalhou. É conservador, sem postura ideológica - um homem educado e discreto.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação divulgou nota dizendo que nada comentaria sobre a indicação. Segundo o Estadão apurou, os secretários não têm o que dizer porque mal o conhecem. O Semesp, entidade que reúne universidades particulares, afirmou que "reconhecidamente o novo ministro acumula experiências exitosas em sua trajetória profissional e elas deverão contribuir para que a educação brasileira resolva as questões de acesso e oferta de oportunidades de aprendizado com qualidade".

Seu nome não teria agradado também à ala evangélica que apoia Bolsonaro. O grupo havia indicado o atual reitor do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), Anderson Correa. "Não posso falar nada contra o novo ministro porque seria uma injustiça, eu não o conheço. Mas não venha dizer que ele é apoiado por evangélicos, que nós não temos nada com isso. É uma escolha do presidente com o ministro da Justiça", disse o pastor Silas Malafaia. Nas redes sociais, o deputado federal Marco Feliciano (Republicanos-SP) disse que não houve interferência da Frente Parlamentar Evangélica na opção pelo nome de Milton Ribeiro.

A especialista em educação Anna Helena Altenfelder disse não conhecer o novo ministro, mas observa que ele "vem de uma universidade comprometida com a produção do conhecimento e a produção científica". Ela aponta que um dos principais desafios será promover o diálogo com as entidades de educação. "(A questão ideológica) é uma preocupação que a gente sempre tem com esse governo".

Vídeo

Após o anúncio da nomeação, publicações nas redes sociais recuperaram vídeo do pastor, publicado há 4 anos pela Igreja Presbiteriana Jardim da Oração, em que ele fala sobre a "vara da disciplina" e a importância de disciplinar as crianças. "A correção é necessária para a cura", disse o pastor. "Não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves. Talvez uma porcentagem muito pequena de criança, precoce e superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor."

Olavistas ganham vagas

O presidente Jair Bolsonaro acatou boa parte da lista de novos nomes para o Conselho Nacional de Educação (CNE) deixada por Abraham Weintraub, com pessoas ligadas a Olavo de Carvalho. A indicação é vista como uma forma de apaziguar o ânimo dos olavistas, após o grupo não emplacar o novo ministro da Educação.

O CNE tem mandatos de quatro anos e o impacto de suas medidas, segundo especialistas, pode ser ainda maior na educação. Com as novas 10 indicações, praticamente metade do conselho será mudada - há 24 cadeiras, mas dois membros vêm do MEC. A ideia inicial era de que os conselheiros sejam integrantes da sociedade civil, especialistas em educação, que avaliam e normatizam as políticas educacionais nacionais.

Entre os atuais membros estão Mozart Neves, ex-diretor do Instituto Ayrton Senna, e Maria Helena Guimarães de Castro, ex-secretária executiva do MEC no governo Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer. As indicações trouxeram um clima de desolação e revolta no órgão. "O CNE é um órgão de Estado e não de um governo", disse nota conjunta dos representantes dos secretários (Consed e Undime) que repudia "os critérios usados pelo governo para nova composição do CNE". A nova lista tem nomes indicados pelo atual secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, também ligado a Olavo de Carvalho. Entre eles, Tiago Tondinelli, que foi chefe de gabinete do ex-ministro de Bolsonaro Ricardo Vélez e tirado do cargo durante disputa no ministério entre olavistas e militares. Tondinelli é advogado e professor de Filosofia, especialista em Filosofia Medieval. Nunca trabalhou com educação pública. Wiliam Ferreira da Cunha, também indicado ao CNE, é atualmente assessor de Nadalim. Outro ligado aos olavistas é Gabriel Giannattasio, também professor no Paraná.

Outro nomeado nesta sexta-feira foi o pesquisador Augusto Buchweitz, que é formado em Letras e Psicologia, e estuda a forma como as crianças aprendem a ler e prioriza o aprendizado fônico e despreza o construtivismo - considerado bandeira da esquerda. Também indicado, Fernando César Capovilla, do Instituto de Psicologia da USP, é da mesma linha de pesquisa e ajudou na elaboração da política atual de alfabetização do MEC. "Fica claro que o governo quer fazer a agenda dele da educação pelo CNE, como homeschooling, escola militar", diz Mozart Neves.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Milton Ribeiro, novo ministro da Educação, anunciado nesta sexta-feira (10), pelo presidente Jair Bolsonaro, é membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República e tem seu currículo publicado no portal do órgão. 

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, Milton, que é membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie, da Comissão de Ética e Compliance do Instituto Presbiteriano Mackenzie, além de ex reitor do Instituto, já representou a entidade em uma das maiores escolas de direito do mundo na conferência "Novas Fronteiras na Luta contra a Corrupção no Brasil", que aconteceu  na escola de direito de Columbia nos Estados Unidos. 

##RECOMENDA##

Pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, o novo líder do MEC também realizou o mestrado em Direito Constitucional e é especialista em Administração Acadêmica pelo CRUB (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), Milton realizou seu estágio em Joplin, na Universidade do Estado do Kansas. 

O chefe da pasta também acumula em seu currículo experiência como interventor judicial da Fundação José Manuel da Conceição em SP no ano de 2002, além de ser atualmente diretor administrativo da Luz Para o Caminho, agência de produção de mídias da Igreja Presbiteriana do Brasil, na qual é pastor.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, no fim da tarde desta sexta-feira (10), a indicação do novo ministro da Educação. O cargo deverá ser assumido pelo professor Milton Ribeiro, divulgou Bolsonaro em sua conta oficial no Facebook.

No post do anúncio, o presidente da República deu informações que seriam atribuídas ao currículo do novo ministro. “Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação. Doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República”, descreveu Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Ribeiro é pastor presbiteriano e membro da Comissão de Ética Pública, da Presidência da República. Em maio de 2019, ele foi nomeado para esse cargo, cujo mandato estava previsto até 2022.

Nas redes sociais, a divulgação de Bolsonaro rendeu inúmeros comentários. "Muita sorte ao Professor Milton Ribeiro; o abacaxi que terá que descascar é enorme.......esperamos que desempenha um ótimo trabalho", escreveu um seguidor. Outro opinou da seguinte forma: "Achei que seria alguém que teve uma história de vida com a educação, de todas as crianças e adolescentes do Brasil, afim de criar uma geração renovada".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando