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Após se encontrar com o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu nesta quarta-feira, 27, considerar "muito difícil" a aprovação pelo Congresso de uma emenda constitucional que antecipe as eleições presidenciais para outubro. A presidente Dilma Rousseff tem dado sinais de que poderia enviar proposta com esse objetivo, no momento em que está na iminência de ser afastada por decisão dos senadores no processo de impeachment.

"Qualquer cenário neste momento que signifique alterar a Constituição é muito difícil porque estamos vivendo um momento de crise, de conturbação política, econômica e mudar a Constituição nesse momento, ter três quintos dos votos na Câmara e no Senado é sempre difícil. É um consenso meio que inatingível", disse Renan.

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A manifestação do Senado agrada a Temer, que já chamou uma eventual antecipação das eleições de "golpe". No início do mês passado, antes da votação do impeachment na Câmara, Renan chegou a dizer que via "com bons olhos" a realização de eleições gerais antecipadas para todos os cargos eletivos como uma forma de superar a crise.

Líderes do governo e da oposição veem dificuldade em aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para adiantar as eleições presidenciais na Câmara dos Deputados, como estaria sendo considerado pelo Planalto. A ideia de realizar um plebiscito também foi rechaçada pelos parlamentares.

Para o líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ), a PEC é "inócua e não se sustenta". Ele disse que, assim como se posicionou contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff por considerá-lo ilegal, adota a mesma posição sobre adiantar as eleições, que acredita ser um descumprimento da Constituição.

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O vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE), também avaliou que adiantar as eleições seria inconstitucional. Ele classificou a PEC como "esdrúxula". Silvio criticou ainda a sugestão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) de realizar um plebiscito em outubro. Para ele, a ideia da PEC seria inviável independente da opinião pública, pois não considera possível alterar o tempo de mandato da presidente, a menos que a chapa Dilma-Temer fosse cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fazendo coro aos governistas contrários à proposta, o vice-líder do PT, Paulo Teixeira (SP), declarou que não houve nenhuma conversa definitiva sobre o assunto, mas que não concorda com a PEC. "O direcionamento é lutar pelo mandato da presidente até o fim. Acredito que com o governo de coalizão sempre é possível fazer melhorias", afirmou.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que a proposta não assusta o vice-presidente Michel Temer, que está "tranquilo". Marun acha que a PEC não teria nem o apoio do plenário, nem da população. A proposta só seria aprovada no Congresso se obtivesse três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).

Na direção oposta, o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), demonstrou apoiar a proposta, mas acha que ela não seria aprovada devido aos 367 deputados que votaram a favor da saída de Dilma. Ele afirmou que a PEC pode ganhar força de acordo com a popularidade ou não de uma eventual gestão Temer.

Valente acredita que a PEC poderia ser justificada pela crise política somada à vontade do povo. "Qualquer emenda pode ser aprovada constitucionalmente. Nessa conjuntura a cláusula que estabelece tempo de mandato não se sustenta".

A presidente Dilma Rousseff voltou nesta quarta-feira, 27, a dar sinais de que está disposta a enviar ao Congresso uma proposta de antecipação das eleições para encurtar o seu próprio mandato. O vazamento dessa estratégia, porém, contrariou Dilma, que ainda avalia o melhor momento para tomar a iniciativa. Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, um grupo de senadores irá hoje ao Palácio do Planalto entregar uma carta a Dilma, solicitando a ela que encaminhe logo uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), sugerindo a convocação de eleições em outubro.

Os movimentos sociais, no entanto, são contra, sob o argumento de que isso enfraqueceria nas ruas a "batalha" contra o impeachment. Apesar de apoiar o plano, até mesmo para "emparedar" o vice-presidente Michel Temer, o PT decidiu não erguer agora a bandeira das "diretas já" por uma questão estratégica.

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A cúpula do partido não quer se indispor com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e com o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) num momento em que precisa de seus militantes nas ruas, contra o que chama de "golpe". Além disso, acha que a iniciativa deve partir da própria Dilma.

"O posicionamento continua o mesmo. Só não queremos levantar essa bandeira, neste momento, porque o foco, agora, deve ser a luta para barrar o impeachment no Senado", argumentou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Nos bastidores, o governo e o PT avaliam que a derrota de Dilma na primeira votação no plenário do Senado, no próximo dia 11, é "irreversível", mas farão tudo para virar o jogo no julgamento final. Até mesmo Lula, no entanto, observa que a chance de Dilma retornar ao Planalto, após um período de até 180 dias de afastamento, é remota.

Dois ministros disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que Dilma está "propensa" a aceitar a ideia de sugerir ao Congresso a antecipação de eleições presidenciais para outubro, quando também haverá disputa pelas Prefeituras. De acordo com eles, porém, a presidente teme que isso pareça uma renúncia ou algo como "jogar a toalha" para a batalha final e por isso ainda avalia o "timing" da ação.

Uma ideia sob análise também prevê um plebiscito para que a população decida se quer novas eleições presidenciais antes de 2018. Tudo, porém, precisa passar pelo crivo do Congresso e até mesmo aliados dizem que a Câmara, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dificilmente autorizará isso. Em conversas com sindicalistas e também com empresários e políticos, nos últimos dias, Temer chamou as propostas de "golpe".

Após conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, senadores independentes que apresentaram proposta para antecipar eleições vão entregar nesta quarta-feira, 27, à presidente Dilma Rousseff uma carta em que pedem apoio para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Em café da manhã com o ex-presidente Lula e o ministro-chefe do gabinete pessoal da Presidência, Jaques Wagner, os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Paulo Paim (PT-RS) apresentaram a proposta para que novas eleições presidenciais fossem realizadas já em outubro deste ano.

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Segundo os senadores, Lula demonstrou simpatia pela ideia, mas não expressou apoio claro. Ele se comprometeu em levar a ideia à presidente Dilma e aconselhou que os senadores escrevessem um carta, assinada por diferentes parlamentares, pedindo que a presidente apoiasse a PEC que já está em tramitação ou enviasse ao Congresso a sua própria proposta.

Os senadores estão fazendo uma peregrinação em busca de apoio à proposta. Além da visita a Lula, eles se reuniram nesta quarta com a presidente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva. Mais tarde, eles se encontram com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG) e lideranças do PCdoB.

A ideia de encaminhar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para realização de novas eleições presidenciais em outubro foi rechaçada nesta quarta-feira, 27, pela oposição, que não vê chances de a PEC prosperar. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que um novo pleito só seria possível se a chapa da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, fosse cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso contrário, traria mais tensão ao ambiente político e econômico.

"A Constituição não prevê qualquer possibilidade de antecipação das eleições que não seja pela renúncia de presidente e vice ou a cassação da chapa eleita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O remédio constitucional para a crise é o impeachment da presidente Dilma", disse, por meio de nota. "Saídas fora desse caminho, como a tentativa de se mudar a Constituição com o jogo em andamento, podem agravar ainda mais a situação política e econômica e retardar a implantação de mudanças urgentes que o Brasil precisa", emendou.

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A proposta de nova eleição vem sendo arquitetada pelo Palácio do Planalto, que estuda a possibilidade de encaminhar a PEC antes da primeira votação do impeachment de Dilma no plenário do Senado, previsto para acontecer no dia 11 de maio. Já há uma PEC sobre esse tema no Senado, mas auxiliares de Dilma avaliam que o gesto de propor o encurtamento do mandato deve ser feito por ela como sinal de pacificação.

Bueno considera que a proposta gestada pelo governo e pelo PT se deve ao fato de o discurso de "golpe" não ter sido acolhido pela sociedade. "É o desespero de um governo que acabou com a economia do País e busca uma saída honrosa para não ser despejado do Palácio do Planalto pela porta dos fundos", comentou.

Petistas na Câmara ouvidos pela reportagem desconversam quando questionados sobre o assunto e dizem que o tema não está sendo tratado pelos deputados. O vice-líder do governo na Casa, Paulo Teixeira (PT-SP), disse desconhecer qualquer conversa definitiva sobre a PEC, mas admitiu o início de discussão sobre o assunto. Segundo Teixeira, o direcionamento partidário é "lutar pelo mandato da presidente".

A presidente Dilma Rousseff admite, nos bastidores, a possibilidade de defender a proposta que prevê a convocação de eleições presidenciais para encurtar em dois anos o seu mandato, mas ainda avalia o melhor momento de assumir a estratégia. Ministros próximos a Dilma dizem que isso já é "fato consumado" porque ela não terá governabilidade com o País dividido, mesmo se não sofrer impeachment no julgamento final do Senado.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta segunda-feira (25) com Dilma e tratou do assunto. Pela primeira vez desde que teve a nomeação suspensa para a Casa Civil, há 41 dias, Lula foi ao Palácio do Planalto. À noite, jantou com Dilma e com ministros, no Alvorada. Para Lula, porém, a hora é de concentrar esforços no movimento de resistência ao impeachment.

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A ideia de novas eleições conta com o apoio da maioria do PT e até do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que há anos trava disputa com o vice-presidente Michel Temer sobre os rumos do PMDB. Até recentemente, Dilma resistia a aceitar a abreviação do seu mandato, mas, segundo auxiliares, começou a perceber que precisa fazer um gesto de "pacificação". Ela descarta a renúncia, mas acha que a proposta de eleições diretas pode ser uma contraofensiva ao que chama de "golpe".

Em conversas reservadas, ministros do PT argumentam que o plano, por si só, tem o condão de pôr Temer contra a parede. Além disso, tudo será feito para atrair o PSDB do senador Aécio Neves (MG), que quer vetar a participação de integrantes de seu partido em eventual governo Temer.

Apesar de manter o discurso oficial de que é possível virar o jogo do impeachment, senadores do PT e de partidos da base aliada do governo dão como certa a aprovação do afastamento de Dilma na primeira votação, no plenário do Senado, prevista agora para 15 de maio. Se este cenário for confirmado, a presidente será obrigada a se afastar por até 180 dias.

PEC

Pelo cronograma traçado em gabinetes do Palácio do Planalto, o envio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso, sugerindo eleições presidenciais em outubro - mês das disputas pelas Prefeituras -, ocorreria justamente nesse período. A PEC precisa ser votada em dois turnos em cada Casa do Congresso e só é aprovada se obtiver três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).

"Vou lutar até que eleições diretas sejam realizadas, se eu for afastada do cargo, uma situação hipotética, que eu não acredito. Eu acredito que é desconfortável afastar uma pessoa inocente. Eu sou vítima de uma conspiração", afirmou Dilma, em entrevista ao Wall Street Journal.

Para Lula, se a presidente for mesmo afastada, a chance de ela retornar ao Planalto é remota. Mesmo assim, a estratégia consiste em infernizar a vida de Temer durante o provável "exílio" de Dilma, para expor as "fragilidades" do peemedebista e montar uma espécie de "governo paralelo", em oposição ao novo ocupante do Planalto.

A ordem é resistir até o julgamento final no Senado - que pode ocorrer em setembro -, entremeando a defesa política com recursos ao Supremo Tribunal Federal. "Se Temer assumir, ele não dura três meses no cargo porque não aceitaremos isso. Haverá protestos em todo o País", insistiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Nós não imaginamos que o PT queira exercitar a sua capacidade de fazer oposição fora da luta política convencional", provocou o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB), aliado de Temer.

De qualquer forma, o PT também já prepara uma narrativa para disputar a eleição presidencial de 2018. Embora seja alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e esteja na mira do Ministério Público, Lula ainda é o único nome do PT com potencial para concorrer à sucessão de Dilma.

Nas fileiras do partido há quem diga que, com a crise se agravando a cada dia, o impeachment da presidente pode representar a "salvação" de Lula. O raciocínio é que, se isso não ocorrer, ela continuará "sangrando" até 2018. Se sair antes, porém, o PT poderá usar o discurso do "golpe" e de que teve uma presidente "apeada do poder". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em tramitação no Senado desde a última terça-feira, a Proposta de Emenda Constitucional que prevê a realização de novas eleições presidenciais em outubro deste ano é alvo de debate jurídico sobre a sua legalidade - a proposta não é unanimidade entre os juristas.

Assinada por 30 parlamentares, incluindo oito senadores do PT, a matéria ainda teria de passar duas votações, no Senado e na Câmara, até o final do ano. Apesar de reconhecer que há outros estudiosos da Constituição que veem legalidade nas novas eleições, a convocação é inconstitucional no entendimento do professor de direito constitucional da PUC-SP Pedro Estevam Serrano. "Convocar (novas eleições) por PEC fora do período previsto atenta contra o princípio republicano. A República, no sentido jurídico, prevê a periodicidade dos mandatos", afirma.

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Dentro dessa lógica, para o professor, encurtar o mandato de Michel Temer, caso ele assuma a Presidência, iria contra seu direito de cumprir o mandato pelo tempo para o qual foi eleito. "Na década de 1980 decidiu-se 'descoincidir' as eleições, que antes aconteciam de presidente e governador no mesmo ano que a de prefeito. A solução foi estender o mandato dos prefeitos por mais dois anos", lembra, destacando que, nesse caso, o direito em exercer o cargo não foi desrespeitado.

Segundo ele, há outros caminhos legais para a convocação de novas eleições ainda este ano. O primeiro é a cassação de toda a chapa eleita, ou seja, Dilma e Temer. Também há uma movimentação nesse sentido, já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou nesta semana o início da produção de provas para embasar as ações que pedem a cassação da chapa eleita em 2015 (Dilma e Temer), mas todo o processo é considerado longo.

Nesse caso específico o professor de direito constitucional destaca que poderiam surgir ainda outras possibilidades além da convocação de novas eleições. "Poderia ser convocado o segundo candidato mais votado, que seria o Aécio, ou se considerar o cargo vago e deixar nas mãos do Congresso a indicação de quem poderia assumir", diz.

Outra alternativa para a convocação de novas eleições dentro da constitucionalidade pela visão de Serrano seria a renúncia do presidente eleito e do seu vice até o fim do primeiro biênio - situação pouco provável dentro do atual cenário.

'Inadequado'

A PEC 20/2016 não agradou à OAB-SP. De acordo com Marcus da Costa, presidente da entidade no Estado, a iniciativa, apesar de constitucional, é inadequada para o momento. "É o tipo da proposta que, agora, não contribui em nada para os avanços desse quadro grave de crise política", reclama Costa.

De acordo com o texto do projeto, o novo eleito pelo voto direto assumiria o País em janeiro de 2017 e seu mandato se estenderia até o mesmo mês de 2019. Ou seja, haveria eleições novamente em 2018, como prevê o calendário eleitoral. Costa acredita que a melhor saída para o momento é seguir o que está na Constituição, que prevê a abertura de um processo de impeachment com o julgamento final do mérito por parte do Senado. "Qualquer outra discussão nesse momento, além do impeachment, faz com que se perca o foco de um problema seriíssimo", afirma, e acrescenta: "Parece-me, claramente, que a proposta foi apresentada já com uma expectativa de que o impeachment esteja consumado".

Uma das justificativas da PEC, que aguarda pela designação de um relator na Comissão de Constituição e Justiça, é o fato de Dilma Rousseff e Michel Temer contarem com taxas enormes de rejeição dos brasileiros. O texto cita alguns percentuais de pesquisas para argumentar a falta de ambiente político para uma sucessão por impeachment.

"Se fizéssemos pesquisa sobre a rejeição dos congressistas, a rejeição não seria pequena. Nós temos uma opção, correta ou não, pelo regime presidencialista. Em uma situação como essa, em que se atribui crimes de responsabilidade, a Constituição prevê a solução do problema - é o impeachment", assinala Costa.

Lei

Caso Michel Temer assuma a Presidência e, por exemplo, tenha de viajar para o exterior, quem assumiria comando do País seria Eduardo Cunha - e respaldado pela lei. Na visão do professor de direito constitucional da PUC-SP Pedro Estevam Serrano, por exemplo, Cunha estaria apto para o cargo. "Acho que milita a favor do Cunha a presunção da inocência. Antes de ser condenado ele é um mero réu, não pode ser sua capacidade eleitoral diminuída."

Marcus da Costa, presidente da OAB-SP, afirma que Cunha não teria barreira legal para assumir o Palácio do Planalto. "Na verdade, não muda nada. Hoje já é assim, só que ele é o terceiro na linha sucessória", explica Costa. O presidente da OAB-SP defende o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. "Ele está usando há muito tempo o cargo que ocupa pra criar obstáculos e constrangimentos para barrar o processo legal na Comissão de Ética da Câmara", aponta Costa.

A Proposta de Emenda à Constituição 20/2016, que determina a realização de novas eleições gerais em outubro de 2016, foi alvo de críticas do núcleo duro do vice-presidente Michel Temer, que passou o dia de ontem em São Paulo.

Presidente do PMDB e um dos principais operadores políticos de Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) classificou ontem como "golpe" a iniciativa. "O partido vê como uma tentativa de golpe. Qualquer redução ou ampliação de mandato é inconstitucional e fere cláusulas pétreas", afirmou o peemedebista. Jucá passou o dia de ontem em São Paulo reunido com Temer no escritório político do PMDB, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

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A PEC é defendida pela ex-ministra Marina Silva, por um bloco de senadores não alinhados com o governo e a oposição e por setores do PT. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Marina lideram as pesquisas de opinião sobre a eleição presidencial de 2018.

Já o PSDB, maior partido de oposição ao governo, rejeita a proposta, apesar de ter entrado com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral para cassar o mandato da chapa Dilma-Temer. Se o pedido for acolhido pelo colegiado ainda em 2016, Temer perderia o mandato e novas eleições seriam convocadas.

A proposta de um novo pleito foi defendida pelo PSDB até o começo deste ano, quando a legenda mudou de estratégia e passou a apoiar o impeachment. Na época, a mudança de discurso fez o partido ser chamado até por tucanos de "errático".

O ideia também foi defendida publicamente, no começo do mês, pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RR). Aliado de Temer, ele usou a tribuna do Senado para dizer que a realização de um novo pleito com as eleições municipais de outubro atenderia ao clamor das manifestações populares contra o governo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Três municípios farão novas eleições para prefeito e vice-prefeito neste domingo (4) - Cabeceiras, em Goiás, Mossoró e Francisco Dantas, no Rio Grande do Norte. Os eleitores dessas cidades voltarão às urnas devido à cassação dos mandatos dos candidatos que venceram as eleições em 2012, anuladas pela Justiça. O período de votação é das 8h às 17h.

De acordo com resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleições devem ser marcadas sempre para o primeiro domingo de cada mês pelos tribunais regionais eleitorais (TREs). Os prefeitos e vice-prefeitos das três cidades foram considerados culpados pela compra de votos.

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Em Cabeceiras, que conta com cerca de 6 mil eleitores, no leste de Goiás, divisa com Minas Gerais, o prefeito e o vice-prefeito eleitos em 2012, Nadir de Paiva e Bim de Oemis, foram considerados inelegíveis por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado. Concorrerão no pleito de amanhã os candidatos Antônio Cardoso da Silva (PSL), Joaquim Machado Sobrinho (PP), Everton Francisco de Matos (PSL) e Wanderson Gonçalves de Melo (PP).

Em Mossoró, a maior das três cidades, com 167.246 eleitores, a prefeita Claudia Regina e seu vice, Wellington Carvalho, também foram declarados inelegíveis por oito anos por abuso de poder político e econômico e conduta vedada a agente público, além de compra de votos. Concorrem à prefeitura nas novas eleições Francisco José Lima Silveira Júnior (PSD), Gutemberg Henrique Dias (PCdoB), Josué de Oliveira Moreira (PSDC) e Raimundo Nonato Sobrinho (PSOL).

Na cidade de Francisco Dantas, a menor das três, com 2.356 eleitores, foi decretada a inelegibilidade do prefeito Gilson Dias e do vice, Ribeiro Alecrim. O TRE do Rio Grande do Norte deferiu apenas o registro do candidato Wandeilton Bezerra de Queiroz, da coligação Unidos por Francisco Dantas” (PMDB/PSD/PSB/PTB), para concorrer nas eleições deste domingo. A votação nas três localidades será das 8h às 17h.

Em 2014 foram marcadas 14 novas eleições, mas apenas quatro foram feitas, ficando 11 suspensas. No ano passado, dos 87 novos pleitos convocados, houve a eleição de um novo prefeito em 75 municípios, tendo sido suspensas as eleições em 12.

Prefeitos que tiveram o registro indeferido ou o mandato cassado por crime eleitoral ou outras irregularidades terão de arcar com o custo das novas eleições. A Justiça Eleitoral, em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), vai entrar com ações contra os eleitos de 26 cidades em todo o País cujas condutas já levaram à realização de novo pleito este ano. Há ainda novas eleições marcadas para seis municípios. Desde o ano passado, 34 ações de ressarcimento referentes às eleições de 2008 foram ajuizadas objetivando receber dos prefeitos cassados R$ 1,3 milhão de gastos com novas eleições. Outras ações ainda serão propostas, já que, desde 2008, foram realizadas 179 eleições suplementares no Brasil.

No próximo domingo, 6, os eleitores de Meruoca (CE) voltam às urnas para escolher um novo prefeito. As novas eleições em Rodeio Bonito (RS) e São José das Missões (RS), que aconteceriam na mesma data, foram suspensas. No dia 2 de junho, outras cinco cidades, duas delas em São Paulo - Cananeia e General Salgado - realizam novas eleições. As demais são Primavera (PE), Santa Maria da Boa Vista (PE) e Simões (PI). A organização de uma nova eleição é de responsabilidade de cada Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas o repasse de recursos cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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O TSE entende que o gasto adicional deve ser debitado na conta de quem o causou, no caso os políticos que deram causa à anulação da eleição. A Justiça Eleitoral convoca um novo pleito sempre que o candidato eleito com mais de 50% dos votos tiver o registro indeferido ou o mandato cassado por conduta vedada pelo Código Eleitoral ou delito previsto na Lei de Inelegibilidades, como compra de votos, abuso de poder econômico ou uso indevido dos meios de comunicação. Esses candidatos perdem os cargos e são convocadas novas eleições.

Em Merouca, o prefeito eleito João Coutinho Aguiar Neto (PT) obteve 58,9% dos votos, mas foi enquadrado na lei da ficha limpa e não pôde assumir. Em 2 de junho, os eleitores de Cananeia, no litoral sul paulista, voltam às urnas porque o candidato mais votado, Adriano César Dias (PSDB), que recebeu 4.117 votos, teve o mandato cassado também com base na lei da ficha limpa. Também haverá nova eleição em General Salgado: eleito em outubro com 4.558 votos, David José Martins Rodrigues (DEM) teve o registro indeferido com base na mesma lei.

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) decidiu que nesta quarta-feira (16) que Eduardo Coutinho (PSB) continuará no cargo de prefeito da cidade de Água Preta. Os desembargadores se reuniram e por 4 votos a 2 decidiram dar provimento ao resultado da liminar anterior, no qual o socialista foi empossado pelo tribunal mesmo obtendo 47% dos votos válidos.   

O relator do processo, o desembargador, Luiz Alberto Gurgel, defendeu a realização de novas eleições conforme artigo 224 do Código Eleitorale teve o seu voto acompanhado pelo também magistrado Virgílio Carneiro Leão. Mas ambos foram considerados votos vencidos, pois o entendimento do pleno foi contrário ao parecer.  

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Em divergência aberta, o Desembargador Ronnie Duarte ratificou o entendimento do Ministério Público Eleitoral (MPE), ao considerar como válida a totalidade de votos, incluindo brancos e nulos. Dessa forma o percentual obtido por Armando Souto representa 49% dos votos e não determina a realização de novas eleições.

Na disputa eleitoral em Água Preta, Armando Souto (PDT), que por causa de problemas partidários, concorreu Sub Judice, obteve 52% dos votos válidos. Do outro lado, Eduardo Coutinho questionou juridicamente a validade de sua candiatura .

Em primeira instância decidiu pelo realização de novas eleições, pois Armando obteve mais de 50% do votos válidos. No julgamento do mérito, o TRE-PE deliberou pela não realização de novas eleições. Armando Souto ainda poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois do resultado manisfestante protestaram em frente ao TRE-PE da avenida Agamenom Magalhães.

Confira o vídeo:

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