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O primeiro-ministro da Suécia, o social-democrata Stefan Löfven, perdeu nesta segunda-feira (21) a confiança do Parlamento, que votou uma moção de censura pela primeira vez na história política do país.

Com isso, Löfven tem uma semana para apresentar sua renúncia, ou convocar novas eleições.

A moção de censura, que teve origem na semana passada, quando o Partido da Esquerda decidiu retirar o apoio pontual que dava ao governo, recebeu o voto de 181 deputados de um total de 349.

Stefan Löfven ocupa o cargo de primeiro-ministro desde 3 de outubro de 2014.

Para derrubar o governo, o ex-partido comunista se alinhou com as legendas de direita, o Partido Conservador dos Moderados e os Democratas-Cristãos, assim como com os Democratas da Suécia, de extrema direita.

Após 11 moções de censura fracassadas, Stefan Löfven, que se distinguia por sua capacidade de sobreviver a crises políticas desde sua chegada ao Executivo há quase sete anos, tornou-se o primeiro chefe de governo a ser derrubado em um voto de confiança.

Devido a uma sutileza da Constituição sueca, em caso de eleições antecipadas, elas seriam acrescentadas ao pleito eleitoral previsto para setembro de 2022. Isso significaria duas disputas legislativas em pouco mais de um ano.

Se o primeiro-ministro renunciar, caberá ao presidente do Parlamento abrir negociações com um partido para encontrar um novo chefe de governo. No caso de um novo acordo político, nada impede o retorno de Stefan Löfven, afirmam analistas.

A operação conduzida pela Polícia Federal (PF) nesta semana contra uma suposta rede de notícias falsas (fake news) pode dar fôlego a duas ações que correm no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa do presidente Jair Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão.

Sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão de vários apoiadores de Bolsonaro, incluindo empresários que são suspeitos pelo financiamento do envio de mensagens em massa e impulsionamento de notícias falsas nas redes sociais.

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De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o compartilhamento de informações do STF com o TSE poderá dar musculatura às duas ações em tramitação na Corte eleitoral, que passou recentemente a ter o ministro Luís Roberto Barroso como seu presidente. E ele indicou que quer dar um andamento ágil aos processos, apresentados por PT e PDT.

A base do pedido de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão envolve uma denúncia de 2018, na qual a Folha revelou uma rede bolsonarista que fomentava os disparos em massa de centenas de milhões de mensagens, atitude proibida pela Justiça Eleitoral. O esquema não consta na prestação de contas e pode configurar o crime de caixa 2.

As investigações podem desvendar não só a atual rede de propagação de notícias falsas que opera a favor de Bolsonaro nas redes sociais – seriam saídas do chamado Gabinete do Ódio –, como também ajudar a entender o funcionamento da operação durante as eleições de 2018, segundo a publicação.

As informações financeiras colhidas pela PF no inquérito que corre no STF datam de 2018, a pedido de Moraes, que é o relator do inquérito no Supremo. Tanto neste Corte quanto no TSE, o empresário Luciano Hang (também alvo da PF nesta semana) é citado como um dos financiadores das notícias falsas contra adversários de Bolsonaro.

O inquérito que corre no STF é cercado por polêmica desde o início. Instaurado em 2019 sem solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele foi alvo de críticas por conta do princípio de que quem julga não pode também atuar como acusação. Contudo, um regimento do Supremo permite ao presidente abrir o inquérito e indicar outro ministro para relatar.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, já pediu a suspensão do inquérito que corre no STF justamente por esse motivo – uma mudança de posição, já que no fim do ano passado ele se declarou favorável ao prosseguimento das apurações.

Ausentes da operação da PF, os filhos de Bolsonaro – o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro – também são suspeitos de envolvimento na rede.

Da Sputnik Brasil

O Parlamento de Israel aprovou nesta quarta-feira (11) um projeto de lei que convoca novas eleições para o dia 2 de março, a terceira em menos de um ano. A proposta foi apresentada após vencer o prazo para que o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, ou seu rival, o general Benny Gantz, conseguissem formar uma maioria para governar o país.

Os israelenses foram às urnas em abril e depois em setembro. Nas duas ocasiões, Netanyahu e Gantz ficaram praticamente empatados e foram incapazes de negociar a formação de um governo ou seja, de construir uma aliança de 61 deputados de um total de 120.

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Os partidos de Netanyahu, o Likud, e de Gantz, o Azul e Branco, estabeleceram que a próxima campanha eleitoral seja rápida e termine antes da festa judaica do Purim, que será celebrada dias após a votação. Os mais otimistas acreditam que haverá um acordo, que Gantz e Netanyahu conseguirão finalmente se entender e formar um governo de união.

Para um acordo, as condições de Gantz são claras: Netanyahu, que está na mira da Justiça, indiciado por crimes de corrupção, deve se comprometer a não solicitar imunidade legal ou recusar ser o primeiro dos dois a liderar o governo.

Impasse

Premiê há 13 anos - os últimos 10 consecutivos, um recorde em Israel -, Netanyahu enfrenta acusações de fraude, suborno e abuso de confiança. Algumas pessoas próximas ao premiê, como seu advogado, também enfrentam acusações de lavagem de dinheiro em uma operação de compra de submarinos envolvendo a empresa alemã ThyssenKrupp.

No contexto legal, Gantz pressiona Netanyahu a se retirar da política ou recusar a imunidade que o livraria da cadeia enquanto ocupar um cargo no governo. O premiê israelense não aceita as exigências e pede a Gantz que desista de ser o primeiro a liderar o governo em caso de um acordo.

Entre os dois rivais políticos está o ultranacionalista Avigdor Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu. Ex-chanceler e político de centro, ele não aceita formar um governo com os partidos árabes - que apoiam Gantz - e rejeita uma aliança com os religiosos - que estão com Netanyahu.

Diante desse panorama, os eleitores israelenses parecem receosos com o fato de terem de ir pela terceira vez às urnas. Desta vez, no entanto, as últimas pesquisas apontam uma vantagem para o partido Azul e Branco, de Gantz.

De acordo com o Channel 13, ele elegeria 37 deputados. Netanyahu, apenas 33. O instituto Midgam indica uma vantagem um pouco menor: 35 a 33 em favor de Gantz. A terceira força nas urnas seria uma aliança de partidos árabes, a Lista Unida, que obteria 13 vagas no Parlamento. Economistas estimam que as três eleições custarão, no total, US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) aos cofres públicos. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Michel Temer completou um ano na Presidência do Brasil há apenas seis dias. Apesar de toda a instabilidade política causada pelo impeachment da petista Dilma Rousseff, pela crise econômica que assola o país e pelos protestos da oposição, o peemedebista enfrenta nesta quinta-feira (18) sua maior crise, com risco de tirá-lo do cargo.

Delatores disseram na noite dessa quarta-feira (17) terem um áudio bombástico no qual Temer autoriza o pagamento de suborno para manter calado o ex-deputado Eduardo Cunha. A conversa foi gravada pelos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, que fizeram acordo de delação premiada, a qual ainda não foi homologada e cita também outra negociação envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB). A dupla contou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tinha gravado em março as palavras de Temer sobre Cunha.

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O presidente logo negou o teor das delações e garantiu que não renunciará ao cargo. Mas movimentos políticos prometem sair às ruas nesta quinta-feira para exigir a renúncia de Temer e a convocação de novas eleições, apesar da Constituição prever um pleito indireto.

Ontem à noite, um grupo já se reuniu na Avenida Paulista, em São Paulo, pedindo "Fora, Temer". Entre os manifestantes, havia apoiadores do PSOL e do Movimento Sem Terra (MST), que milita a favor de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Brasília, foram protocolados dois pedidos de impeachment de Temer. O primeiro partiu do deputado Alessandro Molon, da Rede, alegando crime de responsabilidade. O outro pedido veio do terceiro-secretário da Câmara, João Henrique Holanda Caldas, do PSB.

A oposição também se uniu em uma nota assinada por PT, PDT, PC do B, PSB, PSOL e Rede para anunciar um fórum permamente de ação para pedir a renúncia ou o afastamento de Temer. Mas, desde o mês passado, tramita na Câmara outro requerimento de impeachment, aberto por ordem do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Só que a comissão especial que analisará o pedido ainda não foi instalada.

Apesar dos pedidos de impeachment, muitos parlamentares defendem que Temer opte pela renúncia, que é mais rápida que todo o processo de afastamento via Congresso. Outra opção seria acelerar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo da chapa Dilma-Temer, marcado para 6 de junho. Com impeachment ou renúncia, caso Temer saia do poder, são realizadas eleições indiretas para a Presidência. O novo mandatário seria escolhido pelo Congresso, ideia à qual muitos brasileiros já se manifestam contrariamente.

Nesse sentido, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB), afirmou que avaliará a possibilidade de pautar nos próximos dias no colegiado a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas para presidente.

A Prefeitura do Ipojuca encaminhou uma nota à imprensa repudiando a ocupação do prédio onde funciona a sede do Executivo Municipal. O texto, assinado pelo prefeito em exercício, o vereador Irmão Ricardo (PTC), diz que os manifestantes invadiram o edifício às 6h40 da manhã dessa sexta-feira (6), antes mesmo de o expediente começar, “com o intuito de promover a desordem, inclusive, com depredação do patrimônio público, comprometendo os serviços municipais em curso”. Segundo o documento, a manifestação “não ficou apenas na pacificidade”.

De acordo com o prefeito, os “estragos” feitos pelo grupo serão avaliados e os responsáveis devem ser punidos pela justiça. “A atual gestão respeita cada ponto de vista democraticamente. Mas não pode aprovar arruaças de grupos incitados por partidos políticos ou lideranças locais insatisfeitas com os rumos advindos após as eleições municipais”, salienta no texto, lembrando que os trâmites legais para as novas eleições já estão em andamento.

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A prefeitura ainda afirmou que a guarda municipal da cidade encontrou entre os manifestantes um “arsenal perigoso”. “Além da ocupação do prédio às seis e meia da manhã, os desordeiros levaram um arsenal de fogos de artifício, descobertos pela Guarda Municipal. Antes mesmo de serem utilizados, a caixa foi apreendida e encaminhada para a delegacia do município para as primeiras investigações”, pontua a nota.

Moradores de Ipojuca ocuparam a sede da prefeitura durante cerca de quatro horas, na sexta. Uma confusão, protagonizada por guardas e manifestantes, resultou na desocupação do local. Os guardas utilizaram spray de pimenta para dispersar os participantes do ato. O grupo pedia celeridade na realização de novas eleições municipais, já que o pleito de outubro, vencido pelo então candidato Romero Sales (PTB), foi indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque o vencedor estava inelegível pela prática de crime de improbidade administrativa. A nova eleição está marcada para abril, no dia 26 de janeiro o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) vai iniciar a preparação para a disputa. 

Após uma confusão entre a guarda municipal e manifestantes, a sede da Prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi desocupada. Os moradores estavam no local desde o início da manhã desta sexta-feira (6). Eles pedem celeridade na realização das eleições suplementares na cidade para a escolha do novo prefeito já que o pleito de outubro, que elegeu o então candidato Romero Sales (PTB), foi impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

De acordo com a população, a confusão começou quando os vereadores do município que apóiam o ato chegaram ao prédio. No momento, os guardas municipais utilizaram spray de pimenta para evacuar os moradores das dependências da prefeitura, atingindo, inclusive, os parlamentares, gerando um tumulto maior.

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Os manifestantes pretendiam permanecer no local até a chegada de um representante do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) para articular a nova data das eleições. Depois da confusão, eles subiram em um trio elétrico e iniciaram uma série de discursos em frente a sede do Executivo. Participantes do protesto chegaram a atear pedras contra a guarda municipal, que respondeu com tiros ao alto. 

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Desde o dia 1°, o município está sendo administrado pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Irmão Ricardo (PTC). O protesto é liderado por aliados a Romero Sales. Com o nome impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) por improbidade administrativa, o petebista não vai poder disputar o novo pleito. Quem vai concorrer no lugar dele é a esposa, Célia Sales. O ex-prefeito Carlos Santana (PSDB) ainda não definiu se disputará novamente a vaga. A nova eleição para prefeito de Ipojuca deve acontecer em abril. O TRE vai definir a data após o fim do recesso. 

A sede da prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi ocupada, na manhã desta sexta-feira (6), por moradores da cidade. Os manifestantes pedem pressa na realização das eleições suplementares para a escolha do novo prefeito já que o pleito de outubro, que elegeu o então candidato Romero Sales (PTB), foi impugnado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde o dia 1°, o município está sendo administrado pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Irmão Ricardo (PTC). 

No prédio, a população exibe cartazes com dizeres como: "A massa elege, a massa expulsa. Fora Carlos [Santana]", "Queremos um governo em prol do povo. #ForaDitador" e "Chega de repressão, democracia já. Eleições já!".

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Guardas municipais tentam conter a manifestação que, até o momento, segue pacífica. Em vídeos divulgados nas redes sociais, os manifestantes aparecem com máscaras respiratórias que reduzem o impacto de sprays de pimenta, por exemplo. O artefato foi utilizado pela guarda no último dia 1°, quando manifestantes jogaram cadeiras em protesto a eleição no presidente da Câmara. 

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O protesto é liderado por aliados a Romero Sales. Com o nome impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) por improbidade administrativa, o petebista não vai poder disputar o novo pleito. Quem vai concorrer no lugar dele é a esposa, Célia Sales. O ex-prefeito Carlos Santana (PSDB) ainda não definiu se disputará novamente a vaga. A nova eleição para prefeito de Ipojuca deve acontecer em abril. O TRE vai definir a data após o fim do recesso. 

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Uma enquete no site do Senado Federal registra que 93% das pessoas consultadas querem a realização de novas eleições para presidente já em outubro, em conjunto com as eleições municipais.

A enquete trata-se de uma consulta pública, instrumento utilizado pelo portal e-Cidadania, do Senado, para verificar o apoio da população aos projetos de lei que tramitam na Casa. Nesse caso, os resultados são relativos à PEC 20/2016, que foi proposta ainda antes da votação de afastamento de Dilma Rousseff por senadores que se diziam independentes diante do processo de impeachment.

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Até as 17h30 dessa segunda-feira, 5, mais de 189 mil pessoas já haviam opinado sobre o projeto, sendo que 175,4 mil se disseram favoráveis à realização de novas eleições presidenciais.

A enquete entrou no ar em 19 de maio e alcançou mais de 50 mil respostas em menos de 24 horas quando, misteriosamente, desapareceu do site do Senado. Na época, a assessoria de comunicação do órgão alegou problemas técnicos, muito embora, como mostrou o Estadão, servidores da Casa denunciavam boicote à proposta.

O projeto vai tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas está parado há mais de dois meses. O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que é o relator do projeto, ainda não apresentou nenhum parecer à respeito.

Desde que Dilma Rousseff sofreu o processo de impeachment, na última quarta-feira, 31, diversos protestos que pedem novas eleições foram realizados no País. No último fim de semana, organizadores alegam que mais de 100 mil pessoas participaram de ato na Av. Paulista. Mais protestos estão agendados em diferentes cidades para o feriado de 7 de Setembro.

Dois dias depois de o Senado aprovar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT anunciou nesta sexta-feira, 2, que irá defender a realização imediata de eleições diretas no País. A proposta do partido não prevê a convocação de um plebiscito para consultar a população.

A decisão foi tomada nesta sexta-feira em reunião das lideranças do partido na sede do diretório nacional, em São Paulo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo parlamentares petistas que participaram da reunião, todos concordaram com esta posição.

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A decisão representa uma mudança de postura do partido. Antes do impeachment, o presidente do PT, Rui Falcão, chegou a afirmar que não via viabilidade para a realização de novas eleições, com o argumento de que não haveria tempo. Dilma, por sua vez, defendeu a realização de um plebiscito para consultar a população sobre novas eleições.

Em nota distribuída a jornalistas nesta sexta, o PT diz que a sua postura, "diante deste cenário, não poderá ser outra que não aquela enunciada pela companheira Dilma, quando anunciou a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer. Nosso objetivo central é colocar fim ao governo do usurpador Michel Temer e conquistar o direito do povo eleger, direta e imediatamente, um novo presidente da República".

O partido alega que, se antes havia divergências internas sobre a convocação de novas eleições, "agora a situação é outra".

A declaração da presidente afastada Dilma Rousseff de que apoia uma consulta popular para a realização de novas eleições como saída para a crise política causou reação no Congresso, no Palácio do Planalto e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por um eventual novo pleito.

No TSE, a proposta é vista com ceticismo. A corte avalia que seria difícil viabilizar o plebiscito, considerando que a tramitação no Legislativo seria demorada e os custos somados às eleições seriam muito altos. A visão do tribunal é de que o debate poderia acabar concluído só no ano que vem, o que abriria a possibilidade para que as eleições fossem indiretas.

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Lideranças petistas no Senado, contudo, utilizam a proposta para negociar o apoio ao impeachment com parlamentares insatisfeitos com a gestão Temer. Só o Congresso pode convocar um plebiscito. A proposta precisaria ser apresentada por no mínimo um terço dos senadores ou deputados e aprovada nas duas Casas por maioria simples.

Há um grupo de 30 senadores que diz simpatizar com a proposta, porém, muitos parlamentares da base aliada e da oposição avaliam que a sinalização de Dilma "chegou tarde". O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que se a proposta tivesse sido feita antes do impeachment, até poderia ser considerada, mas agora só ia gerar mais instabilidade no País.

O líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que a realização de uma consulta popular sobre novas eleições poderia ser a saída da crise. "Agora é a hora, o assunto está maduro. Esse movimento tende a ganhar corpo dentro e fora do PT, os democratas do País não podem se recusar a discutir uma saída", criticou. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), classificou a proposta de "factoide" criado pelo PT para prejudicar o governo Temer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou nesta sexta-feira, 10, que a sugestão da presidente Dilma Rousseff de fazer um plebiscito sobre novas eleições, caso reassuma a presidência da República, é tardia. Segundo Moura, diversos partidos propuseram a ideia para Dilma há alguns meses, porém "sua arrogância e prepotência não permitiram" que ela aceitasse debater o assunto.

"A presidente podia perfeitamente ter sensibilidade de entender que o Brasil chegou ao limite com o governo dela e ter feito essa proposta antes. Ela tinha autoridade para colocar isso em prática, mas quando teve a oportunidade não fez", disse. "Essa proposta foi feita lá atrás e ela, no alto da sua arrogância, nem se quer quis discutir isso. Portanto agora ela não tem mais legitimidade para fazer essa proposta", criticou o líder do governo.

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Moura não quis comentar a viabilidade da proposta do plebiscito na Câmara, porque diz não ver "possibilidade nenhuma" de Dilma barrar o processo de impeachment no Senado. "Isso é desespero do antigo governo", comentou. Para ele, a atuação do presidente Michel Temer no Congresso com as medidas econômicas do ministro Henrique Meirelles tem sido satisfatória e a possibilidade de uma nova eleição não seria bem vista pela população.

Somente o Congresso Nacional tem o poder de convocar um plebiscito. A proposta precisaria ser apresentada por no mínimo um terço dos senadores ou deputados e aprovada pelas duas Casas por maioria simples. Ontem, em entrevista veiculada pela TV Brasil, a presidente afastada Dilma Rousseff admitiu pela primeira vez uma consulta popular caso ela reassuma a presidência da República.

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) defendeu a realização de uma consulta popular caso o Senado não decida pelo seu impedimento. Em entrevista concedida à TV Brasil, na noite dessa quinta-feira (9), a petista afirmou que é a população quem tem que decidir se prefere a continuidade do seu governo ou a realização de novas eleições. 

“O pacto que vinha desde a Constituição de 1988 foi rompido e não acredito que se recomponha esse pacto dentro de gabinete. Acredito que a população seja consultada”, disse. Ela criticou os que defendem um semiparlamentarismo, ou eleição indireta, por considerar que isso traria um grande risco ao país. A presidente propôs que haja uma reforma política que discuta o tema. 

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"Não temos que acabar com o presidencialismo, temos que criar as condições pela reforma política", disse. “Só a consulta popular para lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer”, acrescentou.  Segundo Dilma, nos momentos de crise pelo qual o Brasil passou, na história da democracia recente, foi com o presidencialismo que o país superou as crises. 

Ela também voltou a afirmar que o país não vai conseguir superar a crise com um governo interino e disparou criticas contra o presidente em exercício Michel Temer e o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. 

Assista a entrevista na íntegra:

*Com a Agência Brasil

O senador Walter Pinheiro (sem partido-BA) propôs um plebiscito para realizar novas eleições presidenciais ainda neste ano. A proposta é um desdobramento da PEC de novas eleições e, caso aprovada, os eleitores iriam às urnas antes do fim do ano para escolher um novo presidente.

A proposta já está em tramitação no Congresso Nacional. Ela será analisada primeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Para ser promulgada, é preciso ser aprovada em dois turnos no Senado e na Câmara por três quintos dos parlamentares.

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A PEC 28/2016 sugere que um plebiscito seja realizado no mesmo dia do primeiro turno das eleições municipais, em outubro. Os eleitores devem responder "sim" ou "não" para a seguinte pergunta: "Devem ser realizadas, de imediato, novas eleições para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República?"

O plebiscito seria vinculante e, caso aprovado, novas eleições presidenciais deveriam ser realizadas trinta dias após a proclamação do resultado do plebiscito. A PEC prevê ainda que o mandato dos eleitos valeria até 31 de dezembro de 2018.

A PEC é uma proposta do mesmo grupo de senadores que se identificam como independentes e defendem a realização de novas eleições como uma solução para a crise do impeachment. Além de Pinheiro, também fazem parte do grupo os senadores Cristovam Buarque (PPS-DF), João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), entre outros.

O PT está contando votos para reverter o processo de impeachment no Senado. A estratégia é retomar o discurso de novas eleições e convencer a presidente afastada Dilma Rousseff a se comprometer com a proposta, caso ela volte ao poder. Assim, petistas dizem acreditar que será mais fácil fazer com que alguns senadores que votaram pela abertura do processo mudem de voto na fase final.

Para que a presidente seja definitivamente afastada são necessários 54 votos. Na sessão de admissibilidade, 55 senadores votaram pela abertura do processo. O PT calcula entre dez e 13 senadores considerados "potenciais" para mudar de voto, mas para garantir a permanência de Dilma só precisaria reverter de fato quatro posicionamentos.

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Os nomes favoritos dos petistas para reverter a votação são os senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PPS-DF), Antônio Reguffe (sem partido) e Hélio José (PMDB-DF). O entendimento é que as medidas de Temer com cortes no serviço público, concursos e reforma da Previdência enfraquece o eleitorado brasiliense de classe média.

Tanto Cristovam quanto José afirmaram na primeira sessão que votavam apenas pela abertura do processo e que poderiam mudar de opinião. Reguffe foi mais crítico em seu discurso contra o governo Dilma, mas ele faz parte do grupo de senadores que defendem a PEC das novas eleições.

'Sinalização'

Cristovam, que também defende novas eleições, disse que, caso a presidente se comprometa com a medida, essa seria uma "sinalização importante", mas que isso não define o seu voto. Para o senador, Dilma precisa mostrar que seria uma presidente melhor que Temer, abandonar o discurso do golpe e assumir erros.

Na avaliação das duas primeiras semanas de governo Temer, os petistas sustentam que o presidente em exercício saiu desgastado e que a opinião pública já se volta contra ele. Por isso, outra saída é usar os erros do governo para jogar a população contra Temer e pesquisas de popularidade para pressionar senadores.

Nessa linha, outro foco de atenção para os petistas é o PSB. Além de o partido ter sido parte da base do governo PT, os petistas apostam em uma questão regional. Eles acreditam que a opinião pública vai se virar contra Temer com mais força no Nordeste e Antonio Carlos Valadares (SE) e Roberto Rocha (MA) seriam nomes fortes para mudar de voto.

Além desses, foi cotado também o nome do senador Romário (PSB-RJ), que tem restrições com Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Temer e um dos principais articuladores do impeachment. Jucá é relator da CPI do Futebol, presidida por Romário, e trabalha no sentido de dificultar as investigações e evitar a convocação de dirigentes da CBF. Senadores do PT afirmam que o assunto já foi colocado para a presidente afastada e a parte mais difícil da estratégia é justamente convencê-la a se comprometer com novas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma consulta pública sobre a realização de novas eleições desapareceu do portal do site do Senado. A enquete foi aberta há dois dias, mas, desde a tarde desta quarta-feira, 18, estava fora do ar. Antes do recrudescimento da crise política, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dizer que via com "bons olhos" a antecipação das eleições.

Contudo, no momento em que se tornou evidente o afastamento da presidente Dilma Rousseff, ele começou a respaldar o então vice Michel Temer e considerar "difícil" a realização do pleito. Pessoas ligadas ao Senado desconfiam de "censura".

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A consulta pública é um instrumento de rotina no Senado e é feita com todos os projetos quando passam a tramitar na Casa. Com a PEC de novas eleições, não foi diferente. Em apenas um dia no ar, a enquete recebeu mais de 40 mil respostas. Em seguida, a seção de "Consultas Públicas" do site parou de funcionar. Todo o restante do Portal e-Cidadania funcionava normalmente.

Quando a enquete saiu do ar, aproximadamente 34,6 mil pessoas haviam se manifestado a favor de novas eleições e 5,3 mil contra. A equipe do e-Cidadania afirmou à reportagem que 40 mil votos é um número alto, mas que não era um recorde. Eles informaram ainda que outros projetos de apelo popular, especialmente aqueles ligados aos direitos humanos, tiveram mais acesso.

Na noite de ontem, o senador João Capiberibe (PSB-AP) chegou a intervir em plenário, pedindo que a questão técnica fosse resolvida. Até a tarde desta quinta-feira, entretanto, o site permanecia fora do ar.

Senadores e assessores buscaram o portal e-Cidadania e também a Secretaria de Tecnologia da Informação (Prodasen) para esclarecer a dificuldade técnica. De acordo com pessoas ligadas ao Senado, não há qualquer problema no site e "o Prodasen está pronto para colocar a enquete no ar assim que vier a 'contra-ordem'".

Procurados, senadores ligados à PEC de Novas Eleições, assim como membros da presidência e secretaria da Mesa Diretora do Senado, se recusaram a comentar publicamente o assunto, mas deram sinalizações de que poderia ter ocorrido "censura".

Houve ainda uma movimentação suspeita entre o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) e o secretário-geral da Mesa Diretora, Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, na porta do plenário nesta tarde. Aparentemente, Viana cobrava de Bandeira explicações sobre o portal e-Cidadania.

Matéria censurada

Na tarde desta quarta-feira, antes mesmo de o site sair do ar, funcionários da Agência Senado haviam se queixado a outros colegas da Casa que uma matéria sobre a repercussão da consulta pública sobre as novas eleições havia sido retirada do site de notícias do Senado. "Mais de 40 mil internautas já opinaram no 'e-Cidadania' sobre eleições presidenciais em outubro" era o título da reportagem.

Nos bastidores, senadores argumentam que a proposta de emenda à Constituição (PEC) causa "incômodo", especialmente após a maioria já ter votado pela abertura do processo de impeachment. Alguns consideram que não seria "adequado" levantar um projeto contra o governo que acabou de assumir.

Novas eleições

A PEC em questão sugere a antecipação das eleições presidenciais para outubro deste ano, juntamente com as eleições municipais. A proposta foi feita pelo senador Walter Pinheiro (sem partido - BA) e um conjunto de outros senadores que se declaram independentes ante à questão do impeachment. Também fazem parte do grupo João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-AP), Cristovam Buarque (PPS-DF), entre outros. Os senadores defendem que o impeachment não é a solução e que, para ter credibilidade, um novo governo deveria ser eleito.

Para ser promulgada, a PEC precisa ser aprovada em dois turnos no Senado e na Câmara dos Deputados. A proposta passou a tramitar no Congresso em abril e está agora sob avaliação da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aguardando a designação de um relator.

Outro lado

Procurado, o portal e-Cidadania informou que o site sofria com problemas técnicos por causa do volume de acessos. Nesta tarde, entretanto, pessoas ligadas ao Senado denunciaram que a ação teria sido proposital e à mando de Renan Calheiros.

A assessoria de Comunicação do Senado Federal informou à reportagem que toda seção de Consulta Pública do portal está fora do ar por razões técnicas, provavelmente pelo volume de acesso gerados pela enquete das novas eleições. Eles informaram ainda que a equipe técnica já foi acionada para corrigir o problema. A enquete voltou ao ar às 18h38, após o contato da reportagem à assessoria de imprensa do Senado.

Com um cenário político adverso e o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) tramitando no Congresso Nacional, a realização de novas eleições para a Presidência da República tem sido apontada como a melhor solução para reverter o quadro do país. Dados de um estudo feito no Recife pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgados neste sábado (7), apontam que 61,5% dos entrevistados acreditam que, neste instante, o melhor para o Brasil é um novo pleito para presidente. 

De acordo com o levantamento, encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, apenas 13% dos recifenses consideram que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) seria o ideal para a conjuntura. Diante do questionamento, a opção pelo peemedebista ainda é menor do que a preferência pela manutenção do mandato de Dilma Rousseff, já que, segundo a amostra, 21% optam pela continuação do governo petista.

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“O dado reforça a rejeição do Michel Temer. Não existe uma expectativa positiva para um governo dele diante dos recifenses”, analisou o coordenador da pesquisa e cientista político, Adriano Oliveira. Sob a ótica do estudioso, a tese lançada pela Rede Sustentabilidade e endossada na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 20/2016, apresentada no Senado, seria a “solução ideal” para os entrevistados. Para uma nova eleição ocorrer é necessário que os cargos de presidente e vice sejam considerados vagos, o que não acontece com o impeachment da Dilma.

Nas ruas, além da solução para a conjuntura atual, o IPMN também indagou os recifenses sobre como analisavam a proposta que depõe a presidente, já admitida pela Câmara dos Deputados com 367 votos a favor e 137 contra. Questionados se a postura dos deputados em aprovar o texto foi correta, a maioria dos entrevistados, 65,3%, afirmaram que sim, enquanto 30,7% pontuaram que não.

Sobre a tese defendida pelo governo de que o eventual impeachment de Dilma é golpe, os recifenses afirmaram não considerar a prática como golpista. Dos que participaram do levantamento, 60% disseram que o impedimento da petista não é golpe e 34,7% consideraram que sim, é golpe.

No Senado, a proposta de impeachment deve passar pela análise dos parlamentares na próxima quarta-feira (11). Nos bastidores, a expectativa é de que o processo seja instaurado e a presidente Dilma Rousseff afastada, inicialmente, por 180 dias. A medida é apontada por membros da oposição ao PT como um dos meios mais viáveis para a superação da crise econômica, no entanto, para 51,8% dos que residem na capital pernambucana a crise não será superada. Já 37,5% observaram que sim e 10,8% não souberam responder. 

Dados do levantamento - A pesquisa do IPMN ouviu 623 pessoas no Recife, nos dias 3 e 4 de maio. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao Congresso, nos próximos dias, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições ao Palácio do Planalto. Antes de bater o martelo, porém, ela precisa convencer os movimentos sociais que foram às ruas defender o seu mandato e são contrários à proposta.

Dilma escalou os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Governo) para sondar os movimentos. O governo avalia que, sem uma grande pressão popular capaz de influenciar os parlamentares, a medida não teria chance alguma de ser aprovada pelo Congresso.

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Sem os votos necessários para virar o jogo, o governo já está convencido de que será derrotado na votação da Comissão Especial do impeachment, na sexta-feira (6), e também no primeiro julgamento no plenário do Senado, previsto para o dia 11. Com a confirmação deste cenário, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer vai assumir a Presidência.

Antes disso, no entanto, a presidente pode encaminhar ao Congresso a proposta que prevê o encurtamento de seu mandato e novas eleições em outubro, juntamente com as disputas para as prefeituras, para "emparedar" Temer. Na última sexta-feira, 29, ela despachou Wagner e Berzoini para São Paulo com o objetivo de ouvir as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo sobre a ideia.

Na semana passada a Frente Brasil Popular fechou posição contra a antecipação das

eleições. A Frente Povo Sem Medo não tem posição fechada sobre assunto, e alguns grupos, como a Intersindical, são contra, mas Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é a favor.

Depois da conversa com os ministros, os movimentos contrários à antecipação das eleições passaram a admitir que podem mudar de posição. "Depois da decisão do Senado pode até haver novas eleições", disse João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A reunião de sexta-feira contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cotado para ser candidato do PT. "Não acredito que Lula seja candidato a um mandato-tampão", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

Lula tem dado sinais contraditórios sobre o apoio à proposta de abreviar o mandato de Dilma, mas a CUT classifica a ideia como uma "capitulação". "Eu conversei com a presidenta ontem (domingo) e disse claramente a ela que isso seria homologar o golpe. Não está dado que, no julgamento final, daqui a seis meses, haverá impeachment. Quando perceberem quem é Temer na Presidência será outra coisa", disse Freitas.

Mesmo que a proposta seja enviada ao Congresso, no entanto, sua aprovação é considerada dificílima. Uma PEC precisa ser votada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado e só é aprovada se obtiver apoio de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49).

O governo, os movimentos e o PT estão cientes dos percalços, mas avaliam que, mesmo que sejam derrotados no Congresso, podem usar o tema para desgastar Temer e manter acesas as mobilizações contra o impeachment que marcaram a reaproximação entre partido e sua base. Em outra frente, senadores petistas vão buscar o diálogo com a ex-ministra Marina Silva (Rede), defensora da realização de novas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) criticou nesta sexta-feira (29) a declaração do vice-presidente Michel Temer de chamar de golpe uma possível antecipação de novas eleições. “Está havendo uma banalização da palavra golpe. Estão banalizando algo muito dramático na história do país. Daqui a pouco a criança pega a bala da outra no recreio e começa a dizer que foi golpe”, afirmou Marina. “Parece que não estamos sequer honrando a memória daqueles que padeceram tanto para enfrentar uma ditadura, que, de fato, essa sim, golpeou nossa democracia."

Candidata à Presidência da República em 2014 pelo PSB, Marina voltou a defender a convocação de nova eleição presidencial. Acrescentou que, para isso, o caminho constitucional deve ser definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a cassação da chapa Dilma-Temer, caso fique comprovado que o dinheiro da corrupção foi usado para bancar a candidatura da presidenta da República.

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“Só uma nova eleição poderá dar legitimidade e credibilidade a uma agenda de transição. O impeachment alcança a legalidade, mas não a finalidade. Nunca vi o vice-presidente Michel Temer fazer uma crítica à presidente Dilma. Muito pelo contrário. Até ontem, estavam praticando juntos”.

De acordo com Marina Silva, antes de falar em se candidatar à presidente é necessário devolver aos brasileiros a possibilidade de votar.

Caso haja nova eleição, “o Brasil não tem de ficar perdido na discussão do Estado máximo ou do Estado mínimo. Alguém já disse que o Brasil precisa do Estado necessário. Do Estado que dê conta de mobilizar o melhor da iniciativa privada, do Poder Público, da academia, do empreendedorismo social”, acrescentou.

Marina Silva defendeu que a sociedade apresente as diretrizes mais importantes para sair da crise, de modo que "todos os partidos e lideranças se comprometam com elas".

Segundo a ex-senadora, quem ganhar sabe quais são e quem perder também estaria comprometido com essas diretrizes. "São diretrizes que coloquem a questão da reforma política, de um novo ciclo fiscal, da necessidade do desenvolvimento compatível com a justiça social e manutenção das políticas sociais”, concluiu Marina, após participar do encerramento do 1º Congresso Mundial de Direito Ambiental, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

Diante da crise econômica nacional, a realização de uma nova eleição para a Presidência da República este ano custaria cerca de R$ 700 milhões aos cofres públicos. De acordo com cálculos feitos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para acolher o voto cada eleitor custa individualmente R$ 4,80. Em outubro de 2014, quando 142.822.046 milhões eleitores estavam aptos a votar, o pleito custou aproximadamente R$ 685 milhões. Atualmente mais 2.715.131 milhões de brasileiros ingressaram na lista.  

A tese de uma nova eleição presidencial ainda em 2016 tem sido reforçada com a possibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A ideia, bancada inicialmente pela Rede Sustentabilidade, é o objetivo principal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 20/2016 apresentada no Senado com o apoio de 30 parlamentares, entre eles, alguns insatisfeitos com uma eventual posse do vice-presidente Michel Temer (PMDB), substituto constitucional de Dilma em caso de deposição.

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A aprovação desta PEC – uma das duas vertentes que permitira o novo pleito – instalaria um mandato presidencial tampão, de dois anos, e a disputa aconteceria concomitante as eleições municipais em outubro. No entanto, a aprovação da proposta, segundo o advogado e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Delmiro Campos, não tem seu efeito imediato garantido, visto que a legislação eleitoral respeita o Princípio a Anualidade, ou seja, as regras do processo devem ser conhecidas com o período de um ano de antecedência. 

“A PEC sofre uma série de criticas e obstáculos para a sua aplicação no corrente ano. Temos um cenário de insegurança legislativa muito grande. Isso [uma nova eleição] não vem a acontecer porque uma das regras que deve ser respeitada é o Principio Anualidade e as regras eleitorais precisam ser aplicadas com segurança jurídica”, observou o especialista, dando o exemplo da Lei da Ficha Limpa aprovada em 2010, mas sem a aplicabilidade exigida para as eleições daquele ano. 

De acordo com o advogado, a legislação eleitoral também aponta que os pleitos só podem acontecer a cada dois anos e, por isso, as eleições gerais não podem conflitar com as eleições municipais. 

Anulação da chapa

Além da intervenção legislativa, outra vertente, a jurídica, abriria brechas para uma nova eleição: a cassação da chapa encabeçada por Dilma e Temer em 2014. Quatro ações pedindo o impedimento da chapa foram impetradas pelo PSDB e tramitam no TSE. Para possibilitar novas eleições uma delas deveria ser aprovada até dezembro deste ano. 

“Neste caso existe um outro entrave que são os recursos legais, ainda que o TSE proceda com um julgamento célere e ainda este ano, os recursos eleitorais permitem que o STF possa vir a revisar a decisão”, explicou o membro da Abradep.

Segundo Delmiro Campos, diante da conjuntura política atual a medida não seria a solução. “Dedicar-se a realização das eleições gerais como esperança de uma melhor governabilidade longe de trazer qualquer garantia poderá trazer mais insegurança”, analisou. 

O ministro Gilmar Mendes, presidente eleito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rechaçou na quarta-feira, 27, em evento para celebrar a adesão do Brasil ao Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral, a possibilidade de convocação de eleições gerais antes de 2018. A estratégia é defendida pelo PT e por integrantes do governo da presidente Dilma Rousseff caso o Congresso aprove o impeachment contra a petista.

Para o ministro, a proposta é inviável porque nem a presidente tem apoio para aprovar a medida no Congresso nem o tribunal dispõe de tempo hábil para cumprir os prazos eleitorais. "Essa não é uma ideia séria. Do ponto de vista jurídico, há uma série de etapas que precisam ser cumpridas. Do ponto de vista procedimental, seria praticamente impossível conseguir colocá-la em prática diante das dificuldades que é se fazer uma eleição no Brasil. Do ponto de vista político, seria praticamente impossível", argumentou.

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Para o ministro, seria necessário convencer não só o Congresso, mas todos os governadores e deputados estaduais e distritais - no caso do Distrito Federal - a abrir mão de seus cargos, uma manobra que, para ele, é inviável. "Uma presidente que não conseguiu apoio de 172 deputados não vai conseguir aprovar uma medida como essa", afirmou, sobre a votação do impeachment na Câmara.

Outros dois ministros do TSE, em conversas reservadas, também disseram não ver condição para que novas eleições sejam convocadas nem neste nem no próximo ano. Segundo eles, além de a corte eleitoral estar sobrecarregada com eleições municipais do próximo mês de outubro, seria impossível cumprir, para um novo pleito, a demanda de urnas eleitorais com voto impresso e outras questões práticas, como o prazo para que os eleitores conheçam os novos candidatos.

Reforma

O ministro Dias Toffoli, presidente do TSE que deixará o cargo em 12 de maio, afirmou que, concluído o impeachment, é preciso pensar em uma reforma política que atenda às demandas do País. "O Brasil tem, após a solução que seja dada nesse processo, é que repensar o sistema político e eleitoral de uma maneira definitiva."

Com cada vez menos chance de saírem vitoriosos no Senado, PT e governo avaliam enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para encurtar o mandato da presidente em dois anos e, assim convocar novas eleições gerais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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