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Ingressar na universidade é o sonho de muita gente. Depois desse objetivo alcançado e de vários anos estudando numa graduação, outro desejo que surge nas pessoas é o de concluir o curso superior. Por isso, há quem diga que na universidade você tem duas grandes alegrias, “uma quando entra e outra quando sai”.
Porém, para alcançar a formação não é necessário apenas ser aprovado nas disciplinas do seu curso. Ao final da graduação, a depender do curso superior, os universitários devem fazer o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), de forma individual ou em grupo. Esse pode ser uma monografia, um documentário, entre outras opções, mas é obrigatório para que um profissional conclua a formação.
Assim como a escolha da profissão, o TCC é um momento importante na vida dos estudantes, uma vez que ele representa a conclusão de um sonho e pode servir como a “porta de entrada” no mercado de trabalho. É certo que o resultado final diz muito da qualidade da formação do estudante, portanto, vale a pena se dedicar para que o TCC seja feito em um bom nível. E, nesse contexto, a realização do trabalho não depende somente do aluno, porque ele deve contar também com um professor orientador, que vai ajudá-lo em todo o período de pesquisa. Escolher o orientador é outro momento essencial para o estudante e, por isso, alguns aspectos devem ser levados em consideração no ato.
Largou o TCC e não avisou
Não vai ser surpresa se encontrarmos alunos desesperados na fase de pesquisa do TCC. Prazo de entrega chegando, correções a serem feitas, briga entre os integrantes da equipe (quando o trabalho é feito em grupo), além de atritos com o orientador, são alguns fatos que estressam muitos estudantes.
Formado em publicidade e propaganda, T.M – o entrevistado pediu que não fosse identificado nesta reportagem – teve muitos problemas com primeiro orientador. “O orientador do meu grupo saiu da faculdade sem avisar nada e aí todo mundo ficou desesperado. Era começo de semestre, então iniciamos a caça ao um novo professor”, conta o rapaz.
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De acordo com o publicitário, seu grupo mudou o foco de pesquisa do projeto, e, além disso, foi muito complicado encontrar um profissional que topasse orientar o trabalho sem ter um conhecimento prévio da pesquisa. “Foi quase um mês procurando um professor que topasse pegar o projeto do zero com menos de três meses para finalizar”, comenta T.M. Depois de muita procura, enfim o grupo conseguiu um novo orientador, mas, o professor impôs uma condição. “Ele colocou o método de trabalho dele para nós, e isso foi uma das condições para ter aceitado o projeto”, explica. “A sensação de ter um orientador que comprou a ideia de verdade foi o combustível que precisávamos pra tocar o projeto”, completou.
Como escolher o orientador
“É importante que exista uma identificação entre o aluno e o professor. Porém, é mais importante que o universitário escolha um professor que tenha familiaridade com o tema. Escolher um orientador apenas pela boa relação que você tem com o professor não é o indicado”. Quem explica é a pedagoga e especialista em gestão escolar, Leda Campos. De acordo com ela, mesmo que o estudante não tenha uma relação tão próxima com o orientador, ao longo da pesquisa essa interação pode ir surgindo, porém o essencial é que o educador tenha domínio sobre o tema escolhido.
A pedagoga também destaca que o estudante deve entender que o professor decide ser orientador para de fato “orientar”, por isso, é o aluno que executa o trabalho. “As atividades se concentram muito mais no aluno. Ele é que tem que buscar desempenhar o trabalho”, explana. Entretanto, o papel do professor também tem peso. “O estudante quer um trabalho de qualidade e todo educador deve buscar incentivo para o que o TCC saia bem feito. Se existir qualquer conflito entre as partes, isso deve ser deixado de lado e o que deve ser levado em consideração é a qualidade do trabalho. O nome do professor e suas técnicas também estarão inseridos após a conclusão”, comenta.
Segundo Leda, o planejamento do professor em trabalho conjunto com o aluno é essencial antes da execução e do trabalho de campo. “O professor deve ter disponibilidade para atender bem o aluno, e o estudante, por sua vez, também deve trabalhar seriamente. Deve ser feita uma programação e o professor precisa saber quantos trabalhos ele pode orientar, para que ele não fique sobrecarregado e não oriente da melhor forma possível os projetos”. A questão de quantos trabalhos um professor pode orientar por semestre depende das normas de cada instituição de ensino.
“Ser escolhida como orientador é gratificante”
Um ano como professora universitária e já escolhida por vários alunos para orientar inúmeros projetos. A professora Simone Ventura, que ensina em cursos de Comunicação Social e Marketing, mesmo com tão pouco tempo de atuação na área universitária já “abraçou” vários projetos e alcançou bons resultados como orientadora. Esse dom, como a professora mesmo descreve, surgiu há tempo, em um processo que ela tenta alinha conhecimento acadêmico e relação pessoal. “Ensinar para a academia não o suficiente. Às vezes o aluno precisa de um professor que diga vá, siga em frente. Quando a gente encontra um professor que faça isso é muito bom”, diz.
Sobre as escolhas como orientadora, Simone explica que ter uma relação de confiança com o aluno é um dos pontos que gerou tantos convites para projetos. “Eu acho que estou fazendo esse diferencial. Eu tenho uma atenção especial com o aluno, e, além da academia, eu cuido do lado humano. Quando o professor estimular o aluno, de fato ele acredita no trabalho”, conta a educadora.
De acordo com a professora, o domínio das técnicas por parte do professor sobre um determinado tema é algo que deve ser levado em consideração pelo estudante. Além disso, ela destaca que é preciso haver empatia entre orientador e orientado para que o trabalho corra bem. “O orientador tem que acompanhar de perto o projeto, porque o aluno tem dúvida o tempo inteiro. É um trabalho em conjunto e por isso que eu chamo o TCC de uma equipe”, frisa.
Simone também conta que quando a procura de alunos para que o professor oriente os trabalhos é muito grande, o educador deve analisar se possui condições de acompanhar bem os projetos. A demanda de tempo e atenção com os trabalhos é sempre intensa, portanto os professores devem saber quantos trabalhos eles conseguem orientar, e os alunos devem observar, antes de escolher o orientador, se o professor tem condições de dar suporte.
“Ser escolhida como orientador é gratificante. Na minha primeira banca, eu vi nos olhos dos alunos um sonho realizado. Não tem dinheiro que pague quando você vê o resultado de um trabalho. Os estudantes, após o TCC, têm um sinal de que lá fora (mercado de trabalho) irão conseguir o que querem”. Assim define Simone a emoção que ela sente quando é escolhida como orientadora.
Confira abaixo um vídeo com dicas de como escolher um orientador para o TCC:
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