Tópicos | passaporte da vacina

Após anúncio do Ministério da Educação, nesta quinta-feira (30), que proíbe universidades federais de exigirem vacinação contra Convid-19 para realização das atividades presenciais, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) se posicionaram contrárias à normativa e afirmam que continuarão o pedido de comprovação do esquema vacinal completo. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) avaliará a medida.

Por meio de comunicado a UFBA e UFRJ criticaram o despacho do MEC e reforçaram a necessidade da comprovação vacinal. "A vacinação é medida de proteção individual e, principalmente, coletiva. A exigência de comprovação do esquema vacinal completo é, portanto, expressão da responsabilidade das instituições com suas respectivas comunidades e com o bem comum de nossa população", diz trecho da nota da instituição baina. 

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Já a UFRJ afirma que "continuará exigindo a comprovação do esquema vacinal contra a covid-19 para acesso aos espaços da Universidade, considerando os termos da Resolução nº 15/2021, do Conselho Universitário (Consuni) – órgão máximo da UFRJ –, e da Portaria nº 9.100/2021, da Reitoria, ouvindo sempre o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento da Covid-19 e o Grupo de Trabalho Multidisciplinar sobre o Pós-Pandemia Covid-19 da UFRJ", ressalta. 

Procurada pelo LeiaJá, a Universidade Rural Federal de Pernambuco (UFRPE), por meio de nota, informou que a exigência do passaporte vacinal para a retomada das atividades presenciais foi estabelecido pelo Conselhos Superiores, "com parecer da Procuradoria Jurídica. Portanto, o documento divulgado será avaliado e, caso necessário, discutido numa nova sessão com os três Conselhos - Universitário; de Ensino, Pesquisa e Extensão; e de Curadores". 

A reportagem também entrou em contato com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que responderia também através de comunicado, no entanto, até o fechamento da matéria, não tivemos retorno. 

 

Luísa Sonza passou por uma situação no mínimo inusitada ao tentar embarcar para Portugal onde fez alguns shows na última semana. Ao entrar no Conecte SUS para solicitar seu certificado de vacinação, ela descobriu que constava como morta no sistema. Após um pouco de dor de cabeça, e um pedido emergencial na Justiça para correção dos dados, tudo foi resolvido. 

Segundo a equipe de Sonza, ao entrar no sistema do SUS para emitir seu certificado nacional de vacinação contra a Covid-19, a cantora foi surpreendida com o status de falecida em seu cadastro. O documento é exigido para brasileiros que viajam para Portugal como uma forma de contenção ao coronavírus. Ao se deparar com o erro, ela entrou na Justiça em caráter emergencial, por meio de seu advogado, e conseguiu reverter a situação. 

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Ainda de acordo com a assessoria da artista, seria falsa a informação de que ela teria entrado com um processo contra o Ministério da Saúde após identificar o erro cadastral. A brasileira se apresentou em terras portuguesas na última semana com plateias lotadas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reiterou a importância do passaporte vacinal no boletim do Observatório Covid-19 divulgado nesta sexta-feira (29) e indicou a exigência da imunização contra a covid-19 nos diversos ambientes de trabalho. O texto destaca que os benefícios da proteção coletiva não são só para os trabalhadores, mas para suas famílias, crianças, colegas de trabalho e para a comunidade. 

"Em um momento em que muitos defendem o direito de não se vacinar, defendemos o direito da maior parte da população, que incorporando os cuidados preconizados, deseja retomar, da forma mais segura possível, suas rotinas no trabalho, escolas, universidades, cinemas, teatros, estádios de futebol, academias, restaurantes, lojas comerciais e tantos outros espaços", diz o texto, que considera fundamental que empregadores e trabalhadores avancem conjuntamente em campanhas, estimulando e induzindo a adoção do passaporte de vacinas nos diversos ambientes de trabalho.

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"Estamos ainda em uma pandemia e, em nome da proteção coletiva, consideramos legítimas as restrições de empregadores, escolas, companhias de transporte, estabelecimentos culturais e comerciais à circulação de pessoas não vacinadas nos seus espaços."

A Fiocruz argumenta que, considerando experiências internacionais, a vacinação em massa deve ser associada à implementação do passaporte vacinal e medidas como o uso de máscaras em locais fechados e abertos com aglomeração, distanciamento físico e higiene constante das mãos. Além disso, os pesquisadores da fundação reafirmam a importância de manter a qualidade do ar no ambiente de trabalho.

"Não podemos deixar de assinalar que cabe a empregadores, gestores de escolas, empresas de transporte e estabelecimentos culturais e comerciais, cuidados no sentido de garantir as melhores condições ambientais desses espaços, com adequações para a instalação de filtros e melhor circulação do ar".  

O boletim alerta ainda que o relaxamento das medidas de distanciamento físico tem aumentado a concentração de pessoas em ambientes fechados e preveem que essa circulação tenderá a crescer ainda mais nos meses de novembro e dezembro, com as festas de fim de ano. 

Estabilidade

A análise divulgada hoje mostra que a pandemia continua em um quadro de estabilidade de novos casos e óbitos. No período de 10 a 23 de outubro, o número de novos diagnósticos subiu 2,7% ao dia, enquanto o de óbitos caiu 0,1%. 

"Considerando a série histórica recente, os dados mostram a manutenção da tendência de redução dos impactos da Covid-19 no país, que vem se mantendo numa taxa de decréscimo entre 1 e 2 % ao dia ao longo das últimas 18 semanas". 

Em relação às internações, o boletim mostra que 25 estados estão fora da zona de alerta, com menos de 60% dos leitos de terapia intensiva ocupados no Sistema Único de Saúde (SUS). As únicas exceções são o Distrito Federal e o Espírito Santo, ambos com o percentual de 71%. Com a queda no número de internações, o número de leitos destinados ao tratamento de quadros de covid-19 tem sido reduzido em todo o país.

População vacinada

A Fiocruz chama a atenção que, apesar de o Brasil já ter 53% da população com esquema vacinal completo, alguns estados estão longe da marca de 50% da população com duas doses ou dose única. São Paulo é o estado que lidera a vacinação, com cerca de 80% da população com a primeira dose e 65% com a segunda dose ou dose única. 

Mato Grosso do Sul (62,9%), Rio Grande do Sul (57,1%), Santa Catarina (54,5%), Paraná (53,9%), Espírito Santo (52,8%) e Minas Gerais (50,7%) também estão com mais da metade da população com esquema vacinal completo. Já Roraima (28%) e Amapá (27,4%) não superaram os 30%.

Idosos são oito em cada 10 mortes

O boletim mostra que a proporção de idosos entre as mortes por covid-19 atingiu 81,9%, o maior percentual desde o início de 2021. O aumento dessa proporção vem ocorrendo de forma progressiva conforme a vacinação avança na população adulta e, diante disso, a Fiocruz recomenda que a idade precisa ser considerada como um aspecto de vulnerabilidade, que requer manejo clínico e vigilância diferenciados.

Segundo o boletim, a probabilidade de um idoso internado por covid-19 ir a óbito é 2,5 vezes maior que um adulto, o que exige medidas para evitar o atraso diagnóstico. "A observação de sintomas por faixa etária precisa ser pesquisada, e a resposta dos idosos aos protocolos de tratamento de adultos precisa ser avaliada", dizem os pesquisadores, que recomendam: "Para aqueles que ainda não fizeram a dose de reforço, a recomendação é que atualizem seus esquemas vacinais com urgência".  

 

A ex-modelo Marinara Costa, de 54 anos, foi barrada em um cinema, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, após se recusar a apresentar o passaporte de vacinação, que voltou a ser obrigatório no Estado. Com o impedimento, ela, que estava acompanhada da família, compartilhou a situação com os seguidores e se mostrou indignada. Mais tarde, ela apagou a postagem.

"Chego agora no cinema, vim assistir a um filme com minha família e estão exigindo o passaporte de vacinação...Só que eu sou uma mulher livre, não sou obrigada a apresentar nenhum documento. É um absurdo a gente ser pagador dos nossos impostos e ver nosso direito de ir e vir cerceado. No mundo afora, agora está aceitável, mas no Brasil não é o que está acontecendo. Aqui não. É uma ditadura", falou a ex-modelo.

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No desabafo, Marinara, que foi musa nos anos 1990 e casada com Fernando Fanucci, deixa escapar que não tomou vacina contra covid-19. "Estou aqui impedida de entrar. Não sou obrigada a me vacinar e tomar vacina nenhuma. Só não vou chamar a polícia para não estragar o passeio com minha família", disse marcando na publicação várias autoridades.

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