Tópicos | paternidade da obra

Apesar de não ter prerrogativa para isso, a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao trecho do eixo leste da Transposição do Rio São Francisco, no sertão de Pernambuco e da Paraíba, vem sendo divulgada por petistas como um ato de “inauguração” da etapa entregue na semana passada pelo presidente Michel Temer (PMDB). 

O líder-mor petista desembarca nas cidades de Sertânia (PE) e Monteiro (PB) no próximo domingo (19) e, ao contrário do previsto inicialmente, o evento também deve contar com a participação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), que foi ministro da Integração Nacional durante o governo Lula. 

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A passagem da comitiva pela Transposição é para demarcar território e reforçar a disputa pela paternidade da obra iniciada em 2008, no segundo mandato de Lula. A conclusão da obra está atrasada em cinco anos e passou pelas duas gestões petistas, inclusive, com a paralisação do eixo norte, após a construtora Mendes Júnior abandonar o projeto por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Na última sexta-feira (10), Michel Temer abriu as comportas do Reservatório de Campos em Sertânia e participou da cerimônia de chegada das águas do São Francisco a Monteiro. Anfitrião, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), chegou a mencionar Dilma e Lula no evento. “Não poderia deixar de me reportar ao governo que Vossa Excelência (Michel Temer) fez parte, o governo da presidenta Dilma Rousseff. A presidenta foi responsável pelo pagamento de 70% dessa obra. [...] É preciso relembrar as coisas a quem deixar de lembrar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente que iniciou essa obra”, disse. Ele também estará no palanque petista no domingo. 

Michel Temer, por sua vez, rebateu a tese de paternidade da obra pontuando que os recursos utilizados eram da população. O peemedebista foi alvo de protestos durante a chegada da água à cidade paraibana. Segundo o governo federal, a expectativa é de que a Transposição seja concluída em 2018.

A dois dias da inauguração, o prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) realizou mais uma vistoria na pista leste da Via Mangue. A alça será inaugurada na próxima quinta-feira (21), com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT). Apesar das polêmicas já existentes em torno da paternidade da obra, o prefeito – que deve usar a abertura da Via Mangue como vitrine na campanha deste ano – pontuou que pretende convidar os ex-prefeitos Roberto Magalhães (DEM), João Paulo e João da Costa, ambos do PT, para o evento. 

“Todo mundo que participou desse projeto aqui vai ser convidado para o evento. É um evento que está sendo organizado pela Presidência da República, mas a gente vai combinar com ela para que sejam convidados todos os ex-prefeitos", observou, após tomar café da manhã com os trabalhadores da obra e apresentar a pista leste para o secretariado municipal. 

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Durante a visita, o prefeito agradeceu aos operários que participaram da construção do corredor. “Foram vários funcionários que passaram por aqui, que é uma das maiores obras viárias das últimas décadas, com impacto positivo na vida de milhares de pessoas da nossa cidade. E a gente tem que agradecer. Fiz meu agradecimento pessoal e pedi para que eles também levassem aos familiares o orgulho deles de terem trabalhado em uma obra como esta”, destacou o prefeito.

Além dos serviços na pista leste, também foram finalizadas as obras nas calçadas e ciclovia, a requalificação do acesso de algumas vias. A Via Mangue tem extensão de 5,63 km no segmento entre a alça do Viaduto Capitão Temudo à Rua Antônio Torres Galvão (pista oeste) e 4,36 km no segmento entre a Rua Antônio Torres Galvão e o Túnel Josué de Castro (pista leste). A velocidade operacional é 60 km/h.

A obra teve início em 2011 e custou R$ 431 milhões. Destes 4,4% foram oriundos da União; 18,8% do município e 76,8% de empréstimos. 

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