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Desde 1995, o Grito dos Excluídos transformou o dia 7 de setembro – quando historicamente se celebra a Independência do Brasil – na data para movimentos sociais, entidades religiosas e sindicatos irem às ruas pedir por igualdade dos direitos e justiça social. Nos últimos anos, entretanto, a pauta das mobilizações no Recife está sendo imersa pela conjuntura política. Nesta quarta-feira (7), por exemplo, a bandeira do “Fora Temer” será uma das erguidas durante a passeata em protesto ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e contra as ações da gestão do presidente Michel Temer (PMDB). Isto porque o ato "Fora Temer - Recife Contra o Golpe" coordenado pela Organização Diretas Já vai se incorporar ao Grito.  

Não foi diferente em 2015, quando a reforma política e o combate a corrupção nortearam o ato. Cartazes pedindo o afastamento do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a prisão de parlamentares envolvidos com a Operação Lava Jato foram expostos ao lado de discursos que defendiam a regulamentação da mídia no país. Já no ano de 2014, o Grito foi contaminado pelo clima eleitoral. Bandeiras de campanha, jingles, distribuição de santinhos e até candidatos participaram da passeata pelas ruas da capital pernambucana.   

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Apesar disso, a organização garante que há uma separação dos interesses, mas não dá para segurar a pluralidade e bandeiras de mais de 23 instituições. “O Grito é formado por mais de 20 entidades e a gente também vai gritar o 'fora Temer'. As bandeiras políticas são bem-vindas, mas não fazem parte do Grito dos Excluídos em si. Vejo a pauta política como um complemento. Os manifestantes são, em sua maioria, da esquerda e tem existido sim uma inserção das pautas políticas nacionais nos últimos anos”, argumentou o estudante de direito e membro do Grupo Contestação, Pedro Firmo.

Além do “Grito contra o golpe e a favor da democracia”, o tradicional Grito dos Excluídos pretende criticar este ano o sistema capitalista. Para isto, foi adotado o lema “Este Sistema é Insuportável: Exclui, Degrada, Mata”, baseado em um discurso feito pelo Papa Francisco, na Bolívia. 

A concentração para o ato será na Praça do Derby, área central do Recife, às 9h. A saída da marcha – que caminhará pelas Avenidas Governador Carlos de Lima Cavalcanti, Conde da Boa Vista, Guararapes e Dantas Barreto – está prevista para as 11h. O encerramento será na Praça da Independência. 

Confira os lemas das marchas desde 1995:

2016 - Este sistema é insuportável. Exclui, degrada, mata!

2015 - Que país é este, que mata gente, que a mídia mente e nos consome?

2014 - Ocupar ruas e praças por liberdade e direitos

2013 - Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular

2012 - Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!

2011 - Vida em primeiro lugar! Pela vida grita a TERRA… Por direitos, todos nós!

2010 - Vida em primeiro lugar: Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular

2009 - Vida em primeiro lugar: A força da transformação está na organização popular

2008 - Vida em primeiro lugar: direitos e participação popular

2007 - Isto não Vale! Queremos Participação no destino da Nação

2006 - Brasil: na força da indignação, sementes de transformação

2005 - Brasil: em nossas mãos a mudança

2004 - Brasil: Mudança pra valer, o povo faz acontecer

2003 - Tirem as mãos… o Brasil é nosso chão

2002 - Soberania não se negocia

2001 - Por amor a essa Pátria Brasil

2000 - Progresso e Vida Pátria sem Dívidas

1999 - Brasil: um filho teu não foge à luta

1998 - Aqui é o meu país

1997 - Queremos justiça e dignidade

1996 - Trabalho e Terra para viver

1995 - A Vida em primeiro lugar

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