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As chuvas e os deslizamentos registrados em Petrópolis em 15 de fevereiro resultaram em ao menos 231 mortes, de acordo com a Defesa Civil Nacional. As buscas por cinco desaparecidos seguem em andamento, embora os trabalhos tenham sido encerrados no Morro da Oficina. A situação supera a então mais trágica da história do município da serra fluminense, de 1988, quando foram registrados 171 mortos, segundo dados da Defesa Civil da cidade.

Entre os mortos da tragédia mais recente, mais de 40 eram menores de idade. Segundo o balanço mais recente, das 20 horas de segunda-feira (28) 876 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

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Pelo menos 24 pessoas foram resgatadas com vida, além de cerca de 300 animais domésticos.

Neste século, a maior tragédia havia ocorrido em 2011, com 71 mortos em Petrópolis e mais de 900 na serra fluminense (a maioria em Nova Friburgo, 428 mortos, e Teresópolis, 387), segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.

De acordo com dados compilados pela Defesa Civil de Petrópolis, de 1966 a 2017, foram registradas vítimas em 1966 (80 mortos), 1977 (11), 1979 (87), 1988 (171), 1997 (6), 2001 (51), 2003 (17), 2007 (3), 2008 (9), 2009 (6), 2010 (1), 2011 (73), 2013 (34), 2016 (2) e 2017 (1).

Segundo o "Plano de contingência do município de Petrópolis para chuvas intensas - Verão 2021/2022", elaborado pela Defesa Civil municipal, há relatos de inundações na cidade desde 1850, porém os casos se tornaram mais graves no século seguinte, especialmente com o avanço da urbanização para áreas de encostas.

"As características geológicas, o processo de urbanização e a ocupação do solo, além das alterações físicas e naturais nas regiões dos cinco distritos, reforçam a condição suscetível a movimentos de massa, principalmente quando há o incremento dos índices pluviométricos", aponta o plano. "Petrópolis, nas últimas décadas, vem sofrendo uma intensa expansão urbana, sem um planejamento adequado do uso do solo. A ocupação desordenada nas áreas de encosta da cidade, com construções de edificações sem acompanhamento técnico especializado, associada à falta de percepção de risco da população e à condição social existente, é uma realidade que potencializa o grau de risco em relação aos eventos de movimentos gravitacionais de massa, enchentes e inundações."

O relevo também é um fator relacionado às fortes chuvas na cidade. "O relevo de Petrópolis atua como fator importante no aumento da turbulência do ar, principalmente na passagem de frentes frias e linhas de instabilidade onde o ar se eleva e perde temperatura, ocasionando fortes e prolongadas chuvas. A posição geográfica de proximidade com o trópico permite uma forte radiação solar, e a proximidade com a superfície oceânica, aumentando o processo de evaporação, que favorece a formação de nuvens que irão se precipitar sobre a região", destaca o plano,

A cidade fica em uma serra, a cerca de 840 metros de altitude média. A população total estimada é de 307,1 mil habitantes, segundo o IBGE.

Quase 20% do território de Petrópolis abrange áreas avaliadas como de risco alto e muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos, divulgado em 2017 pela prefeitura. De acordo com o estudo, a cidade tem 27.704 moradias em locais de alto e muito alto risco.

No momento, 876 pessoas estão abrigadas nos 13 pontos de apoio montados em escolas da rede municipal de educação da prefeitura de Petrópolis, além do Colégio Estadual Rui Barbosa, informou nesta segunda-feira (28) a administração local.

A Secretaria de Assistência Social continua oferecendo atendimento para as pessoas que tiveram que sair de suas casas devido ao risco oferecido nas áreas onde moravam. A prefeitura mantém 13 pontos de apoio. Nos locais, estruturados em escolas da rede pública, os abrigados recebem alimentação, atendimentos de assistência social e de psicólogos, médicos e enfermeiros.

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Todas as pessoas que tiveram que recorrer aos pontos de apoio terão direito ao aluguel social no valor de R$ 1 mil, sendo R$ 800 pagos pelo governo estadual e R$ 200 pagos pela prefeitura de Petrópolis. Essas pessoas estão automaticamente cadastradas no programa do Aluguel Social.

Buscas

O Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) finalizou ontem (27) as buscas no Morro da Oficina, concluindo a lista das 93 vítimas por duas pessoas. Os militares continuam em operação no Chácara Flora, onde buscam por duas pessoas. Ao mesmo tempo, fazem varredura nos rios da cidade, onde três vítimas desapareceram. Cerca de 230 militares atuam na operação.

De acordo com a CBMERJ, foram registrados mais de 100 pontos de buscas, envolvendo acima de 500 bombeiros fluminenses e 140 de outros estados, além de mais de 50 cães farejadores. A corporação vem trabalhando 24 horas por dia, desde a tarde do último dia 15, nas operações de busca e resgate de vítimas das fortes chuvas que atingiram Petrópolis, na Região Serrana fluminense. Vinte e quatro pessoas foram resgatadas com vida pelos militares.

Suporte

O governo municipal acompanha as buscas e mantém suporte aos bombeiros nos trabalhos no bairro Chácara Flora e no Rio Piabanha. Até o momento, a equipe Técnica e Científica da Polícia Civil registrou 229 óbitos, sendo 136 mulheres, 93 homens e 43 menores.

O prefeito Rubens Bomtempo afirmou que vai seguir garantindo o suporte necessário para que os militares encontrem os que ainda estão desaparecidos no município. “Nossa prioridade são essas buscas e o atendimento de todas as pessoas afetadas”, destacou.

Até que as buscas cessem, o prefeito assegurou que equipes seguirão atuando no suporte aos bombeiros militares, para garantir o isolamento das áreas e agilizar a retirada de escombros, visando o melhor acesso aos locais de buscas. Uma das iniciativas acompanhadas pela Secretaria de Defesa Civil com essa finalidade são as detonações de rocha. Ontem (27), foi efetuada mais uma ação do tipo no Alto da Serra, para facilitar os trabalhos no Morro da Oficina.

A medida utiliza técnica de baixo impacto, a partir de reação química que desmonta o bloco causando pouco abalo, e não oferece riscos para a população do entorno.

Vistorias

A Defesa Civil deu seguimento ontem (27) às vistorias nas áreas afetadas. Até o momento, 1.713 análises estão em andamento pela equipe técnica, formada por engenheiros e geólogos, e mais de 400 interdições já foram comunicadas. Nos últimos 12 dias, 3.271 ocorrências foram registradas, a maioria delas por deslizamentos.

Além dos registros em função da forte chuva do dia 15, a Defesa Civil tem recebido, ao longo dos últimos dias, chamados de ocorrências devido à instabilidade do solo e das encostas no município. Somente ontem (27), foram registradas mais 110 ocorrências, por 19 localidades. No período, o número de regiões afetadas chega a 43. As localidades com o maior número de ocorrência englobam Alto da Serra, Castelânea, Centro, Chácara Flora, Quitandinha, Caxambu, São Sebastião, Valparaíso, Vila Militar, Floresta, Coronel Veiga, Saldanha Marinho, Morin, Mosela, Independência, Estrada da Saudade, Corrêas, Retiro, Bingen, Siméria e Duarte da Silveira.

Abastecimento

Nesta segunda-feira (28), o abastecimento de água em Petrópolis se mantém normal. A concessionária Águas do Imperador informou que as sete Estações de Tratamento de Água (ETAs) continuam operando normalmente e o abastecimento em toda a cidade está regularizado, inclusive nos bairros atingidos, onde o abastecimento está suspenso apenas nas áreas diretamente atingidas pelos deslizamentos.

Em relação ao fornecimento de energia elétrica, a Enel informou que o serviço foi restabelecido para 30 mil usuários e que suas equipes deram seguimento ao atendimento ontem (27), nas regiões do Chácara Flora e Rua Lopes de Castro. Segundo a Enel, mais 46 famílias tiveram o fornecimento de energia normalizado.

Ônibus

As empresas de ônibus procuram restabelecer gradualmente hoje (28), em caráter emergencial, a operação das linhas de ônibus, em Petrópolis. Os coletivos ainda operam com redução de horários e frota reduzida, não só devido às obstruções viárias, mas também pela falta de colaboradores que tiveram perdas familiares e materiais e não conseguiram retornar aos trabalhos. Há ainda veículos que precisam de manutenção e reparo depois que foram completamente alagados, informou o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro).

Doze dias depois da tragédia que atingiu Petrópolis, o comércio da cidade tenta retomar os negócios. A enxurrada que começou no meio da tarde do último dia 15 fez o nível da água subir rapidamente e pegou todos de surpresa, impedindo que tomassem medidas de proteção do estoque, gerando prejuízos aos comerciantes.

As lojas situadas na rua do Imperador, uma das principais do centro, foram duramente atingidas. Na Papelaria Obelisco, uma das mais tradicionais com 40 anos no mercado, a perda foi total, disse o gerente Diego Silveira.

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“Essa época sempre chove bem, mas nesse dia a chuva não parou. Quando a gente viu, os carros já estavam boiando e não deu tempo de botar todas as comportas. Nesse dia, a água passou do nosso peito. Perdemos tudo o que tinha na loja. O prejuízo é perto de R$ 1 milhão. Nós estávamos no período escolar, então estávamos tendo uma boa venda. Não tem o que fazer”, afirmou Diego. A situação da papelaria só não é pior porque ela pertence a uma grande rede estadual, que deve absorver o prejuízo em sua estrutura.

Outros comerciantes não têm essa facilidade, pois eles têm lojas familiares, passadas de pai para filhos, e amargaram por conta própria o prejuízo. Um exemplo é a loja de instrumentos musicais Casa Seabra, fundada em 1969 e tocada pela própria família. Segundo a gerente Ariadne Marques dos Santos, filha do fundador, a água subiu tão depressa que não foi possível retirar boa parte dos instrumentos musicais, que tiveram perda total.

“Está sendo bem difícil. Porque a gente não imaginava que ia acontecer uma coisa dessa. Foi inesperado. Já houve outras enchentes, mas não perdemos nada, pois colocávamos os instrumentos acima de um metro de altura. Só que esta chuva foi atípica, subiu mais de um metro e meio [a água]. Perdemos muitos instrumentos, acessórios e balcões. Tudo vai ter que ser trocado, até as paredes. Vamos reabrir depois do carnaval, mas não sei quando. O prejuízo foi em torno de R$ 150 mil”, contou Ariadne.

Enquanto os comerciantes da região central contavam as perdas materiais, outros lamentavam a perda dos clientes mortos nos deslizamentos, conforme lembrou Jaime dos Santos, que tem um pequeno boteco, na subida do Morro da Oficina, onde morreu a maior parte das pessoas na tragédia.

“Nunca pensei que isso pudesse acontecer. Tinha muita gente conhecida, que não virá mais vir aqui no meu bar. Infelizmente. Eles morreram. Vão ficar na memória”, desabafou Jaime, cujo bar ficou cinco dias fechado, pois não havia fornecimento de água. O estabelecimento não foi afetado, mas poucos metros à frente, do outro lado da rua, praticamente tudo desabou.

Confecções

Petrópolis é famosa pela quantidade de lojas de roupas e empresas de confecções, o que leva centenas de pessoas a subir a serra diariamente, principalmente nos fins de semana, em busca de boas ofertas.

Para esses empresários, a esperança é ter o trabalho normalizado no meio do ano. Addison Meneses, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Petrópolis, tem uma empresa considerada de pequeno/médio porte. Antes da pandemia, a produção girava em torno de cinco mil peças por mês.

“Acho que não vai demorar muito para a nossa engrenagem voltar a funcionar. Para o inverno agora, a gente já vai estar trabalhando de novo. É uma temporada importantíssima. Acho que daqui a dois, três meses, as pessoas já estão com as lojas em condições de receber (clientes). O primeiro impacto é realmente muito ruim, mas as pessoas vão se reinventar”, disse Addison.

Um dos motivos pelos quais ele acredita na recuperação é que o setor hoje é mais pulverizado. No lugar das grandes empresas que marcaram a cidade como o maior polo industrial da América do Sul nos anos 50 e 60, hoje atuam companhias menores, com poucos funcionários, mas há também a mão de obra de costureiras que fazem os seus serviços em casa.

A empresa de Addison, instalada em Petrópolis há 37 anos, tem cinco empregadas contratadas e o restante das peças fica por conta dos grupos de costureiras espalhados pela cidade, em geral com no máximo de três em cada localidade. O problema agora é que muitas moram em áreas bastante atingidas pela chuva como é a região da 24 de maio.

Embora confiante no retorno da atividade, Addison destacou que, para recuperar a produção, os empresários precisam da ajuda do poder público com a liberação de créditos. Ele espera poder reabrir a empresa na próxima semana.

“A gente tem que fazer com que o governo olhe de uma forma especial para o empresário da região, dando recursos ao custo viável e com tempo para pagar as prestações e as pessoas terem um fôlego para reconstruir. Teve gente que perdeu estoque, teve quem perdeu máquina. Como é uma coisa muito pulverizada, o empresário está sem dinheiro, mas ele vai dar um jeito se o governo ajudar. Até mesmo por causa da pandemia, os empresários já estão há um tempo com a situação complicada”, completou.

“Vai abalar o setor, o empresário, mas a gente vai se reinventar rapidinho por estar pulverizado. Muita gente também vende para fora da cidade. O que a gente vai ter que reconstruir é a Rua Teresa, que hoje está parada”, explicou.

A tragédia provocada pelo temporal em Petrópolis, no estado do Rio, no último dia 15, provocou até o momento a morte de 217 pessoas, sendo 128 mulheres e 89 homens. Entre as vítimas, 42 são menores. Os corpos foram levados para o Posto Regional de Polícia Técnica e Científica (PRPTC).

Segundo a Secretaria de Estado da Polícia Civil do Rio (Sepol), entre os mortos 203 corpos foram identificados e liberados. Outros sete não identificados receberam liberação mediante coleta de material genético e ordem judicial.

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Ainda conforme a Sepol, o PRPTC recebeu 16 fragmentos de corpos, sendo que nove já foram liberados. Até o momento, há registro de 33 desaparecidos comunicados à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

“A instituição reforça que, a partir de sábado (26), a coleta de material genético de familiares de vítimas vai ocorrer exclusivamente no PRPTC, sendo desmobilizado o posto no clube Petropolitano”, informou a secretaria.

Buscas

O décimo primeiro dia de buscas em Petrópolis começou hoje (25) com as operações noturnas de limpeza urbana realizadas pela prefeitura. No trabalho são empregadas mais de 40 máquinas de grande porte para a remoção de entulhos e das barreiras das vias do centro da cidade e do Alto da Serra, duas das áreas mais atingidas pela tragédia. “O objetivo das operações é agilizar os serviços, causando o menor impacto possível no trânsito da cidade”, disse a prefeitura.

Para o prefeito Rubens Bomtempo, o trabalho noturno tem sido mais eficiente, o que permite avançar na recuperação da Cidade Imperial, como Petrópolis é conhecida.

“Para entrar com as carretas no centro ou no Alto da Serra durante o dia é preciso dar um nó no trânsito. Além disso, cada carreta leva umas três, quatro horas, para chegar ao aterro da Fazendinha (próximo à Rodoviária do Bingen) ou ao de Pedro do Rio. Com isso, eu consigo fazer uma ou duas viagens por dia. Trabalhando à noite, faço quatro ou cinco viagens, e sem causar transtornos no trânsito”, afirmou o diretor-presidente da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis, Léo França.

Após o temporal que atingiu Petrópolis, na semana passada, o número de mortos decorrente das enchentes e deslizamentos de terra chegou a 208. O dado foi confirmado na manhã desta quinta-feira (24) pela Polícia Civil.

As buscas continuam nas áreas onde há suspeita de desaparecidos, como Morro da Oficina, Vila Felipe, Sargento Boening e Vila Itália.

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De acordo com a Secretaria de Assistência Social, 905 pessoas continuam acolhidas em 14 pontos de apoio organizados pela prefeitura, além de abrigos alternativos estabelecidos pelas comunidades.

Os trabalhos da prefeitura contam com o apoio da Defesa Civil do Estado, do Exército e da Marinha nas ações de resgate, controle de trânsito, reforço na segurança e logística de donativos.

A Defesa Civil registrou 2.199 ocorrências na cidade da região serrana do Rio de Janeiro, desde o dia 15, sendo 1.764 por deslizamentos. Os demais atendimentos são para questões como avaliações estruturais e geológicas de residências e regiões, infiltração, quedas de árvores e postes, vistorias preventivas, alagamentos e inundações.

Identificação

Dos 208 mortos, 124 são mulheres, 84 homens. Do total, 40 são menores de idade. Até o momento, 191 foram identificados e 181 já foram foram liberados para os procedimentos funerários. Os demais aguardam o comparecimento dos familiares no Instituto Médico Legal (IML) para a liberação.

O Corpo de Bombeiros também encontrou despojos durante as buscas, que passam por análise de DNA pelos peritos.

O número de mortos na cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, subiu para 204, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

A corporação confirmou que 204 pessoas foram mortas em função das fortes chuvas que atingiram o município fluminense na semana passada. Além disso, pelo menos 51 indivíduos estão desaparecidos.

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Assim como em outros dias, as operações de busca das equipes de resgate foram afetadas na quarta-feira (23) em função da chuva.

Na terça (22), por exemplo, as ruas da Cidade Imperial ficaram novamente alagadas e as ações dos bombeiros foram interrompidas.

As autoridades confirmaram que pouco mais de 810 pessoas estão recebendo atendimentos da Assistência Social, tanto que 13 escolas foram abertas pelo município para acolher a população local que mora nas áreas de risco.

Com mais de 200 mortos, essa foi a maior tragédia da história de Petrópolis, tendo superado as chuvas de 1998, quando mais de 130 pessoas faleceram por conta dos deslizamentos e enchentes.

Da Ansa

O número de mortes devido ao forte temporal que atingiu Petrópolis, na região serrana fluminense, chegou a 197, segundo o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A chuva mais forte foi no dia 15 de fevereiro e provocou enxurradas ne deslizamentos de terra em vários pontos do município. Desde então, a cidade tem sofrido com o mau tempo.

A previsão para esta quarta-feira (23), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, é de novas pancadas de chuvas na região. 

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Os bombeiros seguem, dia e noite, com trabalhos de busca e resgate, desde o dia 15, de acordo com informações da corporação. Vinte e quatro pessoas foram resgatadas com vida nas primeiras horas do desastre.

Polícia Civil e Ministério Público Estadual também continuam os trabalhos de identificação e liberação de corpos, além das buscas por desaparecidos. Até ontem, mais de 800 pessoas estavam abrigadas em escolas de Petrópolis.

O oitavo dia de buscas em Petrópolis, na região serrana, começou com a confirmação de 182 mortos em consequência do temporal de terça-feira (15). Desde então, a cidade tem enfrentado mais chuva, o que prejudica o trabalho das equipes que atuam nos locais de deslizamentos e desabamentos.

O trabalho de reconhecimento de vítimas fatais continua sendo feito pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Dos 182 óbitos registrados até agora, 111 são mulheres, 71 homens e 32 crianças. Desse total, 168 foram identificados, 152 encaminhados para funerárias e os demais aguardam as famílias para a liberação.

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Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), além dos 182 corpos, sete despojos, que são fragmentos de corpos, chegaram ao Instituto Médico Legal (IML). Até o momento, conforme a secretaria, 89 registros de desaparecidos foram feitos na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

A Defesa Civil recebe o apoio de diferentes setores do município, dos governos estadual e federal no suporte aos atendimentos que passaram de 1,3 mil ocorrências, a maior parte de deslizamentos.

“A equipe técnica do município está voltada para agilizar as vistorias em áreas afetadas. Até o momento mais de 300 análises foram feitas em diferentes regiões”, completou em nota.

Ontem a Secretaria de Defesa Civil teve que fechar a passagem para veículos e pedestres pela Rua Barão de Águas Claras, entre os números 301 e 444, no centro da cidade imperial, porque havia possibilidade de deslizamentos na área.

“A medida foi adotada após a avaliação das equipes técnicas que apontou o risco na região. As casas localizadas próximas à área foram interditadas e os moradores já foram orientados a se deslocarem”, informou.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, quem mora fora do perímetro de risco está sendo orientado a acessar os imóveis pelas vias alternativas, na Rua Luis Imbroisi e Rua Figueira de Melo.

“A Defesa Civil faz um apelo para que a população siga as orientações de segurança para a localidade”, pediu, acrescentando que ao sinal de qualquer instabilidade na região, as equipes podem ser acionadas pelos números de emergência 199 da Defesa Civil e 193 do Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros do Rio conta com a ajuda de 16 estados da federação, que trouxeram cães e militares para as buscas em estruturas colapsadas.

Comlurb

De acordo com a Comlurb, o trabalho está concentrado na Rua Teresa e na Avenida Barão do Rio Branco. Em dois dias, as equipes removeram 649,2 toneladas de resíduos, sendo 620 toneladas de lama e terra, e 29,2 toneladas de galhadas e pedaços de troncos.As equipes da Comlurb, que foram da capital do Rio para Petrópolis, para reforçar a limpeza das ruas mais atingidas pelas enxurradas fazem raspagem e remoção de lama, e recolhimento de galhadas, para desobstruir as vias.

O coordenador de Cidade Inteligente da Prefeitura do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, está à frente do trabalho das equipes, sempre em contato com o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo.

Nos dois dias a Companhia contou com 310 garis e cerca de 50 equipamentos, como caminhões basculantes, pás mecânicas pipas d'água para lavagem das vias com água de reuso e conjuntos de poda para remoção de árvores e grandes galhos.

O Google.org, braço filantrópico do Google, anunciou nesta segunda-feira, 21, a doação de US$ 250 mil (equivalente a R$ 1,2 milhão) para ajudar famílias atingidas pelas fortes chuvas em Petrópolis, que deixaram ao menos 176 pessoas mortas, além de pelo menos 930 pessoas desabrigadas.

Diante das operações de busca que continuam na região, a entidade filantrópica do Google irá administrar uma campanha por contribuições de ajuda ao município. Segundo a multinacional, os recursos serão administrados pelo Center for Disaster Philanthropy (Centro Filantrópoco de Desastres, em português), uma organização global especializada na distribuição de doações para organizações sem fins lucrativos que trabalham para apoiar os esforços de socorro e recuperação de cidades.

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Neste momento, 'como ajudar Petrópolis' é um dos termos mais buscados no Google. "Nós nos unimos a essa corrente de ajuda e solidariedade às famílias das vítimas das enchentes e deslizamentos. Continuaremos atentos à situação em Petrópolis e demais regiões do País e seguiremos apoiando os brasileiros e o trabalho das organizações locais por meio da tecnologia, destacando informação útil, relevante e confiável", disse, em nota.

Além da ajuda com recursos financeiros, o Google incluiu Petrópolis na plataforma 'Alerta de SOS', que sinaliza regiões em estado crítico na busca e no Google Maps. Ao pesquisar por "Enchente Petrópolis", por exemplo, é possível encontrar as principais notícias sobre o tema, informações sobre as áreas afetadas, dicas de segurança, contatos e links de autoridades locais.

"Já no Maps, a pessoa pode visualizar as regiões impactadas no momento, inclusive pelo celular - nesse caso, aparecerá um ícone específico no mapa e um card com mais informações sobre a crise, também disponibilizando telefones e sites úteis. Maps inclui atualizações em tempo real, como a situação do trânsito, ruas intransitáveis e caminhos alternativos", acrescentou.

O objetivo principal do sistema é fornecer informações úteis e relevantes para a população afetada pelas fortes chuvas no País. O Google disponibilizou o Alerta de SOS sobre as regiões em estado crítico na Busca e no Google Maps.

Anteriormente, em janeiro, o Alerta de SOS ficou ativo nas regiões atingidas pelas fortes enchentes na Bahia, em Minas Gerais, no Pará e no Tocantins.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, informou que o trabalho de limpeza da cidade começará a ser feito sem interrupções a partir desta segunda-feira (21). A meta é tornar o serviço mais rápido. Explicou que a região do centro histórico da cidade já está mais limpa e o município começa a funcionar com a abertura de algumas lojas. Ele usou o seu perfil no Instagram para comunicar, por meio de um vídeo, a decisão, resultado de uma reunião para alinhar as ações na cidade.

“Nós tomamos a decisão de também fazer limpeza agora diuturnamente. A gente vai trabalhar 24 horas. A partir de agora, [também] à noite para acelerar a limpeza. A gente trabalhará com máquinas e caminhões. Tenho certeza que, juntos, o governo do estado e a prefeitura municipal, a gente vai conseguir dar uma resposta mais rápida”, afirmou.

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“Nesta segunda-feira, as lojas do Centro Histórico de Petrópolis, [área] que já está bem mais limpa, também começaram a abrir. Um recomeço para os empresários afetados pelas chuvas”, afirmou.

A prefeitura pediu à população que evite circular com veículos na parte central da chamada Cidade Imperial para não interferir na movimentação dos equipamentos usados na limpeza. 

Comlurb

A Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) enviou para Petrópolis uma força-tarefa com 250 garis que vão ajudar na limpeza das ruas mais atingidas, fazer remoção de árvores que estejam obstruindo as vias e recolher galhadas.

O presidente da empresa, Flávio Lopes, e os diretores de Limpeza Urbana, Guilherme Gomes, e de Serviços Urbanos, Renato Rodrigues, foram à cidade, no sábado, avaliar as condições e fazer os ajustes operacionais no planejamento do trabalho das equipes. Além dos garis, a Comlurb levou a Petrópolis mais 20 pessoas de apoio e diversos equipamentos e veículos. Se for necessário, as equipes continuarão na cidade durante a semana.

Apoio do Rio e Niterói

Além da Comlurb, a prefeitura do Rio apoia as ações de recuperação de Petrópolis com várias secretarias e órgãos. A Defesa Civil e a Guarda Municipal também enviaram servidores para a cidade. A Secretaria de Saúde forneceu máscaras e medicamentos para ajudar no atendimento às vítimas. 

A prefeitura de Niterói também participa do mutirão de limpeza das ruas do Centro Histórico de Petrópolis, uma das regiões mais atingidas pelo temporal de terça-feira (15). “Cerca de 200 trabalhadores da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser) atuaram na Rua do Imperador e vias próximas com caminhões-pipa com jato d'água, maquinário, equipamentos e ferramentas para limpar e desobstruir as ruas”, anunciou a prefeitura.

O prefeito de Niterói, Axel Grael, foi a Petrópolis e se reuniu com o prefeito Rubens Bomtempo.“Além de auxiliar na limpeza das ruas, Niterói está ajudando Petrópolis com equipes da Assistência Social, Defesa Civil e Proteção Animal dando suporte ao trabalho de buscas e também no apoio emocional às famílias afetadas por essa tragédia. Estamos trabalhando de forma articulada com o prefeito Rubens Bomtempo desde o primeiro dia, e oferecemos ajuda também com projetos de recuperação da cidade”, disse Grael.

Rafael Xavier Castro, de 42 anos, foi uma das vítimas do temporal que atingiu Petrópolis, na região serrana do Rio, na terça-feira (15). Ele estava em um dos ônibus arrastados após a enchente do Rio Quitandinha. O homem, que a família define como "guerreiro", já havia superado traumas do passado, como a perda da casa nas chuvas de 2011 na cidade, mas dessa vez não conseguiu escapar dos efeitos da cheia repentina.

"Ele era um guerreiro, não tinha uma perna e penso que isso impediu que ele se salvasse. Como estava de jeans e usava perna mecânica, as pessoas não perceberam essa limitação", disse o vendedor Filipe Xavier Castro, seu único irmão. Rafael trabalhava no hipermercado Assaí e, naquele dia, saiu por volta das 15h e foi ao centro da cidade, onde tomaria o ônibus para seguir para casa no bairro Quitandinha.

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Com 9 anos de idade, Rafael foi atropelado, sofreu um traumatismo craniano severo, ficou dois meses em coma, quase dois anos sem andar, mas se recuperou. Com 24 anos, se envolveu em um acidente automobilístico e perdeu a perna esquerda, mas também se recuperou. Passou a usar prótese e levava uma vida normal. Em 2011, quando as chuvas assolaram a região de Petrópolis, no Rio de Janeiro, a casa de Rafael foi destruída, a família perdeu tudo, mas ele e os familiares sobreviveram.

Filipe lembra que, na tragédia de 2011, a família estava em casa, um sobrado no bairro Benfica, quando desceu uma torrente de água e lama. "Estávamos eu, ele, minha mãe e minha filha, Maria Luísa. A lama tomou todo o andar de baixo e atingiu 30 centímetros no andar de cima. Perdemos tudo, mas conseguimos sair ilesos." A casa, avariada, foi condenada pela Defesa Civil. A família passou a receber o aluguel social até conseguir refazer a vida. Rafael se casou e foi morar no bairro Quitandinha, mais próximo do trabalho dele e da esposa.

Na semana passada, a família reviveu o drama, dessa vez com um fim trágico. "A região estava toda alagada, acredito que ele achou que estaria mais seguro dentro do ônibus. Por volta das 5h30 (da tarde), ele mandou mensagem para a esposa, Adriana, contando que o rio estava pondo água para fora. Ele estava acostumado, pois o trecho sempre alaga. Só que desta vez foi pior e foi muito rápido. As pessoas que conseguiram sair, disseram que ele estava muito tranquilo, ajudando no salvamento de outras pessoas. Jogaram a corda e muitos saíram por ela, mas, na minha cabeça, imagino que ele nem tentou sair pela corda, pois sem a perna seria difícil. Ele era uma pessoa reservada, não falou da deficiência física, não pediu ajuda", imagina o irmão.

Na quarta-feira, 16, Filipe saiu de casa à procura do irmão. Foi informado de que havia corpos no Instituto Médico Legal (IML) e foi para lá. "Cheguei meio-dia e saí de lá quase meia-noite, mas com o corpo do meu irmão. Pelo menos, conseguimos dar um velório digno para ele. Ontem (sexta-feira, 18), nossa família se reuniu. Meu pai tem 67 anos e está arrasado. Minha mãe está mais forte, mas refizemos, em nossas lembranças, a vida dele de luta, de superação. Ele venceu, conseguiu realizar muitos dos sonhos que tinha. Foi um guerreiro."

Jornalista busca irmã e sobrinha

Quando Petrópolis foi atingida pelas chuvas em janeiro de 2011, na maior tragédia já registrada na região serrana do Rio - foram 918 mortos e 100 desaparecidos na região -, o jornalista Tharllen Felipe cobriu o drama das famílias flageladas e acompanhou o resgate dos corpos sob os escombros de casas e barreiras.

Na manhã deste sábado, 19, Tharllen estava de novo no foco de mais uma tragédia. Desta vez, do outro lado: era ele quem os jornalistas procuravam para relatar suas perdas. Desde a terça-feira, Tharllen procura os corpos da irmã Suellen Rosa Felipe dos Santos Gonçalves, de 39 anos, grávida de três meses, e da sobrinha Nataly Vitória Felipe, de 12 anos.

O jornalista, que mantém programa noticioso em rádio local e colabora com veículos de imprensa da região, conta que as duas estavam em casa, no Morro da Oficina, quando tudo deslizou. "Desceu a encosta toda, passou por cima da casa, levou tudo. Foi tão brutal que nem os móveis e os pertences da casa foram encontrados. As duas estavam sozinhas lá. Minha irmã, grávida de três meses, estava cheia de sonhos."

Na sexta, ele foi informado de que quatro rabecões tinham chegado com corpos ao IML. Nenhum era de seus familiares. Ele também foi a um hospital, após receber informação de que a irmã poderia estar lá. Não estava.

Tharllen conversou com a reportagem por telefone, uma conversa interrompida pelo choro. "Como repórter, acompanhei várias tragédias, mas sempre do outro lado. Nunca imaginei que iria viver essa situação." Na manhã deste sábado, ele voltou para o local do deslizamento. "Está difícil, ainda está um caos aqui. Ainda não acharam nada."

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou 143 vítimas vítimas do temporal que caiu na terça-feira (15) em Petrópolis, na Região Serrana do estado. Os dados foram divulgados por volta das 7h40 desta segunda-feira (21). As pessoas identificadas estão entre os 171 corpos que chegaram ao Instituto Médico Legal (IML). São 103 mulheres, 68 homens, e entre eles, 29 menores de idade. Há ainda cinco despojos e 126 desaparecidos. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Civil, 134 vítimas tiveram os corpos liberados e encaminhados para a funerária, outras aguardam a chegada das famílias.

O apoio às pessoas de áreas atingidas continua sendo feito nos pontos. Os moradores que tiveram que deixar as suas casas são atendidos em 12 escolas que funcionam como ponto de apoio. “No momento, 847 pessoas recebem atendimento da Assistência Social, com o suporte para suprir as necessidades essenciais da população”, informou a Defesa Civil de Petrópolis.

DNA

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A Força-Tarefa da Polícia Civil que atua em Petrópolis fez uma parceria com o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Comarca de Petrópolis e a sociedade civil para iniciar nesta segunda-feira o mutirão de coleta de DNA de familiares de desaparecidos e atingidos pela chuva.

A partir de hoje, serão chamadas por dia 20 famílias que já registraram ocorrência de desaparecimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), nas diversas áreas da cidade. A coleta de DNA será feita no Clube Petropolitano, na Avenida Roberto Silveira, n° 82, no Centro, das 9h às 12h e das 13h às 17h. A Polícia Civil destacou que o atendimento é restrito às pessoas convocadas para o dia agendado e que o local é estratégico para dar mais conforto às famílias das vítimas.

O agendamento, que pode ser feito por qualquer morador, já está sendo realizado na unidade da DDPA instalada na Sala Lilás, no Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Petrópolis, e também no núcleo da DDPA instalada dentro do Clube Petropolitano. “Após a confecção do registro, a DDPA entrará em contato com a família cadastrada”, afirmou.

Atendimento

Uma equipe do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos do Ministério Público do Rio de Janeiro (PLID/MPRJ) presta atendimento em um ônibus instalado no posto da PRPTC.

"Nossa intenção é prestar o máximo de informações possíveis aos familiares de pessoas que ainda estão desaparecidas. Vamos informar também o protocolo adotado pelo IML para reconhecimento desses corpos", disse a coordenadora, procuradora de Justiça, Patrícia Carvão.

A Polícia Civil disponibiliza um ônibus com ponto de partida em um mercado localizado na rua Teresa, no centro da cidade, saindo às 8h30 e às 12h30. “Cada família que coletar DNA receberá uma cesta básica, por meio de uma parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer”, completou, acrescentando que o serviço é para facilitar a locomoção até o Clube Petropolitano.

As famílias que ainda não registraram ocorrência devem procurar a DDPA, na Sala Lilás do PRPTC, ou no Clube Petropolitano.

O MPRJ informou que, conforme a coordenação do IML local, serão adotados métodos de reconhecimento técnico utilizados pela Interpol, baseados na avaliação médico-legal do corpo e coleta de informações das vítimas, como cor dos olhos, altura, cor da pele e presença de tatuagens. O corpo passa ainda por uma análise de digitais, considerada pelo protocolo a fase mais importante, com grande porcentagem de sucesso na identificação.

Genética forense

A última etapa é a avaliação odontológica e a genética forense do corpo, que permitem constatar semelhanças de DNA com o familiar, caso as outras etapas não tenham obtido êxito. "Todas essas informações são baseadas em um banco nacional de pessoas não identificadas, alimentado pela Polícia Civil”, concluiu o Ministério Público.

Desde a quarta-feira (16) passada, o PLID/MPRJ está mobilizado em sua central de atendimento para receber informações sobre pessoas desaparecidas. “Até a tarde de sábado (19), o programa havia recebido 1.050 e-mails com dados sobre desaparecidos na tragédia, além de solicitações de informações sobre a localização de pessoas. Neste mesmo período, manteve canal aberto de comunicação com a sociedade, através do telefone (21) 2262-1049”, informou em nota.

Desde quarta-feira (16) passada, os irmãos Priscila, Saimon e Danter passam o dia cavando a terra na Servidão de Frei Leão, na região do Morro da Oficina, em Petrópolis. Eles buscam pelo pai, Ely José Soares de Menezes, de 62 anos. A única pausa no trabalho duro e sofrido aconteceu sábado (19), quando foram enterrar a mãe, Solange. O casal estava em casa quando foi soterrado pelo deslizamento provocado pelas fortes chuvas de terça-feira (15) passada.

A alguns quilômetros dali, cerca de 40 voluntários e parentes de Gabriel Vilareal da Rocha se dividem para explorar dezenas de quilômetros do Rio Piabanha em busca do jovem de 17 anos, que estava num dos ônibus arrastado pela enxurrada. Mais de 150 pessoas morreram na tragédia.

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A procura por familiares sumidos é um drama que acompanha muita gente em Petrópolis. Alguns, como Priscila e os irmãos, não têm mais esperança de encontrá-los com vida. Outros, como Alex de Melo Rocha, tio de Gabriel, mantêm a crença de que ao final terão boas notícias.

No caso de Priscila Neves Ouriques, a busca cansativa dela e dos irmãos é para colocar um ponto final na tragédia que se abateu sobre a família. "A gente está nessa busca incansável. Quando achamos minha mãe já foi um alívio. A gente tem que achar meu pai também, não queremos deixar ele aí jogado", disse ela, no fim da manhã deste domingo. "A gente não quer ter essa sensação de que não lutamos até o final."

Priscila não acredita que encontrará o pai com vida. Ainda assim, ela e os irmãos têm conseguido atuar no trabalho de busca por corpos do início ao fim do dia. "É muita oração, a gente pede muito a Deus pra nos dar forças", contou Priscila. "Estamos deixando nossos sentimentos de lado e focando só na busca. Só depois que a gente achar que vamos ter aquele momento pra desabar."

Alex, por sua vez, conseguiu mobilizar voluntários para ajudar nas buscas pelo sobrinho. O pai de Gabriel, Leandro da Rocha, já estava desde quarta-feira percorrendo a margem do Piabanha em busca do filho. Desde sábado, ele ganhou o auxílio de amigos e voluntários.

"O Corpo de Bombeiros tem pouca gente, e a gente entende que eles estejam focando onde há pessoas soterradas. Nós resolvemos montar esse grupo para buscarmos por conta e descer o rio", declarou Alex. "Antes estávamos procurando no IML, nos hospitais, e depois formamos esse grupo."

Somente no sábado os cerca de 40 voluntários percorreram 14 quilômetros do rio, que tem 80 de extensão. "Hoje nós dividimos o grupo. Um começou em Corrêas, e outro em Nogueira. Estamos expandindo o máximo possível", contou. Segundo Alex, a família tem esperanças de encontrar Gabriel com vida. "Enquanto não encontrarem o corpo, teremos sempre esperança", disse. "A gente não pode se conformar com isso, achar que morreu, que está perdido. Vamos procurar até achar."

O Corpo de Bombeiros informou que todos os pontos onde há relatos de possíveis vítimas estão cobertos pelos militares. E, em nota, fez um apelo: "O Corpo de Bombeiros entende a dor dos familiares, mas orienta a população, inclusive, a não ficar próxima das áreas de busca. O solo está instável e põe em risco a vida destas pessoas."

As mortes provocadas pela chuva da última semana em Petrópolis, na região serrana fluminense, chegam a pelo menos 171, segundo informações do Corpo de Bombeiros. As equipes trabalham dia e noite no resgate de vítimas. Além dos corpos encontrados, os bombeiros retiraram 24 pessoas com vida.

Segundo a prefeitura de Petrópolis, 114 corpos tinham sido sepultados até a noite de ontem. O trabalho de identificação e liberação de corpos continua sendo feito pelo Instituto Médico Legal (IML). Também estão sendo procurados mais de 100 desaparecidos.

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O temporal mais forte caiu no dia 15 de fevereiro, mas desde então a chuva voltou a atingir a cidade em diversas ocasiões. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para hoje é de pancadas de chuva ao longo do dia.

Ontem, a Defesa Civil de Petrópolis acionou, no fim da tarde, as sirenes do primeiro distrito, além de emitir avisos por SMS e grupos de comunicação por aplicativo. O primeiro distrito envolve a parte mais densa da cidade e os bairros já atingidos pelos deslizamentos de terra e enchentes do dia 15, como Alto da Serra, Bingen, Quitandinha, Valparaíso e centro.

Hospital de Campanha

A Marinha terminou de montar nesse domingo (20) um hospital de campanha no Sesi Petrópolis, na Rua Bingen. A unidade funciona das 8h às 18h, com 12 leitos de enfermaria e cinco estações de atendimento ambulatorial, aberto a pessoas que precisem de atendimento de baixa complexidade.

De acordo com o diretor do Centro de Medicina Operativa da Marinha, capitão Kleber Coelho de Moraes Ricciardi, a unidade vai apoiar os hospitais da cidade.

“Estamos aqui para apoiar a estrutura de saúde local, realizando atendimentos clínicos, laboratoriais, odontológicos, pediátricos, ortopédicos e pequenos procedimentos. Assim, deixamos os atendimentos de maior complexidade para os hospitais previamente estabelecidos”.

O apoio da Marinha à tragédia de Petrópolis começou na madrugada do dia 16, na desobstrução das vias com motosserras. Caminhões, retroescavadeiras e material para a instalação do hospital de campanha chegaram na manhã do dia 17. O efetivo da força na cidade é de 60 viaturas e 300 militares, entre fuzileiros navais, médicos, enfermeiros e farmacêuticos.

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--> Petrópolis: bebê nasce em ponto de apoio aos desabrigados

Em meio à tragédia pela qual passa a cidade de Petrópolis, atingida por um temporal na terça-feira (15) que provocou alagamentos, deslizamentos e já contabiliza 152 mortos, um sopro de alegria e esperança envolveu abrigados e voluntários que estão no ponto de apoio montado na Escola Paroquial Bom Jesus, no bairro Dr. Thouzet.

Nasceu no local, às 8h42 de hoje (20), a pequena Ana Alice. A mãe da bebê, Giovana Cerqueira, de 19 anos, não estava abrigada e chegou ao ponto de apoio por volta das 7h30 para avisar a mãe, acolhida na Escola Paroquial, que estava sentindo dores.

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A equipe do posto de saúde, que atuava no ponto, foi chamada e examinou Giovanna, que estava grávida de nove meses, de sua segunda filha. O parto foi feito pela enfermeira Tatiana Jardim Costa e pela médica Rita de Cassia Araújo.

“Eu e a mãe dela a colocamos no chão, e eu falei: ‘faz força’. Logo já vi a cabeça da bebê, e ela nasceu. Foi lindo”, disse Tatiana Jardim Costa.

A diretora da escola, Renata Zacharsk, disse que o momento emocionou a todos no local.

“Ela estava tendo contrações fortes. Acionamos a Defesa Civil, que chamou a ambulância, mas não deu tempo. A bebê nasceu aqui mesmo. Foi a coisa mais emocionante que vi na vida. Ela não estava abrigada na escola, só a mãe dela. Foi um momento muito emocionante para todos aqui.”

Após o parto, Giovana e Ana Alice foram levadas para o Hospital Alcides Carneiro, no bairro de Corrêas. As duas passam bem.

Foto: Prefeitura Municipal de Petrópolis

Em meio à tragédia pela qual passa a cidade de Petrópolis, atingida por um temporal na terça-feira (15) que provocou alagamentos, deslizamentos e já contabiliza 152 mortos, um sopro de alegria e esperança envolveu abrigados e voluntários que estão no ponto de apoio montado na Escola Paroquial Bom Jesus, no bairro Dr. Thouzet.

Nasceu no local, às 8h42 de hoje (20), a pequena Ana Alice. A mãe da bebê, Giovana Cerqueira, de 19 anos, não estava abrigada e chegou ao ponto de apoio por volta das 7h30 para avisar a mãe, acolhida na Escola Paroquial, que estava sentindo dores.

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“Eu e a mãe dela a colocamos no chão, e eu falei: ‘faz força’. Logo já vi a cabeça da bebê, e ela nasceu. Foi lindo”, disse Tatiana Jardim Costa.

A diretora da escola, Renata Zacharsk, disse que o momento emocionou a todos no local.

“Ela estava tendo contrações fortes. Acionamos a Defesa Civil, que chamou a ambulância, mas não deu tempo. A bebê nasceu aqui mesmo. Foi a coisa mais emocionante que vi na vida. Ela não estava abrigada na escola, só a mãe dela. Foi um momento muito emocionante para todos aqui.”

Após o parto, Giovana e Ana Alice foram levadas para o Hospital Alcides Carneiro, no bairro de Corrêas. As duas passam bem.

Foto: Prefeitura Municipal de Petrópolis

O número de pessoas desaparecidas em Petrópolis é de 213 e o de mortos chegou a 152 - das quais 97 haviam sido identificados até a noite deste sábado (19). Outras 24 pessoas foram resgatadas desde o início da operação. Bombeiros enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais, por causa dos escombros e do risco de novos desabamentos.

Funcionários da prefeitura e moradores trabalham com tratores, escavadeiras, pás e até com as próprias mãos para remover entulhos, desobstruir ruas e tentar dar algum ar de normalidade à cidade serrana. Pelo menos 930 pessoas estão desabrigadas.

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"Ainda tem muita gente desaparecida", constata o capitão licenciado do Corpo de Bombeiros Leonardo Farah, que trabalhou nas tragédias de Mariana e Brumadinho e, agora, está voluntariamente em Petrópolis. No primeiro dia após o temporal, Farah conseguiu resgatar duas pessoas com vida dos escombros, uma mulher de 46 e uma criança de 11 anos. Conforme os dias vão passando, no entanto, as chances de ainda encontrar alguém com vida são reduzidas.

Farah contou que há muita dificuldade de locomoção para as equipes de resgate e alguns locais onde houve deslizamento estão praticamente isolados. Além disso, afirmou, em muitos lugares não há sinal de celular. "As pessoas estão muito desesperadas, querendo ajuda, querendo que os bombeiros cheguem mais rápido, mas há muita dificuldade de acesso a várias regiões", explicou. "A cidade está toda destruída, inteiramente colapsada. Para chegarmos na frente de trabalho é difícil, muitas vezes os carros não chegam e é preciso ter maneiras de tirar as equipes rapidamente de lá, se houver um novo deslizamento."

Na Paróquia Santo Antônio do Alto da Serra, que fica próxima de uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos, dezenas de pessoas estão abrigadas sem saber o que será do futuro. Duas dúvidas são comuns à maioria: se poderão em algum momento voltar às casas, e qual o paradeiro de amigos e vizinhos que constam como desaparecidos.

"Minha vizinha Rosa e o neto dela, o Davi, estão desaparecidos", contou Viviane de Souza, de 42 anos. "Tem também a dona Selma e o Gustavo", acrescentou. Ela não soube informar os sobrenomes dessas pessoas - no Alto da Serra, a convivência harmoniosa entre muitos vizinhos dispensava formalidades.

A própria Viviane por muito pouco não acabou entrando na trágica estatística de vítimas dos deslizamentos de terça-feira. Pouco depois do início das chuvas, ela recebeu uma ligação de uma filha, que mora em uma casa ao lado, informando sobre uma infiltração de água no terceiro andar. Depois, uma outra filha, que mora com ela, relatou que a água começava a entrar por todos os lados da casa onde estavam.

"Toquei na parede do quarto e fez um buraco. Depois, o buraco ficou maior. Pensei: 'A minha casa vai cair'. Saí gritando para todo mundo sair de casa", narrou. "Corremos até o portão, e quando começamos a descer a rua a gente viu uma pedra rolar morro abaixo. Comecei a bater na porta do vizinho, pedindo socorro. Ele me deixou entrar. Fui até a varanda do lado da casa dele e vi todo o estrago."

Perto dali, Yasmin Kenner Narciso Pereira, de 26 anos, viveu um drama semelhante. "Começou a chuva e logo depois começamos a ouvir o barulho de pedras rolando morro abaixo. Vimos casas sendo derrubadas. Ouvimos pedidos de socorro, ajuda. Foi desesperador", contou.

Ao todo, 12 pessoas da família que moravam em três casas no mesmo terreno tiveram de abandonar tudo. Desde aquela noite, elas estão abrigadas na Paróquia Santo Antônio. "A gente recebe almoço, café da manhã e lanche da tarde. Estamos muito bem cuidados. Mas a gente sente muita falta de casa. Falta a nossa casa", lamentou.

Como quase todos que perderam suas moradias com os deslizamentos, Yasmin também vive a angústia de não saber o que aconteceu com muitos de seus vizinhos. "O vizinho de cima, infelizmente, acharam o corpo dele. Uma outra ficou presa nos escombros, e acabou que ninguém conseguiu ajudar ela naquele dia. É bem complicado isso tudo, mas a esperança a gente sempre tem", assinalou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse logo após encontro com o presidente Jair Bolsonaro que a cidade tem como principal prioridade o resgate das vítimas, mas assinalou a importância de desobstruir as vias para facilitar o trabalho de todos, até de reconstrução.

"Num primeiro momento, nossa maior prioridade são as frentes de trabalho de resgate às vítimas. Num segundo momento, já concomitante, liberar as principais artérias do município para poder manter e garantir os serviços essenciais, como retorno da luz, coleta de lixo, transporte público e, também, poder acolher todas as vítimas e seus familiares", comentou Bomtempo. Na sexta-feira, o trabalho de limpeza das vias se intensificou, em especial na região do centro histórico da cidade de Petrópolis.

O número de pessoas desaparecidas em Petrópolis é de 213 e o de mortos chegou a 140 - das quais 97 haviam sido identificadas até a tarde deste sábado, 19. Outras 24 pessoas foram resgatadas deste o início da operação. Bombeiros enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais, por causa dos escombros e do risco de novos desabamentos.

Funcionários da prefeitura e moradores trabalham com tratores, escavadeiras, pás e até com as próprias mãos para remover entulhos, desobstruir ruas e tentar dar algum ar de normalidade à cidade serrana. Pelo menos 930 pessoas estão desabrigadas.

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"Ainda tem muita gente desaparecida", constata o capitão licenciado do Corpo de Bombeiros Leonardo Farah, que trabalhou nas tragédias de Mariana e Brumadinho e, agora, está voluntariamente em Petrópolis.

No primeiro dia após o temporal, Farah conseguiu resgatar duas pessoas com vida dos escombros, uma mulher de 46 e uma criança de 11 anos. Conforme os dias vão passando, no entanto, as chances de ainda encontrar alguém com vida são reduzidas.

Farah contou que há muita dificuldade de locomoção para as equipes de resgate e alguns locais onde houve deslizamento estão praticamente isolados. Além disso, afirmou, em muitos lugares não há sinal de celular. "As pessoas estão muito desesperadas, querendo ajuda, querendo que os bombeiros cheguem mais rápido, mas há muita dificuldade de acesso a várias regiões", explicou. "A cidade está toda destruída, inteiramente colapsada. Para chegarmos na frente de trabalho é difícil, muitas vezes os carros não chegam e é preciso ter maneiras de tirar as equipes rapidamente de lá, se houver um novo deslizamento."

Na Paróquia Santo Antônio do Alto da Serra, que fica próxima de uma das áreas mais atingidas pelos deslizamentos, dezenas de pessoas estão abrigadas sem saber o que será do futuro. Duas dúvidas são comuns à maioria: se poderão em algum momento voltar às casas, e qual o paradeiro de amigos e vizinhos que constam como desaparecidos.

"Minha vizinha Rosa e o neto dela, o Davi, estão desaparecidos", contou Viviane de Souza, de 42 anos. "Tem também a dona Selma e o Gustavo", acrescentou. Ela não soube informar os sobrenomes dessas pessoas - no Alto da Serra, a convivência harmoniosa entre muitos vizinhos dispensava formalidades.

A própria Viviane por muito pouco não acabou entrando na trágica estatística de vítimas dos deslizamentos de terça-feira. Pouco depois do início das chuvas, ela recebeu uma ligação de uma filha, que mora em uma casa ao lado, informando sobre uma infiltração de água no terceiro andar.

Depois, uma outra filha, que mora com ela, relatou que a água começava a entrar por todos os lados da casa onde estavam. "Toquei na parede do quarto e fez um buraco. Depois, o buraco ficou maior. Pensei: 'A minha casa vai cair'. Saí gritando para todo mundo sair de casa", narrou. "Corremos até o portão, e quando começamos a descer a rua a gente viu uma pedra rolar morro abaixo. Comecei a bater na porta do vizinho, pedindo socorro. Ele me deixou entrar. Fui até a varanda do lado da casa dele e vi todo o estrago."

Perto dali, Yasmin Kenner Narciso Pereira, de 26 anos, viveu um drama semelhante. "Começou a chuva e logo depois começamos a ouvir o barulho de pedras rolando morro abaixo. Vimos casas sendo derrubadas. Ouvimos pedidos de socorro, ajuda. Foi desesperador", contou.

Ao todo, 12 pessoas da família que moravam em três casas no mesmo terreno tiveram de abandonar tudo. Desde aquela noite, elas estão abrigadas na Paróquia Santo Antônio. "A gente recebe almoço, café da manhã e lanche da tarde. Estamos muito bem cuidados. Mas a gente sente muita falta de casa. Falta a nossa casa", lamentou.

Como quase todos que perderam suas moradias com os deslizamentos, Yasmin também vive a angústia de não saber o que aconteceu com muitos de seus vizinhos. "O vizinho de cima, infelizmente, acharam o corpo dele. Uma outra ficou presa nos escombros, e acabou que ninguém conseguiu ajudar ela naquele dia. É bem complicado isso tudo, mas a esperança a gente sempre tem", assinalou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse logo após encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que a cidade tem como principal prioridade o resgate das vítimas, mas assinalou a importância de desobstruir as vias para facilitar o trabalho de todos, até de reconstrução.

"Num primeiro momento, nossa maior prioridade são as frentes de trabalho de resgate às vítimas. Num segundo momento, já concomitante, liberar as principais artérias do município para poder manter e garantir os serviços essenciais, como retorno da luz, coleta de lixo, transporte público e, também, poder acolher todas as vítimas e seus familiares", comentou Bomtempo.

Na sexta-feira, o trabalho de limpeza das vias se intensificou, em especial na região do centro histórico da cidade de Petrópolis.

A Agência para o Desenvolvimento Internacional do governo dos Estados Unidos (Usaid, na sigla em inglês) vai ajudar famílias de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, atingidas pelo temporal que caiu na última terça-feira (15) e ainda passa por instabilidade no clima com retorno de vários momentos de chuva na cidade. O anúncio da doação de R$ 520 mil para a assistência imediata foi feito hoje (19).

Segundo o encarregado de Negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff , o apoio é uma das características que define a parceria do país com o Brasil. “É o nosso desejo de apoiar um ao outro em momentos difíceis. É desolador para todos nós ver essa tragédia tomar conta da cidade de Petrópolis. Prestamos nossos sentimentos de pesar e solidariedade às famílias das vítimas e desabrigados”, afirmou.

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Conforme a Usaid, os recursos serão aplicados na distribuição de kits de higiene pessoal e de limpeza e segurança alimentar para os desabrigados. A administração do dinheiro ficará sob a responsabilidade da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra).

Reconstrução

“A Usaid se une aos esforços para ajudar na recuperação dos danos causados às famílias da Região Serrana do Rio de Janeiro; estamos à disposição para ajudá-las a reconstruir suas vidas”, disse o diretor da agência no Brasil, Ted Gehr.

De acordo com a embaixada americana no Brasil, o governo dos Estados Unidos “mantém uma relação de colaboração histórica com o estado do Rio de Janeiro”. Como exemplo, citou o Memorando de Entendimento, assinado em 14 de dezembro de 2021, entre o estado e a embaixada e consulados dos EUA para expandir a cooperação mútua em diversas áreas econômicas e sociais.

A Petrobras aprovou nesta sexta-feira, 18, a doação de R$ 1 milhão para apoiar a população atingida pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas na cidade serrana de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

O recurso será destinado para aquisição de itens de maior necessidade, como alimentos, água potável, produtos de higiene pessoal e de limpeza, por meio de uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e SESI, por meio da campanha "Firjan SESI Solidariedade - SOS Petrópolis".

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"A Petrobras está atenta às demandas da sociedade e não tem poupado esforços com a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada em ações de solidariedade, conforme nossa política de Responsabilidade Social", afirma o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, em comunicado divulgado pela empresa.

Segundo a petrolífera, além de engajar seus colaboradores, a Petrobras lançou uma campanha emergencial de voluntariado.

"Será possível contribuir com qualquer quantia e os valores arrecadados serão destinados à instituição Ação da Cidadania para aquisição de alimentos, água e outros itens essenciais. A doação desses itens também pode ser feita diretamente no posto de coleta na sede da instituição, localizada no bairro da Gamboa, na região central do Rio de Janeiro", acrescentou a estatal.

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