Desde a última segunda-feira (7), professores da rede municipal do Recife estão em greve. A principal reivindicação da categoria é que o prefeito da capital pernambucana, João Campos (PSB), conceda o reajuste de 33,24% no piso salarial, porcentagem que é prevista por lei federal. Na contramão do que é solicitado pelos docentes, a prefeitura oferece apenas acréscimo de 13%.
Enquanto o reajuste preterido pelos profissionais do município não é acatado, outras cidades da Região Metropolitana do Recife anunciam o benefício. Nos últimos dias, as prefeituras de Jaboatão dos Guararapes e Olinda anunciaram, respectivamente, acréscimo de 36% e 34% na remuneração dos docentes. Em Camaragibe, o benefício é de 33,24%. Além disso, professores que atuam na rede estadual de Pernambuco contam com acerto do piso em 35%, anunciado em fevereiro.
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Em entrevista ao LeiaJá, Socorrinho Assunção, diretora do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), afirma que a adesão à greve está em torno de 97%. Além disso, a liderança sindical ressalta que a categoria só retornará às atividades após o pagamento do percentual exigido. “Não há meio termo. A nossa principal reivindicação é que ele [João Campos] efetive e pague o reajuste que é lei”.
Atualmente, a remuneração dada a esses profissionais, que atuam na rede municipal do Recife, que de acordo com Telma Ratta, também diretora do sindicato e professora, conta com 6.000 trabalhadores efetivos e 1.500 temporários, é de R$ 2.886 para jornadas de 200 horas/aulas.
Esse valor coloca o município entre as capitais do Nordeste com o menor salário, ficando atrás, por exemplo, de cidades como São Luís, no Maranhão, que tem vencimento de R$ 4.653, Fortaleza, Ceará, cuja remuneração é de R$ 4.384,82, e Teresina, no Piauí, com salário de R$ 3.348,04.
"Corda no pescoço"
Na tentativa de ter a reivindicação atendida, assim como, um retorno da Prefeitura do Recife, os professores do município, liderados pelo Simpere, realizaram ações, que envolvem panfletagem, vigília, passeatas e assembleia. À reportagem, Socorrinho Assunção, após ser questionada sobre qual a justificativa dada pela gestão municipal para a não efetivação do reajuste salarial em 33,24%, salientou que não há motivação concreta.
Entretanto, em uma rodada de negociação o secretário executivo de gestão de pessoas, Bruno Alves, apontou que a prefeitura não teria como disponibilizar a porcentagem, pois, o reajuste deixaria a gestão "com a corda no pescoço". O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Educação da capital pernambucana que, em um primeiro momento, alegou que os questionamentos enviados seriam respondidos. No entanto, até o fechamento da matéria, não tivemos retorno. O espaço segue aberto.
Categoria pede reajuste de 33,24% no piso salarial. Foto: cortesia/Simpere
Nova mesa de negociação
Na tarde desta sexta-feira (11), o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) anunciou, por meio das redes sociais, que uma nova mesa de negociação com a gestão municipal será realizada na próxima segunda-feira (14), às 11, no Edifício Sede da Prefeitura do Recife, localizado na área central do município.
"A Gestão Municipal, em caráter excepcional, e no intuito de manter o diálogo como o meio mais adequado para solução do impasse com os professores da Rede Municipal de Educação, convidamos os representantes da categoria para uma nova rodada de negociação", diz trecho do comunicado. Confira o ofício na íntegra:
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