Tópicos | PIS e Cofins

A Receita Federal vai excluir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS e da Cofins sobre a importação. A decisão está na Medida Provisória 615, sancionada pela presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (9). O subsecretário de Tributação e Contencioso Substituto da Receita Federal, Fernando Mombelli, informou, na tarde desta quinta (10), que será publicada na sexta (11), uma instrução normativa regulamentando a medida.

A Receita Federal perdeu um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma empresa que questionou a cobrança do PIS e da Cofins sobre as importações, incluindo o valor do ICMS. O STF decidiu que a tributação só pode incidir sobre o valor aduaneiro da mercadoria, antes do cálculo do ICMS.

##RECOMENDA##

Mombelli informou que, assim que o julgamento na Suprema Corte transitar em julgado, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) fará um parecer definindo os efeitos da decisão. Segundo ele, os passivos que estão sendo cobrados das empresas pelo Fisco serão cancelados. "É só uma questão de tempo", disse. A Receita informou não ter o cálculo da renúncia fiscal e do impacto no custo das importações.

Refis

Para Mombelli, é de "cunho político" a decisão de abertura dos três Refis de parcelamentos de débitos tributários - Refis da Crise, Refis dos Bancos e Refis das Coligadas. Segundo ele, o Congresso Nacional é o melhor lugar para essa decisão. Ele fez a declaração ao ser confrontado com o fato de o governo ter negociado o parcelamento de dois contenciosos tributários em que os resultados indicavam grande possibilidade de vitória da União na Justiça.

"O governo fez uma escolha entre encerrar (o litígio) e receber uma parcela ou esperar o trânsito em julgado da decisão", afirmou o subsecretário. Ele ressaltou que, mesmo depois de uma eventual vitória, o processo de cobrança poderia se arrastar.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, informou nesta sexta-feira que não há uma data para o governo encaminhar ao Congresso Nacional a proposta de reforma da PIS e da Cofins. Segundo ele, o objetivo da mudança é melhorar a devolução de crédito tributário.

"Será uma reforma ampla e de impacto fiscal elevado", disse Barbosa. Segundo ele, por se tratar de uma reforma mais abrangente, o governo ainda não tem previsão de prazos. Barbosa está como ministro interino da Fazenda enquanto o ministro Guido Mantega participa nesta sexta (15) e no sábado (16) de reunião do G-20, em Moscou.

##RECOMENDA##

Barbosa destacou que o governo tem feito várias desonerações e lembrou que o governo incluiu na proposta de Orçamento deste ano a possibilidade de abater da meta fiscal R$ 20 bilhões, que deixarão de ser recolhidos aos cofres públicos em função da renúncia fiscal de futuras reduções tributárias.

Ele disse que ainda não há data para o anúncio de novas desonerações, como a da cesta básica, pois o Congresso ainda não aprovou o Orçamento de 2013. Segundo Barbosa, é preciso esperar a votação para ter uma perspectiva de receitas.

O secretário afirmou que a inclusão do abatimento dá mais transparência às ações do governo. De acordo com ele, embora o principal objetivo das desonerações seja de longo prazo, no curto prazo, ajuda a puxar a inflação para baixo. Barbosa destacou ainda que todas as desonerações têm lógica própria.

A mudança sobre a folha de pagamento das empresas visa aumentar a produtividade, embora tenha impacto no preço final. A desoneração da cesta básica tem como objetivo reduzir a carga indireta de tributos, principalmente para a população de renda mais baixa, enquanto a da energia visa aumentar a renda das famílias e melhorar a competitividade das empresas.

Barbosa explicou que o governo, a cada nova desoneração, fará uma estimativa de renúncia fiscal antes e depois da sua implementação para calcular o valor que será abatido do superávit primário. O secretário disse que algumas desonerações, como a de IPI e da folha de pagamento, podem ser calculadas com mais precisão. O cálculo do valor das desonerações, a ser deduzido da meta fiscal, foi uma das principais críticas do mercado à decisão do governo.

Em relação à redução da tributação sobre o etanol, Barbosa disse que essa é parte de uma discussão maior de um grupo de ações, que incluem investimentos no setor. Ele afirmou que não há decisão sobre o tema.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando