Tópicos | Plano Diretor Cicloviário

Nos últimos anos, a demanda por uma malha cicloviária nas grandes cidades brasileiras tem se intensificado, na esteira dos enormes problemas de mobilidade que atingem todos os grandes centros do país. Na Região Metropolitana do Recife não é diferente, e a pressão crescente por estrutura e estímulo ao uso da bicicleta como modal de transporte fez com que o poder público passasse a dar atenção ao tema, o que resultou, em 2014, no Plano Diretor Cicloviário (PDC), um documento com diagnósticos, parâmetros e objetivos para o estímulo à circulação de bicicletas.

Com recursos do Prodetur, o governo de Pernambuco vem construindo, em etapas, a malha cicloviária prevista no Plano Diretor. A mais recente inauguração foi a da segunda etapa do Eixo Cicloviário Camilo Simões, que pretende ligar o Recife ao município de Igarassu, passando por Olinda, Paulista e Abreu e Lima, num total de 33,8 km. O novo trecho foi inaugurado em abril deste ano e começa no bairro do Varadouro, em Olinda, seguindo por 2,9 km até a Fábrica Tacaruna, na divisa com o Recife, onde se conecta com a primeira parte do eixo, inaugurada em abril de 2017. Dali, são pouco mais de 5 quilômetros até o Marco Zero do Recife.

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A construção de uma estrutura ciclável é sempre bem-vinda para quem usa a bicicleta, mas a rota construída até aqui é alvo de crítica de ativistas, que apontam problemas na estrutura, no trajeto e na paradoxal falta de prioridade ao ciclista no eixo cicloviário. “A ciclovia foi feita para manter todos os privilégios dos motoristas”, argumenta Daniel Valença, coordenador da Ameciclo - Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife. “Falta coragem para utilizar os espaços destinados aos carros, priorizando as pessoas”, conclui.

Antes mesmo da execução da obra, a Ameciclo analisou o projeto e entregou ao governo o resultado desse estudo com sua visão dos problemas da estrutura. O documento, que você pode ler na íntegra, também aponta soluções. “Recebemos um ‘não’ para todos os itens”, diz Daniel.

O LeiaJá percorreu – de bicicleta – todo o trajeto de 8 km que já foi inaugurado do Eixo Cicloviário Camilo Simões, partindo de Olinda (confira o vídeo completo abaixo). Logo no início, uma questão estrutural já chama atenção:

Mobilidade ou turismo?

Um eixo intermunicipal com a previsão de mais de 30 km de extensão tem naturalmente vocação para ser um corredor de mobilidade, oferecendo mais um modal para a população na região metropolitana no seu deslocamento pendular diário casa-trabalho-casa. No entanto, a construção da ciclovia é uma ação da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Pernambuco (Setur) e, segundo o diretor de Ciclomobilidade Jáson Torres, “O eixo cicloviário tem objetivo turístico”. O gestor pondera que, apesar disso, “sua utilização para mobilidade urbana é muito importante, assim como para lazer ou uso individual, além de atender diretrizes do Plano Diretor Cicloviário.”

Em seu diagnóstico, porém, o PDC identificou que 58% dos ciclistas da Região Metropolitana dos Recife se deslocam ao trabalho. Outros 7% usam a bicicleta para ir ao local em que estudam. Apenas 10% dos ciclistas apontaram como motivo do deslocamento o lazer. O mesmo estudo aponta que 77% dos usuários de bicicleta são trabalhadores e 13% estudantes; e que as viagens se concentram quase que totalmente nos horários de pico do trânsito (41% das 7h às 8h e 34% das 17h às 19h), deixando claro o perfil de quem utiliza o modal e precisa de uma estrutura ciclável que permita seu deslocamento diário com segurança.

Albery Silva Bezerra, de 54 anos, sabe a importância da existência de vias destinadas aos ciclistas, separadas dos carros: “Onde tem ciclovia, até onde ela for, eu faço questão de usar, por questão de segurança”. O porteiro usa a bicicleta há 8 anos e diariamente vai da cidade alta de Olinda até a Avenida Ruy Barbosa, no Recife.

Quem também se desloca de bicicleta ao trabalho é o fotógrafo Gustavo Bettini. Ele é mais um que faz críticas à estrutura dedicada à bicicleta no Recife, mas reforça que é importante que ela exista. “Qualquer ciclovia é melhor que nenhuma”, argumenta, afirmando que sente falta de uma ligação cicloviária entre as Zonas Norte e Sul da cidade.

Ciclovia ou calçada?

Uma característica que chama atenção no Eixo Cicloviário Camilo Simões é o grande número de trechos compartilhados entre ciclistas e pedestres. Toda a extensão da via localizada na Rua da Aurora é assim, e boa parte do trecho localizado em Olinda também. O compartilhamento chega a ser radical em alguns pontos em que a ciclovia ocupa toda a calçada. Na prática, em vez de se avançar sobre o espaço dedicado aos veículos automotores para fazer a ciclovia, o que foi feito foi apenas deslocar o fluxo de ciclistas da rua para a calçada. Acabou sobrando para os pedestres.

“Nem sempre há problemas no compartilhamento”, afirma Daniel Valença, da Ameciclo, citando exemplos de locais em que ciclistas e pedestres convivem sem problemas. “Mas nesse eixo cicloviário, que passa por vias de alta velocidade, não colocaram proteções para os ciclistas, não criaram novos espaços, apenas permitiram aos ciclistas trafegarem pela calçada”, critica.

Jáson Torres, da Setur, afirma que “O trecho de área compartilhada com pedestres é bastante reduzido e tem caráter temporário”. O gestor explica que há a necessidade de readequação de vários imóveis com expansão sobre o espaço público. “Ao longo da Avenida Agamenon Magalhães, todo o trecho de ciclovia está construído ao lado do que será uma futura calçada. Como ainda não existe a calçada, os pedestres optam por utilizar a ciclovia”, conclui.

Em seu artigo 68, o Código de Trânsito Brasileiro afirma que “É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas”. O mesmo artigo permite que uma parte da calçada seja usada para outros fins, “desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres”. O Plano Diretor Cicloviário, ao estudar a legislação internacional, registra: “Outro ponto no qual concordam a grande maioria dos países é em não poder circular pela calçada, diferenciando-se só na permissividade quando o condutor for criança.”

De quem é a preferência?

Durante todo o trajeto, o ciclista se depara com inúmeros sinais de ‘pare’. De fato, todas as esquinas e cruzamentos, mesmo as entradas para vias locais, são sinalizadas de forma a tirar da bicicleta a preferência, mesmo estando numa ciclovia. Caso decida seguir à risca a sinalização, o ciclista literalmente terá que parar em todas as esquinas pelas quais passar.

O artigo 38 do CTB, que estabelece o que deve fazer o motorista “antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros”, em seu Parágrafo Único, deixa claro: “Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas”. Essa lógica é invertida, no entanto, pelo eixo cicloviário que corta Recife e Olinda: aqui, é o ciclista que deve ceder passagem aos condutores de veículos motorizados.

Um exemplo claro dessa situação fica na Avenida Dr. Jayme da Fonte, no bairro de Santo Amaro:

“Eu fui atropelado assim, numa conversão em que o motorista não parou e eu voei longe”, conta Daniel Valença. Para o cicloativista, “o motorista do Recife é mimado”. “A ele é dado a via, é desligada lombada eletrônica; para fazer uma faixa de ônibus tem que antes mudar a estrutura para não incomodar os motoristas. Isso é uma coisa que precisa ser desconstruída”, opina.

Questionado sobre o motivo da sinalização que retira a prioridade da bicicleta numa via cujo objetivo é exatamente reforçá-la, Jáson Torres afirma que “Toda a sinalização foi apontada pela empresa projetista, com análise e aprovação do órgão municipal de trânsito de Olinda”. Para o Diretor de Ciclomobilidade da Setur, “Dada a condição desigual entre os equipamentos de mobilidade de ciclistas e motoristas, associada à necessidade de incremento de mais sensibilização e educação para os motoristas, a condução preventiva dos ciclistas caracteriza-se uma conduta salutar”.

Monte na nossa bicicleta virtual e sinta um pouco como é percorrer os cerca de 8 quilômetros das duas primeiras etapas do eixo cicloviário Camilo Simões:

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Cadê a ciclovia?
Quem parte de Olinda rumo ao Bairro do Recife usando a rota ciclável oferecida pode se perder ao chegar na Praça da República, no bairro de Santo Antônio. Quem faz o caminho contrário, partindo do Marco Zero, talvez nem a encontre.

No pé da ponte Buarque de Macedo, a via segregada é interrompida sem nenhuma sinalização que oriente o ciclista sobre por onde deve seguir. É preciso se esforçar para perceber, na faixa esquerda da ponte, a pintura que indica o trecho de ciclofaixa. Se de bicicleta é difícil identificar a faixa, para os motoristas, na prática, ela inexiste.

A falta de sinalização continua na Marquês de Olinda - que hoje é fechada aos carros e foi pedestrianizada - até o Marco Zero do Recife, local anunciado como o início do Eixo Cicloviário Camilo Simões:

“A bicicleta faz bem, é saudável. Com a bike, você tem um tempo certo de chegar ao trabalho, e sem aquele estresse”. O elogio de Albery, que usa a bicicleta diariamente, é também um incentivo ao uso dela como meio de transporte, diminuindo o foco do planejamento urbano de mobilidade nos veículos motorizados, especialmente os carros. “Ha três anos comecei a andar de bicicleta e desisti de ter carro”, reforça Gustavo.

Deve-se dar ao poder público o reconhecimento de que, pela primeira vez, estão sendo feitas intervenções a fim de incluir a bicicleta no rol de veículos do trânsito, como estabelece o Código de Trânsito. O Eixo Cicloviário Camilo Simões se insere em outros trechos de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas que já foram ou estão sendo construídas, perseguindo o estabelecido no PDC.

Mas usar a estrutura já construída até agora montado numa bicicleta, como fez essa reportagem, deixa a clara sensação de que tal estrutura está sendo feita a partir da visão do motorista, não das necessidades do ciclista. Quase todo o traçado é nitidamente feito para evitar o uso de qualquer espaço que já seja dedicado aos carros, admitindo-se contudo avançar consistentemente sobre o espaço destinado aos pedestres, estes já acuados por calçadas precárias e pelo desrespeito generalizado de condutores.

Foi entregue neste domingo (23) o primeiro trecho do ciclovia que liga o Marco Zero, no Recife Antigo, à Fábrica Tacaruna, na Avenida Agamenon Magalhães. O Eixo Cicloviário Estruturador – Camilo Simões, como foi chamado, é permanente, funcionando diariamente. 

O percurso possui 5,1 km. A inauguração foi realizada na Praça da República, com a presença do secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, e do prefeito do Recife, Geraldo Julio. 

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Foram investidos R$ 2.401.793,01 com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ao todo, o projeto do eixo cicloviário atingirá Recife, Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu, sendo 33,8 km de extensão. 

“A infraestrutura cicloviária do trecho um atende parte das demandas apontadas pelo Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC), criando um importante corredor cicloviário entre áreas bastante populosas da Zona Norte do Recife e o centro da cidade, garantindo, assim, mais segurança para os ciclistas”, comentou o secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Felipe Carreras.

A Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) fez críticas à lentidão do Plano Diretor Cicloviário. Os cicloativistas ainda criticam o trecho escolhido para ser o primeiro inaugurado, apontando que haveria locais mais perigosos, com maior necessidade de ciclovias. 

Em reunião realizada neste sábado (21), a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) decidiu que vai enviar um documento com contribuições para o projeto cicloviário apresentada na sexta-feira (20) pelo secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco Felipe Carreras. De acordo com os cicloativistas, alguns aspectos do projeto necessitam de ajustes, como, por exemplo, a necessidade do ciclista de desmontar da bicicleta em determinados trechos do percurso.

No projeto apresentado, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer garante 5,5 km de ciclovias até o final do primeiro semestre de 2016. Esse primeiro de cinco trechos vai ligar o Marco Zero, no Recife Antigo, ao Centro de Convenções, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A previsão é que a fase de licitação seja iniciada em dezembro de 2015 e concluída em janeiro de 2016.

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Os outros quatro trechos, que completam 30,2 km de ciclovias e ciclofaixas e levam até Igarassu, na RMR, devem estar prontos em dezembro de 2016. Do Marco Zero até o início da PE-15, em Olinda, o percurso será de ciclofaixas. Da PE-15 ao Centro Histórico de Igarassu, o sistema será de ciclovia.

Para Roderick Jordão, coordenador de comunicação da Ameciclo, a proposta é vista com simpatia, mas necessita ponderações. “Achamos o projeto válido, porque, no final das contas, desde que o Plano Diretor Cicloviário foi lançado nada havia sido feito. Se fez muito em questões de educação, mas só isso não vai fazer com que as pessoas pedalem mais”, criticou Roderick. O Plano Diretor Cicloviário foi lançado em fevereiro de 2014 e prevê a implantação de 130 quilômetros de ciclovia. A Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer receberá contribuições até o dia 30 de novembro.

Na próxima semana, a Ameciclo vai realizar outro encontro para construir o documento de contribuições a ser apresentado. Uma das questões que incomoda os cicloativistas é a necessidade de desmontar das bicicletas. “Uma das coisas que tem que ser resolvida de uma maneira mais rápida é como a ciclovia vai passar pelas pontes. A Ponte Buarque de Macedo deve ser mais tranquila de resolver, porque já existe ciclofaixa aos domingos. O grande imbróglio é a Ponte Princesa Isabel. Nas pontes, os ciclistas precisariam descer das bicicletas, mas nós consideramos que eles têm que estar montado o tempo todo”, completa Roderick. 

O primeiro trecho começa no Marco Zero, segue pela Avenida Rio Branco, Ponte Buarque de Macedo, Praça da República, Ponte Princesa Isabel, Rua da Aurora, Avenida Prefeito Artur Lima Cavalcanti, Avenida Jayme da Fonte e Avenida Agamenon Magalhães, chegando ao Centro de Convenções. O trecho dois vai até o Varadouro, em Olinda. Otrecho três segue do Varadouro até ciclovia existente na PE-15 (que será requalificada). Já o trecho quatro, da PE-15 até a BR-101. O último, da BR-101 até Igarassu.

O Plano Diretor Cicloviário prevê 590 km de vias para bicicleta, sendo 244 km de responsabilidade do Governo do Estado e 346 km de responsabilidade das prefeituras. Uma audiência pública sobre o tema será realizada na próxima quarta-feira (25), no Plenarinho da Câmara Municipal. 

O Recife receberá, na manhã da próxima quarta-feira (23), uma reunião para discutir o Plano Diretor Cicloviário que é presidido pelo deputado Edilson Silva. O evento contará com a presença da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa, a fim de discutir a implantação de grande extensão de ciclovia. 

O plano foi lançado em fevereiro de 2014 e possuía a previsão de implantação de 130 quilômetros de ciclovia, no entanto, até agora nada foi construído ainda. Para isso, a Comissão , a pedido da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), convocou autoridades do governo. 

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Rosaly Almeida, gerente de Ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, irá substituir Felipe Carreras; o presidente do Detran, Charles Ribeiro e Antônio Henrique, da divisão de Estudos e Impactos do órgão da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).  

Outros grupos e instituições também estarão presentes, como é o caso do grupo Direitos Urbanos e o Sebrae.  

O debate acontecerá no auditório do sexto andar do prédio anexo da Assembleia Legislativa, a partir das 9h.

Em 22 ruas do bairro do Recife, a velocidade máxima permitida para veículos será de 30 km/h. A informação foi confirmada pela Prefeitura, nesta sexta (9), Dia Nacional de Bike ao Trabalho. Denominada de Zona 30, a área terá um investimento de R$ 199 mil e a medida já começa a valer a partir do mês de junho. Motoristas de veículos particulares e do transporte pública serão multados, caso não respeitem o limite de velocidade.

As penalidades variam de acordo com a velocidade indevida; os valores das multas variam de R$ 85,13 a R$ 574,62, além dos pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor. Para fiscalizar o trânsito na Zona 30, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai implantar 30 placas de sinalização, oito lombadas e equipamentos de fiscalização eletrônica. Agentes orientarão motoristas e ciclistas. 

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Somada à implantação do novo modelo de tráfego no bairro do Recife, a gestão municipal garantiu a concretização de mais uma promessa do Plano Diretor Cicloviário: a Ciclofaixa Permanente da Arquiteto Luiz Nunes, rota localizada entre os bairros de Afogados e Imbiribeira. Segundo a Prefeitura, os 3,5 quilômetros da nova faixa já estão disponíveis à população no dia 17 de maio. 

A Ciclofaixa começa na interseção da Rua 21 de Abril com a Cosme Viana, segue pela Visconde de Pelotas, cruza a Avenida São Miguel, continua pela Arquiteto Luiz Nunes, Rua José Brandão e vai até a Lagoa do Araçá. O investimento previsto é de R$ 109 mil e a velocidade máxima permitida passará de 50 km/h para 40 km/h. De acordo com o Plano Diretor Cicloviário, a próxima ciclofaixa prevista para ser entregue pela Prefeitura é a da Rua Carlos Fernandes, em Campo Grande, no mês de junho.

Mais promessas para otimizar a mobilidade em Pernambuco foram apresentadas, na tarde desta quarta-feira (5), pelo Governo do Estado. O Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife (PDC/RMR) foi lançado com o intuito de fomentar o uso da bicicleta nos municípios locais. Até 2022, a expectativa é a criação de 590 km de ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas.

Apresentado pelo secretário das Cidades, Danilo Cabral, o documento revela, através de uma pesquisa de campo, que 77% dos ciclistas da capital e das cidades vizinhos são trabalhadores, enquanto 13% são estudantes. Segundo Cabral, o Plano “apresenta à sociedade um modelo que vai além das políticas de governo”, afirmando que as ações se efetuaram em cinco vieses principais: educação, campanhas, legislação, gestão e infraestrutra. 

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Entre as principais vias que estão em estudo para implantação das faixas exclusivas de bikes, o PDC indica avenidas como a Caxangá, Mascarenhas de Morais e Agamenom Magalhães, no Recife, Bultrins, em Olinda, e a Avenida Ayrton Senna da Silva, em Jaboatão dos Guararapes. Diante de tantos planos e projetos para a mobilidade recifense, um especificamente já está em vias de ser posto em prática. 

A requalificação da PE-15, a partir da inclusão de uma ciclovia no local. “Com recursos do tesouro estadual, o Governo vai realizar a intervenção do Terminal de Abreu e Lima até o Complexo de Salgadinho, numa extensão de 11,5 km de ciclovia, inserida no Corredor Exclusivo Norte/Sul”, explicou Danilo Cabral. Com R$ 14,5 milhões investidos, as obras devem estar prontas em ainda em outubro deste ano. Para unificar e coordenar os projetos impulsionados pelo Plano, o governo decretou a criação do Escritório da Bicicleta. Ainda não se sabe onde o espaço vai funcionar. 

Novidades nas estações de bikes – Durante o evento realizado na sede provisório do Governo do Estado, no Centro de Convenções, o governador Eduardo Campos também assinou um termo para mudanças no sistema de compartilhamento de bicicletas Bike PE. A partir desta quinta (6), os usuários que antes tinham apenas 30 minutos de tempo nas viagens passam a poder utilizar o serviço durante uma hora. 

Além da ampliação no tempo, usuários do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) terão gratuidade no serviço. Até a nova decisão, os usuários desembolsavam um passe mensal de R$ 10 para utilizar as bicicletas. Para o governador, todas as ações visam uma integração entre os diferentes tipos de transporte. “O Plano é um olhar estratégico para os próximos anos e deve funcionar também como modelo para as cidades do interior. É hora de repensar e construir um novo padrão de urbanismo em nossas cidades”, frisou Campos. 

Mudanças para os pedestres – O prefeito Geraldo Julio garantiu que mais modificações na mobilidade da capital pernambucana serão anunciadas em breve. “Ainda em fevereiro, vamos comunicar a transformação de algumas ruas do Recife em ruas exclusivas de pedestres. Também em fevereiro vamos divulgar a implantação de travessias elevadas em várias ruas da cidade”, garantiu. O gestor assinou um termo aditivo para a instalação de 12 ciclorrotas  de bairros, com o objetivo de serem integradas ao Plano Diretor. 

De volta as agendas públicas no Estado depois de ter lançado nessa terça-feira (4), em Brasília, as diretrizes para a elaboração do programa de governo PSB/Rede, o governador Eduardo Campos (PSB) inaugurará, nesta quarta-feira (5), uma escola técnica em Gravatá, Agreste pernambucano. A unidade intitulada de Professor José Luiz de Mendonça oferece cursos de Redes de Computadores e Hospedagem e será entregue às 11h. 

A solenidade prestigiada por Campos marca o início do calendário letivo da escola técnica dos 510 estudantes matriculados. À tarde, o socialista participará da cerimônia de entrega do Plano Diretor Cicloviário e lançamento do edital de requalificação e implantação de ciclovia na PE-15, no Centro de Convenções em Olinda, ás 16h. 

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Foi lançado nesta terça-feira (7) o Programa Pedala PE, que visa à implantação de mais de 100 quilômetros de ciclovias no Recife e sua Região Metropolitana a partir de 2014. O programa, que foi lançado pelo governador do estado, Eduardo Campos, e pelo secretário das Cidades, Danilo Cabral, contou também, na ocasião, com a assinatura do Projeto de Lei de implantação da Política de Incentivo ao Uso da Bicicleta, que será encaminhado à Assembleia Legislativa de Pernambuco. 

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Também foram assinados dois decretos estaduais, sendo um firmando parceria com as prefeituras para a implantação de ciclovias, ciclofaixas, bicicletários municipais e outro criando incentivos fiscais para as fábricas montadoras de bicicletas que tiverem interesse em se instalar no Estado de Pernambuco.

“O Programa obedece às diretrizes do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) e da Política Nacional de Mobilidade Urbana que defende, entre outras premissas, o incentivo ao transporte não motorizado, a ampliação da mobilidade para a população de baixa renda, a preservação do meio ambiente e não degradação das cidades” ressaltou o secretário das cidades, Danilo Cabral.

Para a concretização do Pedala PE, o governador assinou também nesta terça-feira (7), o Edital de Licitação para elaboração do Plano Diretor Cicloviário, que irá definir as diretrizes para a Política de Incentivo ao Uso da Bicicleta. Eduardo Campos também assinou outros dois editais para a contratação dos Projetos de Implantação das Ciclovias e Requalificação de Calçadas das Avenidas Caxangá, Agamenon Magalhães, PE-15 (requalificação), BR-101 (Igarassu a Abreu e Lima) e Complexo de Salgadinho. 

Segundo Eduardo Campos, o Programa PEDALA PE vai promover além do incentivo ao uso da bicicleta, uma série de outras frentes que garanta o convívio pacífico entre o modal bicicleta e os outros modais – ônibus, carro e metrô – e consequentemente a segurança dos ciclistas.

“Hoje, 11% da população do Nordeste usa a bicicleta para ir trabalhar, estudar ou para se locomover. Mas há pesquisas, inclusive do IBOPE, que dizem que 84% dos nordestinos topariam e gostariam de usar mais a bicicleta. Ou seja, temos aí um modal que precisa se integrar com outros modais. Com o ônibus, com a navegabilidade, com o metrô e até com o próprio transporte individual. Para isso é preciso construir, como está proposto no Programa, os bicicletários nos terminais de ônibus, para ligar o modal bicicleta a outro tipo de transporte”, declarou o governador. 

O programa tem um investimento de cerca de R$ 22,4 milhões que serão aplicados na construção dos 100 quilômetros de ciclovias nos Projetos dos Corredores Exclusivos de TRO (Transporte Rápido de Ônibus) dos eixos Norte-Sul, Leste Oeste, Ramal Acesso à Cidade da Copa, BR-101 e II Perimetral.

 

Terminais Integrados - Já as ordens de serviços também assinadas pelo governado foram para a construção dos Terminais Integrados (TI) de Abreu e Lima e Joana Bezerra. Esses terminais irão servir como obras principais para a integração com o corredor de Transporte Rápido de Ônibus Norte-Sul. Ao todo, os TI’s somam um investimento de R$ 13,3 milhões. 

O TI Joana Bezerra contará com uma área de 4.336,93 m² onde serão construídas 15 plataformas de embarque – cinco para o os veículos de TRO e 10 para os coletivos convencionais –, além de três plataformas de desembarque. Também será construído estacionamento para carros e bicicletários.  É estimado que o TI atenda uma demanda de 140 mil passageiros diariamente com oito linhas operando. 

Já o TI de Abreu e Lima será construído em frente ao Hospital  Miguel Arraes, entre a BR-101 e a PE-15, em uma área de 6 mil m². O equipamento prevê atender diariamente 30 mil passageiros que contarão com o serviço de oito linhas de ônibus. Também serão construídos estacionamento e bicicletário. Todas as duas obras dos TI’s serão executadas em um período de 12 meses. 

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