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Dando seguimento a exibição das sabatinas com os candidatos ao comando da Prefeitura do Recife, o Portal LeiaJá veicula, nesta terça-feira (27), a entrevista com a postulante Priscila Krause (DEM). Elencando as principais propostas para uma eventual gestão, a candidata defendeu a instalação do programa Cidade Inteligente para a capital pernambucana, o reforço na educação básica e nas ações de prevenção na segurança pública. 

Detalhando as ações para educação, ela citou a instalação de um “novo conceito para as creches” e de um “padrão de gestão da educação”. “Precisamos gerir bem o dinheiro para que as escolas tenham gestão de excelência. O caminho é longo porque a rede foi abandonada durante 16 anos com esta dobradinha PT e PSB que veio desmontando o sistema de educação no Recife”, criticou. 

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Durante a conversa com a equipe de política, Krause também alfinetou os adversários e pediu que os recifenses não votassem para “resolver a eleição de maneira rápida”, ou seja, no primeiro turno. “Estamos num quadro adverso de polarização do PT e PSB e o nosso desafio é quebrar esta barreira. Na hora de decidir o voto, as pessoas têm que decidir pensando no futuro. Esta é uma eleição em dois turnos. Precisamos quebrar esta lógica que já dura 16 anos”, cravou. 

A candidata ainda comentou sobre a regularização do Uber e disse que o prefeito Geraldo Julio (PSB) tem tentado “apagar o fogo com gasolina”. A entrevista foi gravada no dia 21 de setembro. Assista na íntegra:

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Na disputa pela reeleição, o prefeito Geraldo Julio (PSB) deixou de lado a tese de uma campanha pacificadora e rebateu, na noite dessa terça-feira (23), as alfinetadas do também candidato João Paulo (PT) sobre o Hospital da Mulher, uma das vitrines do governo socialista e promessa de campanha de Geraldo em 2012. 

“Disseram uma besteira grande essa semana, que o Hospital da Mulher era um hospital para passarinho e para galinha. Eu pergunto as mulheres que estão aqui, o Hospital da Mulher é para atender galinha ou atender mulher?”, indagou, provocando a militância contra o petista. “As mulheres de Recife merecem respeito rapaz. Sabe o que é isso? Se assustaram com a qualidade do o Hospital da Mulher”, acrescentou. 

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No último dia 16, primeiro dia de campanha, João Paulo criticou a falta de manutenção da cidade e disse que o “Hospital da Mulher na verdade, poderíamos chamar de uma gaiola bonita, mas que não dá comida a passarinho". 

A declaração foi mal vista pelos socialistas. No mesmo dia o deputado federal Danilo Cabral (PSB) disse que João havia “desrespeitado as mulheres” com a declaração e o petista pontuou ter sido mal interpretado.

O cansaço da população com a política expresso nas manifestações de 2013 e os 20 anos de polarização no cenário político nacional abriram espaço para a chamada "terceira via". Além de novos projetos de partido, surgiram iniciativas como a união de PSB, PPS, PV e Solidariedade em um bloco no Congresso. Especialistas consultados pelo Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, no entanto, avaliam que 2015 não será um momento fácil para a consolidação das forças que tentam se contrapor ao PT e ao PSDB.

A Rede Sustentabilidade, iniciativa mais promissora dessa tendência, saiu enfraquecida das eleições deste ano, com a derrota de Marina Silva no pleito, avalia o professor do Insper e cientista político Humberto Dantas. "Marina se mostrou a pessoa que efetivamente é, carregada de uma dose de insegurança. Não estava confortável na disputa depois de partir para o sacrifício após a morte de Eduardo Campos", avalia Dantas, que ressalta ser difícil, no contexto político brasileiro, criar partidos ideológicos.

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O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jairo Nicolau, estudioso de partidos políticos no Brasil, pondera que Marina foi colocada em uma situação muito delicada e acabou vítima das circunstâncias, sem condição de enfrentar as poderosas máquinas petista e tucana. Ele também acredita que o sistema eleitoral e o contexto democrático brasileiro dificultam propostas como as da Rede e afirma que, em ano de turbulências na economia e na política, a situação pode ser ainda delicada para projetos ainda frágeis. "No atual cenário não adianta, não cabem mais legendas. Além de ser muito difícil de se firmar no Brasil, é difícil de virar um movimento de massas", afirmou.

Nicolau ressalta que é delicado fazer previsões para 2018, mas, se confirmada a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato, o mais provável é a manutenção da disputa central entre petistas e tucanos. "Não vejo no horizonte uma situação positiva para a terceira via, sobretudo se o Lula se confirmar como candidato. Aí acabou, volta a mesma coisa de PT versus PSDB."

Os estudiosos concordam que, no curto e médio prazos, a iniciativa do bloco liderado pelo PSB tem uma possibilidade maior de se firmar como força política alternativa que um novo partido como a Rede. "Hoje, com a nossa cultura política, esse é o caminho mais viável. É uma pista pavimentada, enquanto a Rede e partidos pequenos estão mais para um acostamento", avalia Dantas.

Nicolau afirma que uma prova da dificuldade de trazer novas ideias para um sistema político saturado de partidos é o histórico do PSOL, que nasceu como uma dissidência ideológica do PT. "Veja a realidade do PSOL, que tem presença forte em segmentos como o estudantil, mas não consegue se apresentar, ter candidaturas fortes. Vive uma década de desastre político", avalia.

Não significa que o bloco liderado pelo PSB não tenha falhas ou fragilidades. Dantas, do Insper, ressalta o desafio desses partidos de mostrar um lado mais propositivo, em meio ao modo de operar tradicional de legendas brasileiras, do toma lá, dá cá. "Entrar em uma sala com o Penna e com o Paulinho para falar de inovação na política ou terceira via parece brincadeira", disse em referência aos presidentes do PV, José Luiz Penna, e do Solidariedade, Paulinho da Força. Esse bloco ainda terá a dificuldade de se contrapor à máquina do governo e de não se confundir com o PSDB no processo, lembra Nicolau, da UFRJ.

Para ele, a força com maior potencial para se colocar no cenário político nacional seria o PMDB. A questão, nesse caso, é se a legenda terá disposição para deixar a tradição de fisiologismo. "Para mim, a terceira via tem nome e sobrenome: PMDB. Mas precisa ver se vai querer ou não desempenhar esse papel", disse Nicolau, ao avaliar que o partido tem uma estrutura constituída pelo País, recursos e até mesmo um nome promissor, na figura do prefeito carioca Eduardo Paes. "O problema no Brasil é que tem partido pequeno com liderança nacional e partido grande sem um grande nome", afirmou, ao lembrar da candidatura de Ciro Gomes à presidência pelo PPS, de Cristovam Buarque pelo PDT e, mais recentemente, do próprio Eduardo Campos pelo PSB.

A disputa acirrada entre os candidatos à presidência da República Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) configuram um duelo permanente pelo comando do Estado brasileiro. Desde o pleito de 1994, a polarização partidária PT x PSDB marca as eleições gerais no país. Este ano a expectativa, inicialmente, girava em torno de que uma terceira força surgisse e rompesse com o quadro. Isso até aconteceu com a postulação do PSB – primeiro com o ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, depois sucedido pela ambientalista Marina Silva –, no entanto ela não obteve forças o suficiente para conquistar uma vaga no 2° turno. 

Até o dia do pleito, em 5 de outubro, a disputa PT-PSB-PSDB era considerada a mais acirrada desde 1989 - quando o cargo era concorrido por Fernando Collor (PRN), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Leonel Brizola (PDT) -, mas o resultado nas urnas reforçou, mais uma vez, a polarização. Dilma Rousseff saiu do 1° turno com 41,59% dos votos válidos e Aécio obteve 33,55%. Já Marina Silva configurou o terceiro lugar, com 21,32%. Era a sexta vez seguida que o comando do Palácio do Planalto voltaria a ser definido entre petistas e tucanos

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“Embora tenhamos uma pluralidade partidária quando o assunto é presidência da República, o bipartarismo se sobressai, fazendo com que o PT e PSDB predominem a disputa. O PSB tentou quebrar esta polarização este ano, em alguns momentos até assuntou. Mas não manteve o favoritismo”, observou o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Hely Ferreira. 

De acordo com ele, o retorno para a polarização entre Dilma e Aécio se deu porque a candidata do PSB perdeu a identidade e, por isso, não conquistou êxito no pleito. “Faltou ela ser Marina. Ela foi tudo, menos ela mesma. Perdeu com isso”, reforçou. 

Até hoje o placar da disputa PT x PSDB é favorável aos petistas, com três vitórias contra duas dos tucanos. Com a máquina na mão, a probabilidade, segundo Hely Ferreira, é que a vantagem do PT sobre o PSDB amplie. “O PT está no poder e tem muito mais chances de vitória”, avaliou. Entretanto, a 11 dias do pleito as pesquisas apontam um empate técnico entre Aécio e Dilma. Na última, divulgada pelo Vox Populi, a petista aparecia como a preferida com 45% das intenções e o tucano ficou atrás com apenas um ponto de diferença, ele obteve 44% da preferência. 

O histórico do quase “Fla x Flu”

Na primeira disputa entre os líderes das legendas, em 1994, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito no primeiro turno, com 54,28% dos votos válidos. Ele postulou o cargo contra o então militante sindicalista, Lula (PT). O petista obteve naquele ano 27% da preferência dos brasileiros. Esta já era a segunda eleição disputada por Lula, à primeira foi em 1989, quando perdeu no 2° turno para o ex-presidente Fernando Collor (PRN). 

De lá para cá, vinte anos se passaram e com eles já se contabiliza a sexta eleição geral. Em 98, o cenário FHC versus Lula foi repetido com uma nova vitória do tucano que disputava a reeleição. No seu primeiro governo, Cardoso conseguiu aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que instituía a possibilidade do chefe do executivo em exercício disputar duas eleições seguidas, beneficiando os tucanos com um novo mandato. Naquele ano, FHC teve 53,06% de votos e o petista 31,71%. 

A partir de 2002, o “clássico FlaxFlu” foi revertido. O PT iniciara ali uma série de três vitórias consecutivas. A primeira, em 2002, quando Lula, que postulava o cargo de presidente pela quarta vez, disputou contra o tucano José Serra. O petista conquistou o pleito, no 2° turno, por 61,27% contra 38,72% dos votos.  Em 2006, pleiteando a reeleição e mesmo em meio a denúncias de corrupção na gestão do PT, com o Escândalo do Mensalão em foco, o líder sindicalista venceu novamente a disputa, desta vez contra Geraldo Alckmin (PSDB). Lula foi reconduzido ao cargo com 60,83% dos votos válidos, enquanto Alckmin obteve 39,17%. 

Na última eleição, em 2010, o PSDB trouxe José Serra novamente ao páreo. Com Lula impedido de uma nova reeleição, o PT indicou a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para disputar o pleito. Sem antes exercer nenhum cargo político, Dilma venceria ali a primeira postulação com 56,05% da preferência, no 2° turno, contra 43,95% de Serra. No 1° turno, Marina Silva também disputou o Executivo. Ela conquistou 19,33% dos votos válidos. 

Pela sexta disputa presidencial seguida PT e PSDB vão ao 2.º turno para decidir quem governa o Brasil nos quatro anos seguintes - uma polarização que já pode ser descrita como símbolo de uma época. A virada do tucano Aécio Neves sobre Marina Silva (PSB) na semana final da campanha garante que, de novo, os dois partidos dominarão a cena no combate final.

Dos cinco embates ocorridos desde 1994, o PT venceu três, mas os dois vencidos pelo PSDB foram decididos em 1.º turno - ambos graças a Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998. Nesses vinte anos, seis políticos entraram nesse fechado clube de finalistas - Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff pelo PT, e do lado tucano FHC, José Serra, Geraldo Alckmin e agora Aécio Neves.

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Dois grandes projetos compõem o pano de fundo desses 20 anos de combate eleitoral. De um lado o Plano Real, que embalou os tucanos nos anos 90 e lhes garantiu dois mandatos. Lula rompeu esse ciclo e, com o Bolsa Família, garantiu o predomínio do PT desde então. Num balanço desse período, o cientista político Marcos Nobre avaliou que o sucesso eleitoral dos programas sociais permitiu a Lula "ampliar de tal maneira o centro político que a polarização praticamente desapareceu" e que ao PSDB sobrou a alternativa de "aderir ou encantoar-se na extrema direita".

E cada uma das cinco eleições teve um fator decisivo. Em 1994, o tucano FHC galopou no sucesso do Plano Real, ganhando com folga no 1.º turno. Quatro anos depois, em tempos de crise, ele vendeu a ideia de que era melhor mantê-lo no cargo do que dá-lo a um novato - e venceu Lula de novo. A virada do PT começou em 2002, quando Lula derrotou José Serra. O petista repetiu o feito em 2006, sobrevivendo ao mensalão para derrotar Geraldo Alckmin. Em 2010, Dilma Rousseff, carregada por Lula, derrotou José Serra.

'Clássico'

No final da manhã deste domingo, 5, a polarização já era dada como certa pelos líderes dos dois lados. Perguntado se haveria novo "clássico" entre PT e PSDB, Lula disse, no ABC: "Acho que sim, não se inventa candidatura de última hora" - uma referência à derrota da candidata Marina Silva (PSB).

Em São Paulo, Fernando Henrique batia na mesma tecla e dizia que "ele (Aécio) ganhando, Marina terá de vir para o nosso lado". O prefeito paulistano Fernando Haddad foi mais longe: "Sempre acreditei na polarização, porque PT e PSDB são os partidos mais estruturados".

Para o cientista político Fábio Wanderley Reis, da UFMG, a polarização é um fenômeno útil ao País: "Acho positiva essa disputa entre dois grandes grupos". Sua explicação é que esse processo ajuda a criar, entre os brasileiros, "a expectativa de consolidação de um sistema bipartidário e simplificado,", Que, resume o professor, "é uma projeção direta do processo que o País tem vivido". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro debate entre os candidatos a governador de Pernambuco foi marcado por ironias e farpas entre Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB). O embate, realizado nesta segunda-feira (3), em Caruaru, no Agreste, iniciou brando e com alfinetadas a atual gestão, no entanto durante o terceiro bloco o diálogo entre os postulantes acalorou numa discussão política entre quem tem condições necessárias para substituir a liderança do ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido no último dia 13, que comandou o estado até abril deste ano. 

Durante a modalidade onde os candidatos faziam perguntas entre si, polarizando o debate Armando questionou Câmara sobre uma afirmativa de Campos quanto a legitimidade da presidente Dilma Rousseff (PT) como candidata. O petebista lembrou que o socialista havia frisado que a petista se candidatou em 2010 sem antes postular nenhum outro cargo eletivo e, por isso, segundo ele, a gestão do PT deu errado. “O que você avalia este posicionamento critico de Eduardo Campos quanto a Dilma e como você se vê neste perfil?”, indagou o petebista ironizando.

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Em resposta, Câmara justificou ter sido escolhido para a disputa sucessória do PSB por ter integrado a equipe que geriu o estado durante sete anos e quatro meses. “Fui acompanhado por muita gente que entendeu que poderíamos avançar. Fizemos muito por este estado. Crescemos até mais do que o Brasil. Tive a oportunidade de criar relações políticas necessárias e a honra escolhido por Eduardo Campos e por 21 partidos e isso me deu a legitimidade de comandar o processo”, rebateu. O socialista também frisou que vai governar, se eleito, junto com o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT) e outros nomes. A legenda de Queiroz dá sustentação à candidatura de Armando.

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Nutrindo o discurso de que o estado precisa de um governador com “experiência e lastro político”, Armando alegou que o desenvolvimento de Pernambuco se deu por articulações políticas, onde inclusive ele participou. “Você tem o perfil de burocrata, quem conduziu este projeto foi um conjunto de forças políticas que eu integrei. Não é obra da burocracia”, alfinetou. “Lamentavelmente Eduardo, quando fez a indicação de forma direta, buscou o gerente, pois ele continuaria sendo líder. Agora ele se foi e o desafio é saber se você teria condições de substituí-lo verdadeiramente na liderança?”, disparou. 

Rebatendo de forma irônica, Paulo Câmara frisou que saberá o que fazer. “Eduardo está onipresente em suas ideias e ideais. Ele me escolheu porque  sabe que eu posso fazer mais e eu sei fazer. Sempre entreguei tudo que foi solicitado, resolvi problemas. Sou um gestor e sei me articular”, contra-atacou o candidato. “Tenho liderança sim para comandar Pernambuco e vou fazer em 4 anos um excelente governo”, vaticinou.

As mesmas propostas

O candidato do PSOL, José Gomes, aproveitou o debate com os rivais para asseverar o discurso de que Armando e Câmara defendem as mesmas diretrizes. Durante os blocos, Gomes questionou o petebista quanto a semelhança entre as propostas. 

“Tenho colocado que nós vemos uma campanha do mesmo projeto político. Precisamos de uma mudança política e não poderão ser feitas pelo hipotético governo de Armando e de Paulo. Eles representam a continuidade. Atrás de milhões em publicidade está o mesmo programa”, criticou. 

Argumentando sobre a necessidade de se criar uma “boa política”, Armando justificou que os problemas do estado desafiam a todos da mesma forma. “Eduardo Campos tinha estatura política diálogo nacional e a despeito do muito que ele realizou, Pernambuco tem problemas estruturais imensas. Se Eduardo não pode dar respostas a muitas demandas imagine se nós viéssemos a escolher alguém com um perfil mais baixo”, disse. 

Gilberto Kassab, candidato a senador pelo PSD, disse já ver uma polarização entre as candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) na disputa pela presidência da República. "O que a gente percebe é uma polarização entre Dilma e Marina", afirmou. Para em seguida fazer a ressalva: "Mas será preciso aguardar pelo menos duas semanas para ver se esse quadro vai se sedimentar".

De acordo com Kassab, esse é um novo momento na campanha e que surgiu depois da fatalidade da morte do Eduardo Campos. "Porém, não podemos esquecer que pesquisas sempre foram boas para a Marina, até quando simulavam seu nome antes de ser vice do Eduardo".

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Para ele, somente a partir da segunda quinzena de setembro será possível ter uma certeza sobre "esse novo quadro, essa nova realidade". Kassab fez as declarações ao jornal O Estado de S.Paulo durante visita a Barretos nesse sábado (30), onde ficou por bom tempo.

Ele visitou a tradicional Festa do Peão e ainda se reuniu com políticos locais e candidatos a deputado da regão. Segundo Kassab, todos ficaram de assinar uma carta de compromisso, inclusive ele, voltada aos interesses da população local.

Desde a eleição de FHC, em 1994, os eleitores brasileiros assistem ou passaram a assistir disputas polarizadas na eleição presidencial entre PSDB e PT. Esta disputa só ocorre, vale salientar, na eleição presidencial. Nas eleições municipais e estaduais outros partidos pleiteiam espaços com o PT e o PSDB.

A concentração da disputa entre PT e PSDB possibilitou que partidos e atores políticos fossem ofuscados. Com isto, o eleitor não teve a oportunidade de realizar outras escolhas. Majoritariamente, os eleitores brasileiros fizeram a opção pelo PT ou PSDB.

A polarização entre PT e PSDB ocorreu, inicialmente, em razão do Plano Real. Através dele, o PSDB chegou ao poder. E, por meio de Lula, o PT, após várias disputas, conquistou a presidência. Se não fosse o Plano Real e Lula talvez a polarização entre PT e PSDB não existisse.

Ciro Gomes e Marina Silva tentaram interferir na polarização entre PT e PSDB, mas não tiveram sucesso. Eles não tiveram condições e nem souberam conquistar eleitores.

Vislumbrando 2014, prevejo que o bipartidarismo tende a continuar na disputa presidencial brasileira. Tanto o PT como o PSDB tendem a ofertar candidatos competitivos, os quais possibilitarão a permanência da polarização.

Entretanto, tenho a hipótese de que três atores políticos poderão contribuir para o fim da polarização entre PT e PSDB. A possível ida de José Serra para o PSD ou PPS ameaça a polarização. Assim como, as candidaturas do governador Eduardo Campos pelo PSB e de Marina Silva por outro partido a ser criado, ou pelo PPS.

A filiação de José Serra ao PSD ou ao PPS depende dos conflitos internos no PSDB. Desconfio que Serra não apóia Aécio. E de que o PSDB não chancelará a candidatura de Serra. Mas Serra que ser presidente. Portanto, é possível que Serra seja candidato à presidente pelo PPS ou PSD.

O governador Eduardo Campos sonhou e talvez não sonhe mais em ser vice de Dilma. Porém, desconfio que Eduardo não conseguirá espaço na chapa de Dilma. Saliento, contudo, que ele tem condições de ser uma alternativa ao PT e ao PSDB. Claro, para Eduardo ser um candidato competitivo, ele precisa torcer para que Serra não seja candidato pelo PSD ou PPS.

Marina Silva poderá ser sempre uma alternativa para o eleitor, pois Marina tem uma dificuldade semelhante a de José Serra, qual seja: não agrega fortemente eleitores e partidos políticos. Portanto, tenho a hipótese de que Marina sempre será uma alternativa assim como foi Ciro.

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