Quem estava com saudade de se sentar e fazer uma refeição tranquila após um passeio no shopping deparou-se com uma série de mudanças na operação das praças alimentação dos centros de compra. Com o retorno do atendimento nos restaurantes, na segunda-feira (20), lojistas precisaram adaptar os estabelecimentos às recomendações sanitárias e investiram em higienização para evitar a proliferação da Covid-19.
Os quatro meses de interrupção das praças de alimentação em Pernambuco, criaram uma expectativa nos consumidores, que ainda tentam se acostumar ao 'novo normal' para aproveitar o momento de lazer. "Mesmo com essa liberação, eu acho que tem pouca gente ainda. Eu acredito que muitas pessoas ainda têm medo, mas a gente também não pode ficar preso a isso", verificou o repositor de hortifruti, Ednaldo Júnior. O gerente de operações do Shopping Guararapes, Claudemir Oliveira, acredita que a volta de consumidores será gradativa e acrescenta, "é tímido o fluxo, mas a gente percebe que tá aumentando. Uma hora dessa, isso aqui deveria tá lotado".
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Embora o momento da refeição seja o único em que a máscara possa ser retirada, o assistente em logística, André da Silva, ainda não se acostumou e aproveitou que estava à mesa para ficar sem o item. "É muito diferente com todo mundo de máscara né? Esse negócio fica sufocando a gente", reclama. No entanto, a prevenção é indispensável para que o atendimento permaneça e aumente a circulação de clientes. A superintendente do Plaza Shopping, Zuleica Lira, calcula o acréscimo de 30% na movimentação de consumidores com a retomada do setor e destaca a importância das cafeterias e sorveterias descentralizadas para esquentar as vendas em todos os pisos.
Marcelo Brasil, proprietário do restaurante oriental Dinny, alocado no Plaza desde 1998, descreve a importância desse retorno. "A praça acaba sendo um tipo de âncora para o shopping e traz uma vida", avalia. Ele conta que o período fechado reduziu drasticamente sua receita e, embora ainda seja difícil, o pior já passou. "A receita vai a zero no princípio, mesmo com o delivery. Os custos com aplicativos são muito altos, depois que eles não representam nem 15% do faturamento que eu tinha normalmente. Foi muito difícil", relata.
Dentre as novas práticas adotadas pelos lojistas, foi preciso trocar os talheres por descartáveis e desenvolver cardápios virtuais. O próprio atendimento ficou mais distante com barreiras de acrílico e demarcações no chão para evitar contato.
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Em respeito ao distanciamento mínimo de 1,5m, aproximadamente metade das mesas foram interditadas e pontos de álcool gel espalhados pelo mall, junto com informativos. No Plaza, houve o investimento inicial de R$ 120 mil para implantar as determinações do protocolo. Além de painéis digitais, 110 pontos de álcool gel foram introduzidos, sacos plásticos foram disponibilizados para colocar a máscara durante a refeição e as lixeiras ficam abertas para que o consumidor não toque nos puxadores. A administração do shopping estimado um incremento de 30% na despesa mensal com insumos.
Já no Guararapes, foram instaladas pias na própria praça e o consumo total de álcool gel saltou de 100 litros mensais para 1200 litros. O gerente ainda informou que foi contratado um quantitativo de 15% dos funcionários destinados à praça, voltados apenas para a higienização constante das mesas após a saída dos clientes. A expectativa agora é para a ampliação do atendimento e do horário de funcionamento dos shoppings que, a partir desta segunda (27), ficam abertos das 10h às 20h.