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Áudios e mensagens divulgados pela Polícia Federal (PF) revelam o esquema de irregularidades em licitações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que resultou em contratos fraudulentos de aproximadamente R$ 40 milhões. Nesta quinta-feira (30), um pregoeiro da Casa foi afastado e as autoridades cumpriram mandados contra o empresário Sebastião Figueiroa, apontado como o líder da organização criminosa.

Em documentos apresentados pela PF, Figueiroa mostra proximidade com os servidores responsáveis pela administração da Assembleia e confiança no pregão. Ele chega a antecipar a própria assinatura do contrato e dá ordens ao pregoeiro, que presta contas ao operador do esquema e mostra as ações feitas para agilizar a negociação. "Se tu não achar motorista já vê se tu mesmo vai lá. Porque contigo ele assina na hora e tu já traz aqui para pegar o doido à tarde amanhã, viu", deliberou.

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De acordo com a polícia, os principais envolvidos na Alepe são o membro da comissão de pregoeiros lotado na Superintendência de Planejamento e Gestão (SUPLAG), João Pedro Ferreira Belo Daumas, que era encarregado dos pagamentos aos fornecedores; e a superintendente-geral da Alepe, Maria do Socorro Christiane Vasconcelos Pontual, incumbida de toda atividade na Casa.

Em uma troca de mensagens, João Pedro solicitou propina em razão de um pagamento de R$ 54.511 e convida o empresário para 'tomar um café', o que seria um código para receber o pagamento indevido. O líder do esquema também menciona "Cris", que seria Maria do Socorro Christiane. Ela repassa o endereço da sua casa e Figueroa envia um motoqueiro, aponta a investigação.

Em uma relação de, pelo menos, 10 anos, o empresário colocou parentes, incluindo a companheira, em cargos comissionados na Alepe. Com outros integrantes foram encontrados cartões de abastecimento da Casa, mesmo sem vínculo. 

Ao todo, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra pessoas físicas e quatro contra empresas. Os crimes investigados são dispensa indevida de licitação, corrupção e advocacia administrativa, que somados podem atingir até 30 anos de reclusão.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) amanheceu movimentada pela visita da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (30). Embora nenhum parlamentar seja alvo da operação, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos para a continuidade da investigação que apura contratos ilegais, que somados atingem cerca de R$ 40 milhões.

Segundo as autoridades, há uma relação de benefício entre as empresas que compõem a organização criminosa e, pelo menos, um servidor comissionado da Alepe, que não teve o nome divulgado. Ele atua na comissão de pregoeiros, setor responsável pelas licitações e pagamentos, e favorecia o grupo de empresários há anos em troca de propina. Para enganar a PF, o pedido de dinheiro era travestido como um convite para tomar café, que acabou batizando a operação como 'Coffe Break'.

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Só na Alepe, quatro mandados foram cumpridos, enquanto os demais ocorreram nas residências dos envolvidos, localizadas nos bairros do Poço da Panela, Bongi e Graças, todos no Recife, e nos municípios de Ipojuca e Gravatá.

O servidor da Casa foi afastado temporariamente da função de pregoeiro. Ele e o empresário apontado como líder da organização foram indiciados por corrupção, advocacia administrativa e dispensa indevida de licitação.

Por meio de nota, Assembleia Legislativa de Pernambuco alegou: "Todos os contratos firmados respeitam a legislação vigente e passam por um criterioso processo de avaliação e controle da procuradoria e auditoria. Estamos à disposição das instituições de fiscalização para colaborar com o esclarecimento dos fatos".

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