O Irã libertou nesta quarta-feira (18) pelo menos 11 proeminentes prisioneiros políticos ligados às manifestações que tomaram as ruas das principais cidades do país em 2009, denunciando supostas fraudes na reeleição de Mahmoud Ahmadinejad à presidência. Entre os libertados está a advogada defensora dos direitos humanos Nasrin Sotoudeh, que passou três anos encarcerada após defender ativistas da oposição diante da Justiça iraniana.
Anunciadas pela imprensa oficial do Irã e por diversos sites de oposição ao governo do país, as libertações ocorrem a menos de uma semana da visita do presidente do Irã, Hassan Rouhani, a Nova York, onde discursará na sede das Nações Unidas. O líder iraniano tem afirmado que espera iniciar uma era de "crescente abertura" para a república islâmica, dentro e fora do país.
##RECOMENDA##Os ex-prisioneiros - oito mulheres e três homens - enfrentam acusações ligadas a segurança de Estado. Entre os libertados estaria Mohsen Aminzadeh, que atuou como chanceler do presidente reformista Mohamed Khatami (1997-2005). "Essa é uma manobra positiva, interna e externamente", disse o analista político Soroush Farhadi. "É uma mensagem especial, sugerindo que o Irã está pronto para mais flexibilidade", afirmou. A ONG Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã elogiou as libertações e pediu que o presidente Rohani continue a dar passos nesse sentido.
Laureada pelo Parlamento Europeu com o Prêmio Sakharov para a Liberdade do Pensamento de 2012, a advogada Nasrin Sotoudeh tinha sido condenada a seis anos de prisão por conspirar contra a segurança nacional. Reza Khandan, marido de Nasrin, disse à Associated Press que as autoridades iranianas levaram sua esposa para casa e disseram que ela está livre. "Nós esperávamos que ela viesse para ficar por pouco tempo, mas eles disseram que ela agora está livre", relatou Khandan.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, qualificou a libertação da advogada como um "importante sinal positivo" de Teerã. Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, elogiou a soltura em nome dos EUA.