Após quatro dias de descanso na Bahia, nesta semana o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve participar ativamente da equipe de transição de governo e tem como principal desafio debater a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite furar o teto de gastos em 2023.
Essa "PEC da Transição", como foi batizada, é fundamental para que, já nos primeiros meses de seu governo, Lula consiga manter os R$ 600 do Auxílio Brasil e outros programas sociais que não foram contemplados na proposta de orçamento enviada ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em agosto deste ano. Na proposta do atual governo, o valor estabelecido para o Auxílio Brasil é de R$ 405,21, além de cortes em programas sociais, habitacionais e no Farmácia Popular.
##RECOMENDA##Na tarde de hoje, o líder petista deve se reunir com a equipe de transição de governo que está sendo liderada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). A equipe de transição busca uma verba estimada entre R$ 100 bilhões e R$ 200 bilhões, mas o valor final ainda será debatido na reunião em que Lula participará.
Segundo o UOL, o grupo econômico do petista tem a preocupação em não passar a imagem de que a PEC é um "passe livre" para gastar. Por conta disso, foram reunidos diversas figuras de grande reconhecimento no mercado econômico como André Lara Resende, um dos criadores do Plano Real, e Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central nos dois governos de Lula.
O presidente eleito também tem marcado em sua agenda um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP) e com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Lira deve ser a ponte para que a PEC consiga passar no Congresso e seja aprovada. Por isso, o orçamento secreto que Lula tanto criticou durante a campanha e prometeu extingui-lo, não será prioridade neste momento.