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Nesta quarta-feira (19), o músico e vocalista da banda de punk rock Ramones, Jeffrey Ross Hyman (1974-2001), também conhecido pelo nome artístico Joey Ramone, completaria 70 anos. O vocalista e o guitarrista John Cummings (1948-2004) foram os únicos a permanecerem no conjunto musical desde a concepção, em 1974, até o fim em 1996. 

O músico cresceu no bairro de Forest Hills (Nova York), presenciou o divorcio de seus pais durante sua infância e, desde então, passou a viver com sua mãe Charlotte Lesher (1926-2007). Em 1974 recebeu o convite de Douglas Colvin (1951-2002) e Cummings para formar os Ramones. 

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A princípio, Hyman tocava bateria, enquanto Colvin cantava e assumia o contrabaixo. Mas, após os primeiros ensaios, decidiram que Hyman seria o vocalista e contrataram Thomas Erdelyi (1949-2014), para ser o baterista. Cada integrante da banda assumiu o sobrenome Ramone, que remetia a uma ideia de família. 

Assim como ocorreu na história de muitas bandas, com os Ramones não foi diferente e diversos integrantes entraram e saíram do conjunto ao longo dos anos. Clem Burke tocou bateria em dois shows de 1987; Marc Bell foi baterista nos períodos de 1978 a 1983, e retornou ao grupo em 1987; Richard Reinhardt também tocou bateria na banda de 1983 a 1987 e Christopher Ward substituiu Colvin no baixo, em 1989. 

Durante a jornada musical dos Ramones, a banda lançou 18 discos, que incluem 14 álbuns de músicas inéditas e quatro trabalhos ao vivo. A última apresentação do grupo ocorreu em 1996, no Palace, em Hollywood e contou com a participação de vários artistas, entre eles o retorno do próprio Colvin e os vocalistas Chris Cornell (1964-2017) e Eddie Vedder, do Audioslave e Pearl Jam, respectivamente. 

Trabalhos solos e morte de Joey Ramone

  Em 2001, Hyman perdeu uma batalha de sete anos para um câncer linfático. Nesta época, ele trabalhava no álbum solo “Don't Worry About Me” (2002), que só foi lançado um ano após a sua morte. Dez anos depois, foi lançado o disco “Ya Know?” (2012), que contava com várias regravações de canções que, a princípio, eram planejadas para compor o repertório dos Ramones.

Mesmo 20 anos após a sua morte, o trabalho de Joey Ramone ainda é celebrado pelos fãs, como é o caso do eletrotécnico Eduardo Pedrosa, 42 anos, de Jaboatão dos Guararapes (PE), que conheceu os Ramones em sua adolescência, por indicação de amigos. “Na hora em que eu escutei Ramones, sabia que aquilo me seguiria toda a vida e que seria um divisor de águas do que eu gostaria dentro do rock”, comenta.

Entre os trabalhos realizados pelos Ramones, o eletrotécnico lembra que é difícil escolher uma canção como favorita, mas ele comenta que há pouco tempo foi diagnosticado com Covid-19 e foi hospitalizado por oito dias. Neste período difícil, ele definiu “I Believe in Miracles” (1989), como som de chamada de seu celular,  um cover do Pearl Jam, que o grupo interpretou em uma de suas passagens ao Brasil. “Tem um significado muito grande, por todo esse momento que eu vivi e estou vivendo, pós-Covid”, relata Pedrosa.

Os trabalhos de Joey Ramone se fazem presente na vida de Pedrosa. Durante sua passagem no hospital, ele escutava as músicas dos Ramones e que todas aquelas letras o impactavam, devido à situação. Além disso, o filho do eletrotécnico Daniel Pedrosa, de 9 anos, se tornou um fã da banda por influências do pai. 

A auxiliar de produção, Priscila da Silva Conceição, 43 anos, de São Paulo, também conheceu o trabalho dos Ramones na adolescência por meio do rádio. “Foi amor à primeira ouvida, lembro que tocou a música ‘Pet Sematary’ (1989) e aquilo foi um estouro para mim”, recorda. 

Priscila lembra que, na época, começou a trabalhar em um hipermercado que vendia discos de vinil e CDs. “Eu sempre chegava um pouco mais cedo para procurar os discos. Então, eu comprei o meu primeiro álbum, ‘Loco Live’ (1991). Eu ficava pesquisando sobre quem eram os integrantes, para decorar os nomes”, explica a auxiliar de produção, que também começou a frequentar a Galeria do Rock, em busca de revistas para obter informações sobre os músicos da banda. “Meu Ramone favorito é o Joey. Eu sempre falo que quando eu tiver um filho, vou chamá-lo de Joey”, brinca.

A música costuma ser boa companhia nos momentos mais especiais e, também, delicados da vida. Ou da morte. Ouvir uma canção pode ajudar a repensar fatos, relembrar momentos e pessoas e até passar por um luto com acolhimento e conforto.  No dia em que se presta homenagem ao mortos, o Dia de Finados, preparamos uma lista de músicas que tratam a morte de maneira poética e são capazes de transformar esse momento e ressignificá-lo.

Eric Clapton - Tears in heaven

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Uma das canções mais bonitas e famosas do guitarrista eric Clapton foi inspirada numa tragédia familiar. Eric perdeu o seu filho, Conor,  de apenas quatro anos em um acidente, em 1991. Ele escreveu a canção em homenagem ao pequeno e imortalizou sua memória além de comover o seu público até hoje.

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Raul Seixas - O trem das sete

Morte e eternidade foram mote para Raul Seixas escrever essa canção. Usando a simbologia de uma viagem de trem, o músico fala sobre partir com alegorias como as trombetas do fim dos dias, sendo este o último trem.

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Frank Sinatra - My Way

Analisando a letra de My Way, pode-se notar alguém que rememora as passagens de uma última vida. A música diz que, apesar de alguns poucos arrependimentos, ter levado uma vida de acordo com sua verdade e vontade valeu muito a pena.

Titãs - Epitáfio

Epitáfios são aquelas frases que se escrevem nas lápides dos túmulos nos cemitérios. A música dos Titãs traz várias sentenças que tranquilamente caberiam ali. Aliás, tais sentenças podem levar a uma reflexão: aproveitar mais da vida enquanto ela está em curso.

Numismata - Anhanguera

A banda paulista Numismata traz mensagem semelhante neste 'sambinha'. A canção diz que nada que se ganha da vida é por "caridade", por isso, só cabe a nós, na hora de partir, deixar saudade.

Nelson Gonçalves - Naquela Mesa

Perder um pai não é fácil e sempre deixa marcas profundas. Ás vezes, elas viram música, como no caso de Naquela Mesa, composta pelo jornalista Sérgio Bittencourt em homenagem ao patriarca de sua família. A canção virou sucesso na célebre voz do cantor brasileiro Nelson Gonçalves.

Roupa Nova - A viagem

A Viagem ficou muito famosa após virar tema de abertura de uma novela homônima. A novela falava sobre vida após a morte e a música  encaixou perfeitamente com o seu enredo.

Maria Rita - Encontros e Despedidas

Milton Nascimento fez um delicado e belo retrato da saudade de quem parte e de quem fica. A voz doce de Maria Rita tornou a música ainda mais marcante.

Ramones - Pet Sematary

Pet Semetary foi a trilha de um filme de terror, de mesmo nome, em que animais enterrados viravam zumbis, além de outros eventos insólitos. A música da banda punk Ramones conta um pouco dessa trama macabra.

George Harrison - Art of Dying

O ex-Beatle George Harrison foi um homem muito espiritualizado e imprimiu esse traço em seu trabalho, sobretudo na sua carreira solo. Art of Dying fala da única certeza que temos na vida, a de que vamos morrer e da importância de lidar de forma saudável com isso.

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Papai Noel Velho Batuta - Garotos Podres

Para abrir nossa lista de Natal 'maldita', nada melhor do que resgatar esse clássico dos Garotos Podres. Talvez a mais conhecida e lembrada canção de (anti)Natal do Brasil. Aqui, a intenção definitivamente não é ser um bom menino para ganhar presentes do Papai Noel, mas matá-lo. Afinal, o Bom Velhinho não passa de um 'porco capitalista'.

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Merry Christmas (I don't want to fight tonight) - Ramones

A homenagem ao período natalino da banda ícone do punk rock é irônica. 'Porque o Natal não é época de quebrar o coração do outro', diz a canção, que tem como subtítulo 'Eu não quero brigar essa noite'. Um tempo nas 'tretas' para curtir a festa. Se bem que 'Onde está o Papai Noel?'.

 

Santa Claus is coming to town - Alice Cooper

O ícone sombrio do rock transforma o fofo clássico natalino em um heavy metal. Com direito a solos e guitarras pesadas, Alice Cooper faz a imagem de Bom Velhinho passar longe, transformando a figura de Santa Claus em algo muito mais próximo de um personagem de terror. O que, lendo a letra, pode parecer bem mais adequado que aquelas versões açucaradas da tão regravada canção.

 

Infeliz Natal - Raimundos

Em vez da celebração de um momento em que todos são igualmente felizes, em 'Infeliz Natal' os Raimundos escancara a disparidade social e econômica. 'Na sua casa tem ceia, na casa dele não tem não tem', diz a anticanção de Natal do grupo brasileiro. 

 

Boas Festas (anoiteceu) - Simone

Talvez você nunca tenha reparado, mas uma das mais tradicionais canções natalinas do Brasil na verdade não tem nada de fofinha. Além do seu verso mais famoso, que já dá uma dica do conteúdo da letra: 'Eu pensei que todo mundo fosse filho de Papai Noel', a clássica canção de Assis Valente ainda tem mais. 'Já faz tempo que pedi, mas o meu Papai Noel não vem. Com certeza já morreu' é talvez o verso mais simbólico desta canção que, ironicamente, se chama 'Boas Festas'. Na nossa lista, uma versão cantada por Simone, porque lista de música natalina sem Simone não vale. 

O consagrado diretor Martin Scorsese pode fazer um filme sobre os Ramones. A informação foi confirmada por Jeff Jampol, empresário que administra o espólio do grupo, em entrevista à revista americana Billboard.

"O aniversário de 40 anos do primeiro disco dos Ramones está chegando", disse Jampol. "Temos muitos projetos até lá, incluindo um documentário, já que conseguimos muitas imagens inéditas da banda americana durante as turnês da década de 1970 e 1980.

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Outros projetos mencionados por ele incluem um livro sobre os anos iniciais da banda comandada por Joey Ramone e uma peça de teatro inspirada na carreira do grupo. Em julho, o baterista Tommy Ramone, até então o último membro vivo do quarteto original, morreu aos 65 anos.

Martin Scorsese já dirigiu vários documentários com temática musical, como No direction home, sobre Bob Dylan, Shine a light, sobre os Rolling Stones, e Living in the Material World, sobre o ex-Beatle George Harrison.

O baterista Tommy Ramone, o último sobrevivente da formação original da banda punk The Ramones, uma das mais influentes da história, morreu na sexta-feira aos 62 anos. Nascido com o nome de Erdelyi Tamas em Budapeste, Tommy Ramone faleceu na sexta-feira (11) em sua casa em Nova York após uma batalha contra o câncer, segundo a revista Variety.

"Nós estamos tristes de anunciar a morte do baterista original dos Ramones Tommy (Erdelyi) Ramone", anunciou a conta oficial do grupo no Twitter.

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Os quatro integrantes originais do grupo, que passaram a usar o sobrenome Ramone, formaram a banda nos anos 1970 e ganharam espaço na cena punk underground de Nova York. Os três primeiros álbuns dos Ramones são considerados clássicos: "Ramones" (1976), que incluía o primeiro hit do grupo, "Blitzkrieg Bop", "Leave Home" e "Rocket to Russia" (ambos de 1977).

"Os Ramones revitalizaram o rock and roll em um de seus momentos de baixa, com a infusão da energia punk, atitude ousada e um som novo, barulhento", afirma a biografia da banda no Rock and Roll Hall of Fame.

Quando o primeiro álbum foi lançado, "a cena do rock em geral havia se transformado em algo vaidoso e narcisístico. Os Ramones voltaram ao básico: simplicidade, velocidade, canções de rock and roll despojadas".

Tommy Ramone, que "ancorou a batida frenética com uma energia sobre-humana", repassou as baquetas para um novo baterista, Marky Ramone, em 1978, mas permaneceu com coprodutor e conselheiro da banda até 1984.

O Ramones chegou ao fim em 1996. A banda entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 2002. O vocalista Joey Ramone morreu em 2001, o baixista Dee Dee Ramone faleceu em 2002 e o guitarrista Johnny Ramone morreu em 2004. "Os Ramones não eram apenas música: era uma ideia", afirma a página do grupo no Facebook, que cita uma frase de Tommy de 1978.

"Era trazer de volta todo um sentimento que estava perdido no rock – foi um empurrão para dizer algo novo e diferente. Originalmente era apenas um tipo de coisa artística; no fim eu senti que era algo bom o suficiente para todos".

Em menos de 140 caracteres, simples como uma Blitzkrieg Bop, a vida de Johnny Ramone pode ser definida da seguinte forma: pedreiro desempregado compra guitarra, monta banda e entra para a história. Se estivesse vivo, o âncora dos Ramones, morto em 2004, vítima de câncer de próstata, certamente não se incomodaria com tal resumo. Descomplicação era seu nome do meio. Assim foi até a morte, pouco antes da qual o roqueiro de Long Island, considerado pela Rolling Stone um dos 20 melhores guitarristas de todos os tempos, resolveu preencher as lacunas.

No livro Commando - A Autobiografia de Johnny Ramone, escrito enquanto batalhava a doença, e lançado no País recentemente pela editora Leya, Johnny narra a ascensão dos Ramones pela mesma ótica proletária, sem firulas, com que construiu a primeira banda punk da história. Desde o início, em 1974, quando Johnny foi demitido de um emprego de construção civil com a implementação da ação afirmativa, que obriga empresas a terem quotas para as minorias, não havia conceitos minimalistas premeditados. Juntou-se com Tommy, um amigo da escola, Dee Dee e Joey. Gostavam de rock, não de blues, ou jazz, apenas rock puro. Chuck Berry, Little Richard, um pouco de Stones e nada mais.

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Ninguém sabia tocar. Aprenderam a nadar pulando na água. "Nossas canções saíam de um espaço de influência pura de rock. Elas tinham de ser simples. Éramos forçados a tocar desse modo devido a nossas habilidades musicais limitadas", escreve. A banda de três acordes, como era chamada pelos detratores, debutou no hoje lendário e glamouroso CBGB’s, berço de visionários setentistas como Television e Patti Smith, que na época, era "apenas um barzinho velho e seboso no Bowery".

Mas se faltava qualidade técnica, não faltava visão aos Ramones, que desde o início mostravam um afiado instinto pop. Surgiram em meio à emperiquitada cena de glam rock nova-iorquino, com cortes de cabelos semelhantes, nomes fáceis de lembrar, e uma certa dose de purpurina para não ficar de fora. Aos poucos lapidaram o visual histórico: Johnny tinha uma jaqueta de couro Perfecto, os outros começaram a usar tênis Converse, jeans surrados não eram difíceis de encontrar... o resto é história. Mas se aparentavam desleixados, as memórias retratam um grupo extremamente conscientes do pacote que vendiam.

Certa vez, ainda no início, filmaram uma de suas apresentações no CBGB's. Ao assistirem, fizeram algumas mudanças. "Tommy e eu avaliávamos o que fazíamos e como poderíamos melhorar", conta. "Joey ainda dava chutes, ficava de joelhos e cantava, e fazia aquela coisa de bicha roqueira. Era terrível, simplesmente ridículo. Assim, falamos para ele apenas ficar em pé e segurar o suporte do microfone".

A técnica de guerrilha que Johnny desenvolveu para tocar a sua Mosrite de um só captador, com stacatos estridentes, passou a influenciar diversas bandas de punk inglesas, e pode ser ouvida até em discos de New Wave e na onda de heavy metal britânica, em bancadas como Iron Maiden. Kirk Hammett, do Metallica, e Eddie Vedder, do Pearl Jam, também os citam como inspiração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMMANDO - A AUTOBIOGRAFIA DE JOHNNY RAMONE

Tradução: Lucia Brito

Editora: Leya (176 páginas, R$ 44)

John Cummings pode não ser um nome muito conhecido, mas Johnny Ramone com certeza o é. Sai neste mês de fevereiro no Brasil a autobiografia dele que, sem sombra de dúvidas, é um dos maiores ícones do rock'n'roll. Commando é um relato do próprio Johnny, onde ele tenta mostrar nuances diferentes das que a mídia e seu comportamente deixaram através dos anos.

Além dos textos escritos por ele, o lançamento conta com prefácio de Tommy Ramone, epílogo de Lisa Marie Presley e uma análise álbum a álbum da discografia dos Ramones. O posfácio fica a cargo de John Cafiero e Linda Ramone, com quem Johnny teve um affair.

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Guitarrista e líder dos Ramones, Johnny era considerado o menino problema do seu bairro, beberrão e chegado a confusões, nunca nem pensou em entrar para uma banda até perder seu emprego em 1974. O nome Ramones foi inspirado em Paul Ramon, nome usado por Paul McCartney quando se registrava em alguns hóteis. Commando tem 176 páginas e sai no Brasil pela editora LeYa.

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